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Prof. Marcos Martini – www.marcosmartini.com.br martinipuntura@gmail.com (55) 15 9 81711536 Curso de Fitoterapia Chinesa. Turma: 2015 2 Medicina Tradicional Chinesa A Medicina Tradicional Chinesa apresenta-se por um complexo e amplo sistema de tratamento, típico do Oriente, dentre suas principais opções terapêuticas, destacam-se aquilo que conhecemos como os principais ramos da MTC. Ramos da MTC: Acupuntura e Moxabustão; Fitoterapia Chinesa; Dietoterapia Chinesa; Massagem Chinesa – Tui Na; Artes Corporais – Qi Gong, Tai Ji Quan. Como bases filosóficas e científicas que servem de amparo para qualquer estudo relacionado aos ramos citados acima, sem os quais a MTC torna-se uma prática vazia e sem raízes que amparam o método escolhido. Ou seja, para uma boa prática de um dos ramos acima é fundamental o conhecimento de seus conceitos: Yin e Yang; Cinco Movimentos (Wu Xing); Órgãos e Vísceras (Zang-Fu); Qi, Sangue (Xue) e Líquidos corpóreos (Jing Ye); Canais e Colaterais (Jing Luo); Etiologia e Patologia; Diagnóstico e diferenciação de síndromes; Prevenção e tratamento. Tratamento: A MTC baseia os tratamentos nos diagnósticos das doenças e diferenciação de Síndromes e não apenas nas doenças ocidentais. Através de uma visão integral do ser humano, com base em uma criteriosa análise dos mais diversos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, direta ou indiretamente associados com a queixa principal é que o tratamento é direcionado. FITOTERAPIA CHINESA: A palavra Fitoterapia é composta por dois radicais gregos Fit (o) que significa vegetal, planta árvore; e Terapi (ia), que significa tratamento. Ou seja, é uma forma de tratamento na qual se utilizam as ervas medicinais. E esse uso de plantas é um dos traços mais característicos da espécie humana. É uma prática tão antiga quanto o homo sapiens, encontrada em quase todas as civilizações ou grupos culturais conhecidos, um importante recurso terapêutico validado por pesquisas científicas em nossos dias. 3 HISTÓRICO: Na China antiga, a Fitoterapia desenvolveu-se a partir de observações empíricas. Através de sucessivas observações e experiências práticas, ingestão e degustação das mais variadas substâncias vegetais, animais e minerais, foram descobertas as reações que estas substâncias produziam no corpo humano. A medicina na China tinha uma estrutura familiar, ou seja, o conhecimento terapêutico era uma propriedade familiar. Assim, a família que detinha o conhecimento, ia aperfeiçoando e transmitindo para as gerações posteriores. Tal conhecimento era fruto de experiências, ou também de compra, nos casos de famílias de terapeutas ricos e famosos. Nesses primórdios, os conhecimentos eram transmitidos pela tradição oral. Tal período também foi conhecido como Xamanístico, pois as praticas médicas eram acopladas a procedimentos e rituais que envolviam magia. Em descobertas arqueológicas, foram revelados que os xamas antigos tinham roupagens que se assemelhavam a pássaros, com longas caudas. Em 1972, em uma tumba na china, foram descobertas 11 textos médicos que pertenceram a uma rica família de xamãs, e que ajudou a desvendar muito sobre a arcaica medicina da China antiga. A tumba datava de 168 a.C. porém os textos eram bem mais antigos, datando de aproximadamente 4 séculos antes. Nestes textos, ao lado de informações farmacológicas precisas, encontravam-se várias referencias a encantamentos e magias. Algumas ervas, por exemplo, são citadas como mágicas e utilizadas para purificar a alma, eliminar demônios e maus espíritos. Rituais e palavras mágicas para encantamento são acoplados a fórmulas de ervas com indicações terapêuticas, mostrando uma junção entre um conhecimento crescente e resquícios de crenças antigas. Um trecho do Nei Jing relata um pouco as aspirações passadas: - Huang Di: “Eu ouvi dizer que os antigos se tratavam apenas purificando sua essência e transformando sua energia. O encantamento era suficiente. Em tempos recentes, remédios amargos são utilizados para tratar o interior e agulhas e pedras para tratar o exterior. Mesmo assim as vezes o paciente não melhora. Como pode acontecer isso?” - Qi Po: “Isto ocorre porque antigamente as pessoas tinha um avida natural e simples, então o encantamento era suficiente. Agora, as pessoas têm vidas mais complicadas e hábitos menos saudáveis, por isto o encantamento não é mais suficiente, havendo necessidade de Acupuntura e Ervas medicinais.” 4 No decorrer do tempo, os Fitoterapeutas mais atuantes acumularam experiências, melhoraram conclusões teóricas e passaram a prescrever fórmulas mais elaboradas, além das ervas isoladas, principalmente para as síndromes mais complexas. Com a evolução cultural, os conhecimentos e as experimentações tornaram-se mais sistematizados, e sua transmissão passou da tradição oral para os registros escritos. Em torno de 1840 inicia na China a Guerra do ópio, que se constitui em eventuais batalhas entre a China e a Inglaterra, entremeados por períodos de paz. Durante este período, não só a cultura do Império Chinês se esfacela, como existe uma degradação cultural que vai culminar com a decadência da medicina chinesa no começo do Sec. XX. Em meados de 1850, médicos chineses observando uma tradição popular de inocular através da pele, material contaminado com pústulas de varíola, para evitar doenças mais graves, realizam as primeiras experiências de vacinação (dados reconhecidos pela OMS) inoculando materiais de vesículas de pacientes com varíola inativados pelo calor. Neste período (final do sec. XIX) é visto também como a medicina chinesa está muito mais avançada que a europeia: Os chineses só bebiam água fervida, para evitar o “Frio patogênico”, enquanto os europeus viviam assolados pelas epidemias de cólera; Os chineses utilizavam cortinados (mosquiteiros), pois as picadas de mosquito introduziam “fator patogênico” no sangue, enquanto as epidemias de malária assolavam a Europa; Não existia escorbuto na china, pois verduras, frutas e legumes deviam ser comidos frescos, para conservarem suas propriedades energéticas; Os chineses tomavam banho diariamente para não “acumular turbidez” na pele, enquanto os europeus viviam imundos, cheios de pulgas e piolhos assolados por epidemias de peste bubônica. Enfim são vários os exemplos que comprovam o maior esclarecimento e conhecimento a respeito dos cuidados de saúde da china em relação aos demais povos da época. CRONOLOGIA LITERÁRIA: Em 1972, arqueólogos descobriram na província de Honan um livro denominado Dien Su, que retrata a época de 1100 a 168 a.C. Nele foram registradas 52 patologias e 280 formulas para o tratamento de desequilíbrios. Em 770 a.C., surge o tratado do Huan ti nei jing, que descreve a teoria das ervas com quatro as propriedades e os cinco sabores. Em 138 a.C., destaca-se o Shen Nong Pen Tsao Jing, onde Shen significa Deus ou celestial; Nong significa agricultura; Pen Tsao, tratado de fitoterapia e Jing, caminho. É o mais antigo Pen Tsao, isto é, Tratado de Fitoterapia. Nele são registrados 365 tipos de medicamentos e tem o mérito de sistematizar as experiências da 5 Fitoterapia. Contendo as teorias básicas da MTC e fito chinesa, como as quatro propriedades, cinco sabores, aborda temas como toxidade, métodos de combinaçãode medicamentos e noções de farmacotécnica. A maioria das funções dos medicamentos nele descrito, continua válida até os dias de hoje. Em 1098, no Ching Shih Cheng Lei Pei Chi Pen Tsao, Tang Cheng Wei descreve 1774 tipos de ervas com ilustrações botânicas. Em 1590, Li Shi Zeng publica o Pen Tsao Gang Mu, no qual organiza vários Pen Tsao Clássicos, resgata diversos medicamentos populares, acrescentando medicamentos estrangeiros e apresenta 1892 medicamentos, em mais de 11.000 fórmulas em seus 52 volumes. Em 1995, a republica Popular da China publicou o Chung Yao Ta Tsu Tien, em dois volumes abrangendo quase 12.000 substâncias medicinais de todo o mundo. É o livro de fitoterapia chinesa mais completo da atualidade. Os estudos e pesquisas nesta área continuam. Na atualidade ainda que se trate de uma terapia milenar, empregam-se tecnologias e conhecimentos modernos nesses estudos. Pesquisas mais recentes foram capazes de determinar, por exemplo, a ação farmacológica de varias formulações, seguem alguns exemplos: Yin Qiao San, fórmula Picante fresca, possui ações antivirótica, bactericida, antipirética, anti-inflamatória, imunoestimulante e antialérgica. Jin Yin Hua Flos Lonicerae 60,2mg Lian Qiao Fructus Forsythiae 60,2mg Jie Geng Radix Platycodi 36,2mg Niu Bang Zi Fructus Arctii 36,2mg Bo He Herba Menthae 36,2mg Dan Zhu Ye Herba Lophatheri 24,2mg Jing Jie Herba Schizonepetae 24,2mg Gan Cao Radix Glycyrrhizae 30,2mg Dan Dou Chi Semen Sojae Preparatum 30,2mg Lu Gen Rhizoma Phragmitis 12 mg Xiao Qing Long Tang, fórmula Picante morna, possui ações diaforéticas, antiasmática, analgésica, bactericida, antipirética, antialérgica e diurética. Ma Huang Herba Ephedrae 35mg Pai Shao Radix Paeoniae Lactiflorae 35mg Gan Cao Radix Glycyrrhizae 35mg Gui Zhi Ramulus Cinnamomi 70mg Ban Xia Tuber Pinelliae 70mg Wu Wei Zi Fructus Schizandrae 35mg Xi Xin Herba Cum Radice Asari 35mg Gan Jiang Rhizoma Zingiberis Siccatum 35mg 6 COMPOSIÇÃO DA FITOTERAPIA CHINESA: De uma forma geral, a Fitoterapia Chinesa pode ser dividida em duas grandes vertentes: Matéria Médica Chinesa - se embasa na utilização de métodos de preparos de substancias individuais. Formulações chinesas - utilização da junção de duas ou mais sustâncias. Esta pode ser subdividida em: Formulações Magistrais, contam com séculos de uso, fato que garante a segurança e eficácia das mesmas, baseadas nos conhecimentos de mestres antigos. E também as Formulações Patenteadas, que diferem destas últimas por serem desenvolvidas em sua maioria por laboratórios, que não divulgam a totalidade dos ingredientes ativos das mesmas. Fórmulas Magistrais: Magistral, origina-se do latim Magistralis, que significa Mestre. As fórmulas magistrais são preparadas de acordo com a prescrição de um Profissional. São consagradas pelo uso e com efeitos terapêuticos comprovados. Apresentam uma etapa evolutiva na fito chinesa. Resultam do acumulo de experiências e da melhoria de conclusões teóricas de gerações de Fitoterapeutas mais atuantes, que com o tempo passaram a prescrever fórmulas mais complexas além das ervas isoladas. As ervas isoladas são utilizadas principalmente como tônicos. A utilização das fórmulas magistrais requer um bom domínio das teorias da MTC, que são a base para que se possa estabelecer um diagnóstico e elaborar prescrições correspondentes. Objetivos Do Uso De Formulações E Substâncias Chinesas: Corrigir os padrões de desarmonia ou manifestações de Excesso-Deficiência; Eliminar os fatores patogênicos; Aumentar a resistência física; Reestabelecer a normalidade funcional do Zang-Fu Reestabelecer o equilíbrio dinâmico entre Yin e Yang. Identificação Das Ervas: As ervas foram e são identificadas de acordo com vários critérios pré- estabelecidos, conforme se segue: 7 1- Nome Comum: Nome Comum Nome Chinês Nome Farmacêutico Hortelã Bo He Herba Menthae Canela Gui Zhi Cortex Cinamomi Jujuba Da Zao Fructus Zizyphi Ephedra Ma huang Herba Ephedrae 2- Forma: Forma Nome Chinês Nome Farmacêutico Secreção Leitosa Ju Hsiang Olibanum Joelho de Gado Gui Zhi Radix Achyranthis 3- Cor: Cor Nome Chinês Nome Farmacêutico Flor Vermelha Huang Hua Flos Carthami Grande Amarelo Da Huang Rhizoma Rhei 4- Origem: Origem Nome Chinês Nome Farmacêutico Provincia Chuan Xiong Chuan Xiong Rhizoma Ligustici Provincia Chuan Pei Chuan Pei Bulbus Fritillariae 5- Semelhança no crescimento: Semelhança no crescimento Nome Chinês Nome Farmacêutico Inverno larva Verão planta Dong Chong Xie Cao Cordyceps Sinensis Barba de trigo Mai Men Dong Radix Ophiopogonis 6- Função: Função Nome Chinês Nome Farmacêutico Tonificar Osso quebrado Gu Sui Pu Sememn Drynariae Tonificar Osso Bu Gu Zhi Semen Psoraleae Longa Meta Yuan Chi Radix Poligalae 8 7- Autor: Autor Nome Chinês Nome Farmacêutico Du Zhong Du Zhong Cortex Eucommiae Chien Niu Tzi Chien Niu Tzi Semen Pharbitidis 8- Pronuncia: Pronuncia Nome Chinês Nome Farmacêutico Opio Ya Pian Papaver Somniferum Associação Da Terapêutica Com A Forma Das Plantas: Origem do medicamento: refere-se ao tipo, parte e função do mesmo. Basicamente os medicamentos são classificados em produtos animais, minerais e vegetais. De uma forma geral, os produtos animais são mais Yang que os vegetais, que por sua vez são mais Yang que os minerais. Mas o local de procedência, a função (no caso dos animais) e a parte usada, vão determinar a propriedade do mesmo no tocante a forma. Produtos Vegetais: São a maioria dos medicamentos naturais da medicina chinesa. Em geral apenas uma parte do vegetal é usada na preparação de medicamento e a função desta parte influencia nas características e forma do medicamento. As principais partes dos vegetais são: Raiz: Funciona absorvendo nutrientes e água do meio, servindo como base para a fixação dos vegetais. É a parte fundamental dos vegetais. Portanto simboliza o Rim, o Baço e a Essência. A maioria dos fitoterápicos chineses são raízes, e em geral elas tem função de tonificação, agindo sobre Rim e Baço. Ex; Ginseng (Ren Shen), é uma raiz tônica de Rim e Baço. Caule: Serve para ascender a seiva e sustentar o vegetal. Em geral, apenas a casca do caule onde circula a maior parte da seiva é utilizada na medicina chinesa. O caule está simbolicamente relacionado com o Fígado, por suas ações ascendentes e carminativas. Portanto de forma geral, estas são suas ações como Fitoterápico. Ex: Casca de Canela, que amorna e ascende o Qi do Baço, além de ativar a circulação de Qi e Xue nos canais. Folhas: as folhas respiram, por isso são relacionadas com o Pulmão. Desta forma influenciam tanto o órgão como também o exterior do corpo (pele e músculos). Por exemplo, folhas de Menta (Bo He), que são utilizadas para eliminar FPE da superfície corpórea. 9 Flores: Se abrem na parte superior do Vegetal. Abrir-se é o movimento de expansão, enquanto a parte mais alta da planta relaciona-se com o Yang; por isso as flores estão associadas com o coração (principalmente a floração do final da primavera). Por outro lado, as flores são os órgãos reprodutores das plantas, e para a floração do inicio da primavera o órgão associado é o Fígado. Como exemplo temos o Crisântemo (Ju Hua), que age eliminando o excesso de calor especialmente no canal do Fígado; na fito nacional,temos a camomila com efeitos calmantes sobre o Coração. Fruto: é o involucro da semente que visa nutri-la. Os frutos também tendem a cais no solo, oque lhes dá um movimento descendente. Por estes motivos, a fruta (assim como a raiz) relaciona-se com BP / R. como exemplo a Tamara chinesa (Da zhao), é um dos principais tônicos de BP, enquanto que o Frutus cornii (Shan Zhu Yu)é um dos principais tônicos de R. Sementes: Contem a energia ancestral, e tem a capacidade de germinar, crescer e ascender. Por estas qualidades, a sementes simbolizam os rins, a essência e particularmente a energia Yang dos rins. Várias sementes são usadas para tonificar os rins, entre elas o Gergelim Preto (tônico de Qi do Rim). Feno grego tonifica o Yang do Rim, etc. Em alguns casos partes da mesma planta tem funções diferentes, mostrando a influencia da parte da planta no efeito do medicamento. Por exemplo, a Ephedra (Ma Huang), as partes aéreas da planta são utilizadas como sudorífica, enquanto a raiz tonifica o Wei Qi, fecha os poros e interrompe sudorese. No caso da canela, a casca (Rou Gui) age aquecendo os Zang Fu e os canais, enquanto os galhos (Gui Zhi) e folha atuam no exterior expulsando o frio, como sudorífica. O local de preferencia de crescimento de determinada planta também influencia a função da mesma. Por exemplo, as plantas que crescem em solos úmidos são frequentemente utilizadas para drenar umidade e transformar a fleuma, como é o caso da (Rhizoma Alismatis – Zhe Xie), que é utilizado para eliminar a umidade; Poria Cocos, (Fu Ling), que é um cogumelo que cresce em lugares de alta umidade também tem a função de eliminar a umidade. Já plantas que crescem em terrenos áridos ou semidesérticos e secos são utilizados nas deficiências de líquidos orgânicos. Plantas que crescem em regiões altas são usadas como sudoríficos e para aliviar condições pulmonares, enquanto que as que crescem em vales férteis são mais usadas como tônicos. 10 Produtos Animais: Por terem uma diversificada estrutura morfológica são analisados por suas características mais marcantes, diferentemente dos vegetais. Tal como o casco da tartaruga, é um animal longevo e simbolicamente ligado ao rim, utilizado então para tonificar a essência e o Rim; Placenta Hominis - Zhe Xie, também é um tônico de essência, conchas são consideradas frias, por serem sólidas e habitarem os mares, são assim empregadas para drenar o calor do estômago, vento do Gan, e acalmar a mente; escorpiões e lacraias, são considerados altamente desintoxicantes e frios, por conviverem com o veneno que carregam, utilizados assim para o tratamento de convulsões especialmente em quadros acompanhados de intoxicação sanguínea, ou calor tóxico. Dentre outros. Produtos Minerais: São mais simples sobre o ponto de vista energético segundo a MTC, e assim tem aplicações mais limitadas. Por suas caraterísticas Yin, a maioria dos metais é de natureza fria e refrescante, utilizados para reduzir quadros de calor e refrescarem o interior do corpo. Usados também para conter a escanção de Yang, ancorando o mesmo através da tonificação do Yin, e deste modo também tratam alterações emocionais, clareiam a mente, e albergam o espírito. MÉTODO DE PROCESSAMENTO DAS ERVAS MEDICINAIS: A fitoterapia Ocidental utiliza vários métodos para processar as ervas, tais como a limpeza e o processamento em água. Na MTC, estes métodos foram refinados ao longo de milênios e constituem parte essencial na elaboração de Formulas Magistrais. Finalidade do processamento: Eliminar as impurezas, além das partes não medicinais e odores indesejáveis, tornando as ervas puras e de fácil administração; facilitar a decocção, preparação e armazenamento; Modificar as características e as funções das ervas de acordo com as necessidades terapêuticas; Reduzir a toxicidade e os efeitos colaterais; Aumentar a eficácia das preparações. Existem vários métodos de processamento das ervas que podem, no entanto, ser divididos como se segue: 11 Processamento Essencial: Limpeza: Visa eliminar as impurezas, os contaminantes, as partes inativas e os odores indesejáveis; Trituração / Moagem: as ervas são partidas em pedaços ou moídas para facilitar processos posteriores; Cortar ou Fatiar: as ervas são fragmentadas de acordo com as necessidades posteriores, tornando mais fácil a dessecação, preservação e outros procedimentos. Processamento em Água: Visa tornar as ervas mais limpas, macias e menos tóxicas. Engloba os seguintes processos: Lavagem: move as sujeiras e impurezas; Infusão: Amolece as ervas e facilita o corte; Embebição: Processo que exige menos tempo que a infusão e permite que as ervas sejam mais rapidamente fatiadas; Umedecimento: consiste em aspergir água limpa, repetidamente sobre as ervas. Também visa amolecê-las; Lixiviação: processamento que envolve maiores quantidades de água, constantemente renovada, permite que sejam removidos os constituintes tóxicos ou o sal. Exemplos: Algas marinhas e Acônito salgado. Processamento em Fogo: Processo que utiliza direta ou indiretamente o fogo. Visa alterar as características das ervas, aumentando sua eficácia ou reduzindo a toxicidade, engloba os seguintes métodos: Fritar: Fritura simples ou composta, na Fritura simples a erva é frita e seca até atingir a cor amarelada, ou mesmo tornar-se queimada ou carbonizada, mantendo suas características originais. No método composto, utiliza-se certa quantidade de material adjuvante sólido, como arroz ou pó de concha. Fritar com líquido: as ervas são fritas com certa quantidade de líquido. Os mais frequentemente utilizados são: Mel, vinho, vinagre, solução salina ou caldo de gengibre. O mel aumenta o umedecimento do pulmão, elimina tosse e suplementa o baço, reestabelece o Qi e harmoniza as ervas para eliminar os efeitos colaterais; O vinho promove a circulação de sangue e diminui os efeitos colaterais. O vinagre favorece o fluxo de Qi do fígado, elimina o odor e diminui a toxicidade; O sal aumenta a ação tônica do rim e elimina o fogo; O gengibre inibe as características frias das ervas e tem o efeito antiemético. 12 Calcinar: consiste em queimar as substâncias, direta ou indiretamente em um vasilhame para torná-las puras, quebradiças e mais facilmente trituráveis facilitando a extração de seus princípios ativos pela decocção, modificando suas características e aumentando seus efeitos terapêuticos. Assar com Cobertura: as ervas são embrulhadas em um papel úmido ou enroladas em farinha de trigo e assadas em um leito de brasas quentes com a finalidade de extrair seu conteúdo oleoso (sementes); Flambar: As ervas são queimadas sobre uma chama apenas suficiente para queimar seus pêlos aveludados da superfície, sem afetar propriedades do interior; Aquecimento nas cinzas: As ervas são cobertas e aquecidas em cinza de carvão quente, até que inchem e estalem. Processamento em água e Fogo: Algumas ervas são processadas em água e outros líquidos, são usuais os seguintes procedimentos: Vaporização: aquecimento das ervas em vapor, por Exemplo: Sheng Di Huang in natura elimina o calor, refresca o sangue e aumenta a produção de Jin-Yê. Quando processada com vapor, passa a tonificar o Yin, penetra no meridiano do Fígado, Trata a deficiência do sangue e do Yin. Ebulição: As ervas são fervidas em água ou outra solução, por exemplo, a Gan Sui é cozida com vinagre de modo a reduzir sua toxicidade. Escaldar: As ervas são repetidamente mergulhadas em agua fervente, levemente agitadas, em seguida sua casca externa é removida. Temperar: Consiste em aquecer as drogas minerais até uma temperatura elevada, e em seguida, jogá-las em vinagre ou solução alcoólica. O objetivo é torná-las quebradiças e mais acessíveis a processamentos posteriores. DIETOTERAPIA X FITOTERAPIA CHINESA: A Dietoterapia é o ramo da MTC onde os alimentos são empregados por suas qualidades terapêuticas e preventivas, sendo uma importantíssima aliada para o tratamento de pacientes, prevenção de doenças e promoção da longevidade com qualidade de vida. Já a Fitoterapia é o principal ramo da MTC, onde não somente são aplicadas Ervas, mas também partes animais e minerais, que são empregadas por suas qualidades terapêuticas e preventivas, sendo uma importantíssima modalidade para o tratamento e prevenção de doenças, além de longevidade e qualidade de vida. Tanto Fito quanto Dietoterapia possuem diversas características similares, no entanto a abordagem é essencialmente diferente. 13 Na Dietoterapia Chinesa, a substância é empregada como parte de um processo de alimentação da pessoa, seja em forma de comida ou bebida; Na Fitoterapia Chinesa, a substancia é empregada como um medicamento natural em si, e não como parte da alimentação. Ex: Nome Pinyn: BO HE Pronuncia: Po hã Nome Farmacêutico: Menthae Herba. Nome Popular: Menta/Hortelã Características: Picante, Fresca. Canais/ Zang-Fu de Afinidade: P/F Ações principais: Dispersa Vento/Calor especialmente nas partes superiores (cabeça, olhos, garganta) febre; resolve urticárias; estágio inicial de exantema por vento calor promove a circulação do Qi do Gan, Também promove a sudorese. Modo de Usar: Infusão Quantidade: 1-3g Cuidados/OBS: Pode ser usada a noite antes de dormir, em casos de insônia por Stress emocional (agitação/má circulação do Qi do Gan). Tanto pode ser utilizado como Fitoterápico (chá – infusão), ou em forma de Alimento Dietético (suco). Ditado: “Remédios e alimentos tem uma fonte em comum” Em alguns casos, a diferença entre um alimento e um fitoterápico está apenas na forma como ele é preparado ou usado, mas em ambos os casos, eles devem ser utilizados em benefício da pessoa. Ditados: “Tratar com alimentos primeiro, tratar com medicamentos depois” Sun Si Miao. “Se a Dietoterapia não curar, então destine medicamentos”. De acordo com estes ditados, primeiramente devemos tratar com alimentos, e somente se isso não tiver o resultado satisfatório é que devemos administrar medicamentos. Assim como acontece na Fitoterapia Chinesa, em uma formulação de fitoterápicos, na Dietoterapia chinesa, os alimentos devem ser selecionados de acordo com suas características, tais como: Natureza, sabor e direcionamento. Mediante uma ampla e criteriosa analise das ervas, dos alimentos e demais substâncias empregadas no decorrer de toda história da fitoterapia e Dietoterapia 14 chinesa, os alimentos e as ervas foram avaliadas e observadas com relação aos seus efeitos e características terapêuticas. De modo que atualmente, há quase um consenso entre os grandes praticantes, autores e pesquisadores chineses com relação as características dos alimentos e das ervas, no entanto pelo fato de algumas destas características apresentarem a possibilidade de subjetividade de interpretação, pode haver divergências entre algumas obras. O desenvolvimento da MTC se deu de maneira empírica, baseada nas experiências e desenvolvimento das famílias e comunidades. Sempre esteve ligada a simplicidade, mas com o tempo houve um refinamento tornando-se cada vez mais profunda relacionada a alquimia chinesa. CARACTERÍSTICAS DAS ERVAS: Para uma boa compreensão e posterior utilização das ervas e alimentos, devemos conhecer as principais características inerentes a cada um deles, tais como: Natureza / Temperatura / Essência; Sabor; Direcionamento; Associação / Ação Terapêutica nos Canais e Zang-Fu; Toxicidade. Temperatura: A temperatura de uma erva ou alimento varia em uma escala desde o quente até o frio, passando pelo morno, neutro e fresco. Esta variação é importante para o tratamento e prevenção de alterações no paciente, de modo a empregar na maioria dos casos, ervas com a temperatura oposta aquela apresentada pela alteração do paciente. Os antigos Fitoterapeutas chineses concluíram que as naturezas fria e quente das doenças surgiam como um reflexo da desarmonia do equilíbrio relativo do Yin e Yang. Cuidadosas experimentações mostraram que os desequilíbrios desta natureza podam ser corrigidos através da prescrição de drogas frias com essências frias ou quentes As quatro essências consistem em dois pares opostos. As de natureza yang correspondendo ao par “Quente e Mornas”; e as de natureza Yin, correspondendo ao par “Fria e Frescas”. A diferença entre uma erva Fria e Fresca consiste apenas em uma questão de grau. Fria e Fresca são ambas Yin, porém fresca é menos Yin que a fria, o mesmo acontece em relação ao Yang nas ervas Quente e Mornas. Além disso, algumas ervas são classificadas como muito frias ou muito quentes. 15 A classificação das ervas segundo suas essências etá relacionada às ações que elas promovem no organismo. Temperatura Quente - Rè São as ervas que possuem características Yang potentes e, consequentemente, uma ação calorífica forte. Estão indicadas em doenças de frio intenso e não devem ser aplicados por um longo período. Temperatura Morna – Wen São as ervas que possuem características Yang moderado e, consequentemente, uma ação calorífica discreta. Estão indicados em doenças de frio moderado e pode ser usados por um período longo. Temperatura Neutra - Píng São as ervas que possuem uma natureza intermediária entre as características Yin (Frio-Refrescante) e Yang (Amornante-Quente). São aplicadas na fórmula com o intuito de fortalecer e/ou restabelecer a energia vital de um órgão específico ou do Jing, Qi ou Xue. Temperatura Fresca - Liáng São as ervas que possuem características Yin moderadas e, consequentemente, uma ação refrigerante discreta. É indicada em doenças que se originam do calor moderado e podem ser usadas por um período longo. Temperatura Fria – Hán São as ervas que possuem características Yin e consequentemente uma ação refrigerante potente. Estão indicadas em padrões de calor intenso e não devem ser aplicadas por um período longo. Textos Clássicos: Su Wen, cap. 74: “Distúrbios de natureza quente devem ser resfriados, e distúrbios de natureza fria devem ser aquecidos”. A MTC é muitas vezes uma forma de Heteropatia. OBS: As temperaturas mais utilizadas são as intermediárias, ou seja, Mornas, Neutras e Frescas, pois devemos evitar inicialmente o uso de substâncias dos extremos, ou muito frias ou muito quentes. Podemos encontrar também os termos: Ligeiramente quente (que significa que a erva é um pouco mais para a temperatura quente do que para a morna); ou ligeiramente 16 frio, (que significa que a erva é um pouco mais para a temperatura fria do que para a fresca), pois há variados graus de calor e frio. Sabores: Cinco Sabores: Ainda que a degustação das ervas tenha um significante papel na sua determinação, os sabores não se referem necessariamente ao gosto real das ervas. O sabor de várias ervas descritas nasmatérias médicas não correspondem aos seus sabores reais e muitas vezes a determinação dessa propriedade é feita de acordo com as ações da erva no organismo. Exemplificando, se uma determinada erva é comprovadamente capaz de dispersar fatores patogênicos da superfície, ainda que a degustação não seja Picante, ela será classificada como tal. Já outra com efeito comprovado de tonificar o Qi, será classificada com o sabor doce, mesmo que a degustação não evidencie este sabor. A terminologia “Cinco sabores” é utilizada para a descrição de todos os sabores das ervas. Quando consideramos um agrupamento de ervas que possua o mesmo sabor, é importante ressaltar que a intensidade deste sabor pode ser variável em cada erva. Por esta razão, usam-se os termos “levemente” e “muito” como uma tentativa de quantificar a intensidade do sabor. Como regra geral, as ervas com sabores mais fortes são as mais ativas e eficazes. Neste contexto as ervas deveriam ser classificadas de forma que fizesse algum sentido, e nada mais fácil do que separá-las pelo sabor. Mas com o tempo os sabores passaram a ter mais do que um significado organolético, os sabores começaram a fazer relações com as funções das matérias medicas ou das ervas. Cada um dos cinco sabores, picante, doce, amargo, azedo e salgado, possuem uma ação farmacológica própria. O Huang Di Nei Jing afirma que a nutrição dos Órgãos deriva dos cinco sabores que são percebidos assim como o gosto dos alimentos. Cada erva ou alimento possui como característica um sabor específico, sabor este que pode ser de direta percepção e associação, ou de associação indireta, devido aos efeitos gerados por este alimento. Na MTC hoje em dia emprega-se e classificam-se as substâncias de acordo com 8 sabores, a saber: Picante; Xin Doce; Gan Azedo; Suan Amargo; Ku Salgado; Xián Suave / Neutro; Dàn 17 Adstringente; Sè Aromático Xiang. Textos Clássicos: Su Wen, cap. 78: “Nos Cinco sabores, o azedo entra no Fígado, o Picante entra no Pulmão, O amargo entra no Coração, o doce entra no Baço, o Salgado entra no Rim, o Insípido entra no Estômago, isto é oque fala por cinco sabores”. Sabor Picante: Alimentos e ervas com este sabor, possuem principalmente o efeito de dispersar os agentes patogênicos externos do corpo e promover a circulação do Qi e Xue, ou seja possuem o efeito dispersivo e ativadores resfriados, acúmulos nos trajetos dos canais e colaterais, etc. Sabor Doce: Alimentos e ervas com este sabor, possuem importantes efeitos de nutrir, tonificar, fortalecer e enriquecer as mais diversas partes do corpo, assim como Zang- Fu, normalizando as funções primárias do Baço e Estômago, além disso, estas ervas podem harmonizar as características de diferentes outras ervas dentro de uma formulação, aliviar espasmos musculares e dores. Sabor Azedo: Alimentos e ervas com este sabor, possuem efeitos de estabilizar, induzir a adstringência, principalmente no que diz respeito a evitar a perda de fluidos, como em casos de transpiração excessiva, incontinência urinaria diarreia, leucorréia, enurese, espermatorreia, sangramentos. Sabor Amargo: Alimentos e ervas com este sabor, possuem efeito de limpar o calor, purgar o fogo, redirecionar para baixo o Qi em contra fluxo, tratando assim, tosse, vomito, soluço, relaxar a vísceras, eliminar ou secar a umidade. Estes possuem ampla função descendente, por onde elas estimulam o organismo a eliminar os agentes patogênicos. Sabor Salgado: Alimentos e ervas com este sabor, possuem importantes efeitos de aliviar a constipação por purgação, aliviar, amolecer e resolver massas duras, além de atuar sobre as funções do Rim. Sabor Suave / Neutro ou Sem Sabor: Alimentos e ervas com este sabor, possuem principalmente o efeito diurético, sendo empregadas para o tratamento de edemas ou disúria. Sabor Adstringente: Alimentos e ervas com este sabor, possuem ação e efeitos similares ao das ervas azedas, de reter e fechar, preservando o corpo da perda de substancias corporais. 18 Sabor Aromático: Alimentos e ervas com este sabor, possuem a habilidade de penetrar através da turbidez (mucosidade) e despertar uma função que estava sendo reprimida. Sabor Evidente e Sabor Sutil, ou Composto. O sabor evidente é aquele que o provador sente imediatamente ao ingerir o composto. Sua natureza pode ser composta, evidenciando vários sabores, cuja percepção varia conforme o quadro clínico do paciente. O sabor evidente é o responsável pela ação específica de tonificação, dispersão, ascensão, descendência do composto. O sabor sutil é o que complementa a ação do sabor evidente complementando sua ação de tonificação, dispersão, etc. Por exemplo, a Folha de Lótus possui propriedade amarga evidente, doce complementar e é neutra de natureza, ou seja, pode ser combinada com ervas de sabor amargo com o propósito de complementar sua ação de ascendência do Qi do Baço ou com ervas de sabor doce para complementar sua ação na drenagem do calor de verão e homeostase. Textos Clássicos: Su Wen, cap. 22: “Picante dispersa; / espalha Azedo contrai; / fecha Doce modera; / tonifica Amargo firma; / redireciona o Qi para baixo Salgado amolece”. Direcionamento: O direcionamento das ervas medicinais chinesas está intimamente relacionado ao seu sabor, essência e temperatura. Além disso, suas características podem ser transformadas de acordo com a forma de preparo do medicamento. As ervas cozidas em uma solução salgada ou em vinagre tornam-se descendentes ou de submersão. As ervas cozidas em vinho ou com gengibre se tornam ascendentes e circulantes em suas características. Além de o direcionamento indicar os alimentos e ervas a serem empregadas para o tratamento de alterações com o sentido bem definido, esta característica pode ser utilizada pelo terapeuta com o objetivo de guiar o tratamento para determinadas regiões do corpo. A seguir veremos as características e particularidades de cada um dos 4 direcionamentos. 19 Direcionamento Yang: Ascendente: Normalmente são empregados para alterações localizadas nas partes altas do corpo, assim como alterações que possuem característica descendente. Tem a capacidade de estimular o Yang; Êmese; Ressuscitação. É aplicada em doenças que se desenvolvem para baixo como a diarreia, hemorragia funcional, prolapso do reto, etc. Para Fora / Circulante: Possui ação diaforética, dispersando o Vento e o Frio. É indicada em doenças do exterior que penetram no interior como a Gripe que se manifesta por vento-frio (dor na nuca, coriza aquosa, sinusite, etc.). Direcionamento Yin: Descendente: Normalmente são empregados para alterações localizadas nas partes baixas do corpo, assim como alterações que possuem característica Ascendente. Tem a capacidade de estimular o Yin; Purgação; Diurese; Antivômito; Antiasmática; Domina a exuberância do Yang, ancoram o Yang. É aplicada em doenças que se desenvolvem para cima como a asma, a tosse, o refluxo e a apneia. Para Dentro / Submersão: Promove o efeito de contração; removendo o calor e inibindo a sudorese. É aplicada em doenças que se desenvolvem do interior para o exterior como a hiperidrose. Tropismo da ação das Ervas nos Canais e Colaterais e Zang Fu: Com a observação e experiência clínica, pode-se identificar quais os alimentos e ervas que através da interpretação de seus efeitos terapêuticos, exerceminfluência indireta sobre determinados canais, indicando-se assim seus efeitos indiretos. Além da associação com os canais, de maneira direta ou indireta os chineses identificaram também ações especificas em determinados órgãos e vísceras ou ainda em determinadas regiões ou estruturas do corpo, sendo que os canais são relacionados com estas ervas por suas ações nestas regiões bem determinadas. Foram abordados os fatores que determinam a essência sutil e evidente das ervas medicinais chinesas. A essência sutil e sua natureza energética agem determinando o tipo de ação nos locais alvo (Zang Fu, Jing Luo, Fluidos Corporais, etc.) sendo que o sabor evidente modula a ação e o direcionamento do composto. As características de parte, função, corpo, influencia no direcionamento e são portanto, os fatores principais na determinação de uma ação específica sobre o Canal, Colateral, Órgãos internos e órgãos dos sentidos específicos. 20 Quando uma determinada droga resolve os sintomas característicos e sindrômicos observados em determinados meridianos, dizemos que estas ervas possuem afinidade com tais canais. E que as mesmas atuam tanto por afinidade ao Zang-Fu, quanto por seu meridiano. Tais conhecimentos devem ser associados a todos os requisitos de diagnósticos da MTC, diferentes ervas que agem no mesmo meridiano podem apresentar diferentes efeitos, dependendo da somatória de todas suas outras propriedades. Exemplo: Erva Essência Sabor Canal Ação Radix Scutellariae (Huang Qin) Fria Amargo F/C/E/TA/P Purifica calor do P Rhizoma Zingiberis Siccatum (Gan Jiang) Morna Picante P/E/C/BP Aquece o P Bulbus Lilii (Bai He) Levemente Fria Doce P/C Tonifica o P Semen Lepidii (Tíng lì zǐ) Fria Picante /Amarga P/B Dispersa o Qi do P Seguindo as citações contidas no clássico Pen Tsao Gan Mu ervas específicas atuam sobre canais específicos. Exemplo: Asari (Xin Xin) - atua sobre o canal do Coração e do Rim; Cimifugae (Cheng Má ) - atua sobre o canal do Pulmão e do Intestino Grosso; Bubleuri (Chai Hu) - atua sobre o canal da Vesícula Biliar e do Triplo Aquecedor; Pericarpium Citri (Chen Pi) - atua sobre o canal do Baço e Estômago Ligusticum (Chuan Xiong) - atua sobre o canal da Bexiga e do Intestino Delgado; Alcaçuz (Gan Cao) - atua sobre o canal do Estômago e Baço. Muitas vezes uma erva age sobre um Canal e Órgão diferente, ou mesmo quando age sobre o Órgão e Canal correspondente não atua sobre a ação geral de determinado Órgão-Canal mas sim, sobre uma ação específica do mesmo. Com base nestas observações podemos citar duas ervas que agem de forma independente sobre os olhos. São elas a Mu Zei (Herba Equiseti) e Ju Hua (Flos Chrysantemi). Mu Zei (Herba Equiseti) Possui sabor doce, levemente amargo e propriedade neutra. 21 Tem como função: Eliminar o vento calor dos olhos. Atua em padrões de invasão de vento-calor nos olhos com irritação e ardência ocular, vermelhidão nas pálpebras e conjuntivas, além da fotofobia. Elimina obstrução visual e lacrimejamento excessivo. Para quadros de diminuição da visão por obstrução, com opacidade da córnea ou do cristalino. Elimina vento-calor do Pulmão. Erva auxiliar nos quadros de vento-exterior que atingiram o Pulmão e se manifestam com febre, sudorese, sensação de calor, dor torácica e expectoração purulenta. Elimina o calor do Fígado e estanca o sangramento. Atua em hemorroidas por calor no Fígado e Intestino Grosso, constipação, fezes ressecadas, dor e sangramento durante a evacuação. Assim sendo está claro que a Mu Zei possui ação específica sobre o Fígado (Gan) e através deste sobre o Pulmão e o Intestino Grosso. Ju Hua (Flos Chrysanthemi) Possui sabor doce, amargo, suave e frio. Tem como função: Eliminar o vento calor por sudorificação. Padrões de febre alta, face vermelha, cefaleia pulsátil. Clareia o calor no Canal do Fígado e beneficia os olhos. Deficiência de Yin do Fígado que gera olhos vermelhos, ardência nos olhos, glaucoma, conjutivite aguda e alérgica. Acalma o Yang do Fígado e previne o ataque do Vento. Atua no padrão de ascensão do Fogo do Fígado manifestando nervosismo, cefaléia, vertigem, olhos vermelhos e pulso em corda. Ju Hua diferente de Mu Zei atua fortemente sobre o Yin do Fígado e através deste sobre os olhos, querendo dizer que uma composição onde a prioridade não é o tratamento do Yin do Fígado com ascensão exacerbada do Yang do Fígado e vento não estabiliza a ação desta erva sobre os olhos. Niu Ban Zi (Fructus Arctii) - Bardana Possui sabor picante e propriedade fresca. Tem como função: a. Elimina o Vento-Calor por sudorificação. Vento-Calor que agride a garganta, acompanhado de febre alta, sudorese profusa, faringite, vermelhidão na garganta e tosse. b. Elimina Toxinas. Elimina as toxinas do calor, principalmente as caracterizadas com o aparecimento de pústulas, lesões avermelhadas, prostação intensa, abcessos e acne. c. Umidifica os intestinos. Para constipação provocada por calor interno causando o ressecamento das fezes, consumo dos Fluidos Corporais, evacuação dolorosa, hemorróidas e fezes sanguinolenta. 22 A Bardana é bem adaptada ao clima do Brasil e a erva brasileira possui as mesmas propriedades terapêuticas da erva chinesa. Ela atua especificamente no Canal do Pulmão e harmoniza o Yin do Rim, do Fígado e do Pulmão. Pu Gong Ying [Herba Taraxaci] Possui sabor doce, amargo e frio. Tem como função: a. Drena o Calor do Estômago. Indicada em padrões de calor no estômago onde há a manifestação de epigastralgia com queimação, aftas na boca, abcesso intestinal com febre e dor que piora com a pressão. b. Beneficia a mama. Deficiência de lactação, má formação dos Fluidos Corporais e abcessos mamários. c. Elimina a Umidade Calor. Elimina a Umidade calor do Jiao Médio que se manifesta com náuseas, vômitos e anorexia, urina amarelada e turva. Dente de Leão é uma erva bem adaptada ao clima brasileiro e a erva nacional possui as mesmas qualidades da erva chinesa. Atua especificamente no Canal do Estômago e na harmonia entre os órgãos Fígado (Gan) e o Estômago (Wei). Influencia dos métodos de preparação nas quatro direções das ervas: Tanto os métodos de preparação quanto as influencias recíprocas dos componentes das formulações podem interferir nas quatro direções de Ações das ervas. Vejamos algumas situações de ocorrência: As ervas de ação descendente e submersivas, quando preparadas em vinho ou com gengibre, tornam-se de características ascendente e dispersivas; As ervas de ação ascendente e flutuante tornam-se descendentes e submersivas quando preparadas em soluções salinas ou com vinagre; Por outro lado, se as ervas com ação ascendente e flutuantes são combinadas com uma grande quantidade de ervas descendentes e submersivas, a formulação resultante poderá apresentar ações descendentes e submersivas; Do mesmo modo, quando ervas com ações descendentes e submersivas são combinadas com uma grande quantidade de ervas ascendentes e flutuantes a formulação poderá apresentar características ascendente e flutuantes. Sete Efeitos: (por nos slides mais adiante, depois da apresentação das ervas) 23 Em geral, as doenças são complexas. Síndromes de frio podem associar-se a síndromes de calor, as de exterior associam-se as de Interior, deficiência, maciez e assim por diante. Nesses casos, as ervas isoladas não são suficientes para que se produzamos efeitos terapêuticos, tornando-se necessário utilizar o maior número de ervas em combinações compatíveis. O Shen Nong Pen Tsao Jing já tratava das possíveis alterações que ocorrem quando combinamos duas ou mais ervas, resumindo estas alterações em 7 categorias ou consequências: Efeito Simples: Fórmulas que contém uma única substância não ocorrem interações; Reforço Mútuo: Ervas com características e funções similares são associadas com a finalidade de potencializar seus efeitos; Assistência Mútua: Uma das ervas tem o papel principal, e as demais que podem ser similares em certas características ou funções participam como adjuvantes para reforçar o efeito da erva principal; Restrição Mútua: A toxidade ou os efeitos colaterais de uma erva podem ser inibidos ou reduzidos pela ação da outra erva; Detoxificação Mútua: A toxidade ou os efeitos colaterais de uma erva podem ser inibidos ou reduzidos pela ação da outra erva, diferem da anterior, pelo efeito mais brando de sua ação, onde certa toxidade ou efeito colateral são esperados em doses reduzidas; Inibição mútua / Antagonismo: A eficácia original de uma erva pode ser reduzida ou eliminada pela ação da outra erva. Literalmente “Inibição / Aversão mútua", significa a capacidade de duas substâncias para minimizar ou neutralizar uns dos outros efeitos positivos. Tradicionalmente, são referidos como sendo oito pares e um trio de substâncias que têm este efeito sobre o outro. Juntos, eles são referidos como “Dezenove antagonismos”. Embora muitas das substâncias neste agrupamento não são mais usados, aqueles que são incluem: Os 19 Antagonismos: 24 Liu Huang (Sulfur) Mang Xiao (Natrii Sulfas) Shui Yin (Hydrargyrum) Pi Shuang (Arsenicum) Lang Du (Radix Euphorbiae Fischerianae) Mi Tuo Seng (Lithargyrum) Ba Dou (Fructus Crotonis) Qian Niu Zi (Semen Pharbitidis) Ding Xiang (Flos Caryophylli) Yu Jin (Radix Curcumae) Wu Tou (Radix Aconiti) & Cao Wu (Radix Aconiti Kusnezoffii) Xi Jiao (Cornu Rhinocerotis) Ya Xiao (Nitrum Depuratum) San Leng (Rhizoma Sparganii) Rou Gui (Cortex Cinnamomi) Chi Shi Zhi (Halloysitum Rubrum) Ren Shen (Radix Ginseng) Wu Ling Zhi (Faeces Trogopterori) Incompatíveis: Quando da associação de duas ou mais ervas resultam em toxidade ou efeitos colaterais indesejáveis, fato que não pode ser causado por uma ou outra substância, quando utilizada sozinho. Tradicionalmente, existem três grupos, com um total de dezoito substâncias incompatíveis, chamados “Dezoito incompatibilidades”. 18 Incompatibilidades: Wu Tou (Radix Aconiti) Ban Xia (Radix Pinella) Gua Lou (Fructus Trichosanthis) Bei Mu (Bulbus Fritillariae Cirrhosae Bai Lian (Radix Ampelopsis Bai Ji (Rhizoma Bletillae) Gan Cao (Radix Glycyrrhizae) Gan Sui (Radix Kansui) Da Ji (Radix Euphorbiae Pekinensis) Yuan Hua (Flos Genkwa) Hai Zao (Herba Sargassii) Li Lu (Rhizoma et Radix Veratri) Ren Shen (Radix Ginseng) Sha Shen (Radix Adenophorae) Dan Shen (Radix Salviae Miltiorrhizae) Xuan Shen (Radix Scrophulariae) Xi Xin (Herba Asari) Bai Shao (Radix Paeoniae Lactiflorae) Em Suma, o Reforço Mútuo e a Assistência Mútua propiciam a ação cordeada das ervas e melhoram os efeitos terapêuticos, devendo ser utilizados sempre que possível. Restrição Mútua e Detoxificação Mútua reduzem ou eliminam a toxidade e os efeitos colaterais das ervas, e devem ser utilizados quando lidamos com ervas tóxicas. 25 Associação de ervas com efeito de Inibição mútua e Incompatíveis devem ser evitadas. Toxicidade: Nos últimos anos, tem surgido na literatura especializada advertências e relatos de casos de intoxicações ligados ao uso de ervas medicinais, alguns destes envolvendo fitoterápicos chineses. O conceito relata os efeitos adversos de uma substância em um organismo vivo, definidos em relação à quantidade da substância administrada ou absorvida, o meio através do qual a substancia é administrada (inalação, ingestão, aplicação tópica, injeção) e distribuída no tempo (dose única ou repetidas doses), o tipo de severidade do dano, o tempo necessário para que se produza o dano, a natureza dos organismos afetados e outras condições relevantes. Fatores que influem a toxicidade: Dose; Conforme Paracelso, todas as substâncias são tóxicas, a única coisa que diferencia um tóxico de um medicamento é a quantidade desta substância. Via e período de frequência de administração; A via correta pode fazer com que substancias toxicas possam agir como medicamentos, e vice versa. O período e frequência em que a substância é administrada também pode fazer a distinção entre um veneno e um medicamento. Susceptibilidade dos organismos; O tipo e a intensidade das modificações induzidas em ambos os casos, vão depender de fatores como espécie, integridade só sistema imunológico, idade, sexo, peso corpóreo, estado nutricional, ciclos fisiológicos e outros. Diferentes espécies possuem susceptibilidades distintas de acordo com o seu aparato metabólico, hábitos alimentares, comportamento, fase de desenvolvimento, etc. Interação entre substâncias; Potencial Tóxico da substância. Ervas medicinais e Toxicidade: Todas as substâncias são potencialmente tóxicas, entretanto várias crenças errôneas envolvendo ervas medicinais ainda são prevalentes mesmo entre alguns profissionais da saúde, exemplos como: Quando comparadas com a dos medicamentos alopáticos, a toxicidade das ervas medicinais é insignificante; As ervas medicinais se não fazem bem, mal não fazem; Um tratamento que é utilizado por centenas de anos deve ser seguro. 26 Na verdade, a toxicidade de plantas medicinais e fitoterápicas pode constituir-se em sério problema de saúde pública. Hoje são conhecidas várias substâncias presentes em ervas medicinais, que podem ser responsáveis pelos seus efeitos tóxicos. Terpenos e saponinas podem causar nefrotoxicidade; lactonas e furanocumarinas podem causar dermatites; diversas substancias isoladas em ervas medicinais possuem atividades citotóxicas ou genotoxicas e guardam relação com o surgimento de tumores. Fitoterapia Chinesa e Toxidade: O termo “Fitoterapia Chinesa” abrange uma variada gama de produtos como chás, pílulas, pós, fórmulas patenteadas, fórmulas magistrais dentre outras. Os riscos de toxidade envolvendo ervas medicinais são mais comuns em decocções preparadas inadequadamente e nas fórmulas patenteadas. Os seguintes riscos são maiores nas preparações dos decoctos: Identificação incorreta das ervas; Seleção incorreta da parte da planta a ser usada; Uso de ervas tóxicas não processadas; Armazenamento inadequado; Contaminação das ervas por substâncias estranhas, tais como microrganismos, metais pesados; Rotulagem incorreta do produto final. As Formulações Magistrais Chinesas devem ser diferenciadas das Formulações Patenteadas. Enquanto nas primeiras, os ingredientes são todos biologicamente equilibrados, e suas quantidades são corretamente declaradas, nas Formulações Patenteadas, usualmente existem ingredientes secretos, e pode haver substâncias químicas não declaradas às quais é impossível prever um determinado efeito adverso ao organismo. Contraindicação para o Uso de Ervas Chinesas: Contraindicações Sindrômicas: Tanto ervas isoladas, como formulas magistrais só devem ser utilizadas em correspondência com o diagnóstico sindrômico. Em consequência utilizar tais formulas para outrassíndromes será contraindicado. Contraindicações na Prescrição: 18 incompatibilidades e 19 antagonismos: 27 Contraindicações Dietéticas: Durante o tratamento com a fitoterapia chinesa determinados alimentos devem ser evitados. Como regra geral, os alimentos crus, frios, oleosos, indigestos e irritantes das mucosas devem ser evitados. Dependendo das patologias determinados alimentos não devem ser ingeridos: Síndromes de Frio: Evitar alimentos Crus; Síndromes de Calor: Alimentos quentes, picantes e oleosos devem ser evitados; Nos casos de Vertigens, insônias ou para pacientes de temperamento impetuoso, pimenta, vinho, alho devem ser evitados; Nos casos de indigestão devido a deficiência do Baço e do Estômago, alimentos fritos, oleosos e pegajosos devem ser evitados; Nos casos de infecções cutâneas supurativas e pruridos cutâneos: peixes, camarões, caranguejos, frutos do mar e alimentos picantes devem ser evitados. Contra indicações em caso de Gravidez: (livro bob flaws acrescentar comentários) Algumas ervas podem danificar o Qi original, vital para o desenvolvimento do feto e, até mesmo, provocar aborto. Por isso devem ser proibidas ou utilizadas com muita cautela durante a gravidez. As ervas que devem se administradas com cautela, são aquelas que eliminam a estagnação de sangue e reestabelecem a menstruação, as que aliviam a estagnação de Qi, as que possuem essência quente e sabor picante, ou aquelas que apresentam direções de ação descendente e submersiva. Logicamente, caso a gravida apresente alguma patologia que necessite a utilização de algumas dessas ervas elas poderão ser administradas com muita cautela e de forma adequada as condições de cada paciente e sempre com monitoração. Contra indicações para crianças: As ervas contraindicadas para crianças, tem direções de ação descendentes e submersivas (ação diurética e purgativa), ações dispersivas e de mover estagnações de Qi e Xue. 28 Formas De Apresentação Das Substâncias Fitoterápicas Chinesas: Decocção / Decocto (Tang): É a preparação farmacêutica que se obtêm fervendo as ervas em água por 20 – 30 minutos, procedendo a coagem do liquido após a fervura. Utiliza-se para este processo as partes mais resistentes da planta, como caule, casca sementes, frutas duras e raízes. Assim temos uma solução medicinal. A decocção pode ser usada por via oral, cataplasma (aplicado no local) ou usar como uma sopa, e tomar como um chá após pronto, o preparo pode ser guardado em geladeira e consumido em até 3 dias. Infusão: As partes mais utilizadas para este processo são aquelas de menor resistência da planta, tais como flores e folhas, ou seja, as partes aéreas da planta. As ervas devem ser amassadas em um pilão. A preparação é simples. O objetivo é obter uma bebida mais leve que a decocção, mas igualmente eficaz. A infusão é utilizada para aquelas plantas cujo o cozimento prolongado pode prejudicá-las. Coloca- se as ervas em um recipiente e despeja-se água fervendo sobre a planta, tampe durante dez minutos, filtre e beba morna. Algumas vezes para se obter uma infusão, pode utilizar-se, em vez de água, vinho, vinagre e álcool. Pó (San): A erva é moída e transformada em pó. Há duas maneiras para seu uso: via oral ou aplicada externamente. Podem ser administrados diretamente, ou misturados em um pouco de água, mel ou polpa de frutas ou mesmo acondicionados em cápsulas gelatinosas. Pílulas ou Bolas (Wan): Forma farmacêutica que permite reunir em um pequeno volume certa quantidade de um principio ativo em pó. A partir do pó ou extrato seco, só que as pílulas são misturadas com água, mel, pasta de arroz, farinha, suco de vinho ou vinagre. Extrato Líquido (Jiu): As drogas são solvidas em uma solução especial, aquece-a a uma temperatura baixa e destila-se o preparado, sob a forma de álcool. Um miligrama corresponde a um grama de extrato. Extrato Seco (Pian): Igual ao extrato líquido, só que se retira o solvente, secando-o. Um grama de extrato seco equivale a mais ou menos cinco gramas da droga. São utilizados para cápsulas ou tabletes. Unguento / Creme (Gao) Utiliza-se do extrato seco ou pó, que misturado a um veículo (vaselina ou outro creme), é aplicado sobre a pele. Mais utilizado na cosmética do que em tratamentos alternativos, os cremes são fáceis de fazer e dão ótimos resultados. Podemos preparar um creme da seguinte maneira: coloca-se lanete (cera utilizada como base para cremes) em banho-maria até que derreta, em seguida deve ser misturada aos óleos, decocções ou infusões das ervas indicadas para os fins desejados. Além disso, vale a pena acrescentar ao conteúdo algum tipo de conservante natural, como própolis. Mesmo assim os cremes devem ser mantidos em refrigeração. 29 Emplasto (Gao): Utiliza-se das drogas maceradas em um pano e aplicado sobre a pele usados para dores articulares, reumatismos, Síndromes Bi, etc. Trata-se de envolver a parte lesada do corpo em uma massa ou pano, o remédio é Empregado para curar as inflamações da pele, inchaços, contusões, feridas, chagas, ulcerações e dores reumáticas. Para o preparo, a erva deve ter passado por uma infusão ou decocção com pouca água, este pode ser aplicado quente ou frio. Para que a infusão vire uma massa, é preciso colocar um veículo, que pode ser argila ou farinha, no caso de feridas, coloca-se uma bandagem e depois o emplastro. Para reutilizar a argila é necessário espalhá-la em uma superfície até que se seque. Em seguida deve ser passada em uma peneira fina para adquirir a consistência de talco. Então é só esterilizar a argila, levando ao fogo por uns quarenta minutos, e depois guardá-la em um pote de barro, lata ou saco. Maceração: Para retirar todos os princípios medicamentosos de uma ou mais plantas, colocam-se as mesmas em uma dose estabelecida de água fria, álcool, vinagre ou vinho, e se deixa macerar por algumas horas, ou um dia, ou semanas. Também neste caso, após haver coado ou filtrado o líquido, deve-se espremer o resíduo no coador ou na tela. Injeção (Zhu She Ye): Outra maneira utilizada na China. Após a obtenção de um cuidadoso preparo de seleção adequada de produto, e realizado em laboratórios especializados, pode se fazer uso da medicação via muscular ou endovenosa. Xarope (Tang Jiang): São líquidos de consistência viscosa obtidos pela mistura básica de água e açúcar ou mel, nessas bases é que se adicionam os extratos secos das ervas. Utilizado com mais frequência par acrianças. São ingeridos por via oral. Licores (Jiu): Igual ou semelhante às garrafadas. Coloca-se a planta mergulhada no álcool ou no vinho de arroz. É a maceração de folhas ou outras partes da planta, que se faz a frio em álcool de cereais (milho ou uva). As tinturas mãe extraem as propriedades das ervas com grande eficiência e concentração, mantendo a conservação por um longo período (em média dois anos). Para prepará-la basta misturar três partes de ervas com sete de álcool de cereais, ou, seis partes de álcool de cereais e um de água destilada e três partes de ervas. Depois deixe esta mistura macerar por, no mínimo, trinta dias em um vidro escuro em local seco e escuro. Após trinta dias devemos filtrar. Tinturas: Produtos líquidos resultantes da extração de drogas animais ou vegetais cuja preparação é feita na temperatura comum por percolação ou maceração. Os líquidos extratores podem ser: álcool, álcool e água, éter ou éter alcoolizado. Deve-se tomar cuidado ao utilizar essas formas de preparação, principalmente com líquidos extratores alcoólicos, pois o álcool pode alterar as propriedades das ervas medicinais e provocarefeitos indesejáveis ou ate mesmo tóxicos. Na China, nunca se utilizam fórmulas magistrais preparadas sobre a forma de tinturas alcoólicas e estas não fazem parte do arsenal terapêutico dos Fitoterapeutas chineses na atualidade. 30 As preparações veiculadas por tinturas alcoólicas lá existentes, oriundas de consagrado conhecimento milenar, são os Vinhos medicinais também conhecidos como Elixires e as preparações destinadas exclusivamente ao uso externo. Fórmulas Magistrais Preparadas Em Extrato Alcoólico: Existem inúmeros motivos par que não se utilize as fórmulas magistrais chinesas preparadas em tintura alcoólica. Na china nunca se utilizou tal método, e estas ainda na atualidade não fazem parte do arsenal terapêutico dos profissionais deste país. Por exemplo, substâncias que contem como principio ativo a presença de polissacarídeos como é o caso da raiz de Astragallus, (polissacarídeos Astragalinos) são os principais responsáveis pela ação potencializadora do sistema imunológico do ser humano, tais substancias são insolúveis em Álcool e não estão presentes no extrato alcoólico da erva. Consequentemente resultará em uma formulação incompleta e provavelmente sem os efeitos tonificantes característicos desta substância. Cabe ressaltar, que o álcool também é um importante solvente para a extração de componentes ativos de algumas ervas. No entanto, após a extração de componentes ativos desejados, ele tem de ser eliminado por meio de um processo de evaporação, assegurando um produto final puro, livre de resíduos alcoólicos e isento de toxidade. Outro motivo é baseado nos princípios de formulações tradicionais e na classificação de cada substância. O álcool possui natureza quente, ativa a circulação de sangue e dos meridianos, expele o frio e tonifica o Yang. Assim sendo, sua presença modifica a natureza das ervas. Por exemplo, ervas de natureza fria e descendente utilizadas para tratar doenças de calor e ascendentes (doenças febris, hipertensão arterial sistêmica, AVCs, hepatopatias, hipertireoidismo), quando preparadas com álcool podem ter sua natureza invertida, exacerbar os sintomas e agravar as doenças que antes curavam. Em suma, as tinturas alcoólicas alteram de forma imprevisível as características terapêuticas das ervas chinesas. E os produtos resultantes dessa forma de preparação podem ser chamados de qualquer outra coisa, mas não de Fórmula Magistral Chinesa. Preparações Científicas: É um meio mais moderno de preparo das preparações fitoterápicas, onde são feitos geralmente em laboratórios com tecnologia, garantem uma maior segurança tanto para o profissional quanto para o usuário por suas matérias primas passarem por rigoroso controle de qualidade, semelhante as indústrias farmacêuticas. 31 Adendo sobre Extratos Secos dosagens e concentrações...: São preparados por esgotamento das substâncias vegetais ou animais por meio de um dissolvente apropriado e evaporação do soluto resultante até a consistência determinada. As substâncias destinadas a sua preparação dever ser reduzidas ao grau de finura prescrito e a evaporação dos líquidos clarificados deve ser feita imediatamente sob pressão reduzida na maioria das vezes para evitar que os princípios ativos se alterem devido a temperatura elevada. Processo de obtenção do Extrato Seco: Seleção das ervas; Processo de Lavagem; Processo de Preparação; Pesagem e mistura; Processo de Extração; Processo de Filtragem; Processo de Concentração; (5:1) Processo de micro granulação. Vantagens: Aumento da estabilidade da formulação; Melhor preservação dos princípios ativos; Absorção mais fácil e rápida dos princípios ativos; Ausência de fibras insolúveis nos medicamentos; dosagem necessária para obtenção dos efeitos terapêuticos é monos; Maior segurança e higiene menor risco de contaminação; Princípios básicos de Formulação: As Fórmulas Magistrais Chinesas consistem em arranjos complexos, organizados e hierarquizados de ervas e outras substâncias e não apenas um aglomerado delas ao acaso. As ervas interagem entre si visando potencializar seus efeitos terapêuticos e reduzir os efeitos colaterais e toxicidade. Os componentes nas Fórmulas Magistrais Chinesas seguem uma hierarquia como se segue: Ervas Imperiais ou Imperador: Desempenham a ação mais importante dentro da formulação, geralmente é a que se apresenta em maior quantidade; Ervas Ministrais ou Ministros: Potencializam a ação da erva imperador; 32 Ervas Assistentes: Tonificam as Ervas Imperiais e Ministros; Diminuem ou neutralizam a toxicidade das demais ervas; Diminuem ou neutralizam a ação excessiva das demais ervas. Ervas Auxiliares: Potencializam a ação das demais ervas; Harmonizam a ação das demais ervas; Conduzem a ação das demais ervas para os locais de ação das mesmas. Métodos Terapêuticos Fundamentais: Raiz e Manifestação: Princípios de tratamento em condições Internas e Externas: Condições Internas: Apos o estabelecimento da Raiz do desequilíbrio, surge o questionamento de “Oque fazer com a raiz?” Baseado no distúrbio interno, algumas medidas podem e devem ser administradas para o sucesso terapêutico, neste caso laçamos mão de 8 possibilidades ou 8 regras terapêuticas possíveis. É possível o uso de mais de uma delas concomitantemente. Sudorificação: método que se baseia na administração de fitoterápicos capazes de estimular as glândulas sudoríparas e assim, favorecer a expulsão do Qi patogênico. Ação Terapêutica: Ao promover o suor, junto deste o Qi patogênico é expelido, pois este se encontra ainda nas camadas superficiais do corpo, evitando com que o mesmo se aprofunde para as camadas interiores. Assim a doença se torna menos grave e a cura acontece com mais facilidade. Indicações: Doenças exteriores que se encontram nas camadas superficiais do corpo, causadas por invasão de FPE, com sintomatologia característica correspondente a natureza do agente causador. Síndromes superficiais: sarampo e doenças eruptivas similares; distúrbios da pele decorrente de agressão pelo vento, estágios iniciais de dores e inchaços decorrentes de vento umidade. Contra Indicações: A sudorificação só deve ser empregada em casos onde o FPE encontre-se ainda na superfície do corpo (estágios iniciais), em casos de aprofundamento com sintomas interiores tais como tosse produtiva, constipação ou diarreia, diminuição ou desaparecimento dos calafrios, aprofundamento do pulso, e saburra da língua, tal método não deve ser empregado. Ervas com esta ação: São empregadas para a sudorificação, ervas sudoríficas que resolvem condições externas ou superficiais, (que abrem a superfície). Vomificação: Trata-se da eliminação do Qi patogênico ou produtos patológicos do mesmo (fleuma) pela parte superior do corpo. 33 Ação Terapêutica: Provoca o contrafluxo do Qi do estômago (vomito), ou através do pulmão (expectoração) e, com isso promove a expulsão do Qi patogênico que se encontra no aquecedor médio ou superior, que não pode ser expelido através da purgação, evitando que a energia perversa avance para outros órgãos e aquecedores. No capítulo 5 do Su Wen está escrito: “quando uma doença está localizada na parte superior do corpo deve ser expulsa pela boca.” Indicações: Pode ser empregada em casos onde o Qi patogênico penetrou na parte superior do corpo atingindo o Pulmão, causando excesso e estagnação locais. Também é empregada quando o paciente ingere venenos ou comidas túrbidas, alimentos estagnados (intoxicaçãoalimentar). Contra Indicações: não deve ser utilizada em quadros de fleuma e umidade no aquecedor médio que são resultantes de uma deficiência do Qi do Baço, pois enfraquecerá ainda mais o Zang; Nem em casos de tosse e dispneia do Qi do Pulmão, pois por ser um método drástico e dispersante, enfraquece muito a energia dos zang- fu envolvidos. Ervas com esta ação: para os casos de excesso e acúmulos no aquecedor superior, usam-se ervas que transformam a fleuma e aliviam a tosse. Para casos de acumulo no estômago, são as ervas que promovem o contrafluxo do Qi do estômago, ou as Eméticas. Purgação: Consiste na eliminação do Fator patogênico ou produto biológico através das partes baixas do corpo. Ação Terapêutica: método que expele produtos patológicos e Qi patogênico pelos orifícios inferiores (uretra e anus), junto da urina e fezes. Desta forma. As ervas drenam os excessos, expelindo-os com a turbidez (fezes e urina). Indicações: Indicadas para síndromes onde existem produtos patológicos e Qi patogênico nos zang-fu, com sintomas como: plenitude abdominal e torácica que pioram com a pressão, acúmulo de fluidos no tórax e abdome, edema nos membros inferiores, dificuldade para evacuar ou urinar, Constipação, fezes ressecadas, acúmulo de frio, etc. Contra Indicações: Não deve ser usado em nenhum caso onde os sintomas descritos anteriormente sejam causados por deficiência energética, constituição fraca, gestantes, pós-parto, períodos menstruais, idosos, etc. Ervas com esta ação: Ervas que drenam para baixo (acumulo de fezes) , ervas que eliminam umidade (acumulo de líquidos), ervas digestivas (acumulo de alimentos). Harmonização / Regularização: Método que equilibra situações de deficiência e excesso ocorrendo concomitantemente em um mesmo paciente. Ação Terapêutica: na regularização as ervas atuam desfazendo bloqueios e permitindo que o Qi e sangue circulem harmonicamente nutrindo tecidos e órgãos, eliminando 34 assim os bloqueios ao longo do organismo. Atua também no desequilíbrio do Yin e Yang, em casos de calor e frio concomitantes. Indicações: Deve ser utilizada em casos de estagnação de Qi ou Xue, ou quando os FPE penetram no organismo e bloqueiam canais e colaterais, ocasionando Síndromes Bi. E nesses casos apresentam todos os sintomas típicos de estagnação associados ao fator etiológico em questão. Distúrbios localizados no meio: Interior exterior, depressão mental, dismenorreia e outros. . Contra Indicações: Praticamente não há contraindicações, uma vez que tal procedimento é amplamente utilizado em praticamente todos os padrões que podem evoluir em casos em que haja um desequilíbrio energético envolvido. Ervas com esta ação: Diversas ervas possuem esta ação, dentre elas as principais são as reguladoras de Qi ou reguladoras de Xue. Aquecimento / Calorificação: Quando as ervas atuam aquecendo o corpo. Ação Terapêutica: Ativam o Qi, suplementam o Yang (original), dilatam os vasos, faz com que mais Qi e Xue circulem no corpo promovendo assim o aquecimento. Indicações: Indicada sempre que houver síndrome de frio, ou por excesso de FPE, ou por deficiência de Yang, com sintomatologia característica de invasão de frio, Frio nos meridianos, frio nos aquecedores. Contra Indicações: Não deve ser utilizada em doenças de calor, e em casos de calor e frio alternantes deve ser utilizada com muita cautela. Ervas com esta ação: Ervas tônicas de Yang, e que aquecem o interior e eliminam o Frio. Refrescante / Purificação: Método que refresca o calor, atuando também na eliminação do calor tóxico acumulado no organismo. Ação Terapêutica: Refresca o calor através do resfriamento ou drenagem do calor, e também pela suplementação dos líquidos corpóreos que controlam o calor. Indicações: Doenças de calor, mas especificamente as que são causadas por calor em excesso, e não por deficiência de Yin (onde o método indicado é a tonificação). Resolvendo assim os sintomas típicos de excesso de calor orgânico. Calor interior, calor em qualquer órgão, febres, etc Contra Indicações: Contraindicados em casos de frio, e deve se tomar cuidado para casos de deficiência de Baço, pois as ervas frias tendem a consumir o Qi de BP, agravando assim os sintomas típicos deste Zang. Ervas com esta ação: Ervas que limpam ou purificam o calor, ou as que drenam umidade calor. 35 Tonificação: Método que reforça Qi, Xue, Yin e Yang dos Zang Fu. Ação Terapêutica: Promove a suplementação das substâncias vitais, pondo o organismo em estado pleno de Qi e Xue. Indicações: Empregada em síndromes de deficiência e sintomas característicos de acordo com as estruturas envolvidas. Contra Indicações: Não deve ser empregada em condições de excesso, onde pode ser causado mais excesso. Em casos de obstrução no fluxo do Qi e Xue, em primeiro lugar devemos utilizar a harmonização (regulação) para em seguida tonificar. Avaliar também a condição energética de transformação de BP/E. Ervas com esta ação: Ervas tônicas de Qi, Xue, Yin e Yang Dispersão: Método que provoca a redução da atividade do Qi e também a dispersão de acúmulos. Ação Terapêutica: Conforme o Su Wen, “Dispersar é rachar o duro, dispersar aquilo que está acumulado.” Atua desacelerando ou acelerando o Qi, e desfazendo acúmulos. Indicações: Indicada para as síndromes de excesso e principalmente síndromes de Estagnação do Fígado e de estagnação de Qi e Xue de um modo geral, com sintomatologia típica de quadros de estagnação. Utilização: estagnação de Qi ou Xue, estagnação de alimentos, fleuma, parasitose, abcessos. Contra Indicações: Síndromes de deficiência, vai lentificar a atividade do Qi, piorando o quadro em questão. Ervas com esta ação: Ervas que promovem a circulação de Qi e Xue, as tranquilizantes, que acalmam o espírito, que extinguem o vento, etc. Consolidação ou Contenção: Ação Terapêutica: Evita a perda de substâncias fundamentais. Indicações: evitar a perda de substâncias vitais tais como Qi e Xue, fluidos corpóreos, através de sudação excessiva, poliúria; Essência (emissão seminal). Contra Indicações: Casos de contenção de calor tóxico, ou intoxicação alimentar. Ervas com esta ação: Adstringentes ou Hemostáticas. 36 Condições Externas: As prioridades para o tratamento de condições exteriores, não dependem somente das ervas, mas também dos procedimentos a serem utilizados. E usada tanto para doenças de exterior (FPE), quanto traumas, invasão localizada de FP, Síndrome Bi, bem como para as manifestações cutâneas provenientes de uma condição interior com manifestação no exterior (pele), tais como psoríase, eczema atópico, etc. Fumigação: Trata-se de um procedimento no qual as ervas são queimadas ou aquecidas em solução aquosa para a produção de fumaça ou vapores terapêuticos. A Fumigação é considerada primariamente um procedimento amornante, indicado para doenças de frio. A aplicação de Moxabustão, feita na Acupuntura é um exemplo de um procedimento de fumigação. Banhos: Consiste na imersão total ou parcial do corpo em solução ou suspensão aquosa de ervas. Os banhos podem ser quentes (para amornar), ou frios (para refrescar). Indicados para afecções cutâneas ou reumatismos causados por umidade exterior. Embebição: Consiste em preparar ervas, após pulverizadas em veículos oleosos ou pegajosos, transformando tudo em uma espécie de creme, ou pomada, utilizando lanolina, mel e vinho de arroz. A embebição além de tratar