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28/10/2014 1 GENÉTICA HUMANA AULA 9 – Estudo dos cromossomos Aberrações estruturais Aberrações Cromossômicas Estruturais • As aberrações cromossômicas estruturais são alterações que não modificam a quantidade de cromossomos de uma célula, mas determinam o aparecimento de cromossomos anormais. • Durante a meiose ocorrem fraturas cromossômicas e, normalmente, as partes fraturadas são novamente soldadas ou, então, permutadas. Às vezes, porém, os segmentos fraturados se perdem ou se soldam erradamente. • O cromossomo com a deficiência pareia de forma anormal com seu homólogo que não sofreu alteração, afetando o andamento do processo meiótico e resultando nas aberrações cromossômicas estruturais. • São causadas por uma predisposição genética para a não disjunção ou por fatores externos (radiação, drogas e virus) que induzem quebras cromossômicas • Tais aberrações quase sempre implicam em problemas sérios. A gravidade das manifestações de uma deficiência depende dos genes alterados. 28/10/2014 2 Aberrações cromossômicas estruturais • Ocorrem quando os cromossomos se quebram e os fragmentos resultantes se unem de qualquer maneira. • Quando os fragmentos não se unem exatamente como estavam antes, originam-se cromossomos estruturalmente alterados. • As conseqüências variam de acordo com o tipo de alteração: Há alteração no número de genes Deleção Duplicação Há alteração na localização dos genes Inversão Translocação Deleção • É a perda de uma parte do cromossomo. Segundo a posição, a deficiência pode ser terminal (simples quebra e perda da extremidade) ou intersticial (dupla quebra e perda de um segmento interno). • As terminais são mais raras que as intersticiais. 28/10/2014 3 • A deleção pode ser originada de uma volta, seguida de uma ruptura, • Os fragmentos que permanecem com o centrômetro passam a funcionar como cromossomos deficientes. Os pedaços que não contiverem o centrômetro irão perder-se, pois, na mitose, eles não podem prender-se às fibras do fuso. • As deleções representam perda de genes e só permitem a sobrevivência se forem diminutas, ou incidirem em material cromossômico de pouca importância. Por exemplo: Na mulher, a perda de parte de um cromossomo X não é letal porque, de qualquer modo, um dos cromossomos X das fêmeas dos mamíferos é praticamente inativo. No homem, existe um caso de deficiência autossômica que determina a leucemia mielóide crônica, uma variedade de câncer. Nesse caso, os pacientes têm 46 cromossomos, mas um dos que pertencem ao grupo 22 é menor. Tal cromossomo é conhecido como cromossomo de Philadelphia. 28/10/2014 4 SÍNDROME DE CRI-DU-CHAT OU MIADO DE GATO • Resultante da falta de um fragmento do braço curto do cromossomo 5. • Caracterizada por retardo mental, microcefalia, hipotrofia muscular, aspecto arredondado da face, presença de dobras nos olhos e de choro semelhante a um miado de gato (devido a alterações na laringe). 28/10/2014 5 Deleção e imprinting genômico • Com relação aos genes autossômicos, os machos e as fêmeas contribuem com o mesmo número de genes, • Entretanto, a expressão de alguns genes é significativamente diferente por sua origem parental. Esse fenômeno, a expressão diferencial do material genético dependendo de se herdado do pai ou da mãe, é chamado de imprinting genômico. • O imprinting genômico é implicado em vários distúrbios humanos como, por exemplo, nos resultantes de deleção no cromossomo 15 herdado do pai ou herdado da mãe Imprinting genômico = manifestação fenotípica depende da origem parental de um cromossomo ou de um gene DELEÇÃO PRESENTE DO CROMOSSOMO 15 do pai Síndrome de Prader-Willi (46XX, 15q- ou 46XY, 15q-) Hipotonia grave, Dificuldades de alimentação nos primeiros meses de vida (sucção e deglutição quase ausentes), Retardo mental, Atraso psicomotora, Atraso na idade óssea, Mãos e pés pequenos, Diabetes na adolescência, Polifagia e Obesidade da mãe Síndrome de Angelman (46XX, 15q- ou 46XY, 15q-) Retardo mental grave, Peso e altura abaixo do normal, face semelhante a um boneco feliz, Desordens no movimento e equilíbrio, Riso e choro imotivados 28/10/2014 6 Duplicação • É a presença de uma parte em duplicata no cromossomo, de maneira que a mesma sequência de genes aparece duas vezes. • A duplicação resulta da inclusão, em um cromossomo, de um pedaço extra proveniente do seu homólogo, o qual fica, portanto, com uma deficiência. • Não se trata de uma simples permuta, este tipo de alteração resulta de uma troca de pedaços desiguais entre homólogos. Aberração por Duplicação e Deficiência • Enquanto os homólogos aberrantes permanecem na mesma célula, o conjunto gênico total continua inalterado, pois a duplicação existente num dos cromossomos compensa a deficiência do outro. • Entretanto, os homólogos se separam durante a meiose, de modo que os gametas resultantes ficarão com excesso ou com falta de material hereditário. 28/10/2014 7 Os isocromossomos • Os isocromossomos são cromossomos que mostram, simultaneamente, um braço com deficiência total e outro com duplicação completa. • Tais cromossomos aparecem por divisão longitudinal e não transversal do centrômetro. Inversão • A inversão consiste em duas fraturas cromossômicas seguidas da reconstituição com o pedaço invertido (o segmento gira 180o) entre as mesmas. se envolve o centrômero, ela é pericêntrica; Se ocorre em um único braço do cromossomo é chamada de paracêntrica. 28/10/2014 8 Translocação • A translocação é a transferência de parte de um cromossomo para outro, geralmente não homólogo. • Podem ser: Recíprocas: há troca de segmentos entre os cromossomos que sofreram quebras. Não - recíprocas: o segmento de um cromossomo liga-se a outro sem que, no entanto, haja troca entre eles. Aberração por translocação Tipos de translocação A quebra de um cromossomo produz um fragmento sem centrômero (acêntrico) e outro com centrômero (cêntrico) Cada fragmento acêntrico se solda a um fragmento cêntrico, recompondo dois cromossomos que têm centrômero Os fragmentos cêntricos se soldam um ao outro e os acêntricos também se juntam: um dos cromossomos translocados fica dicêntrico (com 2 centrômeros) e outro fica acêntrico. Raras em humanos: o cromossomo acêntrico tende a perder-se e o dicêntrico tende a romper- se, pois na anáfase os dois centrômeros podem migrar para os polos opostos. 28/10/2014 9 Translocação Robertsoniana • Recebe este nome do geneticista norte-americano W. R. B. Robertson, que foi o primeiro a observar este processo em 1916 •Dois cromossomos acrocêntricos sofrem quebras nas regiões centroméricas, havendo troca de braços cromossômicos inteiros • Esta translocação ocorre nos cinco pares de cromossomos humanos que são acrocêntricos: 13, 14, 15, 21 e 22. Síndrome de Down (SD) por translocação • Em 3 a 4% dos casos de SD, o cromossomo 21 extra está ligado, por translocação a outro cromossomo, frequentemente ao 14. Cariótipo de uma pessoa com síndrome de Down causada por uma translocação Robertsoniana, que gerou uma trissomia do cromossomo 21. 28/10/2014 10 • Quando ocorre a meiose, o cromossomo translocado (t(14,21)) se emparelha com o cromossomo 14, enquanto que o cromossomo21 fica sozinho, resultando em quatro tipos de gameta, com quatro possibilidades diferentes de fecundação: gametas com um cromossomo t(14,21) e um cromossomo 21, neste caso o filho terá a Síndrome de Down por translocação, com cariótipo 46, XX, -14, +t(14,21) ou 46, XY, -14, +t(14,21). gametas com um cromossomo t(14,21) e nenhum 21, neste caso o filho terá fenótipo normal, sendo, porém, portador da translocação gametas com um cromossomo 14 e um cromossomo 21, neste caso o filho terá genótipo normal gametas com um cromossomo 14 e nenhum 21, neste caso o feto não será viável Emparelham na meiose t (14;21) / 14 21 / 0 gametas T (14;21) e 21 T (14;21) e 0 14 e 21 14 e 0 Resultado da fecundação SD Normal portador normal inviável • Em cerca de 3/4 dos pacientes com SD, a translocação não está presente num dos genitores, mas é decorrente de um erro durante a gametogênese de um deles, originando um óvulo ou um espermatozóide translocado. Nestes casos o risco de recorrência para nascimento de outros filhos afetados é de 2 a 3%. • Quando é a mãe a portadora da translocação, há um risco de 12% dela ter outra criança com SD e, quando é o pai, um risco de 3%. A razão deste fato ainda não está esclarecida. Sempre que uma criança apresentar SD devido a translocação é indicada a realização do cariótipo dos pais. • Portadores da SD devido a translocações são indistinguíveis daqueles com trissomia livre. • Não há relação entre translocação cromossômica e idade materna. 28/10/2014 11 As aberrações cromossômicas estruturais 28/10/2014 12 Próxima aula: Método dos gêmeos: definição de gêmeos monozigóticos e dizigóticos; interpretação de valores estimados do grau de concordância entre gêmeos monozigóticos separados ao nascimento e da herdabilidade para traços psicológicos normais e patológicos. Leitura: OTTO, P. G. ; OTTO, P. A.; FROTA-PESSOA, O. Genética Humana e Clínica. 2ª ed. São Paulo: Ed. Roca, 2004.
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