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PESSOAS JURÍDICAS

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DAS PESSOAS JURÍDICAS
O homem é um ser eminentemente social; Nem sempre as necessidades e os interesses do individuo podem ser atendidos sem a participação e cooperação de outras pessoas, em razão das limitações individuais. 
O Direito não podia ignorar essas unidades coletivas e passou então a disciplina-las para que possam participar da vida jurídica como sujeitos de direitos a exemplo das pessoas naturais, dotando-as, para esse fim, de personalidade própria. 
“Só se efetiva se a ordem jurídica atribui personalidade ao grupo, permitindo que atue em nome próprio, com capacidade jurídica igual à das pessoas naturais” 
Pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou de bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma de lei, para consecução de fins comuns. -> Capacitados a serem sujeitos de direitos e obrigações. 
NATUREZA JURÍDICA
Teorias que negam a existência da pessoa jurídica = teorias negativistas (não aceitam a personalidade própria)
Teorias afirmativas:
Teorias da ficção – Teoria da ficção legal (a pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois SOMENTE a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos subjetivos) e teoria da ficção doutrinária (a pessoa jurídica não tem existência real, só intelectual, ou seja, na inteligência dos juristas) -> ESSAS TEORIAS NÃO SÃO ACEITAS.
Teorias da realidade = As pessoas jurídicas são realidades vivas e não mera abstração, tendo existência própria como os indivíduos. Dá origem há várias concepções:
- Teoria da realidade objetiva ou orgânica = A pessoa jurídica é uma realidade sociológica; Ser com vida própria; Passa ter existência própria diferente da de seus membros.
Crítica: Não esclarece como os grupos sociais que não têm vida própria e personalidade, que é característica do ser humano, podem adquiri-la e se tornarem sujeitos de direitos e obrigações. 
- Teoria da realidade jurídica ou institucionalista = Considera as pessoas jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício e por isso personificadas. 
Crítica: Nada esclarece sobre as sociedades que se organizam sem a finalidade de prestar um serviço ou de preencher um oficio, nem sobre aquelas infensas ao poder autonormativo do grupo, como as fundações, cuja constituição decorre fundamentalmente da vontade do instituidor. 
Teoria da realidade técnica – Forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos, que se unem na busca de fins determinados. A personificação é atribuída a grupos em que a lei reconhece vontade e objetivos próprios. A personalidade jurídica é portanto, um atributo que o Estado defere a certas entidades havidas como merecedoras dessa benesse. É a que melhor explica o fenômeno pelo qual um grupo de pessoas, com objetivos comuns, pode ter personalidade própria, que não se confunde com a de cada um de seus membros e portanto, a que melhor segurança oferece.
REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
A FORMAÇÃO EXIGE:
- Pluralidade de pessoas ou bens (elemento material)
- Um finalidade (elemento material)
- Um ato constitutivo (elemento formal)
- Registro no órgão competente (elemento formal)
Os quatro requisitos para a constituição da pessoa jurídica:
Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta de seus membros) -> no ato de constituição e deve ser escrito
Elaboração do ato constitutivo (estatuto ou contrato social) -> requisito formal exigido pela lei e se denomina estatuto, em se tratando de associações, que não tem fins lucrativos; contrato social, no caso de sociedades, simples ou empresarias. 
Registro do ato constitutivo no órgão competente -> O ato constitutivo deve ser levado a registro para que comece então a existência legal da pessoa jurídica de direito privado, antes do registro não passará de “sociedade não personificada” ou “sociedade de fato”.
Liceidade de seu objetivo -> Indispensavel para a formação da pessoa jurídica. Deve ser ele TAMBÉM, determinado e possível.
Objetivo das:
- Sociedades em geral = é o lucro pelo exercício da atividade.
- Fundações = os fins só podem se religiosos, morais, culturais ou de assistência (CC, art. 62).
- Associações de fins não econômicos (art. 53) = cultural, educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa, moral, etc.
OBJETIVOS ILÍCITOS OU NOCIVOS CONSTITUEM CAUSA DA EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA (art. 69). 
COMEÇO DA EXISTÊNCIA LEGAL.
- O contrato social é a convenção por meio da qual duas ou mais pessoas se obrigam reciprocamente a conjugar esforços, contribuindo, com bens ou serviços, para a consecução de fim comum mediante o exercício de atividade econômica, e partilhar, entre si os resultados.
- A declaração de vontade pode revestir-se de forma publica o particular (CC, art. 997), EXCETO no caso das fundações que só podem ser criadas por escritura publica ou testamento.
- Empresas estrangeiras dependente também da autorização do Governo Federal. 
- A existência legal das pessoas jurídicas SÓ COMEÇA EFETIVAMENTE COM O REGISTRO DE SEU CONSTITUTIVO NO ÓRGÃO COMPETENTE (CC, art. 45)
O REGISTRO:
Contrato social de uma sociedade empresarial = Junta Comercial
Os estatutos e os atos constitutivos = Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas,
Advogados = OAB 
O registro no órgão competente além de servir de prova tem pois natureza constitutiva, por ser atributivo da personalidade, da capacidade jurídica. 
A capacidade jurídica adquirida com o registro estende-se a todos os campos do direito.
SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO
Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada irregular, mera associação ou sociedade de fato.
Com o registro: começa existência legal; aptidão para ser sujeito de direito e obrigações; capacidade patrimonial; e patrimônio que não se confunde com o de seus membros
Na sociedade registrada regularmente, a responsabilidade dos sócios será sempre subsidiária, mesmo que ilimitada, isto é, tirante a do sócio que atua como representante da sociedade empresária irregular, em todas as demais situações a regra é de subsidiariedade.
A responsabilidade incidente sobre o acerve repercute no patrimônio dos sócios, confundindo-se os direitos e obrigações daquelas com o destes (sociedade irregular). 
Por não serem sujeitos de direitos, não podem em seu nome figurar como parte em contrato de compra e venda de imóvel, nem praticar ato extrajudiciais que impliquem alienação de imóveis, porque o Registro Imobiliário não poderá proceder ao registro.
GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Nem todo grupo social constituído de fim comum é dotado de personalidade. 
São entidades que se forma independentemente da vontade dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que os vincule a determinados bens, sem que haja a affectio societatis. 
Destacam-se: a família (a mais importante não personificada); a massa falida (assim passa ser denominado o acervo de bens pertencentes ao falido, após a sentença declaratória de falência decretando a perda do direito a administração e a disposição do referido patrimônio, bem como o ente despersonalizado voltado a defesa dos interesses gerais do credores. ; as heranças jacente e vacante (constituem o conjunto de bens deixado pelo cujus, enquanto não entregue a sucessor devidamente habilitado. Quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamente e não há conhecimento da existência de algum herdeira, diz-se que a herança é JACENTE, não tem personalidade juridica, apenas um acervo de bens administrado por um curador até a habilitação dos herdeiros, serão declarados VACANTES os bens da herança jacente se promovida a arrecadação e praticadas todas as exigências legais não aparecerem herdeiros ou se todos os chamados a suceder a ela renunciarem; o espólio (complexo de direitos e obrigações do falecido, abrangendo bens de toda natureza, surge com a abertura da sucessão, sendo representada no inventario inicialmente, ativa e passivamente,pelo administrador provisório, até a nomeação do inventariante. Com a partilha desaparece a figura do espólio; as sociedades sem personalidade juridica, denominadas de fato ou irregulares (não tem existência legal); o condomínio.
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
Quanto á nacionalidade divide-se em nacional e estrangeira (não pode sem a autorização do Poder Executivo funcionar no país)
Quanto a estrutura interna: CORPORAÇÕES (conjunto de pessoas reunidas para melhor consecução de seus objetivos. Na fundação o aspecto dominante é o material: compõe-se de um patrimônio personalizado, destinado a um determinado fim. Visam a realização de fins internos, estabelecidos pelos sócios, objetivos e interesses voltados para o bem-estar dos membros) se dividem em Associações (NÃO tem fins lucrativos, mas religiosos, morais, culturais, assistências, desportivos ou recreativos), Sociedades Simples (tem fim econômico e visam o lucro que deve ser distribuído entre os sócios) e Sociedades empresarias (visam também o lucro, têm por objetivo o exercício da atividade própria de empresário sujeito ao registro prévio). FUNDAÇÕES (constituem um acervo de bens que recebe personalidade para a realização de fins determinados. Compõe- se de dois elementos: o patrimônio e o fim (estabelecido pelo instituído e NÃO lucrativo).
 Quanto a função ou à órbita de sua atuação, as pessoas jurídicas se dividem em: de direito publico e direito privado. 
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
São pessoas jurídicas de direito privado:
As associações (fim não econômico); as sociedades (fim econômico); as fundações (fim não econômico); as organizações religiosas; partidos políticos; e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
- As associações
São pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que reúnem seus esforços para a realização de fins não econômicos.
Não há entre os membros da associação, direitos e obrigações recíprocos, nem intenção de dividir resultados, sendo os objetivos altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes, religiosos, educativos, culturais, políticos, esportivos ou recreativos. 
A circunstancia de uma associação eventualmente realizar negócios para manter ou aumentar seu patrimônio, sem toda vida, proporcionar ganhos aos associados não a desnatura, sendo comum a existência de entidades recreativas que mantém serviço de venda de refeições aos associados, de cooperativas que fornecem gêneros alimentícios e conveniências a seus integrantes, bem como agremiações esportivas que vendem uniformes a seus componentes. 
O que deve ser vedado é que essas atividades tenham finalidade lucrativas. 
O art. 54 do Código Civil dispõe que o estatuto das associações conterá sob pena de nulidade. 
O associado pode se retirar a qualquer momento, sem necessidade de justificar o pedido, poi “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado” (CF, art. 5º, XX)
Compete privativamente à assembleia geral: “ I – eleger os administradores; II – destituir os administradores; III – aprovar as contas; VI – alterar o estatuto”. (art. 59)
O art. 55 do aludido diploma estabelece que os associados deve ter direitos iguais, mas acrescenta que o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. 
 A qualidade de associado, segundo prescreve o art. 56 do Código “é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”. Poderá este, portanto autorizar a transmissão, por ato inter vivos ou causa mortis. 
Em caso de dissolução da associação, os bens remanescentes serão destinados “à entidade de fins não econômico designada no estatuto ou omisso este, por deliberação dos associados, a instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes” (CC, art. 61). 
- As sociedades 
Celebram contrato de se sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica e a partilha entre si, dos resultados. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
As sociedades podem ser simples e empresárias. “Com a instituição da sociedade simples, cria-se um modelo jurídico capaz de dar abrigo ao amplo espectro das atividades de fins econômicos não empresariais, com disposições de valor supletivo para todos os tipos de sociedade” Miguel Reale. Como é a própria pessoa jurídica a empresaria – e não os seus sócios – o correto é falar-se “sociedade empresária” e não “sociedade empresária”.
As sociedades simples são constituídas, em geral, por profissionais que atuam em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos (clinicas medicas, escritórios de advocacia, instituições de ensino, etc.) e têm fim econômico ou lucrativo. 
As sociedades empresárias também visam lucro, mas distinguem-se das sociedades simples porque tem por objetivo o exercício da atividade própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do Código Civil.
As sociedades empresárias assumem as formas de: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em comandita por ações, sociedade limitada, sociedade anônima ou por ações (art. 1039 a 1.092).
- As fundações 
As fundações constituem um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a realização de fins determinados, de interesse publico, de modo permanente e estável. Decorrem da vontade de uma pessoa, o INSTITUIDOR, e seus fins, de natureza, religiosa, moral, cultural ou assistencial, são IMÚTAVEIS. 
As fundações podem ser particulares e públicas.
A fundação compõe-se assim, de dois elementos: o patrimônio e o fim. Este é estabelecido pelo instituidor e não pode ser lucrativo, mas social, de interesse público. 
A necessidade de que os bens sejam livre é intuitiva, pois a incidência de qualquer ônus ou encargo sobre eles colocaria em risco a própria existência da instituição, na eventualidade de se desfalcarem ou virem a desaparecer, frustrando a realização de seus objetivos.
A constituição da fundação se desdobra em quatro fases:
A do ato de dotação ou ide instituição que compreende a reserva ou destinação de bens livres, com indicação dos fins a que se destinam e a maneira de administrá-los. Far-se-á por ato inter vivos (escritura pública) ou causa mortis (testamento). Pode o instituidor, enquanto fundação não adquirir personalidade pelo registro de seu estatuo, revogar a dotação formalizada por escritura publica, visto que até então os bens permanecem em seu patrimônio. Se o meio utilizado for o testamento, pode também o instituidor, nessa hipótese, revogá-lo. Denota-se a intenção de respeitar a vontade do instituidor. Se a fundação por ele idealizada não puder ser concretizada por esse motivo, os bens a ela destinados serão aproveitados em outra instituição do mesmo fim, dando-lhe eficácia ou incrementando o seu patrimônio (art. 63). O patrimônio da fundação pode ser constituído por diversas espécies de bens, devendo o instituidor, feita dotação por escritura pública, transferir-lhes a propriedade ou outro direito real, sobre eles, sob pena de serem registrados em nome dela por mandado judicial (CC, art. 64). Ficará o bem no patrimônio do instituidor, até o momento em que se operar a constituição da pessoa jurídica da fundação. 
A da elaboração do estatuto, que pode ser direta ou própria (pelo próprio instituidor) ou fiduciária (por pessoa de sua confiança, por ele, designada). (art. 65). O instituidor pode, assim, elaborar o estatuo por inteiro como pode formular apenas as bases, ou seja, as clausulas gerais que deverão ser desenvolvidas pelo administrador que aceitou a incumbência. Se o instituidor não elabora o estatuto, nem indica quem deverá fazer, o MP poderá tomar a iniciativa. O mesmo acontecerá se a pessoa designada não cumprir o referido encargo no prazo que lhe foi assinado pelo instituidor ou não havendo prazo, dentro de 180 dias (CPC, art. 1202 e CC, art. 65).
A da aprovação do estatuto. O estatuo é encaminhado ao MP Estadual da localidade que é a autoridadecompetente a que se refere o art. 65 do CC, para aprovação. Antes, verificará se o objeto é lícito (CC, arts. 65,66 e 69; LRP, art. 155), se foram observadas as bases fixadas pelo instituidor e se os bens são suficientes. O MP em quinze dias aprovará o estatuo, indicará modificações que entender necessárias ou lhe denegará aprovação. O juiz, antes de suprir a aprovação, poderá também fazer modificações no estatuto, a fim de adaptá-la aos fins pretendidos pelo instituidor. Qualquer alteração no estatuto deve ser submetida à aprovação do MP, devendo-se observar os requisitos exigidos no art. 67 do CC. Os fins ou objetivos da fundação NÃO podem todavia, ser modificados, nem mesmo pela vontade unanima de seus dirigentes. São INALTERAVEIS, porque somente o instituidor pode especificá-los e sua vontade deve ser prestigiada (CC, art. 62). Não podem aqueles também alienar, por qualquer forma, os bens da fundação que são inalienáveis, porque sua existência é que assegura a concretização dos fins visados pelo instituidor, salvo determinação em sentido diferente do instituidor. Mas a inalienabilidade NÃO é absoluta. Comprovada a necessidade da alienação, pode ser esta, em casos especiais, autorizada pelo juiz competente, com audiência do MP, aplicando-se o produto da venda na própria fundação, em outros bens destinados a consecução de seus fins, de acordo com a jurisprudência. Feita sem autorização judicial é NULA. Com autorização judicial pode ser feita, ainda que inalienabilidade tenha sido imposta pelo instituidor. Se a alteração estatuária não houver sido aprovada por unanimidade “os administradores da fundação, ao submeterem o estatuo ao órgão do MP, requererão que se dê ciência a minoria vencida para impugná-la se quiser em dez dias” (CC, art. 68) . Poderão os vencidos arguir, por exemplo, além de eventual nulidade, a desnecessidade da alteração que ela contraria os findas da fundação ou causa prejuízo à instituição. Permite-se assim que o Judiciário exerça o controle da legalidade do ato, visto que ao MP compete apenas o dever de fiscalizar e não o direito de decidir. O MINISTÉRIO PÚBLICO, ENCARREGADO DE VELAR PELAS FUNDAÇOES (CC, art. 66) poderá propor medidas judiciais para remover o improbo administrador da fundação ou lhe pedir contas que está obrigado a prestar.
A do registro que se faz no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. É INDISPENSÁVEL, POIS SÓ COM ELE A FUNDAÇÃ O COMEÇA A TER EXISTÊNCIA LEGAL. As fundações extinguem-se em dois casos: a) se se tornar ilícitas (nociva), impossível ou inútil sua finalidade; b) se vencer o prazo de sua existência (CC, art. 69). A primeira hipótese é rara, mas poderá ocorrer se houver grave e criminoso desvio de finalidade ou mudança no ordenamento jurídico, mudando algo de lícito para ilícito. A impossibilidade decorre de problemas financeiros, a inutilidade quando a finalidade já foi consumada. A lei não estabelece prazo para a duração da fundação, mas o instituidor pode fixa-lo. Com a extinção da fundação, o patrimônio terá o destino previsto pelo instituidor no ato constitutivo. Se não foi feita essa previsão, o art. 69 determina que seja incorporado em outra fundação. Se não houver nenhuma fundação de fim semelhante a doutrina entende que os bens serão declarados vagos e passarão então ao Município ou ao Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União
- As organizações religiosas 
Uma entidade religiosa não pode limitar-se a ter apenas um fim, pois a sua própria manutenção já presume movimento financeiro. Sendo destinadas a culto e à adoração, não as possuem apenas as características de atividades humanas cujo objetivo é a satisfação de interesses e necessidades terrenas, materiais.
São aplicadas as normas referentes às associações, mas apenas naquilo que houver compatibilidade. 
- Partidos políticos 
Seus fins são políticos, não se caracterizado pelo fim econômico ou não. Assim, não podem ser associações ou sociedades, nem fundações porque não tem fim cultural, assistencial, moral ou religioso. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Permite tal teoria que o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsidere o principio de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros e os efeitos dessa autonomia, para atingir e vincular os bens particulares dos ócios à satisfação das dividas da sociedade. 
Despersonalização é diferente da desconsideração. A primeira acarreta a dissolução da pessoa jurídica ou a cassação da autorização para seu funcionamento, enquanto na segunda “subsiste o principio da autonomia subjetiva da pessoa coletiva, distinta da pessoa de seus sócios ou componentes, mas essa distinção é afastada, provisoriamente e tão só para o caso concreto. 
O primeiro diploma a tratar disso foi o Código de Defesa do Consumidor que no art. 28 e seus parágrafos autoriza o juiz a desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, “em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração de lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou com trato social”, bem como nos casos de “falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração”
A doutrina e a jurisprudência reconhecem a existência de duas teorias no direito brasileiro sobre a teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
A “teoria maior” que prestigia a contribuição doutrinaria em que a comprovação da fraude e do abuso por parte dos sócios constitui requisito para que o juiz possa ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas.
A “teoria menor”, que considera o simples prejuízo do credo motivo suficiente para a desconsideração. Esta última não se preocupa em verificar se houve ou não utilização fraudulenta do principio da autonomia patrimonial, nem se houve ou não abuso da personalidade jurídica. Se a sociedade não possui patrimônio, mas o sócio é solvente, isso basta para responsabilizá-lo por obrigações daquela. 
A teoria maior por sua vez divide-se em objetiva e subjetiva. Para a primeira, a confusão patrimonial constitui o pressuposto necessário e suficiente da desconsideração. Basta, para tanto a constatação da existência de bens de sócio registrados em nome da sociedade e vice-versa. A teoria, subjetiva, todavia, não prescinde do elemento anímico, presente nas hipóteses de desvio de finalidade e fraude. É pressuposta inafastável para a desconsideração o abuso da personalidade jurídica. O pressuposta da desconsideração encontra-se principalmente na confusão patrimonial. 
Configura-se a confusão patrimonial quando a sociedade paga dividas do sócio ou este recebe créditos dela, ou o inverso, a existência de bens de sócio registrados em nome da sociedade e vice-versa. Ela não exaure as hipóteses em que cabe a desconsideração, na medida em que nem todas as fraudes se traduzem em confusão patrimonial.
RESPONASABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS
A responsabilidade jurídica por danos em geral pode ser penal e civil.
Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado. 
A responsabilidade, no âmbito civil, pode ser contratual e extracontratual, sendo para esse fim equiparada à pessoa natural. Na órbita contratual essa responsabilidade caráter patrimonial emerge do art. 389 do Código Civil.
No campo extracontratual aa responsabilidade delitual ou aquiliana provém dos arts. 186, 187 e 927 bem como dos arts. 932, III e 933 do Código Civil que reprimem a prática de atos ilícitos e estabelecem, para o seu autor a obrigação de reparar o prejuízo causado, impodo a todos, indiretamente, o dever de não lesar outrem.
Só responde pelo dano, em principio, aquele que lhe der causa. 
Toda pessoa jurídica de direito privado, tenha ou não fins lucrativos, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e os seus fins (corporações e fundações). Sobreleve a preocupação em não deixar o dana irressarcido. Responde, assim, a pessoa jurídica civilmente pelos atos de seus dirigentes ouadministradores, bem como de seus empregados ou prepostos que, nessa qualidade, causem dano a outrem.
A pessoa jurídica de direito privado responde como preponente pelos atos de seus empregados ou prepostos (responsabilidade por fato de terceiro), como também pelos seus órgãos (diretores, administradores, assembleias, etc.) o que vai dar na responsabilidade direta ou por fato próprio. A responsabilidade direta da pessoa jurídica coexiste com a responsabilidade individual do órgão culposo. Em consequência, a vítima pode agir contra ambos. Já se decidiu que “o administrador de pessoa jurídica só responde civilmente pelos danos causados pela empresa a terceiro quando tiver agido com dolo ou culpa, ou ainda, com violação da lei ou dos estatutos”.
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO
“Se no plano do direito privado, o caso fortuito e a força maior se confundem nas suas consequências, para excluir igualmente a responsabilidade, diverso deve ser o tratamento dos dois institutos no âmbito da responsabilidade civil do Estado. Aqui se impõe – como adverte Themistacles Cavalcanti – a distinção entre o caso fortuito e força maior, porque, se a força maior decorre de um fato externo, estranho ao serviço, o caso fortuito provém do seu mau funcionamento, de uma causa interna, inerente ao próprio serviço; admite-se, por conseguinte, a exclusão da responsabilidade no caso de força maior, subsistindo, entretanto, no caso fortuito, por estar incluído este ultimo no risco do serviço” Yussef Said.
A constituição federal de 1988
“A pessoa jurídica de direito privado, na qualidade de concessionaria de serviço publico ,responde imediata a e diretamente pelos danos causados que as empresas contratadas causarem a terceiros, não se necessitando indagar da culpa ou dolo, pois sua responsabilidade está ancorada na culpa objetiva e surge do fato lesivo, conforme dispõe o ar 37, § 6º da CF. Desse modo o Estado responde apenas subidiarimanente, não solidariamente, pelos danos causados pela prestadora de serviços públicos, uma vez exauridos os recursos financeiros e patrimônio desta. A má escolha da entidade acarreta a responsabilidade subsidiaria do Estado, caso aquela se torne insolvente. 
Pode o Estado alegar, além da força maior (danos inevitáveis, decorrentes de fenômenos da natureza, como raio, tempestade, etc) da culpa da vitima, exclusiva ou concorrente, também o fato exclusivo de terceiro, pois a CF o responsabiliza objetivamente apenas pelos danos que os seus agentes causarem outrem, agindo nessa qualidade
Reponsabilidade por atos omissivos 
Cabe ação contra o Estado mesmo quando não se identifique o funcionário causador do dano, especialmente nas hipóteses de omissão da administração. Estes casos são chamados de “culpa anônima” da administração (enchentes em São Paulo que não foram solucionadas pelas diversas administrações por exemplo). 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
O ato de dissolução pode ocorrer d maneiras distintas
Convencional – por deliberação de seus membros, conforme quórum previsto nos estatutos ou na lei. A vontade humana criadora, hábil a gerar uma entidade com personalidade distinta e seus membros, é também capaz de extingui-la. No prazo determinado, quando houver “consenso unanime entre dos sócios”. Neste ultimo caso, se a minorai deseja que ela continue, impossível será a sua dissolução por via amigável. Por outro lado, a minoria não conseguirá dissolvê-la a não ser recorrendo às vias judiciais, quando haja causa de anulação da sua constituição, tenha-se exaurido o fim social ou se verifique a sua inexequibilidade. A falta de pluralidade de sócios “aplica-se nos casos em que a sociedade seja constituída, apenas, por dois sócios. Se um dos sócios vier a falecer ou se retirar voluntariamente, a sociedade poderá continuar existindo pelo prazo de 180 dias ou 6 meses. Findo esse prazo, se o quadro social não puder ou não for recomposto, com o ingresso de um novo sócio, a sociedade deve ser dissolvida”
Legal – em razão de motivo determinante na lei (art. 1028, II, 1033 e 1034), como, verbi gratia, a decretação da falência (Lei n. 11101 de 9-2-2005), a morte dos sócios (CC, art. 2028) ou desaparecimento do capital nas sociedades de fins lucrativos. AS associações que não os têm, não se extinguem pelo desaparecimento do capital. 
Administrativa – quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Poder Publico e esta é cassada (CC, art.1033) se por infração a disposição de ordem publica ou pratica de atos contrários aos fins declarados no seu estatuto (art 1125), seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade (art. 69)
Judicial – quando se configuram algum dos casos de dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se constituiu, mas continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo. 
O processo de extinção da pessoa jurídica realiza-se pela dissolução e pela liquidação. Esta refere-se ao patrimônio e concerne ao pagamento das dividas e à partilha entre os sócios. Se o destino dos bens não estiver previsto no ato constitutivo, a divisão e a partilha serão feitas de acordo com os princípios que regem a partilha dos bens da herança (CPC, art 1218)

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