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Resumo da Recria e Suplementação

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RESUMO SOBRE A AULA PASSADA - FASE DE RECRIA (14/02) 
 
Os bezerros são desmamados na época da seca, logo a fase de recria contem desafios nutricionais para os 
animais, pois passarão no mínimo 1 seca e no Brasil, normalmente submetemos eles a 2 secas. 
Na aula anterior falamos de crescimento, pois é na fase de recria onde se dá de modo geral o maior crescimento 
dos bovinos, pois é como se fosse a adolescência dessa espécie. 
Existem 2 tipos de crescimento: ALOMÉTRICO e COMPENSATÓRIO. Sendo que o alométrico é um tipo de 
crescimento fisiológico; e o 2º quando o animal é exposto a um estresse nutricional. O crescimento alométrico é 
um crescimento não isométrico dos tecidos corporais, então ele desenvolve diferentes tipos de tecido em 
diferentes fases da vida. O primeiro tecido a ser desenvolvido nos bovinos é o tecido nervoso, seguido pelo 
tecido ósseo, muscular e, por ultimo, adiposo. Na fase de recria é quando temos o maior crescimento do animal, 
e o tecido mais depositado nessa fase é o muscular, o que confere a esses bovinos uma melhor eficiência de 
ganho de peso. Comentamos na outra aula que o gasto energético para depositar proteína é cerca de 4 vezes 
menor do que para depositar gordura. 
Falamos também de outro tipo de crescimento chamado COMPENSATÓRIO ou GANHO COMPENSATÓRIO (G.C.), 
que pode ser classificado como: completo, parcial ou inexistente. Esse crescimento é o que confere ao bovino a 
habilidade de mesmo passando por uma restrição nutricional ou calórica eles conseguem recuperar o peso e 
chegar a uma mesma taxa de ganho ou a um mesmo peso que um bovino que não passou por uma restrição 
alimentar. 
Tipos de G.C.: 
o Completo: o animal vai atingir o mesmo peso na mesma idade que um animal que não passou por 
estresse nutricional; 
o Parcial: a taxa de ganho não é superior ao do animal, então ele cresce de modo compensatório mas 
não completamente; pode chegar ao mesmo peso só que mais tardiamente; 
o Inexistente: quando o animal não consegue, após aquela restrição calórica, chegar ao mesmo peso 
nunca. O que faz com que isso ocorra é a intensidade e a fase de quando isso ocorre. Lembra que 
vimos que em fazenda de gado leiteiro, os bezerros são apartados da mãe muito precocemente, 
então a restrição foi tão intensa que dificilmente aquele animal vai atingir o mesmo peso que um 
animal que não passou por isso. Inclusive até citamos que costumam chamar esses animais de 
"tucura" ou "gabiru" que são animais com crescimento muito menor, quando estão adultos. 
O crescimento compensatório tem algo haver com suplementação? Sim. Suplementação é a mesma coisa que 
confinamento? Não. Confinamento é alimentação em cocho. A fase de recria no Brasil tem característica de ser 
à pasto, então temos que suplementar o animal com nutrientes que ele necessita. Um colega afirmou que a 
suplementação é o que permite o animal exprimir o G.C., por quê? Se o animal é criado a pasto ele está 
submetido às variações na produção de forragem, então na época das águas tem muita comida e na seca pouca, 
além da forragem estar escassa é também de pouca qualidade, tendo uma redução no teor de proteína bruta na 
forragem. Vimos também o gráfico na aula passada com as situações de suplementação na 1ª ou 2ª seca. Qual a 
melhor opção? Suplementar na 2ª, pois se suplementar na 1ª ele chega mais pesado com uma exigência 
nutricional maior. Se ele chegar magrinho na 2ª ele tem mais energia liquida disponível pra ganho e ele 
consegue tem um G.C. Se pudermos suplementar na 1ª e na 2ª é ótimo, mas se tiver que optar só por uma, 
melhor na segunda. Se conseguir suplementar na 1ª e confinar na 2ª, melhor ainda, caindo o tempo pra 18 
meses. Todo animal mais pesado tem exigência de mantença maior, então eu teria que ter mais recursos pra 
suplementar esse animal. 
Qual a vantagem de suplementar na 1ª ou na 2ª? Eu reduzo o meu tempo de recria, e se eu reduzo o tempo o 
meu capital gira mais rápido. Se eu estico, eu tenho minha terra ocupada, meus animais sem vender e isso será 
prejudicial ao meu empreendimento. 
 
Qual a época mais barata para comprarmos boi? Época da seca ou da chuva? Seca. Na seca ocorre escassez, 
então todo mundo começa a vender, ficando muito boi no mercado e o preço cai. Mas isso não ocorre todo ano 
certinho, isso varia com o mercado, commodities e valor do dólar. Por que o povo do Sul se dá ao trabalho de 
vim pra o nordeste comprar boi magro? Primeiro porque está barato, mas esse boi magro não o faria perder 
dinheiro lá? Não, por causa do G.C., lá a forragem é melhor (forrageira temperada tem produtividade menor, 
mas qualidade maior). Animal descarnado na fase de recria apresenta um excelente G.C. quando bem 
alimentado. 
 
Em uma tabela (no slide de manejo de recria) vimos uma tabela comparando gado nelore tradicional e 2 gados 
Hereford. O que entrou mais magro na fase de recria foi o Nelore e o mais pesado o Hereford, com 240kg. O 
GMD (Ganho de peso Médio Diário); quem está com o melhor GMD é o Hereford 1,250g/dia; e o Nelore com 
0,686. O que é Conversão Alimentar (CA)? 
 
 
 
 
Ou seja, CA é o kg de matéria seca ingerida por kg de peso ganho. Como interpretamos um dado de CA? Quanto 
menor o valor, melhor; pois quanto maior o meu denominador, menor fica o resultado da minha fração. O que se 
deu melhor na CA foi o Hereford que entrou mais leve, seguido por Nelore e por ultimo o Hereford (que entrou mais 
pesado). Ou seja, quem é mais pesado, para ganhar peso precisa comer mais. Logo a CA fica maior, logo pior. 
Não confunda CA com Eficiência Alimentar (EA): 
 
 
 
 
Então, EA é o Kg de peso ganho pelo Kg de MS ingerida. Agora sim, quanto maior a EA, melhor. Quem saiu melhor 
em EA foi o Hereford, ou seja, uma raça taurina. Então é necessário avaliar que animais mais leves conseguem ter 
eficiência alimentar e desempenho melhor na fase de recria. Por que o Hereford e o Nelore tiveram um desempenho 
melhor do que o Hereford mais pesado? Porque animais mais leves têm energia de mantença menor, portanto sobra 
mais energia liquida para ganho, portanto temos uma eficiência alimentar maior. 
Então vamos querer desmamar bezerros muito magros? Não; pois se tivermos bezerros mais pesados, a fase de 
recria encurta. Mas o que queremos ver com isso é que animais descarnados entrando na fase de recria e bem 
alimentados, têm uma boa eficiência. Mas não adianta compra um animal descarnado e não suplementar, pois ele 
nunca evoluirá. Qual que seria então a vantagem, se faço cria e recria na minha propriedade? É vantagem fazer 
creep-feeding com meus bezerros? Sim, pois os bezerros entram mais pesados, encurtando a fase de recria e tendo 
novilhos mais pesados ao final da fase de recria. Se não tenho recursos para suplementar na fase de recria, é 
interessante fazer creep-feeding? Não. Se não tenho recursos para fazer recria, só para a cria, é bom fazer creep-
feeding? Sim, pois eu ganho pelo peso do bezerro. Quem faz cria e recria na propriedade, nem sempre é vantajoso 
fazer creep-feeding na fase de cria, é mais vantajoso fazer suplementações nas secas. Assim como, quem não 
termina o animal na propriedade, muitas vezes não é vantajoso fazer todas as suplementações certinhas e encurtar 
a recria, geralmente as fases de recria são encurtadas em propriedades que praticam recria e terminação. 
Comprar animais mais leves, pode ser bom, pois gasto menos na compra e vendo animais satisfatoriamente 
pesados. A escolha do peso dos animais na hora da compra, varia de acordo com o seu potencial financeiro e sua 
propriedade. Quem tem dinheiro compra animais mais pesados, pois conseguirá manter. 
 
Afirmativa: A eficiência de crescimento piora quando os animais aumentam seu peso e a concentração de gordura 
no ganho.  essa afirmação está correta? Na aula passada vimos uma tabela com a composição do ganho. Vimos 
que um animal de 200kgquando deposita 1kg ele deposita 180g de proteína, uma animal de 300 deposita 134 e um 
mais pesado deposita menos ainda. Então quando aumenta o peso reduz a deposição de proteínas, mas aumenta a 
de gordura. Vimos também que na aula passada que quando depositamos mais energia, ou seja, a eficiência de 
deposição de gordura é pior do que de proteína. Então a afirmativa está correta; a eficiência de crescimento de fato 
vai piorar a medida que os animais aumentam de peso. Quanto mais leve e mais jovem o animal, maior a eficiência 
de crescimento. 
 Vamos provar que isso é verdade  resgatando os conceitos de nutrição animal, vimos que os lipídeos são 
moléculas mais densas que as proteínas. Inclusive, em nutrição, vemos que os lipídeos são cerca de 2,5 
vezes mais calóricos que proteínas e carboidratos. Lipídeo tem 9,4kcal/g, enquanto que proteica e 
carboidratos ficam em torno de 4kcal/g no máximo 5. Então sabemos que são mais densos 
energeticamente. Alem disso, quando depositamos 1kg de proteína, depositamos quase que 70% desse kg 
em água; tecido muscular tem muita água agregada. Quando depositamos tecido adiposo, depositamos 
quase 0 de água. Isso corrobora a necessidade de energia que precisamos ter pra depositar gordura. Uma 
pergunta: o 1L de óleo de soja que temos em casa tem quanto de MS? 100% de MS, pois nada daquilo é 
água, já que óleo e água não se misturam. No tecido adiposo, como temos adipócitos envolvendo aquela 
gordura, temos em torno de 10% de água, então enquanto estamos depositando gordura é mais difícil, 
energeticamente, de depositar do que músculo. 
 Pensando nisso, o pesquisador Lanna, que produziu um compendio sobre formulação de dietas, criou 
algumas equações e concluiu que se utilizarmos 10kcal liquida pra ganho, ou seja, as 10kcal não vão servir 
pra mantença (ou seja, já atendemos a necessidade de mantença e estamos usando essas 10kcal que estão 
livres/líquidas). Cada 10kcal liquidas pra ganho são suficientes pra depositar 2,8 g de proteína/músculo. 
Essas mesmas 10kcal são suficientes para depositar apenas 0,7g de gordura. Então gordura gasta mais 
energia para depositar. Um bovino precisa ingerir quase 4 vezes mais de energia pra depositar o mesmo de 
gordura. 
 Então a fase de recria tem maior ganho do que a fase de terminação. Muitos produtores brasileiros 
acreditam que é na fase de terminação que os animais ganham mais peso. Em valores absolutos, podemos 
até ver maiores ganhos de peso na fase de terminação, mas o fato é que em termos de conversão alimentar 
(comida ingerida por ganho de peso), a fase de recria é que dá os melhores pesos. E é uma birra do 
produtor brasileiro achar que é na terminação a melhor fase pra ganhar dinheiro com o boi, quando que se 
investíssemos na fase de recria poderíamos encurtar essa fase e chegar com animais melhores. 
 Uma equipe da UFV avaliaram a eficiência de ganho de nelores na recria e na engorda, recebendo dietas 
com diferentes níveis de concentrados e proteínas. E eles acharam o seguinte. Podemos ver na tabela as CA 
na fase de recria e de engorda. Quem teve melhor CA? Recria ou engorda (em termos absolutos)? CA, 
quanto menor, melhor. Na fase de recria foi melhor, pois comeu menos e ganhou mais. Então fase de recria 
tem CA melhor que a de terminação. 
 Alguns pesquisadores encontram valores de CA maiores na fase de terminação, o que vai de encontro ao 
comportamento fisiológico de crescimento dos bovinos. E chega-se a conclusão do seguinte: os valores 
elevados tanto de eficiência quanto os valores reduzidos de CA na fase de terminação, só são possíveis 
quando na fase de terminação eu dou dieta com valor elevado de concentrado, então fica muito difícil de 
competir com o valor nutricional proporcionado por um alimento concentrado se comparado ao de um 
alimento volumoso OU quando trabalho com raças continentais (animais de grande porte). Por que raças 
continentais têm índices de CA melhores na fase de terminação? Depositam menos gordura 
fisiologicamente e são animais mais tardios, pois animais com o ciclo curto, vão pra terminação ainda 
adolescentes; então estão no fim da curva de crescimento, então chegam na terminação ainda crescendo 
muito, com a curva de crescimento quase no ápice. Então conseguimos ainda ter um eficiência boa com 
animais de raça continental. Isso também ocorre com animais zebuínos. Se eu faço fase de recria com um 
animal que nunca comeu milho nem soja, só suplemento com sal mineral, de vez em quando ureia e o meu 
animal chega na fase de terminação magrinho. O que vai acontecer? Ele provavelmente vai ter um G.C. na 
fase de terminação. Então vou ter uma eficiência de ganho boa na terminação, no entanto esse animal não 
vai depositar gordura; então o objetivo de "acabar" a carcaça (melhor a cobertura de gordura) não será 
atingido e isso é o que mais vemos nas fazendas de terminação; animais zebuínos sendo abatidos sem o 
mínimo de gordura necessário porque na fase de recria tiveram uma restrição alimentar severa fazendo 
com que apresentem G.C. na terminação. 
 
Falamos de SUPLEMENTAÇÃO na aula passada. Sempre que vamos suplementar temos que pensar no objetivo que 
queremos atingir. Vamos supor que eu tenha uma propriedade com clima úmido e quente durante a maior parte do 
ano. Vale a pena suplementar os animais, na fase de recria, se tenho pasto bom durante todo o ano? Geralmente 
não, pois seu investimento não terá um retorno esperado. Se não somos bonificados por uma carcaça com melhor 
acabamento, teor de gordura maior, etc. pode não valer a pena suplementar também. 
 
Vimos o gráfico do teor de NDT e os meses do ano. 
Temos aqui 4 tipos de capim: Colonhão, Tanzânia, Maradu, Decumbens. 
Sendo os 2 primeiros Panicums. E os 2 outros são Brachiaria. Percebemos os 
Panicums com teor de NDT superior ao de Brachiaria. O que é NDT? 
Nutrientes Digestíveis Totais; isso significa teor de energia da dieta. Mas está 
acontecendo algo interessante. Observamos que o teor de NDT cai em um 
momento, a queda mais acentuada é fim de fevereiro e inicio de março. O 
que ocorre nesse momento são as águas de março. Em março termina o 
verão; e qual a época de maior crescimento forrageiro no Brasil? Verão, que é 
a época das águas, porque temos luz, calor e chuva. A partir de março tenho 
bem marcado uma redução no teor de NDT da forragem. 
** Quanto maior o teor de FDN, menor o teor de NDT. 
** Lembrando que FDN é celulose + hemi-celulose + lignina. 
 Associado a isso vemos o PB (proteína bruta). Vemos uma variação similar. 
Na época da seca tenho redução do NDT, PB e na quantidade de capim. Logo, 
qual época escolheríamos para suplementar? Seca. A partir de abril até julho. 
Ou seja, são 3 meses de suplementação. Quem quer ter melhores índices de 
produção, pode começar em março, mas pode intensivar em abril. Isso é igual 
em todo o Brasil? Não, depende da pluviometria. Então tem que ver o gráfico 
pluviométrico da região pra definir, suplementando na seca. 
 
 Falamos na aula passada também sobre a suplementação que podem ser as descritas na imagem abaixo: 
Não vamos falar de cada uma agora. Neste momento vamos 
discutir URÉIA. A ureia não é um ingrediente de uso irrestrito, pois 
a depender da quantidade fornecida, pode ser toxica. Tem vídeos 
que vemos rebanhos inteiros intoxicados. Então é uma tecnologia 
que temos acesso facilmente, mas que existe um risco associado. 
Para formular a ração com ureia precisa seguir algumas 
recomendações: 
 40 g a cada 100kg de peso/ dia  valor máximo; 
Se der ureia acima do valor máximo pode causar intoxicação, principalmente se forem dietas pobres em energia. 
Comentamos na aula passada como as bactérias utilizam nitrogênio não proteico para produzir suas próprias 
proteínas, e elas precisam de energia para fazer isso. 
 Um animal de 300kg pode receber quanto de ureia por dia no máximo? 120g por dia. 
 Se tiverum animal muito pesado posso ir acrescentando 40g a cada 100kg de peso? Não, nós trabalhamos 
com um limiar de segurança em que não ultrapassamos 200g/ animal/ dia. Isso deve dar em torno de 1,5% 
da MS da dieta total. O que é dieta total? Quando estou contabilizando o capim que o animal está ingerindo 
+ a suplementação (seja ela concentrado, mistura múltipla ou sal proteinado). 
 E toda vez que adicionamos ureia é interessante adicionar uma fonte sulfurada. Lembrando que existem 
aminoácidos sulfurados, portanto se as bactérias vão produzir seus próprios aminoácidos, então é 
interessante que também tenham um aporte sulfurado. 
 Temos que nos atentar as quantidades, como na mistura múltipla que temos que fornecer 0,1 a 0,2% do PV. 
Quem for estudar pelos slides, temos um que exemplifica uma formulação, já que bovinocultura é uma 
disciplina profissionalizante. Essa formulação citada é muito usada pra fase de recria. Vejamos cada item da 
formulação da dieta: 
 5 a 12% de ureia: mas acima vimos que era só 1,5%. Por que isso? Por que aí na formulação é só da 
mistura múltipla, quando contabilizo na dieta total esse valor chega a um valor máximo aceitável de 
1,5%. 
 15 a 40% de proteína verdadeira: o que seria essa fonte de proteína verdadeira? O mais tradicional é 
o farelo de soja. Posso usar também farelo de amendoim, resíduos de agroindústria (farelo de 
girassol, de algodão). 
 20 a 30% de uma fonte de energia: é o milho. 
 15 a 25% de sal branco: é o sal de cozinha. Quando fazemos a formulação da dieta vemos qual será a 
exigência em sódio e cloro do animal. O sal branco entra na mistura para suprir até 20 vezes mais do 
que a exigência, exatamente pra funcionar como regulador de consumo. 
 8 a 10% de mistura mineral: mistura de macro e micro minerais; geralmente compramos essas 
misturas próprias para cada categorias e em cada fase. 
 Falamos também de ionóforos, que podem ser usados. Não vamos entrar em detalhes. 
 
Na aula passada vimos que a bactéria pega o nitrogênio e cria sua própria proteína. E na aula passada vimos que é 
interessante, principalmente na época da seca, fazer uma suplementação do tipo proteica, pois o FDN, ou seja, a 
fibra, já teremos em abundancia na forragem. E fibra para a bactéria é sinônimo de energia. Bactéria adora 
fermentar fibra. Mas para que ela fermente a fibra de forma eficaz, ela precisa de um aporte proteico para se 
manter no ambiente ruminal. 
Quando damos uma mistura múltipla ou suplemento concentrado, ou seja, faz uma ração completa para seca; nós 
corrigimos o teor e PB na forragem e isso causa um aumento no consumo de matéria seca (CMS). Como que a 
correção do teor de PB da forragem, por meio da suplementação, aumenta o CMS do animal? Quando o animal está 
comendo aquela forragem cheia de FND, com pouca proteína, a bactéria vai demorar muito pra fermentar aquela 
fibra toda pois a eficiência de fermentação dela está baixa. No momento que forneço proteína pra essa bactéria, 
consigo aumentar a eficiência de fermentação; aquele material é fermentado mais rapidamente, passa pelo TGI mais 
rápido e o animal consegue comer mais. Se fossemos falar qual o maior beneficio de suplementar na época da 
seca, é o aumento no consumo de MS por parte do animal. E aumento no consumo de MS do pasto, que é o que 
queremos na fase de recria, pois é nessa fase que queremos que o animal coma pasto para não gastarmos muito 
com concentrado, deixando esse recurso para a seca; e mesmo assim ponderando se faz em 1 seca ou nas duas, etc. 
 Pergunta: por que há aumento no consumo de MS com a suplementação? Porque a maior concentração do 
teor de proteína aumenta a eficiência de fermentação da microbiota, que aumenta a taxa de passagem, 
portanto, a eficiência de fermentação da fibra fica maior então o animal fica com mais espaço pra ingerir 
mais. Pense quando comemos algo indigesto, nos sentimos com a barriga cheia e não conseguimos comer 
mais naquele dia. O mesmo ocorre com o bovino quando ingere algo com alto teor de FND. 
 
Seja qual for a suplementação, temos que fazê-la sempre na época da seca. Por que? Pois nessa época os meus 
animais mais estarão deficientes em nutriente. E qual o nutriente que o animal tem mais deficiência durante a 
seca? Proteína. Na época das águas não é interessante suplementar, a não ser que tenhamos dinheiro sobrando, já 
que teremos um bom desempenho mesmo sem necessidade de suplementação. Se suplementarmos na época das 
águas conseguiremos apenas encurtar um pouco o ciclo, e na época das águas ocorre o efeito substitutivo, ou seja, 
o animal para de comer forragem para comer concentrado. E o que não queremos na fase de recria é manter esses 
animais no cocho, vamos deixar isso para se quisermos confinar em um momento posterior. 
 
Podemos escolher um ingrediente concentrado só para suplementação ou na mistura múltipla escolher um 
ingrediente como fonte de energia. Qual seria? Milho. Lembrar que os carboidratos, principalmente os amiláceos, 
quando em excesso ou em proporções inadequadas, podem causar redução do pH ruminal. Quem mais sofre com 
essa redução do pH são as bactérias do tipo fibrolíticas, que são as que degradam fibras. Tudo que quero na fase de 
recria é que estas bactérias estejam a todo vapor, degradando o máximo possível de fibras. Se estou na fase de 
recria e faço suplementação com uma fonte de carboidrato amilaceo em proporção inadequada, vou reduzir o pH 
causando um quadro de sub-acidose ou acidose ruminal; as bactérias fibrolíticas caem em população, podendo 
trazer consequências patológicas pro animal. Cuidado com a fonte de carboidrato na dieta. 
 Outra fonte é a de gordura. Uma boa fonte de energia é o caroço de algodão, pois é riquíssimo em extrato 
etéreo que é uma gordura. Essa extrato etéreo, na dieta de bovinos, não pode ultrapassar 7%. 
 Então suplementa na 1ª ou na 2ª? Se der, nas duas; se não tiver muito recurso, só na 2ª. Se o pasto estiver 
muito bom, em época das águas, não suplementa em nenhuma das duas.

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