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Psicologia da educação

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Filosofia da educação
Introdução:
 Para entender como a filosofia e a educação estão ligadas é necessário distinguir os ‘tipos de saberes’- filosofia, pedagogia, didática e o ensino.
A pedagogia, didática e educação estão ligadas, mas a filosofia da educação é um saber que ganhou independência, de modo geral ela aborda as discussões do campo educacional e reflete sobre esse para colocar valores e fins e fundamenta-los ou justifica-los. 
A educação é vista como o caminho da perpetuação da cultura, sendo assim, o ato educativo é considerado uma pratica social, ela faz uso da pedagogia, que por sua vez é a parte normativa do conjunto de saberes que precisamos para desenvolver uma boa educação, aqui está posta, a parte do saber que esta ligada a razão ou racionalidade.
A educação é usada como caminho de aplicação das filosofias e as relações entre filosofia e educação são tão ligadas que se pode dizer que as filosofias são as teorias gerais da educação na sua essência, nesse sentido, elas fazem campos correlatos de estudo e de pratica, pela função da educação na formação e distribuição dos indivíduos pela sociedade. 
 
A filosofia da educação e a área que discute todos os fatos relacionados ao campo educacional, reflete sobre eles e usa valores e fins para legitima-los através de fundamentações e justificações. Ela surgiu do forte vinculo entre filosofia e pedagogia, onde a filosofia buscando a perfeição do conhecimento orienta o homem através da razão, inserindo nesse um pensamento pedagógico que busca a perfeição.
A principal finalidade da Filosofia da educação e a de analisar e elucidar os conceitos de ‘educação’, concedendo assim, seus pressupostos, conceitos, reflexões, questionamentos e interpretações, a fim de reformular os valores da sociedade e dessa maneira, se tornar capaz também de fornecer a educação, instrumentos de manutenção e transformação social.
Psicologia da Educação.
Teóricos clássicos da psicologia da educação e suas contribuições:
Quem foi Sigmund Freud e quais as suas contribuições para a educação.
 Sigmund é considerado o grande nome da psicanálise de todos os tempos. Ele foi o responsável pela revolução no estudo da mente humana. Formado em medicina e especializado em tratamentos para doentes mentais, ele criou uma nova teoria. Esta estabelecia que as pessoas que ficavam com a mente doente eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora. Segundo Freud, este tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira esses sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esqueciam-se da existência. A partir de sua teoria, este grande psicanalista resolveu tratar esses casos através da interpretação dos sonhos das pessoas e também através do método da associação livre, neste último ele fazia com que seus pacientes falassem qualquer coisa que lhes viessem à cabeça. Com este método ele era capaz de desvendar os sentimentos “reprimidos", ou seja, aqueles sentimentos que seus pacientes guardavam somente para si, após desvendá-los ele os estimulava a colocarem esses sentimentos para fora. Desta forma, ele conseguiu curar muitas doenças mentais. Freud escreveu um grande número de livros importantes, alguns deles foram: Psicologia da Vida Cotidiana, Totem e Tabu, A interpretação dos sonhos, O Ego e o Id e muitos outros. Neles, o “pai da psicanálise” (assim conhecido por ter inventado o termo “psicanálise” para seu método de tratar das doenças mentais) responsabilizava a repressão da sociedade daquela época, que não permitia a satisfação de alguns sentimentos, considerando-os errados do ponto de vista social e religioso. Segundo ele, o sexo era um dos sentimentos reprimidos mais importantes. Naquela época essa afirmação gerou um grande escândalo na sociedade, entretanto, não demorou muito para que outros psicólogos aderissem à ideia de Freud. Alguns deles foram: Carl Jung, Reich, Rank e outros.
Jean Piaget 
 Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia. 
 Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele frequentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental, que é um estudo formal e sistemático, com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.
 Jean Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. 
 Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget lecionou em diversas universidades europeias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos. Piaget morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980.
 Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do desenvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia genética.
 A essência do trabalho de Piaget ensina que ao observarmos cuidadosamente a maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos entender melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo de entender como o conhecimento evolui.
 Piaget formulou sua teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por meio de estruturas de raciocínio que substituem umas às outras por meio de estágios. Isso significa que a lógica e formas de pensar de uma criança são completamente diferentes da lógica dos adultos.
 Ele forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais atuais. De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis.
Henri Wallon
 Henri Wallon nasceu na França, em 1879. Viveu em Paris até sua morte, em 1962. Aos 23 anos, formou-se em Filosofia e, aos 29 anos, em Medicina. Na Primeira Guerra Mundial, atuou como médico do exército francês. 
 Até então, devido ao seu trabalho com crianças deficientes, havia desenvolvido posições neurológicas que foram revistas, após o contato com ex-combatentes que apresentavam lesões cerebrais.
 Até 1931, atuou como médico em instituições psiquiátricas, onde se dedicou as crianças com deficiências neurológicas e distúrbios de comportamento. Esse seu trabalho leva-o a um interesse cada vez maior pela psicologia da criança, tendo sido o responsável, no período de 1920 a 1937, por conferências sobre a psicologia da criança, em várias instituições de ensino superior. 
 Em 1925, fundou um laboratório para pesquisa e atendimento às crianças deficientes. Ainda neste ano, publica sua tese de doutorado, intitulada “A Criança Turbulenta”, o primeiro de inúmeros livros voltados a psicologia da criança.
 Em 1931, em uma viagem para Moscou, passa a integrar o Círculo da Rússia Nova, grupo formado por intelectuais que tinha por objetivo estudar profundamente o materialismo dialético e examinar as possibilidades oferecidas por este referencial aos vários campos da ciência. 
Wallon manteve interlocução com as teorias de Piaget e Freud. Em 1948, criou a revista “Enfance”, publicada até hoje e que serve de instrumento de pesquisa para psicólogos e educadores.Lev Vygotsky
 Lev Vygotsky, nasceu em 1896, viveu seus anos mais produtivos sob a ditadura de Stain, na antiga União Soviética. Teve seus livros proibidos e morreu cedo aos 37 anos. Na primeira década do século 20, o psicólogo Bielo russo, já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio até para andar. Para Vygotsky (1991), o homem possui natureza social visto que nasce em um ambiente carregado de valores culturais: na ausência do outro, o homem não se faz homem. Partindo desse pressuposto criou uma teoria de desenvolvimento da inteligência, na qual afirma que o conhecimento é sempre intermediado. Um dos conceitos mais importantes na teoria de Vygotsky é o da zona de desenvolvimento proximal. O que significa que em qualquer pessoa ou criança existe estes dois níveis. O real é primeiro nível, é onde a pessoa ou a criança possuem funções mentais que já estão resolvidas e que ela mesma sabe fazer e realizar sozinha. O segundo nível é o potencial, onde a pessoa ou a criança necessita da ajuda de outra mais experiente.
 A zona de desenvolvimento proximal, (zdp) mede exatamente a distância entre esses dois níveis, o real e o potencial. É, portanto, um guia para indicar como podemos interferir no desenvolvimento de uma pessoa ou da criança E modifica-lo. Com isso, Vygotsky não quer dizer que devemos interferir sempre, mas que o desenvolvimento é resultado da interação da criança com o meio social em que está inserido e se conhecermos melhor esse processo teremos condição de intervir sobre o desenvolvimento da de modo a ajudá-la.
Sendo a convivência social fundamental para transformar o homem de ser biológico a ser humano social, e a aprendizagem que brota nas relações sociais ajuda a construir os conhecimentos que darão suporte ao desenvolvimento mental. Segundo o autor, a criança nasce apenas com funções psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura, essas funções transformam-se em funções psicológicas superiores. Entretanto, essa evolução não se dá de forma imediata e direta; as informações recebidas do meio social são intermediadas, de forma explícita ou não, pelas pessoas que interagem com as crianças. É essa intermediação que dá às informações um caráter valorativo e significados sociais e históricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A psicologia da educação nos abre um leque de possibilidades para aprofundar nosso conhecimento no desenvolvimento psíquico do ser humano em particular no desenvolvimento infantil. 
 Freud, nos mostra a importância da psicanálise para a educação e que o processo de aprendizagem é único. O que para Henri Wallon, a escola deve ser humanista, valorizar as emoções para que a aprendizagem seja mais eficaz. 
 Para Vygotsky, o desenvolvimento, passa por dois níveis, o real e o potencial, mas que tem a (zdp) zona de desenvolvimento proximal como mediador, mas que um certo momento precisamos de um auxílio, da intervenção de alguém mais experiente, que acontece no decorrer do processo de desenvolvimento humano.
Piaget vem enriquecer nosso conhecimento com a teoria do construtivismo, que o aprendizado é construído pelo aluno, e o conhecimento, vai acontecendo de forma gradativa.
 Concluímos que, todas as teorias, são de grande benefícios e que nos faz entender melhor o desenvolvimento humano para que também nós como educadores, sejamos pessoas melhores.
Referências Bibliográficas
Bibliografia básica; Gadotti; Moacir Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo; Ática 1995.
 DOWBOR, L, A reprodução social; São Paulo, Vozes, 1998.
Aprendizagem: Teoria do reforço, de Fred Keller (São Paulo: EPU, 1973), como um livro que traz todos os conceitos básicos da teoria comportamental. 
 Educar para crescer. ABRIL.COM. BR \ pensadores-da-educação \ Acesso em: 05 de Setembro de 2013.
Laplanche, j: Pontalis, J.B. vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins fontes 1988.
Fromm, Erich. Psicanálise da Sociedade Contemporânea. 7. Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.
OLIVEIRA, Marta Kohl de, Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio histórico. São Paulo: editora Scipione, 1995.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 1998. 
FAERP
FACULDADE ENTRE RIOS DO PIAUI
 
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Izabel Cristina Maciel Rodrigues Silveira
Cachoeirinha
2017
1. O que é filosofia da educação?
A palavra filosofia é grega, sendo composta de duas: Philo e Sophia. Philo e derivadas de a primeira, que significa; amizade, amor fraterno, respeito pelos iguais e a segunda que é Sophia quer dizer sabedoria. Portanto filosofia significa amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Pode-se definir de acordo com (CHAUÍ, p.190), que: "Filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, a estima, a procura e respeita". Deparamos algumas vezes com pessoas falando de suas concepções de vida descrevendo as como, "essa é minha filosofia de vida". Diante deste enunciado, pode-se pensar que o autor desta frase está fazendo referência a um conjunto de ideias mais ou menos coerente que regulam seu modo de viver e enxergar o mundo, também dá referência ao seu comportamento moral, a sua ética, o que considera certo ou errado, belo ou feio, ou seja, é uma concepção formada em sua ótica de leitura do âmbito geral da vida e a como a defini. De acordo com SAVIANI, (2000, p. 45): 
 A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos gregos, em busca da virtude humana, foram os que deram início às discussões sobre a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Viam na educação um meio necessário para o alcance de uma cultura ideal e de uma alma purificada, capaz de elevar o homem ao conhecimento inteligível, apostando na busca de um ideal artístico de cultura. A busca pela educação ideal é representada por Platão na metáfora da "alegoria da caverna", no momento em que um dos homens presos no fundo de uma caverna consegue se libertar do conhecimento da doxa, enxergando a luz da verdadeira realidade. "O caminho da Filosofia, para Platão, era o de conhecer a realidade por conceitos, até perceber que a própria realidade é, ela mesma, o mundo das ideias, dos conceitos puros, ou mais exatamente, das formas puras"(Ghiraldelli, 2001, p.32-33). Na visão platônica, a filosofia deveria transcender a contingência histórica, contribuindo para o processo de esclarecimento da verdadeira sabedoria, na superação das falsas crenças, lançando a ideia de uma educação para a virtude, uma educação perfeita, com a qual o homem se torna culto e erudito.
 E, nessa expectativa, a educação acabou tornando-se objeto de estudos e reflexão da filosofia desde os tempos gregos. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que busca a perfeição. Assim, percebe-se a disciplina sendo marcada pela história do pensamento filosófico, com fundamentos e objetivos voltados aos entendimentos da tradição. 
 Entretanto, a filosofia da educação dos últimos tempos, procurou transcender seus limites conceituais, aventurando-se nas discussões filosóficas contemporâneas que propiciam a articulação entre diferentes perspectivas teóricas. A disciplina, antes restrita a filosofia do continente, passou experimentar as vantagens e as desvantagens das transformações filosóficas americanas, envolvendo-se na discussão analíticos versus continentais. A filosofia analítico-pragmática foi difundida sobretudo nos Estados Unidos, na Holanda e na Grã-Bretanha, sendo apresentada, inicialmente, com uma fundamentação lógica e relacionada com a ciência, e a filosofia continental difundida na Europa,ligada a pensadores hermeneutas, fenomenólogos, existencialistas e frankfurtianos, com uma fundamentação voltada aos estudos históricos.
 Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da educação da segunda metade do séc. XX, tematiza o contraste entre cultura científica e cultura humanística. A diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de um lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e ontológico. Pode-se dizer que as correntes se desenvolvem de forma paralela, com momentos de encontro e desencontro de princípios e estilos. E, na ambiguidade, os mal-entendidos são inevitáveis. As múltiplas designações da tarefa do filósofo, explanadas pelas tradições, têm dificultado a compreensão do papel da filosofia na educação, provocando incompatibilidades no ensino acadêmico da disciplina. Muitos professores ainda não entenderam claramente o que trata cada tradição, utilizando-se das teorias de forma paradoxal. Ora seguem um método de filosofar investigativo, ora simplesmente repassam verdades filosóficas. E ainda há os professores que assumem utopicamente uma ou outra linha filosófica, iluminando pensamentos alheios às necessidades atuais. Sem dúvida, o reconhecimento não elucidado das discussões filosóficas tem demonstrado no campo teórico e prático, uma convivência conflituosa na atividade da disciplina.
 A filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas dúvidas, contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se importante retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de professores, para que os futuros profissionais da educação possam atribuir novos significados às práticas docentes. Na medida em que há uma racionalidade que não podem mais simplesmente explicitar o modelo de ensino idealizado ou lógico de filosofia, introduz-se a possibilidade de reconduzir as propostas pedagógicas a partir do reconhecimento intersubjetivo e hermenêutico de conjugação entre a filosofia e a prática educativa.
 Sob essa lógica, os programas de ensino contemplariam não somente a teoria filosófica, mas a sua reflexão com a problemática educacional, possibilitando a comunicação e a articulação dos conhecimentos. Para tanto, o currículo ao contrário de ser um conjunto de conhecimentos a serem ensinados, necessita promover rupturas epistêmicas, desenvolvendo discussões seletivas, no qual um grupo responsavelmente organizado reconhece e aprecia os saberes necessários e significativos.
 Entende-se que a validade da Filosofia da Educação depende da maneira como são efetivados os estudos filosóficos. A simples transmissão de pensamentos clássicos ou a discussão superficial de temas desacoplados da prática pedagógica não efetiva a reflexão e compreensão dos aspectos educativos. É necessária uma formação cultural qualitativa de comunicação reflexiva que proporcione o entendimento hermenêutico do papel da filosofia na educação. Sendo assim, a apropriação de um entendimento crítico, mediado intersubjetivamente, voltada às inovações da filosofia contemporânea, operalizando novas competências nas dimensões da formação humana, assim como a produção de novas vias de esclarecimento no ato de educar.
2. A filosofia é grega: os primeiros filósofos
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Mas este afirmou que a filosofia estava ligada à sabedoria através dos deuses, masque os homens podem amá-la ou deseja-la, tornando-se assim, filósofos.
Para Pitágoras a verdade não pertence a ninguém, pois ela está diante de nós para quem quiser enxergar e para quem a busca. A Filosofia surge quando alguns gregos, ao se defrontar com a realidade, admirados e, ao mesmo tempo, espantados e insatisfeitos com as explicações que as tradições culturais lhes deram, buscavam novas respostas, através da reflexão das coisas da Natureza, dos homens, do mundo em si, buscando uma razão para o viver (princípios e causas). Assim, se descobre que a verdade do mundo e dos humanos não poderia ser algo secreto ou misterioso, ao contrário, poderia ser conhecida e divulgada a todos, através da reflexão e da razão, podendo ser transmitida a todos da mesma forma. 
Não se pode considerar que a filosofia é tipicamente grega, pois outros povos também a desenvolveram conforme o processo de evolução, porém, os desenvolvimentos dos estudos da filosofia aqui no ocidente são tipicamente gregas, como as formas de pensar e de se exprimir próprios, ocidentais, concepções diferentes de outros povos e culturas do oriente. Ao se observar as palavras medicina, pedagogia, gênese, genealogia, democracia, lógica, diálogo, entre outras muitas, vê-se que seus princípios foram trabalhados pelos gregos e transmitidos às instituições das sociedades europeias ocidentais.
Outros filósofos também conhecidos como Sócrates (469-399 a.C) que buscou conhecer a essência do homem que inclui a consciência intelectual e a consciência moral, sede da razão, o eu consciente , Platão (427-347 a.C) que desenvolveu a dialética, método para atingir o conhecimento verdadeiro, ultrapassando a esfera das impressões sensoriais, a opinião, e entrar na esfera racional, através da crítica que podemos fazer de da opinião existente, discussão e negação desta, com o objetivo de não mais equivocar-se  e Aristóteles (384-322 a.C) que desenvolveu a lógica para servir de ferramenta ao raciocínio, o ato de pensar como essência do homem e a observação da realidade para constatar que há inúmeros seres individuais e mutáveis. 
3. A natureza e o objeto da filosofia
        	A Filosofia se destaca como aspiração ao pensamento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e das causas do mundo, suas transformações e os comportamentos dos homens segundo seus valores morais.  Também os estudos da filosofia nos passam a ideia de que certas leis da Natureza podem ser conhecidas por todos os homens, sendo que o pensamento passa por regras, leis e normas universais e necessárias (leis lógicas de funcionamento).  A natureza da filosofia, sua essência enquanto reflexão pelo homem e seu objeto de estudo, a prática humana, ou seja, a ação moral, a política, a técnica e a arte que depende da livre vontade e manifestação pelo homem, das escolhas emocionais, passionais ou mesmo racionais pelo caminho a seguir, segundo certos valores e padrões de compreensão racional e lógica deixam claro que ao homem tudo poderá ser necessário, desde que viável e de direito.
4. A Filosofia e sua aplicação na educação
Cada povo possui um processo de educação na qual transmite sua cultura, às vezes até através do senso comum. A teoria se torna necessária, pois permite que pela educação as ações serão mais coerentes e eficazes. Esta teoria estaria ligada à prática, portanto, à realidade, num contexto social, econômico e político.
O importante nesta concepção seria de que a educação deveria ser um saber a construir, como conceitua Demerval Saviani[1], o importante é acompanhar de forma reflexiva e crítica a ação pedagógica, promovendo a passagem “de uma educação assistemática (guiada pelo senso comum) para uma educação sistematizada (alçada ao nível da consciência filosófica) ”.
A educação não pode ser trabalhada de acordo com a abstração, ou seja, de uma educação promovida pela “criança em si”, e sim trabalhada de forma a estabelecer uma interdisciplinaridade entre as diversas ciências e técnicas repassadas pela escola.
Uma análise filosófica permite a reflexão pelo professor de que não poderia transmitir certos “ismos” através da educação, colocando uma determinada ciência acima de outras (sociologismo, economicismo, psicologismo etc.)  E que sua formação esteja voltada não somente para a categoria técnica-científica, mas também para a politização e a fundamentação filosófica de sua atividade.
5. Origens da Filosofiada Educação na Grécia Antiga.
Na Grécia Antiga, a filosofia desenvolvia nos jovens o verdadeiro exercício espiritual. Os jovens que constituíam a pólis eram capacitados para a atenção e o autocontrole, ensinados pela razão e para ela, a buscar na pólis e na vida particular a virtude, a excelência.    Os sofistas eram os professores viajantes que vendiam seus ensinamentos práticos de filosofia. Estes sofistas passavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados. A lógica destes ensinamentos estava no desenvolvimento do poder da argumentação (a sociedade naquela época vivia de conflitos de opiniões e lutas políticas, principalmente dentro das assembleias democráticas), da retórica, dos raciocínios utilizados para poder convencer as pessoas, derrubando os adversários.
Portanto, nota-se que o ensino inicialmente era voltado para as questões políticas. É importante lembrar nesse sentido que não existia uma doutrina sofística única, mas que com o decorrer do tempo foram derrubadas, sobretudo, às críticas de Platão (considerando-os como impostores de saber).
Referências Bibliográficas
Luckesi, Cipriano Carlos, Filosofia da Educação, São Paulo: Cortez 1990.
Piletti Claudio. Filosofia da Educação 3 ed. São Paulo. Ática, 1991.
Revista em aberto. Brasília, ano 09 nº45
Jan/março/1990.
Cadotti, Moacir Concepção Dialetica da Educação: Um estudo introdutório 12 ed. Ver. SP. Cortez. 2001
Coleção dos grandes educadores edic.
Saviani Demerval, Educação: do senso comum a consciência filosófica – 13 ed. Campinas, SP. Autores associados, 2000. (coleção educação contemporânea)

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