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Resumo Direitos Humanos - Movimentos Const. até Análise das declarações de direito

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Direitos Humanos - AV 1 
UNIDADE I) MOVIMENTO CONSTITUCIONALISTA E DIREITOS HUMANOS: 
• Esses movimentos se iniciam como uma resposta direta a um processo histórico de 
relativização do Direito bem como a sua deliberada manipulação pelas classes 
dominantes em desvantagem dos governados. 
• O intuito mor desses movimentos foi o controle Estatal em vista da promoção de uma 
mínima segurança jurídica aos cidadãos, garantindo Direitos à eles no sentido de se 
posicionarem frente ao Governo como detentores de autoridade e merecedores de 
respeito frente a iniciativa pública. 
• A realização de tais anseios se deu por meio da elaboração de Normas Fundamentais 
de organização política da sociedade e que possuíssem o mínimo de força normativa 
formal, concretizadas por meio de Constituições, as verdadeiras molduras do Direito 
que definiriam de forma explícita os temas eminentemente constitucionais de um 
Estado. 
• Principais Movimentos Constitucionalistas: 
1. INGLATERRA: 
- Se estabelece previamente ao Constitucionalismo Moderno, por isso predomina o 
sentido Consuetudinário do seu Direito, isto é, não se vê as manifestações 
constitucionalistas expressas em documento constitucional solene, sendo eles 
demarcados pelo costume (tipicidade de experiências da common law). 
- Possui uma Constituição Material Normativa, que corresponde a um conteúdo não 
formalizado de Direito, ou seja, ela não é formalmente escrita, porém é de 
compreensão geral. 
- Desde a Magna Carta e sua consequente limitação do poder real, se construiu no 
território inglês uma cultura de Supremacia do Parlamento, prevalecendo o poder 
legislativo perante os outros. 
2. AMÉRICA DO NORTE (13 COLÔNIAS): 
- É a mais forte representação do Estado Liberal na modernidade, se estabelecendo 
como pioneira no Constitucionalismo Moderno por: a) Adotar um Constituição como 
Norma Fundamental do ordenamento; b) Admitir a supremacia desse Documento 
Constitucional no seu corpo político-normativo; c) Adotar um modelo de constituição 
rígida, que estabelece um processo dificultoso para a alteração constitucional - como 
forma de atribuir certa Segurança Jurídica -, abrindo espaço também para o Controle 
Judicial de Constitucionalidade, reconhecendo, mais uma vez, a Carta como a 
manifestação jurídica mais importante do ordenamento. 
- A sua necessidade de codificação dos preceitos constitucionais se formou 
ideologicamente a partir da observação dos prejuízos causados à Inglaterra - metrópole 
das colônias e que a elas sempre se firmou como referência principiológica dos 
preceitos liberais - pelo fato de não possuirem um Documento Constitucional solene, 
como a alastrada corrupção do parlamento, além da falta de materialidade dos 
princípios liberais tanto pregados, inspirando os colonos de modo a elaborarem uma 
Constituição que visava aparar as arestas do Direito Liberal Inglês. 
3. FRANÇA: 
- Iniciado no com a Revolução Francesa, o movimento constitucionalista na França 
adquire um papel de criação de Sujeitos de Direitos, ou seja, de trazer para o campo 
constitucional os direitos e garantias inerentes ao homem com base em um ideal 
Jusnaturalista de Direitos Naturais, atribuindo voz ao cidadão de reclamar seus direitos 
e de exigir obrigações do Estado. 
- O Parlamentarismo Francês trazido com a Revolução admite um Controle Político das 
Leis, pretendendo a diminuição do Poder Executivo e a preservação de um ideal de 
Império da Lei, sempre voltado para atender aos ideais revolucionários de Liberdade, 
Igualdade e Fraternidade. 
4. ALEMANHA: 
- O constitucionalismo do ciclo alemão se configura em total oposição ao do ciclo norte-
americano ao adotar um modelo de Estado Social, em contraposição ao Estado Liberal 
ianque. 
- A principal inovação do movimento alemão foi a preocupação com a igualdade, em 
detrimento da liberdade do liberalismo, formando um Estado forte que tinha como fim a 
garantias econômicas e de cunho social no sentido de promover igualdade substancial; 
daí se entende o Estado Social como intervencionista e atuante, deixando de ser mero 
espectador como no movimento influenciado pelo liberalismo. 
- Atuação incisiva na tutela da igualdade. 
• Direitos Fundamentais e o Estado Liberal: 
- Direitos de Primeira Dimensão, concernentes às liberdades individuais (de expressão, 
de culto religioso, de resistir à opressão); 
- A supervalorização das Liberdades faz com que se crie um Estado Ideal Não-
Interventor, se caracterizando como mero espectador das relações privadas e eivado 
de formalismo apenas para que se garantisse uma falsa sensação de segurança; 
- Fundamentação desses direitos vem das doutrinas Contratualistas, muito influenciadas 
por Locke e Rousseau, que acreditavam na existência de Direitos Inerentes ao ser 
humano que deveriam ser salvaguardados de maneira integral pelo Estado. 
• Direitos Fundamentais e o Estado Social: 
- A crise do liberalismo fez surgir no mundo outra vertente de modelo estatal: o Estado 
Social, que supera as características não-interventoras do Estado Liberal e promove 
um sistema de tutela incisivo de Direitos, sendo qualificado como Estado Provedor; 
- Percebe-se, nesse período, a grande preocupação com a manutenção de uma 
igualdade que não fosse apenas formal, e sim substancial, que atingisse o desigual 
com desigualdade. Dessa maneira, o Estado Social dá ênfase aos Direitos de Segunda 
Dimensão, ou seja, aqueles direitos coletivos, de grupos sociais - como trabalhadores, 
por exemplo - que se encontram em situação jurídico-social desvantajosa e por isso 
carecem de tutela adequada, adotando um Constitucionalismo Democrático que 
entende o Estado como instrumento de redução de desigualdades. 
• Direitos Fundamentais e o Estado Globalizado: 
- Apesar de inovador, o Estado Social logo se demonstrou incapaz de oferecer 
materialmente tudo aquilo que prometia, mostrando sinais de crise e cedendo espaço 
para um viés Neoliberal de atuação reduzida do Estado com uma prevalência de sua 
autoregulação; 
- Além da crise do Estado Social, as experiências totalitárias e os atentados da II Guerra 
Mundial à humanidade foram estopins para uma nova era no âmbito do Direito e das 
garantias fundamentais. Marcado pela ampla discussão e preocupação com o 
impedimento de novos atentados à pessoa humana, a comunidade internacional 
começa a se mobilizar a cerca da tutela, definição e disseminação dos Direitos 
Humanos, sobretudo os de Terceira Geração, caracterizados pelos Direitos Difusos/
Metaindividuais/Transindividuais, isto é, direitos que não possuem sujeitos específicos, 
mas são entendidos como pertencentes à todos como o direito à paz, à agua, à 
solidariedade, à um meio ambiente saudável, entre outros; 
- Cresce, nesse período uma grande preocupação com a questão da Dignidade 
Humana, sendo esse o conceito axiomático vital dessa nova fase de experiências da 
tutela dos Direitos Humanos. 
• Novo Constitucionalismo Latino-Americano: 
- Entende-se doutrinariamente que, muito por conta de fatores históricos, o movimento 
constitucionalista dos países da América-Latina se deram de forma excepcional, 
possuindo características essencialmente diferentes e preocupações diversas as das 
outras manifestações do movimento. O Novo Constitucionalismo Andino se forma como 
resposta direta aos regimes de exceção vivenciados pelos seus países enquanto o 
resto do mundo vivenciava o Estado Social, ou seja, se configura como um movimento 
tipicamente regional, que busca atender às necessidades e combater mazelas 
específicas da construção histórico-social desses países; 
- Consoante a isso, se percebe nesses países uma ampla tutela da democracia, 
estabelecendo instrumentos de manifestação democrática direta - como osplebiscitos 
e referendos -, além de uma política pública voltada para salvaguardar a Pluralidade 
Social - principalmente no que se diz respeito às populações tradicionais; 
- Esses países estabelecem um sistema de garantias constitucionais de Direitos 
Fundamentais exemplar, além de uma preocupação com um Controle de 
Constitucionalidade, demonstrando a verdadeira força normativa da constituição em 
seu aspecto basilar principiológico, trazendo a ampla tutela da dignidade humana, das 
liberdades individuais, dos direitos sociais e também dos direitos transindividuais. 
UNIDADE II) ANÁLISE DAS DECLARAÇÕES DE DIREITO: 
1. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1789): 
- Contexto: Revolução Francesa, ideias iluministas, secularização da sociedade, 
contratualismo, jusnaturalismo, queda do Antigo Regime; 
- Se observa, nesse documento, a primeira demonstração da ideia de Indivíduo como 
sujeito de direito, muito sustentado pelos jusnaturalistas que consagraram a existência 
de Direitos Naturais inerentes ao homem e que por isso deveriam ser respeitados pelo 
Estado; 
- Além disso, por influência das 13 Colônias, há uma tendência à codificação do Direito 
Francês, bem como a separação dos poderes, com o intuito de limitar o poder 
monárquico por meio da supremacia do Poder Legislativo; 
- Outrossim, há uma mister quebra de paradigmas jurídicos com a implementação da 
ideia de Direitos Inalienáveis e anteriores ao próprio Estado, tornando princípios as 
ideias de: liberdade, propriedade, segurança, etc, como forma de tornar o poder estatal 
subserviente à vontade da nação, adotando um conceito de Soberania; 
- Igualmente, a DDHC surge como plena manifestação do ideal de Supremacia da Lei 
que conquistou os revolucionários por meio do Mito da Completude, onde se acreditava 
adquirir segurança com a codificação e que os códigos forneceriam total amparo para 
toda relação jurídica possível na sociedade, estabelecendo assim o imaginário da Era 
da Segurança. 
- Não se pode deixar de apreciar, também, a característica liberal clássica desse 
documento; estabelecendo a Propriedade como um direito sacro da sociedade, a 
DDHC demonstra de maneira cabal a prevalência do princípio da liberdade no seu 
aspecto patrimonial, de tal modo que correspondesse às vontades da classe burguesa 
que ascendia com a Revolução; 
- Apesar dos conceitos benéficos criados pela Declaração, observava-se ainda grande 
falta de materialidade nos conceitos, bem como a exclusão de algumas camadas da 
sociedade que não se encontravam contempladas por tais Direitos, tais quais as 
mulheres e os estrangeiros. 
2. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948): 
- Contexto: Pós II Guerra Mundial, Nazismo, desrespeito à dignidade humana, cenário de 
miséria mundial; 
- O cenário deplorável do pós-guerras trouxe à tona na comunidade internacional uma 
nova necessidade: a garantia e a salvaguarda da vida humana para que desastres 
genocidas como os Campos de Concentração nazistas tornem a acontecer. Para isso, 
cria-se a figura da Organização das Nações Unidas (ONU) que ficaria responsável de 
eivar a comunidade internacional de princípios básicos para a boa tutela da vida 
humana, criando um conceito de Dignidade Humana e de Humanidade a fim de 
reconhecer a universalidade dos Direitos Humanos, atribuindo o caráter de Sujeito de 
Direito à todos os seres humanos; 
- Além de fornecer recursos para que esses Direitos venham a ser implantados, a DUDH 
vem como uma proposta educativa da comunidade internacional, buscando a unânime 
aderência desses preceitos para que se torne plena e digna a vida humana em toda a 
parte do globo; 
- Ela estabelece como princípios básicos - e que por isso não podem ser arbitrariamente 
afetados - a Vida, a Liberdade e a Segurança Pessoal, proibindo qualquer atividade ou 
prática onde se desrespeite ou macule esses preceitos constituintes da Dignidade 
Humana; 
- Além desses axiomas contemporâneos, a declaração ainda consagra Direitos Políticos, 
Sociais e Econômicos, exigindo uma postura de Estado Proativo, isto é, que atue 
incisivamente na garantia desses direitos. 
- A DUDH se insere no ponto de vista internacional como uma verdadeira Carta de 
Recomendações e de compromisso; contemplando a humanidade como um todo ela 
representa a codificação do Direito Internacional, bem como uma pretensa relativização 
das Soberanias Nacionais dos Estados em prol de um bem maior - a tutela e 
salvaguarda dos Direitos Humanos. 
3. CONVENÇÃO DE VIENA (1969): 
- A Convenção de Viena de 69 busca tratar de uma codificação do direito internacional 
na seara dos Tratados, atribuindo caráter de Dever de Cumprimento dos tratados 
assinados pelos países signatários; 
- Além do mais, essa convenção se torna importante à medida que pressupõe a 
mitigação das Soberanias Individuais dos países para que se tutele de maneira melhor 
os Direitos Humanos, abrindo espaço no Direito interno para o Direito Internacional, 
permitindo sua codificação e adesão. 
OBS: Art. 27 -> Uma medida de um tratado não pode ser anulada por conta do Direito 
Interno de um País que o assinou, tornando obrigatória sua adesão e aplicação. 
CONVENÇÃO DECLARAÇÃO:
- Evento - Formal
- Regras - Objetivos
- Direitos e Obrigações - Metas
DIMENSÕES: DIREITOS:
- Primeira: Liberdades Individuais
-Segunda: Igualdade Material (Direitos Sociais)
- Terceira: Meta Direitos/Direitos Difusos
- Quarta: Avanço Técnico Científico 
- Quinta: Internet e Informação Virtual

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