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Texto 3 - Nutrição Animal - Água

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ÁGUA
1. INTRODUÇÃO
A água é a fonte da matéria viva e o constituinte mais abundante dos seres vivos. Compreende 60 a 75 % do organismo dos mamíferos adultos e 90 % nos invertebrados marinhos. Seu teor varia pouco com a espécie; a variação maior ocorre no indivíduo em função da idade, onde vai, por exemplo, de 85 % em um embrião de bovinos, baixando até 60 % no bovino adulto. Um animal adulto pode perder quase toda sua gordura, cerca da metade da proteína do corpo, mas não pode perder 1/10 da água, porque sucumbe. Daí a água passou a ser encarada como um alimento com funções específicas.
2. PROPRIEDADES E FUNÇÕES DA ÁGUA
Alto Calor Específico: A água consome grande quantidade de calor e altera pouco a temperatura. Isso é bastante importante no processo de termorregulação do organismo, principalmente quando existe trabalho muscular intenso.
Alto Calor Latente de Vaporização: A passagem do estado líquido para vapor consome bastante calor, sendo uma forma de retirar calor do organismo e manter a temperatura corporal adequada.
Baixa Viscosidade: Esta propriedade da água é muito importante para o aparelho circulatório, onde o sangue necessita passar por capilares finíssimos.
Ótimo Solvente: A água solubiliza os nutrientes e facilita o seu transporte dentro do organismo.
Baixa Densidade no Estado de Vapor: O vapor d’água é mais leve do que o ar. Isto é muito importante para que haja ventos e, com isso, deslocamento de massas, permitindo que o ar não seja saturado.
Ótimo Lubrificante: Importante para lubrificação das articulações através do líquido sinoviai e o humor aquoso (brilho dos olhos).
Transmite a Luz e o Suor: O globo ocular tem bastante água, que deixa a luz passar para formar a imagem no centro ótico. A perilinga, líquido intra-auricular, é responsável pela transmissão do som nos ouvidos.
Tendência a formar Hidratos: A água promove a formação de hidratos. Em contato com íons fortes há formação de hidratos pela união de várias moléculas. Isto aumenta a solubilidade desses íons na própria água. Como conseqüência, aumenta a solubilidade de proteínas pouco solúveis.
Alto Poder de Hidrólise: A água participa do processo digestivo. A digestão, sumariamente, é o rompimento de moléculas maiores, transformando-as em moléculas menores, tornando-as aptas a serem absorvidas.
Alta Constante Dielétrica: Isso faz com que a água tenha capacidade, em alto grau, de separar os sais em seus íons componentes. Por exemplo, a água rompe a molécula do NaCI, separando o Na do Cl. Isto interessa ao organismo para utilizar as substâncias minerais.
Alta Tensão Superficial: A água tem uma apropriada tensão superficial, interfacial, que, é a capacidade que tem uma substância de manter-se junto a superfície de uma outra substância de maneira intensa.
Produto Final da Combustão: A água é um produto final do metabolismo energético. O organismo utiliza os nutrientes orgânicos para produzir energia e libera duas substâncias simples, H20 e C02, que são facilmente excretadas.
Peso da Água varia com a Temperatura: A água troca de peso em função da temperatura ambiente. É mais pesada a 4°C, mesmo nos invernos mais rigorosos. Isto ocorre porque a água da superfície, ao resfriar a 4°C, se torna mais pesada, deslocando a água mais quente do fundo para a superfície. Desta maneira, após algum tempo, a temperatura se mantém, possibilitando a vida.
3. FONTES DE ÁGUA
Água Livre - Bebida como tal;
Água Presa ou Coloidal - contida nos alimentos;
Água Metabólica - originada dos processos metabólicos 
=> Água formada no metabolismo
Ex: (180 g) C6H1206 + 6 02 ->• 6 C02 + (108 g) 6 H20 
® Rendimento - em geral de 10 a 14 g/100 cal
Glicose = 60 %
Proteínas = 42 %
Gorduras = 100 %
=> Produzida na síntese desidrativa de proteínas corporais, gordura e carboidratos.
=> Importante para animais hibernantes.
4. ABSORÇÃO DE ÁGUA
É feita principalmente pelo intestino delgado, sendo precedida pelo estabelecimento de um relativo equilíbrio osmótico.
A velocidade em que as substâncias absorvidas na água atravessa o intestino depende do grau de difusibilidade dessas substâncias.
No aparelho digestivo, as glândulas salivares e os tecidos glandulares do estômago e intestino secretam apreciáveis quantidades de soluções isotônicas e, assim, aumentam o conteúdo de água. Estas soluções são, na maior parte, reabsorvidas nos processos digestivos. Tal absorção pode alcançar 3 a 10 litros por dia. A maior parte da água é absorvida na porção proximal do túbulo renal, denominada reabsorção obrigatória. Na parte distai e no tubo coletor é reabsorvido o restante de água sob a ação do hormônio antidiurético (vasopresina), elaborado pelo núcleo supra ótico do hipotálamo; é a reabsorção facultativa.
5. PERDA DE ÁGUA
Fezes: varia com a espécie (150 - 200ml/dia). Em bovinos chega a 80 :: das fezes. É crítica nas diarréias.
Urina: varia com a espécie (1000 - 1500 mi/dia).
Pulmões: o ar expelido é saturado (300 - 700 ml/dia).
Pele: através das glândulas sudoríparas (100 a 500 ml/dia).
Produtos animais: Ex.: leite, ovos, etc.
6. EFEITOS DA RESTRIÇÃO DE ÁGUA
=> Aumento da pulsação
=> Elevação da temperatura retal
=> Entorpecimento e formigamento dos dedos dos pés
=> Aumento da frequência respiratória
=> Aumento da viscosidade e redução do volume do sangue
=> Efeitos práticos
Redução no consumo de alimentos e metabolismo
Redução de 50 % no consumo ad libitum, conforme causa:
	PARÂMETRO
	%
	Consumo voluntário
	27
	Ganho de peso
	50
	Conversão alimentar
	33
7. FATORES QUE AFETAM A NECESSIDADE DE ÁGUA
Tipo de Dieta: O tipo de dieta afeta as necessidades de água, conforme segue: 
Alimentos gordurosos => maior exigência;
Alimentos protéicos => média exigência;
Alimentos ricos em carboidratos: => menor exigência.
Espécie Animal: Os mamíferos eliminam o nitrogênio na forma de uréia, que, sendo tóxica para o próprio organismo, precisa ser bem diluída, aumentando as necessidades de água.
As aves têm necessidades de água menores do que os mamíferos, por que o nitrogênio é eliminado na forma de ácido úrico.
Temperatura Ambiente: A necessidade de água aumenta com a elevação da temperatura e é mais acentuada quando a umidade relativa do ar é baixa.
Ingestão de Proteínas: A ingestão de proteínas aumenta as necessidades de água, para poder eliminar os excessos de nitrogênio.
Ingestão de Sal Comum e Minerais: O consumo é aumentado com a ingestão de sal comum e também de minerais.
Ingestão de Matéria Seca: A ingestão de água depende do teor de matéria seca do alimento. De um modo geral o consumo de água chega a 2,5 vezes o consumo de matéria seca.
Idade do Animal: Animais mais jovens têm taxa de renovação de água mais rápida e necessitam de quantidades maiores do que os adultos.
Atividade Muscular: A atividade muscular produz grandes quantidades de calor, que precisam ser eliminados para manter a temperatura corporal, evitando-se o colápso.
Produtos Animais: Os produtos como leite e ovos têm uma percentagem muito elevada de água. No leite esse teor está ao redor de 80 a 85 %.
Velocidade de Crescimento: As necessidades de água variam com a velocidade de crescimento do animal. Rações que produzem crescimento rápido naturalmente precisarão de maior quantidade de água.
8 NECESSIDADE DE ÁGUA
Todas as espécies animais ingerem água para manter um nível constante de água corporal. A quantidade de água consumida pelos animais domésticos depende principalmente da temperatura do ambiente, peso vivo e da taxa de atividade metabólica do animal, ou seja, um bovino de corte consumirá um volume total de água muito maior do que um frango de corte durante um dia, mas se for feita uma medida relativa do consumo de água pelo peso, o frango de corte ingere mais água devido ao seu maior metabolismo. Uma estimativa do consumo médio de água das espécies domésticas é apresentado na Tabela 2. 
Tabela 2. Consumo diáriode água de suínos, aves e bovinos.
Outros fatores importantes que influenciam o consumo de água são a temperatura da água disponível para consumo, consumo de alimento seco, qualidade da água (pH, salinidade) e sua palatabilidade (CO2), ingredientes contidos na dieta, umidade relativa do ar, disponibilidade de bebedouros, estado de saúde e nível de estresse. Usualmente os animais bebem mais água do que necessitam, podendo chegar ao exagero quando o alimento é escasso. Em situações livres de estresse, a ingestão diária corresponde a 5 ou 6% do peso corporal, ou seja, 2 a 5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. Animais mais jovens possuem uma maior necessidade quando comparada aos adultos, devido sua maior perda pelos pulmões, superfície corporal e da menor capacidade em concentrar a urina. O maior consumo de água ocorre nas horas claras do dia. Quando os animais são alimentados em horários determinados, os padrões de consumo de água se modificam, ocorrendo picos em torno do horário de consumo de alimentos secos. Em ambientes quentes o consumo voluntário de água para baixar a temperatura corporal é importante e as variações do volume de água ingerida podem chegar a 60%. Na Tabela 3 é apresentada a variação do consumo voluntário de água durante o inverno e o verão. 
Tabela 3 . Consumo diário aproximado de água, de acordo com a estação do ano.
Os métodos convencionais de determinação de exigências de nutrientes não podem ser aplicados diretamente para a água, uma vez que esta é utilizada para manutenção dos tecidos, crescimento corpóreo, desenvolvimento fetal ou lactação. Além disso, os animais necessitam de água para desempenhar inúmeras atividades fisiológicas importantes, como termorregulação, homeostase de minerais, excreção de metabólitos, entre outros. Por isso, de modo geral, os animais devem ter acesso livre a uma fonte de água potável, salvo exceções como a muda forçada das aves poedeiras. A água é o nutriente mais importante para a vida. Diferente de outros nutrientes, onde uma deficiência poderia resultar em apenas uma queda no desempenho, uma falha no fornecimento de água pode levar a graves consequências, levando, em casos extremos, até à morte. Um dos principais sintomas de ingestão inadequada de água é a queda no consumo de alimento. Outros sintomas são: desidratação, aumento da freqüência cardíaca, aumento da temperatura corpórea, aumento da freqüência respiratória, estado comatoso e morte. 
Recomenda-se a verificação periódica do sistema de fornecimento de água para evitar que problemas simples causem grandes prejuízos ao produtor. Atenção especial deve ser dada aos animais recém-desmamados, pois a mudança do tipo de dieta (predominante líquida para sólida) deve ser acompanhada de um aumento no consumo de água, e às fêmeas em lactação que demandam uma quantidade muito superior de água em vista da produção de leite. O importante é garantir água fresca, de boa qualidade e sempre disponível para os animais.
Para um cálculo estimado das necessidades de água, considera-se como base a superfície do corpo e o metabolismo basal. Entretanto, esse cálculo negligencia a quantidade do regime, a temperatura e umidade ambiente, os ventos, o exercío produzido pelo animal, sua produção e fatores inerentes à própria água bebida.
Bovinos de Corte: Para animais de dois anos, a necessidade mínima é de 45 litros por cabeça/dia, ou cerca de 8 a 9 I por 100 kg de peso vivo, em condições de manejo adequado, distância correta de bebedouros e clima temperado.
Vacas Leiteiras: Varia de 40 a 65 litros, conforme o porte e a quantidade de leite produzido. Vacas grandes produtoras podem consumir até 140 litros por dia. Por litro de leite produzido, certos autores recomendam 0,87 kg de água, que seriam aquela consumida pela produção mais a água de composição do leite. Deve-se calcular a ingestão da água bebida na base de 1,5 a 2 litros por quilograma de leite produzido. Embora não merecendo confiança absoluta quanto à predição, pode-se relacionar o consumo de água com o de matéria seca.
Ovinos: Mantidos sobre pastagens de qualidade média, calcular o consumo em 3,5 a 4,0 litros por cabeça e por dia em clima temperado e 5 a 6 litros em clima quente. Em estabulação calcular um mínimo de dois litros de água por kg de MS consumida.
Para ovelhas em lactação devem ser aumentados em 50 % esses valores.
Eqüinos: O consumo fica entre 30 a 45 litros para adultos ou 2 a 3 litros por kg da matéria seca consumida. Éguas em lactação, cerca de 57 litros. Como em todas as espécies, existe estreita relação entre o clima, o exercício e o consumo de água. Assim, cavalos consomem de 65 kg de água em temperatura ambiente entre 13°C e umidade de 58 %.
A variação em função do trabalho vai desde 37 kg de água em descanso até 65 kg para aqueles em trabalho pesado.
9 QUALIDADE DA ÁGUA
A qualidade da água é de suma importância, especialmente no que se refere à concentração de sais e compostos tóxicos, e à presença de microrganismos. 
A água pode conter uma infinidade de microrganismos, como bactérias, vírus, fungos, protozoários, além de ovos de vários parasitas. Uma concentração de coliformes superior a 1/100 mL pode causar diarréia em bezerros, e contagens acima de 20/100 mL podem causar diarréia em vacas, com redução sensível no consumo de MS. A cloragem normalmente remove as bactérias nocivas e outros microrganismos. 
A água de qualquer fonte contém substâncias dissolvidas, normalmente íons de sais inorgânicos. Os principais são Ca, Mg, NaCl, sulfatos e bicarbonato. Ocasionalmente os níveis de sais podem ser elevados o suficiente para causar problemas relacionados ao equilíbrio osmótico, que podem prejudicar o desempenho dos animais, e até mesmo causar doenças. 
Um aspecto que deve ser sempre monitorado, pois pode causar sérios problemas ao rebanho é a presença de nitratos na água. Sua presença via de regra indica contaminação por material fecal, ou efluentes provenientes de fossas e similares. 
O problema dos nitratos começa quando são reduzidos a nitritos, pois estes compostos quando entram na corrente sanguínea, convertem a hemoglobina em metahemoglobina, que não tem capacidade de transportar oxigênio. Quando 50% da hemoglobina são convertidos em metahemoglobina o animal já mostra sinais de desconforto por falta de oxigenação. Acima desse nível, os animais podem morrer.

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