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APOSTILA DIREITO CONSTITUCIONAL 1

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Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL 1 
 
 
 
 
 
Autor: Braga Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Janeiro/2018 
 AGRADECIMENTOS 
 Primeiramente agradecer a Deus pelas oportunidades na graduação, 
segundamente aos meus pais, que desde o começo me apoiaram neste projeto, 
terceiramente à Universidade de Fortaleza que sempre me incentivou com seus 
programas para exercer a docência e assim participar na construção do 
conhecimento das pessoas. Vale lembrar também, as diversas amizades que fiz no 
exercício da Monitoria no ano de 2017, na qual minha maior inspiração para a 
realização desse projeto, minha querida colega Nátali Vieira que possui uma apostila 
enriquecedora na disciplina de Direito Empresarial 3. Agradecimentos também aos 
meus professores Marcus Vinicius Parente Rebouças e Daniela Veloso Souza 
Passos, nos quais foram importantes na construção do meu conhecimento, e por fim, 
a todos que depositaram confiança em mim para ministrar aulas e desenvolver o 
conteúdo. 
 
 
01. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
02. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
03. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO 
04. CONSTITUIÇÃO FORMAL 
05. PODER CONSTITUINTE 
06. DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL 
07. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
08. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA RFB 
09. TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
10. DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
11. DIREITOS DE NACIONALIDADE 
12. DIREITOS POLÍTICOS 
13. GABARITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 Na medida em que começamos a abordar a disciplina de Direito Constitucional, 
surge uma série de dúvidas e também curiosidades para estudar os artigos da 
Constituição Federal. Mas, como em qualquer outra disciplina no Curso de Direito, há 
sempre alguns pontos que se fazem importantes estudar e que iremos abordar aos 
poucos e com detalhes neste material. 
 Em um primeiro momento, vale a pena traduzir um termo bastante interessante 
utilizado pelo professor português J.J Gomes Canotilho: Memórias Constitucionais, 
Mas afinal, do que se trata isso? 
 As Memórias Constitucionais são aqueles vagos conhecimentos e pensamentos 
trazidos dos estudantes quando ingressam na faculdade, acerca dos fenômenos 
constitucionais. Pode ser usado como exemplo: Todos falam sobre o impeachment, 
ou tem algum conhecimento básico sobre do que se trata esse fenômeno 
constitucional, esses conhecimentos vagos e difusos são chamados de Memórias 
Constitucionais. 
A primeira atitude quando falamos em Direito é atrela-las às Normas Jurídicas, 
vale lembrar algumas realidades que o Direito se encaixa: 
 
a) Específica: O Direito possui uma identidade própria, sendo assim, não sendo 
confundida com a realidade política, econômica, etc. Mas isso não exclui as relações 
de influência e os pontos de contato entre elas. 
b) Social: As normas jurídicas se caracterizam por regular o comportamento 
humano nas relações interpessoais. Enquanto existir indivíduos que convivam em 
isolamento social, as normas jurídicas não terão efeitos, e somente as normas morais 
irá prevalecer. Então, podemos concluir que, enquanto existir Sociedade, existirá o 
Direito, e assim vice versa. 
c) Histórica: Ao longo da história, o Direito vem se transformando. Na medida 
em que, poderá existir uma mudança drástica a qualquer momento. 
d) Cultural ou Humana :O Direito se comporta como uma resultante do intelecto 
dos seres humanos e da ação deles em sociedade. 
 
OBSERVAÇÃO 
As estruturas das normas jurídicas podem se diferenciar, como podemos 
observar: 
a) Princípios Jurídicos (NORMAS-PRINCÍPIOS): São caracterizadas sendo 
mais abstratas, passíveis de interpretação. Não descrevendo nenhuma 
conduta ou comportamento humano. Exemplos: Princípio da dignidade 
da pessoa humana, princípio da impessoalidade, moralidade 
administrativa. 
01. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
 
 
 
 
Tendo em vista a estruturação da realidade normativa do Direito, existem diversas 
concepções teóricas sobre a composição estrutural de sua realidade normativa, as 
que merecem maior destaque são: 
 
a) A concepção Positivista normativista: Desenvolvida por Hans Kelsen, destacava o 
lado normativo do Direito, de modo que o definiu, de forma unidimensional, uma 
realidade puramente normativa. Dessa perspectiva, o Direito foi concebido como uma 
realidade humana composta puramente pelo conjunto de normas jurídicas vigentes 
numa sociedade e que forma o seu ordenamento jurídico. 
b) A Concepção Culturalista Tridimensional Realeana: Desenvolvida pelo jurista 
Miguel Reale, destacava que o Direito era profundamente afetado pelos valores e 
fatos de cada época histórica, sendo assim, a realidade do Direito vai além de sua 
dimensão normativa. Deste modo, o Direito possui 03 (três) dimensões que interagem 
entre si de maneira recíproca: 
 
• Dimensão normativa (NORMAS JURÍDICAS) 
• Dimensão fática (FATOS) 
• Dimensão valorativa (VALORES) 
 
 
 
 No sentido jurídico, o termo Constituição pode ser definido como o sistema ou 
matriz normativa fundamental e suprema do Estado. Quando há uma nova 
Constituição, pretende-se instituir um novo Estado, sendo ela, uma espécie de 
“contrato social”. Na Constituição Federal de 1988, podemos ter o exemplo claro 
entre a relação intima entre a Constituição e Estado, como está disposto no 
preâmbulo: 
b) Regras Jurídicas (NORMAS-REGRAS): São caracterizadas por ser 
concretos. Não abrem margem de interpretação, e descrevem condutas 
ou comportamentos humanos. Exemplo: O artigo 121 do Código Penal se 
refere a conduta de “matar alguém”, na qual é categorizada como 
proibida. 
CONSTITUIÇÃO 
 
 Com essa análise, podemos retirar trechos que provam a relação próxima entre 
Constituição e Estado, onde a Constituição visa instituir um Estado Democrático, 
através de uma espécie de contrato social, que no caso seria a Constituição. 
 Diferente de todas as outras normas do ordenamento jurídico, as normas que 
integram à Constituição, são denominadas de Normas Constitucionais. Em relação a 
estrutura normativa das Normas Constitucionais, temos os princípios constitucionais 
e as regras constitucionais. 
 Em relação as outras normas positivadas no ordenamento jurídico de um Estado, 
todas as que são inferiores hierarquicamente são chamadas de Normas 
infraconstitucionais ou subconstitucionais. 
 Dentro da Constituição, a doutrina atualmente reconhece como sendo de 
extrema importância e de ponto principal para a instituição de um Estado, duas 
matérias tipicamente constitucionais: 
 • Organização Fundamental do Estado; 
 • Direitos e Garantias Fundamentais. 
 
 Continuando ainda a abordagem sobre Constituição, ela também é qualificada 
como suprema. Por dentro dessa supremacia, pode ser em dois sentidos: 1) 
Supremacia Material; 2) Supremacia Formal ou Hierárquica. 
 
 
 
 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado 
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
 
 Quando abordamos o assunto de Organização Fundamental do Estado, é 
possível relacionar a esses temas, no aspecto estrutural: 
 
• Organização Estrutural e funcional dos Poderes Públicosou Poderes 
Constituidos do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) 
• Fixação de limites ao poder político passível de ser exercido pelo Estado 
• Forma de governo, forma de Estado, regime político e do sistema de governo. 
 
 
 
 
1) Supremacia Material 
Quando se fala em organização fundamental do Estado e sobre os 
direitos e garantias fundamentais, tratamos dos assuntos mais 
relevantes para a existência institucional do Estado, o que evidencia 
assim, uma supremacia material diante de todas as outras normas. 
2) Supremacia Formal ou Hierárquica 
A supremacia formal da Constituição é evidenciada por se 
posicionar no topo ou vértice superior da conhecida pirâmide 
normativa. Também é conhecida como “superlegalidade”. 
OBSERVAÇÃO 
No sistema jurídico brasileiro NÃO existe normas hierarquicamente superiores 
à Constituição, do ponto de vista formal. A Constituição formal é o parâmetro 
de referência mais elevado para todas as outras normas do ordenamento. 
ORGANIZAÇÃO FUNDAMENTAL DO ESTADO 
OBSERVAÇÃO 
Forma de Governo – Republicana -> FoGo na República 
Forma de Estado – Federativa -> FÉ na Federação 
Regime Político – Democrático 
Sistema de Governo – Presidencialista 
Separação de Poderes – Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. 
 
 
 A primeira atitude ao estudar os Direitos Fundamentais é saber diferenciar os 
direitos fundamentais e as garantias fundamentais. Além disso, saber também 
diferenciar os direitos fundamentais e os direitos humanos, que pode virar confusão 
na cabeça de quem estuda. 
 Partindo da primeira diferença, os direitos fundamentais, em rigor, são direitos 
básicos reconhecidos e assegurados pela Constituição de um Estado, levando em 
consideração a dignidade da pessoa humana. Os direitos fundamentais evidenciam 
caráter declaratório, pois apenas declaram certos bens jurídicos a serem 
fundamentais da pessoa humana. Por exemplo, podemos citar a liberdade, a saúde, 
a vida, etc. 
 Em relação as garantias fundamentais, são instrumentos que protegem os 
direitos fundamentais, levando em consideração que eles precisam estar em ameaça 
ou forem violados. Possuem caráter acessório e assecuratório, podemos utilizar como 
exemplo o habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção. 
 Ainda no assunto das garantias fundamentais, elas podem ser utilizadas em 
caráter preventivo ou repressivo. Poderemos ilustrar quando é utilizado em caráter 
preventivo, quando é impetrado habeas corpus alegando-se que o direito a liberdade 
pode estar sob ameaça, já em caráter repressivo, quando o indivíduo está preso e 
algum direito fundamental ou sua dignidade da pessoa humana forem violados, é 
cabível impetrar o habeas corpus. 
 A expressão Direitos Fundamentais, podem ser interpretados no sentido estrito 
ou em sentido amplo. Quando tratamos do sentido estrito ou stricto sensu, falamos 
dos valores ou bens jurídicos fundamentais. Quando tratamos do sentido amplo ou 
lato sensu, falamos dos Direitos Fundamentais e das Garantias Fundamentais. 
 Outro ponto que é importante abordar, trata-se da diferença entre Direitos 
Fundamentais e Direitos Humanos. Os direitos fundamentais são aqueles direitos 
básicos do ser humano com proteção jurídica no âmbito nacional, interno de um 
Estado, geralmente estão positivados nas Constituições. Os direitos humanos são 
aqueles direitos básicos do ser humano, porém o que diferencia é onde estar previsto, 
os direitos humanos estão previstos nos tratados internacionais e passam a contar 
com proteção jurídica também no plano internacional. A diferença básica que 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
podemos concluir, é em relação sua amplitude da proteção jurídica e a base 
normativa. 
 Assim como os direitos fundamentais, os direitos humanos podem ser 
interpretados em sentido estrito ou stricto sensu, abordando somente os direitos 
humanos previstos em Tratados Internacionais de Direitos Humanos, ou ser 
interpretados em sentido amplo ou lato sensu, abordando os direitos fundamentais 
previstos nas Constituições e os direitos humanos previstos nos TIDH’s (Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos). 
 
 
 
 
 Desde 2008, a pirâmide normativa do ordenamento jurídico brasileiro possui 
quatro planos hierárquicos: 
 
 
 
 4º Nível 
 
 
 3º Nível 
 
 
 
 2º Nível 
 
 
 
 
 
 1º Nível 
 
 
 
 
 4º Nível Hierárquico: É o nível constitucional, o último nível da pirâmide 
normativa. Elas evidenciam supremacia formal, jurídica ou hierárquica em relação a 
todas as demais normas do ordenamento jurídico. 
 3º Nível Hierárquico: É o nível supralegal, mas infraconstitucional, onde as 
normas estão posicionadas imediatamente abaixo da Constituição, mas encontra-se 
superior à das leis; 
PIRÂMIDE NORMATIVA BRASILEIRA 
 2º Nível Hierárquico: É o nível Legal, são as normas com estatura ou hierarquia 
legal. 
 1º Nível Hierárquico: É o nível infralegal, são as normas inferior à das leis, 
evidenciando, assim, o mais baixo nível hierárquico na pirâmide normativa. 
 
 
 A parte da realidade normativa do Direito, quando se refere à Constituição, que 
se dá o nome de Direito Constitucional, se subdivide em 02 categorias: 
a) Direito Constitucional Formal 
b) Direito Constitucional Material 
 
 Como em todo ramo do Direito, onde em sua essência há a Ciência do Direito, 
que o objetivo em comum é o estudo da Constituição neste ramo do Direito 
Constitucional, é dividido em 03 campos distintos, de acordo com o tipo de 
conhecimento produzido acerca da Constituição, são eles: 
 
a) Direito Constitucional Especial ou Particular 
b) Direito Constitucional Comparado 
c) Direito Constitucional Geral 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL E SUAS DIVISÕES 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
PLANO 
NORMATIVO 
DISCIPLINA DA 
CIÊNCIA DO 
DIREITO 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
MATERIAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
FORMAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
ESPECIAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
GERAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
COMPARADO 
 
 
 Neste assunto, podemos abordar em relação as normas formalmente 
constitucionais e as normas materialmente constitucionais. Definindo cada uma, 
começando pelas normas formalmente constitucionais, são aquelas dotadas de 
supremacia formal, como já mencionado anteriormente, elas evidenciam forma ou 
aparência constitucional. Ainda assim, ela não tratando de matérias constitucionais, 
mas doutrinariamente ela é classificada como normas formalmente constitucionais. 
 As normas materialmente constitucionais, podem ser definidas como toda e 
qualquer norma que está verse sobre matéria constitucional, como por exemplo: 
Direitos e Garantias fundamentais e Organização Fundamental do Estado, matérias 
tipicamente constitucionais como já mencionados anteriormente. 
 Para exemplificar os dois casos, onde as normas formalmente constitucionais 
estão dispostas na Constituição, e não versarem sobre matéria constitucional, 
vejamos o artigo 242, §2º da Constituição Federal: 
 
 
 Como disposto acima, o exemplo clássico de normas formalmente 
constitucionais, onde não versa sobre nenhuma matéria constitucional mas evidencia 
supremacia formal por estar na Constituição. Agora vejamos, um exemplo de norma 
materialmente constitucional, que não está disposta na Constituição mas tratam sobre 
matéria constitucional: 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL FORMAL x DIREITO CONSTITUCIONAL MATERIAL 
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na 
órbita federal. 
 CAPÍTULO II 
 DOSDIREITOS DA PERSONALIDADE 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e 
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista 
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto 
grau. 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando 
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
 
 
 Como descrito acima, os direitos de personalidade que estão predicados no 
Código Civil, versam sobre matéria constitucional, mas que não estão dispostos na 
Constituição Federal. Então, podemos ter normas que tratem de matéria constitucional 
e que não estejam na Constituição, assim como, podemos ter normas que não versem 
sobre matéria constitucional e que estejam na Constituição. 
 Para deixar mais didático ainda, podemos esquematizar da seguinte forma: 
01) NORMA FORMALMENTE CONSTITUCIONAL + MATERIALMENTE 
CONSTITUCIONAL – É aquela norma que trata de matéria 
constitucional e encontra-se positivada no Texto constitucional. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio 
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o 
sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção 
difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao 
nome. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a 
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu 
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama 
ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a 
esta norma. (Vide ADIN 4815) 
 
02) NORMA FORMALMENTE CONSTITUCIONAL E NÃO 
MATERIALMENTE CONSTITUCIONAL – Encontra-se positivada na 
Constituição, mas não versa sobre matéria tipicamente constitucional. 
03) NORMA MATERIALMENTE CONSTITUCIONAL E NÃO 
FORMALMENTE CONSTITUCIONAL – Versa sobre matéria 
constitucional, mas não está positivada no Texto Magno. 
04) NORMA NEM MATERIALMENTE E NEM FORMALMENTE 
CONSTITUCIONAL – Esta norma não está positivada na Constituição 
e não versa sobre nenhuma matéria constitucional, como exemplo 
podemos citar o Código Civil onde tem sua parte que trata de 
contratos. 
 
 
 Em relação as normas materialmente constitucionais e formalmente 
constitucionais, elas podem compor sistema normativos diferentes, que possuem 
características singulares, onde a doutrina divide em 02 categorias: 
 
 • Constituição Formal 
 • Constituição Material ou Substancial 
 
 Primeiramente, abordaremos a Constituição Formal com suas principais 
características, mas como sendo sua principal definição: Conjunto das Normas 
formalmente constitucionais. São características de uma Constituição Formal: 
 • Normas formalmente constitucionais. 
 • As normas jurídicas são sistematizadas por um órgão constituinte. 
 • São formalizadas oficialmente em documento(s) ou instrumento(s) 
constitucional(is) escrito(s) 
 • Como já tratado anteriormente, versa de sua supremacia formal, ou 
seja, sendo alocada no topo da pirâmide normativa. 
 • Para garantir o principio da supremacia da Constituição, contam 
com mecanismos do controle de constitucionalidade, o que caracteriza via 
de regra, como Constituições rígidas. 
CONSTITUIÇÃO MATERIAL X CONSTITUIÇÃO FORMAL 
 As Constituições Materiais referem-se sobre o conjunto de normas 
materialmente constitucionais de um determinado ordenamento jurídico, estando ou 
não positivadas no Texto Magno, evidenciando ou não a supremacia formal. 
 
 
 
 
 
 
 
 Como já mencionado, em relação a divisão a Ciência do Direito Constitucional 
de acordo com o tipo de saber ou conhecimento produzido acerca da Constituição, 
ela se divide em três categorias. 
 • DIREITO CONSTITUCIONAL ESPECIAL – Chamado assim, por se tratar de 
um campo cientifico que tem como objetivo a interpretação, sistematização e a critica 
de uma Constituição concreta de um Estado em particular. Estudando assim, uma 
Constituição isoladamente. 
 • DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO – Nessa forma de estudo ou 
produção do saber, utilizamos a comparação de distintas constituições, vale lembrar 
que não é necessário estar vigente ao mesmo tempo, e tem por objetivo identificar as 
singularidades, contrastes e semelhanças entre ambas. 
 • DIREITO CONSTITUCIONAL GERAL – Busca estudar não somente as 
normas concretas da Constituição de um Estado em particular, e muito menos estudar 
comparativamente algumas Constituições. Pretende-se estudar aqui, temas comuns 
à grande generalidade das realidades constitucionais existentes no mundo. Visa 
desenvolver uma TEORIA GERAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL, onde trabalha 
temas numa perspectivas mais abstrata, fixando conceitos, classificações e 
postulados gerais. 
OBSERVAÇÃO: 
O ordenamento jurídico brasileiro adota uma Constituição consolidada num texto 
normativo e sistematizado dotado de supremacia formal, de modo que opera com base 
numa Constituição Formal 
OBSERVAÇÃO 2: 
Como exemplo de Constituição Material, podemos lembrar do ordenamento jurídico do 
Reino Unido, onde é resultante da articulação de diversas normas dispersas que não 
possuem supremacia formal, possui assim, o mesmo nível de hierarquia das leis em geral, 
mas que versam sobre matéria constitucional. 
DIREITO CONSTITUCIONAL ESPECIAL x DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO x DIREITO 
CONSTITUCIONAL GERAL 
 
01. (___) A Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e 
suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do 
Estado, à formação dos Poderes Públicos, forma de governo e aquisição do 
poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres 
dos cidadãos. 
 
02. (___) A hierarquia jurídica se estende da norma constitucional às normas 
inferiores (leis, decretos, regulamentos), tendo como consequência o 
reconhecimento da superlegalidade constitucional. 
 
 
03. (___) O órgão legislativo, ao derivar da Constituição sua competência, não 
pode obviamente introduzir no sistema jurídico leis contrárias as disposições 
constitucionais. 
 
04. (___) As leis que contrariam a supremacia constitucional reputam-se sem 
validade, inconsistentes coma ordem jurídica estabelecida. 
 
 
05. (___) É critério para definição de uma norma como formalmente 
constitucional a matéria que ela trate. 
 
06. (___) Do ponto de vista formal, as normas constitucionais caracterizam-
se por tratar de temas como a organização do Estado e os direitos e garantias 
fundamentais. 
 
 
07. (___) São normas materialmente constitucionais as concernentes à forma 
de Estado, à forma de governo, ao modo de aquisição e exercício do poder e as 
finalidades do Estado. 
 
EXERCÍCIOS 
08. (___) Constituição material e Constituição Formal são conceitos em tudo 
coincidentes. 
 
 
09. (___) A Constituição Federal de 1988 é, em parte, material (trata dos 
direitos e garantias fundamentais e da organização do Estado) e outra parte 
meramente formal (preceitos que estão positivados no Texto Constitucional, mas 
que disciplinam assuntos normalmente regulados pelo Poder Legislativo 
constituído, e não pelo Poder Constituinte Originário). 
 
10. (___) Todas as normas estabelecidas pelo Poder Constituinte Originário 
no Texto Constitucional de 1988 são formalmente constitucionais e se equivalem 
em nível hierárquico. 
 
 
11. (___) As chamadas normas materialmente constitucionais são todas 
aquelas que integram a CF, independentemente de seu conteúdo. 
 
12. (___) As normas materialmente constitucionais referem-se ao conteúdo 
próprio da Constituição, devendo todas elas, obrigatoriamente, figurar no Texto 
Constitucional, a exemplo das normas relativas ao exercício e à distribuição do 
poder político e à garantia dos direitos fundamentais. 
 
 
13. (___) São consideradas materialmente constitucionais as normas que, 
mesmo que não tendo conteúdo propriamente constitucional, possuem em seus 
enunciados todos os elementos necessários à sua executoriedade direta e 
integral. 
 
14. (___) Embora de natureza transitória, os dispositivos do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) são materialmente 
constitucionais, ou seja, são hierarquicamente iguais às demais normas 
inseridas na Constituição Federal. 
 
 
 Após definirmos o que seria Constituição e suas diversas realidades normativas 
com suas estruturações, o ponto que iremos abordar agora é acerca das concepções 
teóricas sobre a Constituição, como ela se definiria, qual a essência da Constituição 
do Estado. Para começar, é importante destacar que existem duas concepções 
classificadas doutrinariamente, são elas: 
 • Concepções ou Sentidos TRADICIONAIS 
 • Concepções ou Sentidos CULTURALISTAS 
 Primeiro, abordaremos as Concepções Tradicionais, onde predomina apenas 
UM FATOR DOMINANTE, que caracteriza a verdadeira Constituição de um Estado, 
são marcadas pela parcialidade ou unilateralidade. 
 A primeira concepção TRADICIONAL que iremos estudar é a Sociológica 
desenvolvida por Ferdinand Lassalle, onde ele fazia a distinção entre a Constituição 
real e efetiva, sendo ela a soma dos fatores reais de poder que regem uma sociedade. 
A constituição jurídica que era alusiva ao Texto Constitucional, quando comparada 
com a constituição real e efetiva, era uma simples folha de papel, e teria um caráter 
secundário em face daquelas na condução institucional do Estado. Para Lassalle a 
soma dos fatores reais de poder é sempre mais forte e determinante na condução 
institucional do Estado, de forma que prevalece sobre o Texto Constitucional. Essa 
primeira concepção também é chamada de sociologismo constitucional. 
 A segunda concepção TRADICIONAL que iremos estudar é a Político, 
desenvolvida por Carl Schmitt na época do Terceiro Reich, na qual ficou conhecido 
por ser o jurista do nazismo ou jurista de Hitler. Sua teoria destacava que a realidade 
jurídica, o Direito, só se reproduz em meio à uma luta política, ou seja, nos termos 
constitucionais, o Estado seria essencialmente regido e controlado pela força das 
decisões fundamentais produzidas no mundo soberano da política, o que ele chama 
de decisões políticas fundamentais. Ao desenvolver sua teoria, Schmitt reconhecia 
que o fator dominante na condução institucional do Estado, ou seja, sua Constituição 
Real e Efetiva, seria as decisões políticas fundamentais. O Texto Constitucional 
sempre estaria em caráter secundário em face das deliberações produzidas na esfera 
 02. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
política a respeito de aspectos fundamentais. Na concepção de Carl Schmitt, quem 
deveria ser o guardião da Constituição e assim defender e interpretar a Constituição 
era o chefe do poder executivo, ou seja, no caso do Terceiro Reich seria o Hitler. 
Também pode ser chamada de Decisionismo Político. Carl Schmitt fazia uma pequena 
diferença na estruturação do Texto Constitucional, as normas que tratavam de 
aspectos fundamentais do Estado, que seriam as decisões políticas fundamentais, 
compõem o que ele denominava de Constituição propriamente dita, e por outro lado, 
as disposições do Texto Constitucional que tratava de termos diversos eram meras 
leis constitucionais. Essa distinção utilizada por Carl Schmitt serve de base para atual 
diferenciação entre normas materialmente constitucionais e normas formalmente 
constitucionais 
 A terceira concepção TRADICIONAL é de um dos mais influentes teóricos do 
Direito, pois representava a Escola Normativista do Direito. Hans Kelsen é uma figura 
conhecida no mundo jurídico, tendo como destaque a polêmica obra TEORIA PURA 
DO DIREITO, onde destacava-se que o Direito e a Constituição seria puramente 
restrito somente as normas positivadas e que compõe o ordenamento jurídico. Kelsen 
eliminava qualquer caráter fático ou axiológico, que estes deveriam ser estudados por 
outros ramos sendo eles a Sociologia e Filosofia. Kelsen adotava o postulado teórico 
de que toda norma jurídica só é válida, pelo motivo que há uma norma superior a 
validando. Porém, o ponto em que devemos chegar é: E quando chegar na 
Constituição? Com a vontade de não se contradizer e nem contaminar sua Teoria 
Pura do Direito, Kelsen não explica a obrigatoriedade da Constituição em princípios 
superiores ao direito natural ou interação de forças sociais, como as outras 
concepções abordam essa questão. Ele desenvolve a Norma Hipotética Fundamental, 
que inexiste na prática, mas no plano abstrato da Teoria Pura, servia para explicar e 
validar a Constituição. Além disso, a Norma Hipotética Fundamental não possui 
nenhuma norma jurídica e limita-se apenas em “dizer” : A Constituição deve ser 
obedecida. 
 Kelsen ainda assim, diferencia dois sentidos para a Constituição: 
• Plano Jurídico-Positivo: Seria a norma fundamental e suprema do ordenamento 
jurídico. 
• Plano Lógico-Jurídico: É a norma hipotética fundamental. 
 Após estudar cada uma das concepções TRADICIONAIS, é importante também 
estudar sobre as concepções culturalistas. Temos dois nomes de grande destaque 
para esta concepções, são eles: 
 • Hermann Heller 
 • Konrad Hesse 
 Tratando primeiro de Herman Heller, onde em sua obra intitulada Teoria do 
Estado, defendia que a verdadeira Constituição de um Estado e aquilo que 
efetivamente controla e rege é resultante de uma interação recíproca entre 02 
dimensões, são elas: 
a) Normatividade Constitucional ou Constituição Normada: Seria o conjunto de 
preceitos normativos abstratos, seja jurídicos ou extrajurídicos, que interferem na 
condução da vida institucional do Estado em seus aspectos fundamentais. 
b) Normalidade Constitucional ou Constituição não-normada: Seria o conjunto de 
fatores fáticos concretos da realidade social que interferem, mesmo que 
minimamente, na condução da vida institucional do Estado em seus aspectos 
fundamentais. 
 
 Resumindo,de forma objetiva, para Heller, a normalidade criaria a 
normatividade, mas a normatividade também criaria a normalidade, ficando 
configurada assim, uma construção de vida institucional de um Estado num processo 
de complementação reciproca. 
 
 Para Konrad Hesse, em sua obra de nome “A Força Normativa da 
Constituição” estabelece uma crítica a tese de Ferdinand Lassalle (sociologismo 
constitucional). Hesse defende que a Constituição não é somente uma mera folha de 
papel, e sim atua com uma força normativa evidenciando assim, uma pretensão de 
eficácia sobre a realidade, que interfere nos processos de regência e controle da vida 
institucional do Estado. Ele nos ensina que o Estado seria regido e controlado pela 
resultante da interação entre o Texto Constitucional e a Realidade histórico-
cultural, na qual ele denomina de realidade constitucional. 
 
 
 
 
 É sabido de todos que no mundo há várias Constituições, e elas podem 
apresentar características diferentes de acordo com sua classificação. Então, vamos 
estudar por aqui, quais os critérios de classificação das Constituições. 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO Á FORMA 
 As Constituições podem ser classificadas de acordo com a forma 
PREDOMINANTE de exteriorização de suas normas, que tem duas categorias: 
a) Escritas 
b) Não-Escritas 
 Vale ressaltar que aqui é levado em consideração a forma PREDOMINANTE e 
não a forma EXCLUSIVA de exteriorização de suas normas. De modo que, ao afirmar 
que uma Constituição é classificada como escrita, não se pretende assinalar que 
exclusivamente composta apenas por normas escrita, mas em sua predominância é 
que as normas são escritas. 
1) CONSTITUIÇÃO ESCRITA 
 A expressão “Constituição escrita” é aplicada às Constituições quando há 
predominância de normas constitucionais positivadas em textos normativos. Elas 
ainda se dividem em 02 categorias, quando levada em consideração a unidade 
documental ou sistemática, são elas: 
a) Constituições Codificadas ou Instrumentais 
b) Constituições não-codificadas 
1.1) CONSTITUIÇÃO CODIFICADA 
 As Constituições escritas codificadas ou instrumentais são caracterizadas por 
suas normas fundamentalmente reunidas por um órgão constituinte, na forma escrita 
e sistematizado em um ÚNICO TEXTO ou INSTRUMENTO NORMATIVO FORMAL, 
compondo uma espécie de instrumento constitucional. 
1.2) CONSTITUIÇÃO NÃO-CODIFICADA 
 As constituições não codificadas ou legais são caracterizadas que, apesar de 
predominantemente escritas, suas normas estão positivadas em VÁRIOS textos, 
documentos ou instrumentos normativos diferentes e dispersos. São conhecidas 
como CONSTITUIÇÕES VARIADAS, INORGÂNICAS. 
2) CONSTITUIÇÃO NÃO-ESCRITA 
• CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 Como já dito anteriormente, o que caracteriza se a Constituição é escrita ou não-
escrita é a predominância e não a exclusividade. Neste caso, a expressão 
“Constituição não-escrita”, que pode também ser chamada de Constituição 
consuetudinária ou costumeira, é aplicável tanto às Constituições inteiramente 
formada por normas costumeiras, quanto às Constituições em que há uma 
PREDOMINÂNCIA, ou mesmo quantitativo de normas não escritas. A expressão 
Constituição não-escrita pode causar falsa impressão que não há normas positivadas, 
mas pode sim evidenciar normas positivadas. No atual cenário dos ordenamentos 
jurídicos do mundo, não há nenhuma Constituição inteiramente costumeira, mas 
temos exemplos onde são parcialmente costumeiras, podendo ser citado a 
Constituição do Reino Unido. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO 
 As Constituições em relação a extensão dos seus textos normativos, podem ser 
divididas em duas categorias, são elas: 
a) Constituições sintéticas 
b) Constituições analíticas 
 Vamos analisar cada uma, tentando deixar na forma mais didática de se 
aprender e saber identificar cada uma. 
 
1) CONSTITUIÇÃO SINTÉTICA 
 As Constituições sintéticas ou concisas são caracterizadas por terem os textos 
normativos compactos, genéricos, estruturados assim, com poucas disposições ou 
anunciados constitucionais que se restringem a regular somente alguns certos 
aspectos básicos do Estado e a prever alguns direitos fundamentais. Um exemplo de 
Constituição sintética é a Constituição dos Estados Unidos da América, de apenas 7 
artigos e 27 emendas. 
 
2) CONSTITUIÇÃO ANALÍTICA 
 As Constituições analíticas ou prolixas são caracterizadas por possuírem textos 
normativos longos, tendo inclusive, evidenciar normas que não versam propriamente 
sobre matéria constitucional. Podem ser chamadas também de Constituições 
extensas, longas, volumosas. Como por exemplo, pode ser citado a Constituição 
Brasileira de 1988. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CRITÉRIO DE ORIGEM OU PROCESSO DE 
POSITIVAÇÃO 
 Em relação ao processo de positivação ou critério de origem, chegamos um 
ponto importante e essencial para se aprender. É levado em consideração a forma 
que foi aprovada ou instituída, pode ser subdividida em 04 (quatro) categorias: 
a) Constituições promulgadas, populares ou votadas; 
b) Constituições outorgadas ou impostas; 
c) Constituições cesaristas, plebiscitárias ou bonapartistas; 
d) Constituições pactuadas, dualistas ou convencionadas. 
 
1) CONSTITUIÇÕES PROMULGADAS 
 As constituições promulgadas são caracterizadas quando é resultante de um 
exercício democrático do poder constituinte, ou seja, de um processo constituinte que 
conta com uma significativa participação popular. 
 
 
 No Brasil, embora não tenhamos nenhuma experiência de ”crowdsourcing”, mas 
uma pequena experiência embrionária durante o processo de aprovação da Lei nº 
12.965/2014, ou como conhecemos “MARCO CIVIL DA INTERNET” 
 CURIOSIDADE 
 A Islândia em 2008, enfrentou uma grave crise financeira, na qual por 
força de movimentos social por uma nova Constituição. Nos acontecimentos, 
abriu-se ampla oportunidade de o povo islandês acompanhar e participar 
ativamente por meio de REDES SOCIAIS, SITES DE RELACIONAMENTOS 
(Twitter, Facebook, Youtube), o que vinha sendo denominado de 
“crowdsourcing” 
 Apesar de grande adesão e participação popular, o Parlamento islandês 
não aprovou o documento. Se por acaso, tivesse sido aprovada, seria a 
primeira “crowdsourced Constitution” da história, que viria de um processo 
constituinte diferente do tradicional que contava com significativa participação 
popular por meio de canais disponíveis na Internet. 
DICA!!!! 
As Constituições promulgadas no Brasil – CF 1891 e AS 
POSTERIORES PARES (1934,1946,1988) 
 
2) CONSTITUIÇÕES OUTORGADAS 
 As Constituições outorgadas é resultante de um exercício antidemocrático, ou 
seja, um processo constituinte que não contou com uma significativa participação 
popular, sendo assim, uma imposição unilateralmente a vontade política de um agente 
ou grupo usurpador sobre o conjunto global do povo, sem nenhuma legitimidade. 
 
 
3) CONSTITUIÇÕES CESARISTAS 
 Também é conhecida de bonapartistas ou plebiscitárias, as Constituições 
cesaristas são uma espécie de Constituições outorgadas, mas que são submetidas a 
uma consulta popular, sendo referendo ou plebiscito, esse ato de consulta é usado 
como artificio de legitimação do ato de outorga e ratificação da vontade do detentor 
fático do poder político. 
4) CONSTITUIÇÕES PACTUADAS 
 As Constituições pactuadas resultam de uma oficialização de um compromisso 
precário entre forças politicamente opostas associadas ao governante e à 
representação nacional. Seria um pacto entre forças políticas opostas destinado a 
debelar crises ou conflitos de grande proporção. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM DA DECRETAÇÃO 
 Em relação a origemda decretação, as Constituições no mundo moderno podem 
ser diferenciadas levando em consideração se vieram de dentro ou de fora do povo 
em que se aplica, se divide em 02 (duas) categorias: 
a) Autoconstituições, homoconstituições ou Constituições autônomas. 
b) Heteroconstituições, Constituições heterônomas ou dadas. 
 
1) AUTOCONSTITUIÇÕES 
DICA!!!! 
As Constituições outorgadas no Brasil – CF 1824 e AS POSTERIORES 
ÍMPARES (1937,1967-69) 
OBS: Excetuando-se a de 1891, que foi promulgada. 
 Na grande generalidade dos processos constituintes, as Autoconstituições, são 
Constituições elaboradas por forças sociais integrantes do próprio povo em que se 
aplica, ou seja, ela advém do próprio povo. 
2) HETEROCONSTITUIÇÕES 
 Já em maior raridade, as heteroconstituições são aquelas Constituições 
elaboradas e positivadas por entes externos ao povo que se aplica. Como por 
exemplo, por organizações internacionais ou outros Estados. Podemos citar para 
ilustrar tal situação, como as Constituições de povos do Commonwealth, que foram 
aprovada por leis do Parlamento britânico (Canadá, Nova Zelândia..etc) 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
 Em relação ao modo de elaboração, as Constituições podem ser divididas em 
02 (duas) categorias: 
a) Históricas 
b) Dogmáticas ou sistemáticas 
 
1) CONSTITUIÇÕES HISTÓRICAS 
 As Constituições históricas são caracterizadas pela forma de elaboração por 
conta de um processo cultural de lenta e continua sedimentação e revisão histórica 
de costumes e tradições jurídico-constitucionais, com uma acumulação de normas 
constitucionais advindas de diversas fontes normativas, inexistindo assim, uma ação 
sistematizadora de um órgão constituinte. É uma espécie de um constitucionalismo 
de tempo longo, é mais conservadora e menos aberto a mudanças radicais, bruscas 
e revolucionárias, mas não se exclui a possibilidade de evidenciar certas 
transformações profundas. 
2) CONSTITUIÇÕES DOGMÁTICAS OU SISTEMÁTICAS 
 A Constituição dogmática se dá na grande generalidade dos fenômenos 
constitucionais, onde são elaboradas por meio de um agente ou órgão constituinte 
que capta as crenças políticos-jurídicas presentes no imaginário social num dado 
contexto histórico e sistematiza num texto formal. Por exemplo, podemos citar as 
Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e a da França revolucionária 
de 1791. 
 
 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO OU À 
IDENTIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 Como já abordado anteriormente, as normas podem ser classificadas como 
sendo normas materialmente constitucionais ou normas formalmente 
constitucionais. E quando é levado em consideração para classificação da 
Constituição, não pode ser deixado de ser estudado. Do ponto de vista para 
classificação de Constituição, elas se dividem em: 
a) Constituição Formal 
b) Constituição Material 
 
1) CONSTITUIÇÃO FORMAL 
 OBSERVAÇÕES 
1. O que é uma Assembleia Nacional Constituinte? 
R: É um órgão constituinte composto por representantes do povo e que tem a 
tarefa de aprovar e promulgar uma Constituição dogmática, fixando 
normativamente as bases institucionais de um novo Estado. 
 
2. O que é uma ANC Soberana? 
R: As ANC’s podem ser classificadas em duas categorias, quanto à 
necessidade ou não de ratificação do texto constitucional pelo povo: 
a) ANC SOBERANA: A ANC soberana que evidencia plenos poderes para 
elaborar sozinha a Constituição, sem ser necessário uma posterior 
consulta popular ou ratificação do seu texto normativo. 
b) ANC NÃO-SOBERANA: ANC não soberana que elabora o Texto-base da 
Constituição, que deverá ser submetido à posterior consulta ou ratificação 
popular, para que o povo delibere se deseja ou não a adotar. 
3. O que é uma ANC Exclusiva? 
R: Em relação as funções politicas desempenhadas por seus membros, as 
ANC’s podem ser classificadas em duas categorias: 
a) ANC EXCLUSIVA: A ANC exclusiva é quando os membros, chamados 
também de constituintes, são eleitos única e exclusivamente para 
desempenhar aquela função de elaborar a Constituição, e assim, não 
acumula funções legislativas. 
b) ANC NÃO-EXCLUSIVA: A ANC não-exclusiva é aquela que cujos 
membros, são eleitos não só para a função de elaborar a Constituição, 
mas também paralelamente como parlamentares legisladores, 
acumulando assim, funções legislativas. 
 
 A Constituição Formal é caracterizada pelo conjunto de normas formalmente 
constitucionais de um ordenamento jurídico, e dessa forma, evidencia assim a 
característica da supremacia formal, jurídica em relação às demais normas do 
ordenamento jurídico, mesmo que algumas das normas não tratem de matéria 
constitucional. 
2) CONSTITUIÇÃO MATERIAL 
 As Constituições Materiais referem-se sobre o conjunto de normas 
materialmente constitucionais de um determinado ordenamento jurídico, estando ou 
não positivadas no Texto Magno, evidenciando ou não a supremacia formal. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CRITÉRIO DE MODIFICABILIDADE OU 
ALTERABILIDADE 
 Quanto ao critério de modificabilidade, é uma das classificações mais 
importantes para serem estudadas e também onde há uma pequena divergência 
doutrinária, mas nada que se torne difícil de se compreender. A Constituição, pode 
ser classificada sendo: 
a) RÍGIDAS 
b) FLEXÍVEIS 
c) SEMIFLEXÍVEIS 
d) IMUTÁVEIS 
e) E para Alexandre de Moraes, SUPER-RÍGIDAS 
 
 
1) CONSTITUIÇÕES RÍGIDAS 
 As Constituições classificadas como sendo rígidas, são caracterizadas pelo fato 
de só poder ser modificada formalmente, ou seja, só pode receber reformas 
constitucionais pelo poder do Poder Constituinte Derivado Reformador, por meio de 
procedimentos mais rígidos (rigorosos, complexos) do que os procedimentos 
ordinários para aprovação ou alteração das normas infraconstitucionais. 
 
 
2) CONSTITUIÇÕES FLEXÍVEIS 
 As Constituições flexíveis, são caracterizadas por seus textos normativos pode 
ser formalmente modificada, ou seja, pode receber reformas, pelos mesmo 
PROCEDIMENTOS ORDINÁRIOS previstos no sistema jurídico para a aprovação e 
reforma das normas infraconstitucionais, sem formalidades mais rígidas. Portanto, 
o procedimento de reforma de Constituição é igual ao procedimento aplicado para 
a aprovação de leis, sem maior complexibilidade. Vale lembrar que, nas Constituições 
flexíveis, inexiste, portanto, desnível hierárquico entre a Constituição e as leis, e dessa 
forma, não se evidencia supremacia formal ou jurídica. 
3) CONSTITUIÇÕES SEMIFLEXÍVEIS OU SEMIRRÍGIDAS 
 As Constituições semiflexíveis são caracterizadas por possuírem uma parte 
flexível e uma parte rígida. Seu texto normativo parcialmente é modificável pelos 
mesmo procedimentos ordinários aplicáveis à aprovação e reforma das leis em gerais, 
e outra parte somente pode ser modificada por procedimentos mais rígidos. Então, 
dessa forma, a supremacia formal encontra-se apenas parcialmente protegida pela 
rigidez constitucional, e na parte flexível tem valor meramente simbólico. 
 
 
4) CONSTITUIÇÕES IMUTÁVEIS 
As Constituições imutáveis podem ser caracterizadas como formalmente inalteráveis, 
de forma que não permitem qualquer alteração formal ou reforma nas disposições do 
seu texto normativo. Dessa forma, evidencia uma pretensão de perfeição ou de 
eternidade normativa, porém perigosa, pois congelam o seu processo de atualização, 
comprometendo a capacidade de acompanharem as mudanças existenciais da 
sociedade. 
 
 
CURIOSIDADE!!! 
Excetuando-se a Constituição Imperial de 1824, que é classificada como 
semiflexível, todas as demais Constituições brasileiras são classificadas 
como rígidas, até a de1988. (De acordo com a doutrina majoritária). 
5) CONSTITUIÇÕES SUPER-RÍGIDAS 
 Diferente da doutrina majoritária, o ilustre professor e ministro do STF Alexandre 
de Moraes estabelece essa classificação, pelo fato de além da rigidez de um 
procedimento de reforma na Constituição, a Constituição de 1988 evidencia ainda, um 
núcleo de matérias que denominamos de cláusulas pétreas, que figuram como 
limitações materiais ao Poder Constituinte Derivado Reformador, e que, não 
podem ser abolidas em sua essência nem por meio de emendas, durante a vigência 
da Constituição. Então, Alexandre de Moraes nos ensina que nesse caso aí, 
apresenta características de imutáveis pela impossibilidade de modificação em 
relação às cláusulas pétreas. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE OU FUNÇÃO 
 As Constituições em relação sua finalidade, podem ser classificadas em duas 
categorias: 
a) Constituições provisórias 
b) Constituições definitivas 
1) CONSTITUIÇÕES PROVISÓRIAS 
 As Constituições provisórias, que podem ser chamadas de revolucionárias, são 
aqueles que os documentos normativos fundamentais evidenciam caráter provisório, 
transitório. Tem a função de reger o Estado durante a transição de um regime 
constitucional para outro, até que um processo constituinte seja concluído, e uma 
nova Constituição, de caráter definitivo, venha a ser efetivamente aprovada, no 
tempo necessário. 
 
 
 
2) CONSTITUIÇÕES DEFINITIVAS 
 As Constituições definitivas, são caracterizadas de forma que figuram como 
produto normativo final de um processo constituinte, evidenciando assim, a 
pretensão de caráter definitivo. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DOGMÁTICA OU À IDEOLOGIA 
 As Constituições podem ser classificadas quanto à dogmática, em 02 (duas) 
categorias: 
a) Constituições ortodoxas ou ideológicas 
b) Constituições compromissórias ou ecléticas 
 
1) CONSTITUIÇÕES ORTODOXAS 
 As Constituições ortodoxas são caracterizadas por espelharem uma só linha 
ideológica dominante, sendo assim, evidenciando uma identidade ideológica 
especificas. Esses tipos de Constituições são fechados a elementos ideológicos 
contrapostos, nos casos de regimes autocráticos, seria contrário ao pluralismo 
ideológico. 
2) CONSTITUIÇÕES COMPROMISSÓRIAS 
 As Constituições compromissórias são caracterizadas por espelharem linhas 
ideológicas distintas, sendo elas conciliadas, na medida do possível, por meio de 
compromissos constitucionais. Neste caso, há um pluralismo ideológico presente na 
Constituição. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO SISTEMA NORMATIVO 
 Ao estudar a classificação quanto ao sistema normativo, é importante relembrar 
os conceitos já estudados sobre normas-princípios e normas-regras, onde é uma das 
características essenciais para a diferenciação da classificação. Ela se divide em 02 
(duas) categorias: 
a) Constituições principiológicas 
b) Constituições preceituais 
 
 
 
1) CONSTITUIÇÕES PRINCIPIOLÓGICAS 
 As Constituições principiológicas se caracterizam por evidenciarem um 
quantitativo significativo de princípios jurídicos (normas-princípios), denominadas de 
princípios constitucionais, de forma que, muitas normas apresentam um alto grau 
de abstração, vagas e que consagram valores. 
 
 
 
2) CONSTITUIÇÕES PRECEITUAIS 
 As Constituições preceituais se caracterizam por não apresentarem tantos 
princípios jurídicos, dando maior destaque assim, para as regras jurídicas (normas-
regras), denominadas de regras constitucionais. Pois como característica primordial, 
ela se estrutura predominantemente mediante normas que descrevem condutas ou 
comportamentos humanos, possuindo dessa forma, menor grau de abstração, mais 
delimitadas quanto ao seu âmbito de incidência. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FUNÇÃO OU ESTRUTURA 
 Em relação ao critério da função ou estrutura, podemos classificar a 
Constituição, conforme a doutrina nos ensina, de tal forma: 
a) CONSTITUIÇÃO-GARANTIA 
b) CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE 
c) CONSTITUIÇÃO-BALANÇO 
 
1) CONSTITUIÇÃO-GARANTIA 
 Esse tipo de Constituição é caracterizado pelo abstencionismo estatal, em 
relação principalmente, quando o assunto é desigualdades sociais e da dinâmica 
econômica, pois não intervém nos domínios social e econômico. Nesse contexto, cabe 
à Constituição-garantia apenas a função de estruturar o Estado, definindo limites ao 
exercício do poder, de modo a garantir a proteção a certos direitos dos indivíduos 
ligados, principalmente aos valores da liberdade e da propriedade privada (direitos 
fundamentais de 1ª geração ou dimensão). Esse tipo de Constituição é típica do 
Estado Liberal de Direito. 
2) CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE 
 O conceito de Constituição Dirigente foi desenvolvido pelo português Canotilho, 
esse tipo de Constituição é típica do Estado Social de Direito, pois além de garantir os 
direitos individuais, vela por mais igualdade material ou substancial. Essa igualdade 
material é a partir de normas programáticas, fixando planos ou direcionamentos 
políticos vinculantes (dirigimos estatal), que devem ser positivamente perseguidas 
pelo Estado mediante políticas públicas. 
3) CONSTITUIÇÃO-BALANÇO 
 A Constituição-balanço, que também pode ser denominada de Constituição-
registro, foi adotada em Estados Socialistas, que busca níveis mais pretensamente 
mais avançados de socialismo, descrevia e registrava os avanços concretamente 
obtidos em determinada etapa histórica, traçando assim, os próximos direcionamentos 
no sentido do nível evolutivo, no qual haveria de ser empreendido um novo registro 
por meio de uma nova Constituição-balanço. 
 
 CLASSIFICAÇÃO ONTOLÓGICA DAS CONSTITUIÇÕES (KARL 
LOEWENSTEIN): QUANTO À ESSÊNCIA OU CORRESPONDÊNCIA COM A 
REALIDADE 
 As Constituições modernas tem como finalidade existencial de servirem como 
instrumentos constitucionalistas, isto é, como mecanismos de limitação do poder 
político passível de ser exercido pelo Estado, a fim de, evitar abusos e arbitrariedades 
em detrimento dos indivíduos e grupos sociais. 
 Com essa finalidade, o jurista alemão Karl Loewenstein elaborou a sua 
classificação ontológica com a finalidade de desenvolver categorias que pudesse 
diferenciar as Constituições que efetivamente regem e controlam o exercício do poder 
político pelo Estado das quais não regem, e assim, não cumprem a função 
constitucionalista de limitar o exercício do poder. 
 Essa categorização, se divide em 03 (três) classificações: 
a) Constituições normativas 
b) Constituições nominais, nominativas 
c) Constituições semânticas 
 
 
1) CONSTITUIÇÕES NORMATIVAS 
 Nessa classificação, a Constituição efetivamente evidencia força 
normativa para dominar o processo político e os agentes do poder, de forma que 
realmente rege o seu exercício no âmbito institucional do Estado. Podemos 
afirmar então, que há uma correspondência entre a Constituição e a realidade 
estatal. 
 
2) CONSTITUIÇÕES NOMINAIS 
 As Constituições nominais se caracteriza como sendo algo que “tem nome 
de Constituição, mas não possui força de Constituição”, ou seja, aprovada com 
o propósito de limitar o poder estatal, porém possui uma força normativa, uma 
efetividade mediana ou insignificante, razão essa, que os detentores atuais do 
poder que negligenciam sua supremacia, não cumprindo suas predicações. 
 
3) CONSTITUIÇÕES SEMÂNTICAS 
 As Constituições semânticas se caracteriza por serem puro discurso 
normativo, falseando assim a realidade, e para conferir aparência formal de 
legitimidade ao exercício do poder por seus detentores fáticos. Ela possui 
efetividade mínima ou inexistente, sendo assim, uma Constituição de fachada. 
Nesse tipo, osque exercem o poder estatal não visam regular o processo 
político, e sim para assegurar sua autoridade e permanência no poder. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
a) Quanto à forma: Escrita Codificada (instrumental) 
b) Quanto à extensão: Analítica (prolixa) 
c) Quanto à origem: Promulgada (popular, votada) 
d) Quanto à origem da decretação: Autoconstituição 
e) Quanto ao modo de elaboração: Dogmática 
f) Quanto ao conteúdo: Formal 
g) Quanto à alterabilidade: Rígida (Para Alexandre de Moraes, super-rígida) 
h) Quanto à finalidade: definitiva 
i) Quanto ao sistema normativo: principiológica 
j) Quanto à ontologia ou essência: normativa (divergência doutrinária, pode ser 
considerada como nominal) 
k) Quanto à função: dirigente 
 
 
 
 
 
 
01. (___) No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder 
em uma sociedade. 
 
02. (___) Consoante a concepção sociológica, a Constituição de um país consiste 
na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo portanto, real e efetiva. 
 
03. (___) Para Carl Schmitt, a Constituição de um Estado deveria ser a soma dos 
fatores reais de poder que regem a sociedade. Caso isso não ocorra, ele a considera 
como ilegítima, uma simples folha de papel. 
 
04. (___) Segundo Ferdinand Lassalle, a Constituição de um país somente pode ser 
considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir 
as forças sociais que constituem o poder. 
 
05. (___) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassalle, considera a 
Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto 
de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o ordenamento 
jurídico de determinada sociedade. 
 
06. (___) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição é 
fruto de uma decisão política. 
 
07. (___) Ferdinand Lassalle, que era defensor da teoria decisionista, sustentou que 
a Constituição é fruto de uma decisão política fundamental. Para ele, somente são 
constitucionais as normas que organizam o Estado e limitam o poder, sendo as 
demais meras “leis constitucionais”. 
 
08. (___) Na concepção sociológica de Constituição, Constituição e lei constitucional 
têm a mesma acepção. 
 
EXERCÍCIOS 
09. (___) A concepção política da Constituição ocorre quando na Constituição há 
soma dos fatores reais de poder que regem determinada nação, sob pena de se 
tornar mera folha de papel escrita, que não corresponde à Constituição real. 
 
10. (___) A concepção política de Constituição, elaborada por Carl Schmitt, 
compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma decisão política 
fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder constituinte. 
 
11. (___) Em sentido essencialmente político, a Constituição pode ser definida, 
conforme Hans Kelsen, como uma decisão política fundamental, dotada de um nítido 
caráter sociológico. 
 
12. (___) No sentido jurídico kelseniano, a Constituição não tem qualquer 
fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
 
13. (___) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com 
adaptações, de José Afonso da Silva: A Constituição é considerada norma pura. A 
palavra Constituição tem dois sentidos: lógico-juridico e jurídico-positivo. De acordo 
com o primeiro, Constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é 
servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-
positiva que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a 
criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. 
 
14. (___) Tendo em vista a classificação das Constituições, pode-se dizer que a 
Constituição da República Federativa do Brasil vigente é considerada escrita e legal, 
assim como super-rígida, popular, histórica, sintética e semântica. 
 
15. (___) Tendo em vista a classificação das Constituições, pode-se dizer que a 
Constituição da República Federativa do Brasil vigente é considera escrita e legal, 
assim como rígida, promulgada, dogmática, analítica e formal. 
 
16. (___) A doutrina constitucional tem classificado a nossa atual Constituição 
Federal como escrita, legal, formal, outorgada, semi-rígida e sintética. 
 
17. (___) Classificam-se como analíticas as constituições que preveem somente os 
princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu 
poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais. 
 
18. (___) A Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como formal, escrita, 
legal, histórica, popular, sintética e semirrígida. 
 
19. (___) Semiflexível é a Constituição na qual algumas regras poderão ser alteradas 
pelo processo legislativo ordinário. 
 
20. (___) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178: “Art. 
174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se 
conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por 
escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça 
parte deles.” “Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições 
respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. 
Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, 
pelas Legislaturas ordinárias.” Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que 
a Constituição brasileira do Império era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade 
de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que sob esse aspecto, é 
rígida. 
 
21. (___) As Constituições sintéticas se formam do produto sempre escrito e flexível, 
sistematizado por um órgão governamental, a partir de ideias da teoria política e do 
direito dominante. 
 
22. (___) As Constituições dogmáticas são fritos da lenta e contínua síntese das 
tradições e usos de um determinado povo, podendo apresentar-se de forma escrita 
ou não-escrita. 
 
23. (___) As Constituições formais consistem no conjunto de regras materialmente 
constitucionais, editadas com legitimidade, estejam ou não codificadas em um único 
documento. 
 
24. (___) As Constituições promulgadas se apresentam por meio de imposições do 
poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável. 
 
25. (___) As Constituições analíticas examinam e regulamentam todos os assuntos 
que entendam relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. 
 
 
 Apesar de a Constituição tratar de diversos temas ligados, principalmente sobre 
a organização fundamental do Estado e aos direitos e garantias fundamentais, o 
conteúdo normativo pode ser distribuído em uma estrutura normativa que pode 
diferenciar alguns campos temáticos. Para fins totalmente didáticos, é possível 
fragmentar essa estrutura normativa. O ilustre José Afonso da Silva chamava de 
“elementos da Constituição”, que são distintas partes que a integram (Constituição) 
e tratam de matérias especificas. 
 Pode ser diferenciada em 05 categorias de elementos da Constituição, são eles: 
a) ELEMENTOS ORGÂNICOS 
b) ELEMENTOS LIMITATIVOS 
c) ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE 
d) ELEMENTOS SOCIOIDEOLÓGICOS 
e) ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
 
1) ELEMENTOS ORGÂNICOS 
 Os elementos orgânicos são aqueles que envolvem normas que regem a 
estruturação orgânica do Estado, disciplinando órgãos e entidades e definindo as 
respectivas competências institucionais e poderes. Podemos citar como exemplo os 
Títulos II (Da Organização do Estado) e III (Da Organizaçãodos Poderes), entre 
outros. 
 
 
 03. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO 
 DICA 
“O LISO FAES CONSTITUCIONAL” 
a) O = elementos Orgânicos 
b) LISOS = elemento Limitativos 
c) FA = elementos Formais de Aplicabilidade 
d) ES = Elementos Socioidelógicos 
e) CONSTITUCIONAL = elementos de estabilização 
constitucional. 
2) ELEMENTOS LIMITATIVOS 
 Na Constituição, há normas que envolvem direitos e garantia fundamentais que 
impõe limites ao exercício do poder político pelo Estado em prol dos indivíduos. Desse 
modo, os elementos limitativos figuram com objetivo de limitar o exercício do poder 
pelo Estado levando em consideração direitos e garantias fundamentais individuais. 
 
3) ELEMENTOS SOCIOIDEOLÓGICOS 
 A Constituição é fortemente influenciada por ideologias sociais. Os elementos 
socioideológicos é aquela parte da Constituição composta por normas que protegem 
os direitos sociais, incluindo ainda assim, os direitos trabalhistas, atribuindo ao Estado, 
por meio de normas programáticas, a função institucional de promover, mediante 
políticas públicas. 
4) ELEMENTOS FORMAIS DE APLICABILIDADE 
 Integram a parte da Constituição que regula aspectos ligados a aplicabilidade 
das normas constitucionais, tendo assim algumas características: 
 4.1) Servem de prefácio introdutório ao Texto Constitucional, no qual 
denominamos de Preâmbulo, norteando a interpretação e aplicabilidade das normas 
constitucionais subsequentes. 
 4.2) Regulam a forma de aplicabilidade, norteando assim, o seu caráter imediato, 
sem necessidade de uma prévia regulamentação por parte da legislação 
infraconstitucional. Podemos citar como exemplo, o artigo 5º, §1º da CF/1988, que 
predica que “as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata”. 
 4.3) Pode também relacionar o seu caráter provisório, temporário, como é 
disposto no ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que possuem 
prazo de eficácia. 
5) ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Os elementos de estabilização constitucional, seriam os elementos de proteção, 
disposições constitucionais que protegem contra elementos constitucionais 
anteriores, garantindo assim, sua estabilidade e paz social. Regulam os mecanismos 
de “guarda da Constituição”, o modo de realizar reformas na Constituição. 
 
 
 
 
 
 Para a introdução do assunto de Constituição Formal, devemos nos fazer 
algumas perguntas que responderemos ao longo deste tópico no decorrer das 
próximas páginas. A primeira pergunta que se faz necessária é: O que é uma 
Constituição Formal? Logo após responder, abordaremos assuntos que tratem da 
forma de controle de constitucionalidade, como se dá a modificação na Constituição, 
e por fim, o Bloco de Constitucionalidade. 
 Quando falamos em Constituição Formal, o conceito já estudado por aqui é no 
qual se diz respeito ao conjunto de normas formalmente constitucional de um 
ordenamento jurídico, consequentemente, evidenciam a característica de supremacia 
formal, jurídica ou hierárquica em relação às demais normas do ordenamento jurídico. 
 Em relação as características típicas da Constituição Formal, também já foi 
abordado e estudado as mais importantes, são elas: 
a) A composição de normas formalmente constitucional 
b) Essas normas jurídicas são sistematizadas por um órgão Constituinte 
c) Essas normas são formalizadas tanto em um único documento, texto ou 
instrumento constitucional escrito, como também poderia ser em vários 
documentos, textos ou instrumentos constitucionais. 
d) Esses documentos sistematizado e positivado evidenciam assim, uma 
supremacia formal, jurídica ou hierárquica. Sendo assim, ela está no ápice da 
pirâmide normativa, aplicável o princípio da supremacia da Constituição. 
e) Para garantir o princípio da supremacia da Constituição, a Constituição Formal 
conta com os mecanismos de controle de constitucionalidade e da rigidez 
constitucional, sendo assim, via de regra, Constituições rígidas. 
 
Para melhor entendermos sobre rigidez constitucional e controle de 
constitucionalidade, é necessário abordar o assunto individualmente e explanar de 
forma objetiva, vejamos cada um nas seguinte páginas 
 RIGIDEZ CONSTITUCIONAL 
 A característica da rigidez constitucional na Constituição Formal está relacionada 
as disposições constitucionais das denominadas Constituições Rígidas (Pode ser 
 04. CONSTITUIÇÃO FORMAL 
considerado também as Constituições semirrígidas, quanto à sua parte rígida); Essa 
rigidez constitucional aborda quanto a reforma na Constituição, onde só poderá ser 
formalmente modificado, alterando seus enunciados textuais ou redacionais, 
mediante procedimentos bem mais rígidos, comparado com os procedimentos para 
aprovação e reforma das normas infraconstitucionais. 
 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 O termo controle de constitucionalidade, remete a forma de saber se há uma 
norma que entre em acordo ou desacordo com a Constituição vigente, onde entre uma 
norma que ingressa no ordenamento jurídico e a Constituição formal vigente, 
inexistindo assim, qualquer afronta aos princípios e regras constitucionais, que dá 
o nome de constitucionalidade. 
 Quando há uma afronta, uma desconformidade entre uma norma que ingressa 
no ordenamento jurídico e a Constituição formal vigente, violando assim, princípio 
e/ou regras constitucionais, é denominado de inconstitucionalidade, 
comprometendo dessa forma, a validade jurídica da norma inconstitucional, tornando-
a nula. 
 Quando falamos de Inconstitucionalidade, temos um vasto campo para 
explorar em relação ao tipos de inconstitucionalidades, iremos neste tópico, abordar 
cada um e explicar de uma forma objetiva. 
 TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE QUANTO À EXTENSÃO 
 Em relação a extensão, podemos classificar em dois tipos de 
inconstitucionalidades, são eles: 
a) Inconstitucionalidade total; 
b) Inconstitucionalidade parcial. 
 
 Na Inconstitucionalidade Total, o vício (desconformidade, incompatibilidade) 
atinge uma lei, ato normativo ou dispositivo em sua integralidade, ou seja, não resta 
nenhuma parte válida. Toda a lei está contaminada e assim não pode ser aproveitado 
de nenhuma forma para entrar em conformidade com a Constituição ou compatível 
com a Constituição. 
 Na Inconstitucionalidade Parcial, o vício (desconformidade, incompatibilidade) 
atinge apenas parte de uma lei, ato normativo ou dispositivo. Quando há esse tipo de 
inconstitucionalidade, existe uma parte normativa que possibilita variantes 
interpretativas que façam ser incompatíveis com a Constituição e outras não. 
 
 TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE QUANTO AO TIPO DE CONDUTA 
 Quando se fala em conduta, a inconstitucionalidade pode ser dividida em duas 
categorias: 
a) Inconstitucionalidade por ação, atuação, comissão; 
b) Inconstitucionalidade por inação ou omissão. 
 A Inconstitucionalidade por ação é resultante de uma conduta comissiva, uma 
ação, por parte do Estado que positiva normas em desconformidade com a 
Constituição. Vale lembrar que não necessariamente a norma precisa existir, o projeto 
normativo também pode ser declarado inconstitucional. 
 A Inconstitucionalidade por inação é resultante da omissão dos legisladores 
em relação a situações dispostas na Constituição que é necessária de prévia 
regulamentação, complementação ou interposição normativa por meio de normas 
infraconstitucionais para que possa ser aplicadas aos fatos sociais. A norma atribui ao 
Estado o dever de regulamentar tal situação, o Estado permanecendo inerte ou 
omisso, há uma Inconstitucionalidade por inação. 
 
 TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE QUANTO À NORMA 
CONSTITUCIONAL OFENDIDAEm relação a norma constitucional ofendida, podemos ter dois tipos de 
inconstitucionalidade: 
a) Inconstitucionalidade Material ou Substancial 
b) Inconstitucionalidade Formal 
 A Inconstitucionalidade Material ou Substancial, que pode ser chamada 
também de nomoestática, é resultante quando o conteúdo de uma norma ou um 
projeto normativo ofende a Constituição formal, ou seja, a matéria que trata a norma 
ou projeto normativo vai de encontro o que está disposto na Constituição. Um exemplo 
para ilustrar essa situação, é caso ocorresse a aprovação de uma norma 
estabelecendo a pena de morte no brasil, onde iria de encontro total a Constituição. 
 A Inconstitucionalidade Formal, que pode ser chamada de nomodinâmica, 
ocorre quando há um vício na produção da norma, ou seja, das formalidades que 
estão descritas na Constituição relativas a seu processo de formação. 
 Ainda sobre a Inconstitucionalidade Formal, poderemos ter várias subcategorias: 
a) Inconstitucionalidade Formal por violação de pressupostos objetivos do 
ato; 
b) Inconstitucionalidade Formal orgânica; 
c) Inconstitucionalidade Formal propriamente dita. 
 
 A Inconstitucionalidade Formal por violação de pressupostos objetivos do 
ato é resultante de uma não satisfação previamente de pressupostos objetivos 
exigidos pela Constituição para que o ato se iniciasse legitimamente. Para 
exemplificar melhor, vejamos o que dispõe o Art. 62, da CF/1988: 
 
 
 Acima, vejamos que para a edição de Medidas Provisórias, é necessária a 
satisfação de pressupostos objetivos do ato que são: relevância e urgência. 
Suponhamos que o Chefe do Executivo edite Medida Provisória sem que satisfaça 
algum desses pressupostos objetivos do ato, então teremos caracterizada uma 
Inconstitucionalidade Formal por violação de pressupostos objetivos do ato. 
 A Inconstitucionalidade formal orgânica é resultante quando a norma ou seu 
projeto, ainda que a matéria esteja em conformidade com a Constituição, é produzida 
por um órgão que não possui competência para tal ato, ofendendo assim, a 
Constituição Formal nas disposições que tratam a esse ente suas atribuições. Dessa 
forma, a norma é inconstitucional por vício de competência. Para podermos ilustrar 
esta situação, vamos recorrer à Constituição em seu Art. 22, inciso I: 
 
 Levando em consideração o trecho retirado da Constituição, os entes federados 
(excluindo-se a União) não poderão legislar sobre matéria que envolva as arroladas 
Art. 22 – Compete privativamente à União legislar sobre: (EC Nº 19/1998 e EC nº 69/2012) 
I – Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho; 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá 
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato 
ao Congresso Nacional. 
no artigo 22, inciso I, da CF/1988. Em caso de acontecer a situação, essa norma será 
declarada inconstitucional por vício de competência, ou seja, uma 
Inconstitucionalidade Formal orgânica. 
 A Inconstitucionalidade formal propriamente dita se dá quando a norma, 
ainda que apresente matéria eventualmente compatível com a Constituição, e seja 
aprovada pelo órgão competente, os seus procedimentos previstos na Constituição 
formal não foram respeitados, ocorrendo assim, uma violação das regras de 
procedimentos. 
 O procedimento de aprovação das espécies normativas que estão previstas no 
Art. 59 da CF/1988, lembrando que há exceções em relação as Medidas Provisórias 
e Leis Delegadas, estão divididas em três fases, são elas: 
a) 1ª FASE – Iniciadora ou instauradora, 
 Nesta fase, há uma apresentação inicial do projeto/proposta ao Poder Legislativo 
por meio do exercício da iniciativa legislativa. 
b) 2ª FASE – Constitutiva ou deliberativa. 
 Há discussão e votação/deliberação com a devida rejeição do projeto ou 
aprovação da espécie normativa. 
c) 3ª FASE – Complementar ou final 
 Nesta fase, há promulgação e publicação da espécie normativa. 
 
 Ainda no assunto da Inconstitucionalidade formal propriamente dita, 
podemos a dividir em duas hipóteses distintas, são elas: 
a) Inconstitucionalidade formal subjetiva; 
b) Inconstitucionalidade formal objetiva. 
 A Inconstitucionalidade formal subjetiva corresponde quando o procedimento 
de formação da norma é iniciado, porém apresenta um vício, uma 
inconstitucionalidade, uma desconformidade, devido ao fato do agente iniciador não 
apresentar legitimidade, nos termos delineados na Constituição, configurando-se 
assim, um vício de iniciativa. 
 A Inconstitucionalidade formal objetiva corresponde quando respeitado o 
procedimento de iniciação, ou seja, a apresentação da norma ocorre em conformidade 
com a Constituição, porém as outras etapas, os outros procedimentos descritos na 
Constituição são desrespeitados, não sendo observados os termos delineados no 
Texto Constitucional. Conclui-se então, que há uma violação nos procedimentos de 
discussão e aprovação. 
 Vale lembrar, que há a possibilidade da norma ser materialmente e formalmente 
inconstitucional, não necessariamente, sendo apenas possível um tipo de 
inconstitucionalidade. 
 
 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 O controle de constitucionalidade é um assunto importante nesta disciplina, e 
essencial na atualidade para entendermos alguns fenômenos jurídicos. São 
constantes as notícias onde a norma é declarada inconstitucional, mas e da onde vem 
essa declaração? Como é feita? São mecanismos que iremos abordar neste tópico. 
 
 Primeiramente, o controle de constitucionalidade é um mecanismo para fiscalizar 
e declarar se a norma que ingressa no ordenamento jurídico está em conformidade 
ou não com a Constituição, ou melhor, se são ou não inconstitucionais. Como 
exemplo já citado, em caso de uma aprovação da lei sobre pena de morte no Brasil, 
indo em total desencontro com a Constituição, o mecanismo que garante que seja 
declarada a inconstitucionalidade material é chamado de controle de 
constitucionalidade. 
 Mas como ocorre essa declaração do controle de constitucionalidade? Funciona 
da seguinte maneira: Há uma norma jurídica violadora, que podemos chamar de 
OBJETO DE CONTROLE, e também há uma norma jurídica supostamente 
 OBSERVAÇÃO 
 O autor Pedro Lenza, ainda aborda um tipo de inconstitucionalidade, que 
se trata por “vício de decoro parlamentar”, quando estiver provado que a parte 
decisiva dos parlamentares que aprovarem adotaram procedimento que vá de 
encontro a ética, sendo assim, incompatível com o decoro parlamentar, violando 
dessa maneira, o disposto no Art. 55, II e §1º da Constituição Federal. 
 CURIOSIDADE 
 O controle de constitucionalidade foi criado originalmente pelo Poder 
Judiciário dos Estados Unidos da América (EUA), com destaque para a 
Suprema Corte Americana. O caso clássico judicial que marcou a 
consolidação do mecanismos do controle de constitucionalidade foi o leading 
case “Marbury vs. Madison”, julgado pelo Chief Justice John Marshall, em 
1803. 
violada, na qual chamaremos de PARAMÊTRO OU PARADIGMA DE CONTROLE. 
Dessa forma, ocorrerá o fenômeno do controle de constitucionalidade. 
 
 
 No Brasil, os 03 (três) Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) 
estão submetidos à Constituição, e devem prezar pela defesa da mesma, TODOS 
eles podem exercer o controle de constitucionalidade, de forma que, possuindo 
competência controladora. 
 Com isso, é possível diferenciar, quanto ao Poder que exerce a competência 
controladora, as seguintes modalidades: 
a) Controle legislativo de constitucionalidade (realizado pelo Poder Legislativo) 
b) Controle executivo

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