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RESUMO DOS CAPÍTULOS VI – X
Formação Econômica do Brasil – CELSO FURTADO.
Cap. VI – CONSEQÜÊNCIAS DA PENETRAÇÃO DO AÇÚCAR NAS ANTILHAS
As condições climáticas das Antilhas permitiam a produção tropical (algodão, anil, o café
e principalmente o fumo) para o mercado europeu. A produção se dava em pequenas
propriedades, utilizando-se mão-de-obra européia. À medida que a produção foi aumentando foi
surgindo o problema de MDO, a solução foi introduzir escravos africanos.
Com a queda dos preços de produtos tropicais, passa a ocorrer dificuldades para os
produtos provenientes das Antilhas (francesas e inglesas). Logo, as colônias de povoamento das
Antilhas, introduziram grandes plantações em regime de grandes propriedades e utilizando MDO
escrava. Este negócio era mais vantajoso do que o de produção de artigos tropicais. A partir deste
momento muda o curso da colonização antilhana (importante para o Brasil). 
Em 1654 os holandeses são expulsos do nordeste brasileiro, a partir de então passam a
produzir nas Antilhas, onde encontraram todas as condições favoráveis para a cultura da cana-de-
açúcar. Os holandeses tinham adquirido conhecimento das técnicas de produção e estavam
melhores aparelhados para a fabricação de equipamentos para indústria açucareira, além disso,
propiciaram crédito fácil para aquisição de equipamentos, escravos e terra. Em menos de 10 anos
se consolidaram nas ilhas poderosos grupos financeiros que controlavam grandes quantidades de
terra e possuíam engenhos açucareiros de grandes proporções. As conseqüências principais da
introdução do açúcar nas Antilhas foram: redução da população branca (vende suas terras e parte
para os EUA); aumento da população negra; rápida transformação econômica (eliminação da
produção de subsistência e passam a importar alimentos) e supervalorização no preço das terras.
Outro fator relevante, do ponto de vista do desenvolvimento econômico, foi o
desaparecimento das colônias de povoamento. Por outro lado, esta transformação tornou
economicamente viáveis as colônias do norte (EUA), que passa a exportar trigo, entre outros
produtos, para abastecer as Antilhas. 
As colônias do norte eram auto-suficientes e importavam poucos produtos da Metrópole.
Após 1650 (segunda metade do séc. XVII e início do séc. XVIII), quando começa a produção do
açúcar nas Antilhas, as necessidades de bens básicos serão supridas pelas colônias do norte. Este
fato, é a princípio o fator de desenvolvimento desta colônia, ou seja, cria-se um comércio entre
EUA e Antilhas. Daquela colônia vinha animais (força motriz); madeira (caixas); e desenvolveu
uma indústria naval; mas, também, bebidas destiladas. 
As colônias do norte dos EUA se desenvolveram, como parte integrante de um sistema
maior dentro qual o elemento dinâmico são as regiões antilhanas produtoras de artigos tropicais.
O fato de estarem separadas, geograficamente, foi importante para explicar o desenvolvimento de
ambas. Os capitais originados desta atividade, foram canalizados para outras atividades, além do
açúcar. Isto torna possível o desenvolvimento de uma economia não-especializada exportadora de
produtos tropicais. 
As etapas do desenvolvimento da Nova Inglaterra (EUA) foram:
1ª. Etapa: ocupação e exploração da MDO preexistente, criando excedente em metais
(balança coml favorável);
2ª. Etapa: produção tropical por meio de empresas grandes e MDO escrava;
3ª. Etapa: economia similar à européia (dentro para fora ou endógeno) produzindo
basicamente para o mercado interno;
4ª. Etapa: colonos do norte tornam-se abastecedores das Antilhas.
Os EUA tornam-se concorrentes da Metrópole, aumentado a tensão entre EUA e Grã-
Bretanha (GB), aproximando a independência dos EUA (1776).
Do ponto de vista macroeconômico, as colônias do norte continuaram apresentando
produtividade relativamente baixa (pequenas propriedades), mas compatível com o capital
1
aplicado. A emigração de colonos da GB continuou a viabilizar a venda da produção das
pequenas propriedades. A atividade agrícola dos EUA requeria baixo investimento (imobilização
de K), em comparação com a compra de MDO escrava. Era mais barato utilizar MDO escrava do
que a européia; contudo, em grandes propriedades justificava-se a utilização da MDO escrava.
Em colônias de pequenos proprietários eram auto-suficientes; a renda era menos concentrada e
menos sujeitos à crises, além disso, grande parte da renda gerada era revertida em benefício das
pequenas propriedades. 
Conseqüências: a) para os pequenos produtores, padrão médio de consumo era elevado, e
relativo nível de produção per capita; b) para as grandes propriedades, grandes gastos com
consumo, concentrada em pequena parcela da população, elevada importação.
Essas diferenças de estrutura econômica correspondiam a grandes disparidades de
comportamento dos grupos sociais dominantes nos dois tipos de colônias. Nas Antilhas o grupo
dominante estava ligado a grupos financeiros da Metrópole. Já as colônias do norte, eram
dirigidas por grupos ligados a interesses comerciais de Boston e Nova York – os quais
freqüentemente estavam em conflito com os interesses da Metrópole. 
Cap. VII – ENCERRAMENTO DA ETAPA COLONIAL
Em 1640 Portugal fica independente da Espanha, mas se tornara uma potência colonial
frágil política e economicamente. Para poder proteger-se faz alianças com os ingleses (acordos de
1642, 1654 e 1661), contudo perde sua soberania. Nos acordos firmados entre Portugal e a
Inglaterra, houve concessões econômicas e privilégios que eram exigidos pelos ingleses em troca
de garantias políticas e proteção. Portugal cede Bombaim, na Índia para os ingleses, e estes
prometeram utilizar sua esquadra para manter a ordem nas possessões lusitanas. Os comerciantes
ingleses gozavam de amplos privilégios – incluíam extensa jurisdição extraterritorial, liberdade
de comércio com as colônias, controle sobre as tarifas, das mercadorias importadas da Inglaterra.
(Portugal era vassalo da Inglaterra). O espírito dos vários tratados firmados entre os dois países,
nos primeiros dois decênios que se seguiram à independência, era sempre o mesmo: Portugal
fazia concessões econômicas e a Inglaterra pagava com promessas ou garantias políticas. Os
ingleses conseguiram, também, privilégios de manter comerciantes residentes em praticamente
todas as colônias portuguesas. O acordo de 1661, incluía uma cláusula secreta, em que os ingleses
se comprometiam proteger a colônia portuguesa contra quaisquer inimigos.
A desorganização do mercado do açúcar levou a decadência da colônia, mas também
havia dificuldades econômicas no reino que eram contornadas através de sucessivas
desvalorizações da moeda portuguesa. Tanto na Metrópole, como na colônia, pensa-se em
diminuir as importações, e fomentar a produção interna do setor manufatureiro. Entretanto, os
acordos firmados com a Inglaterra, inviabilizaram a possibilidade de desenvolver no Brasil uma
indústria têxtil, além disso, transferiu-se para GB grande parte da produção de ouro. Todavia, foi
graças estes acordos que Portugal consolidou definitivamente seu território e sua colônia
americana. 
Analisando a dinâmica da economia luso-brasileira e inglesa, percebe-se que estes eram
partes integrantes de um sistema econômico em ampla expansão, ligando Portugal (entreposto) e
Inglaterra, a interesses puramente econômicos; de um lado, o interesse por manufatura e proteção
(portugueses), e de outro, o interesse pelo ouro (ingleses). Neste contexto, o Brasil apenas
conquista aumento populacional, fato que foi possibilitado pelo interesse de europeus no ouro. 
Para a GB o ciclo do ouro (1694 – 1790) trouxe forte estímulo ao desenvolvimento
manufatureiro, uma grandeflexibilidade à sua capacidade de importar, e permitiu uma
concentração de reservas que fizeram do sistema bancário inglês o principal centro financeiro da
Europa. Para Portugal, o ciclo do ouro representou uma aparente riqueza.
2
No último quartel do séc. XVIII viria a decadência do ciclo do ouro, e a Inglaterra estava
em franca expansão industrial (Rev. Indl), logo, era necessário buscar novos mercados. Este fato
determina o abandono dos princípios protecionistas (Tratado de Metheun)1.
No tratado de 1786, pos fim ao privilégio português (única contrapartida econômica que
recebera Portugal, nos cento e cinqüenta anos de vassalagem econômica). A lógica deste sistema
econômico, onde no centro se encontrava a Inglaterra, não tinha mais sentido de existir, à medida
que se configurava a decadência do ciclo da mineração. 
Assim, a forma peculiar como se processou a independência da América portuguesa teve
conseqüências no desenvolvimento brasileiro. Transferindo-se o governo português para o Brasil
sob a proteção inglesa e operando-se a independência (1822) sem a descontinuidade de governo,
os privilégios econômicos de que se beneficiava a Inglaterra em Portugal, transferiram-se
automaticamente para o Brasil. Em 1827 o governo brasileiro reconhece à Inglaterra como
potência privilegiada. 
É somente pela metade do séc. XIX que se consolida definitivamente outro produto, o
café. Agora, devemos para os ingleses, mas negociamos com os americanos (comercializávamos
com EUA). Essa ligação e a ideologia nascente de solidariedade continental contribuíram para a
independência do Brasil da Inglaterra (1842). 
Do ponto vista da estrutura econômica permanecia imutável, é somente a partir da
segunda metade do séc. XIX, que irá se modificar as bases do sistema econômico e se constituir
uma etapa de transição da economia brasileira. A partir da economia cafeeira se conclui a etapa
colonial. 
Cap. VIII – CAPITALIZAÇÃO E NÍVEL DE RENDA NA COLÔNIA AÇUCAREIRA 
Apesar das dificuldades (meio físico, da hostilidade do silvícola e do custo dos
transportes) houve rápida expansão da indústria açucareira, indicando que o governo português
tinha interesse neste setor. Favores especiais foram concedidos (isenções de tributos, garantia
contra penhora dos instrumentos de produção, horárias, etc) para aqueles que instalassem
engenhos. Contudo, ainda havia o problema da escassez da MDO.
A escravidão demonstrou ser a única forma para manutenção do colono europeu nas
terras brasileiras, sem este tipo de MDO não seria possível a fixação dos primeiros donatários.
Aqueles grupos de colonos que devido à falta de k ou de outra terra melhor, encontrou maiores
dificuldades para consolidar-se economicamente, tiveram de empenhar-se na captura de
indígenas. 
A MDO africana permitiu a expansão da empresa, que já estava instalada, ou seja,
somente depois que a rentabilidade está assegurada. Após de superada a etapa de instalação, a
colônia açucareira se desenvolve rapidamente, chegando ao final séc. XVI a produção havia
aumentado dez vezes (decuplicou). 
O montante total de capitais aplicados na etapa produtiva aproxima-se das £
1.800.000,00; o número de escravos africanos aproxima-se de 20.000, o investimento em MDO
era da ordem 375.000 (25 libras/escravo). A renda gerada pela economia açucareira, não passa de
suposições: 2,5 milhões de libras. A população de origem européia era de cerca de 30.000
habitantes, parece óbvio que a colônia era muito rica. A renda que se gerava na colônia estava
fortemente concentrada na classe dos proprietários de engenhos. Nos engenhos, havia cerca 1.500
assalariados, com salário monetário médio de 15 libras, chega-se à soma de 22.500 libras, isto é
menos de 2% da renda gerada no setor açucareiro. 
Os gastos com compra de gado (75.000 libras + 25.000 para reposição) e lenha eram o
principal vínculo entre a economia açucareira e os demais povoados existentes no país. Estima-se
que o número de bois era da mesma ordem do número de escravos; um boi (durava em média 3
1 O Tratado de Methuen, criava privilégio para os vinhos portugueses no mercado inglês.
3
anos) valia a quinta parte do valor de um escravo. Pode-se inferir que os pagamentos feitos aos
demais povoados eram pouco acima de 3% da renda gerada pelo açúcar. 
Além disso, tudo indica que 90% da renda gerada ficava concentrada nas mãos dos
proprietários de engenho e de plantações de cana. Contudo, grande parte da renda era gasta com
bens importados (£ 800.000). Supondo que os gastos fossem £ 600.000 sobraria mais £ 600.000
nas mãos dos senhores de engenho. Estes dados demonstram a enorme margem de lucro que se
obtinha com a economia açucareira, o que explica a expansão desta lavoura (10 x).
Logo, esta grande capacidade de expansão não era utilizada, qual o destino dos recursos?
Pertenciam a não-residentes (comerciantes/banqueiros), ou seja, destinava-se para fora da
colônia.
Cap. IX – FLUXO DE RENDA E CRESCIMENTO
Qual a possibilidade efetiva de expansão e evolução estrutural apresentava esse sistema
econômico, base da ocupação do território brasileiro? Para responder esta questão é necessário
demonstrar os processos de formação de renda e de acumulação de K.
A particularidade da economia escravista é como se forma a acumulação de k. As
condições iniciais da colonização implicaram em grandes propriedades e grandes engenhos,
resultando em escalas de produção relativamente grande. Logo, podemos concluir que os capitais
foram importados (aquisição de equipamentos e MDO européia). Contudo, na primeira etapa de
instalação desses capitais na colônia, a MDO indígena também teve um papel importante.
Posteriormente, a introdução da MDO africana veio substituir a MDO indígena.
A instalação da indústria açucareira no Brasil não possibilitou um fluxo de renda
monetária. Numa economia exportadora-escravista as inversões transformam-se em pagamentos
ao exterior: importação de equipamentos, materiais de construção e MDO (maior parte). O lucro
gerado pelo exportador não tinha expressão monetária, pois não era objeto de nenhum pagamento
interno.
A MDO representa um custo fixo, trabalhando ou não, existem custo de manutenção do
escravo. O escravo poderia ter outras atividades, tais como: obras de construção, abertura de
novas terras, melhoramentos locais, etc. Estas inversões aumentavam o ativo do empresário mas
criava um fluxo de renda monetária.
Como os quase todos os fatores de produção pertenciam ao empresário, a renda
monetária gerada ficava concentrada em ele. 
A renda – a totalidade dos pagamentos a fatores de produção mais os gastos de reposição
de equipamentos e de escravos importados – expressava-se no valor das exportações. É fácil
compreender que, se a quase totalidade da renda monetária estava dada pelo valor das
exportações, a quase totalidade do dispêndio monetário teria de expressar-se no valor das
importações. O fluxo de renda se estabelecia, entre a unidade produtiva e o exterior. 
A economia escravista não era feudal, pelo contrário, havia especialização, tanto de
produto como de mercado (internacional). Esta associação era feita devido a baixa circulação de
moeda, o que dava pouco dinamismo ao mercado interno.
Que possibilidade de expansão e evolução estrutural apresentava o sistema
econômico escravista? 
A possibilidade de expansão era ilimitada, sob o ponto de vista da quantidade de terras
(relativamente abundante), o mesmo não se pode dizer da oferta MDO escrava, que vinha se
tornando menos elástica. Com a relação à rentabilidade, observa-se que foi suficientemente
elevada para permitir a ampliação da capacidade produtiva. Entretanto,tudo indica que o
aumento de capacidade produtiva foi regulado, com o objetivo de evitar queda de preços, assim
como, procurar difundir o produto. 
O crescimento da economia açucareira foi considerável durante um século (1550-1650).
Contudo, esse crescimento se realiza sem que houvesse modificações sensíveis na estrutura do
4
sistema econômico. Mesmo que a produção declinasse, o empresário não teria grandes perdas,
dado que os gastos da manutenção dependiam do trabalho escravo. 
O crescimento da economia escravista tendia a ser puramente em extensão, sem modificar as
estruturas econômicas e de classes sociais. O crescimento significava ocupar novas terras e
aumento de importações. A decadência da economia escravista-açucareira pode ser percebida
pela redução da capacidade de importar (equipamentos, bens de consumo, MDO, etc).
“Não havia, nenhuma possibilidade de que o crescimento com base no impulso externo originasse
um processo de desenvolvimento autosustentado”.p. 52
Podemos concluir que a forma como esta economia se articulava ou interagia, não permitia o
desenvolvimento de setores, como o criatório, no mercado interno. 
A renda se constituía principalmente em lucros do empresário, sendo sempre vantajoso
continuar operando com qualquer preço. Como os custos fixos eram elevados, qualquer redução
da utilização da capacidade produtiva levava a prejuízos.
A economia açucareira do Nordeste brasileiro, resistiu mais de três séculos às mais
prolongadas depressões, sempre se recuperando, assim que as condições permitissem, sem sofrer
nenhuma modificação em sua estrutura econômica. 
Cap. X – PROJEÇÃO DA ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA 
A pecuária se desenvolve no Nordeste, com resultado da expansão açucareira. Os
empresários produtores de açúcar não queriam desviar recursos sua atividade principal, para
investir em outras atividades, até a produção de alimentos tornava-se antieconômica.
Parece ponto comum entre os historiadores, que a economia açucareira, constituía um mercado de
dimensões relativamente grandes, podendo atuar no desenvolvimento de algumas regiões: como
EUA. 
Contudo, na colônia brasileira, um conjunto de circunstâncias podem explicar, o desvio
para o exterior, em quase sua totalidade da renda gerada na atividade açucareira:
• Interesses de exportadores portugueses e holandeses (fretes baixos);
• Medo da concorrência (colônia x metrópole).
Ao expandir a economia açucareira, a necessidade de animais de tiro tendeu a crescer mais que
proporcionalmente, pois a necessidade de lenha fazia com que se fosse cada vez mais longe
buscar esta matéria-prima. Logo, foi-se devastando a floresta litorânea. 
Contudo, a medida que o número de animais de tiro crescia, aumentavam os problemas e
conflitos, pela entrada de animais nas plantações de cana. Desta forma, o governo português
resolve decretar a separação das duas atividades – açucareira e criatória.
As características da atividade criatória:
- Atividade dependente da atividade açucareira;
- Pode ser classificada como uma atividade itinerante (ocupação de terras era extensiva).
Este é um dos fatores fundamental da penetração e ocupação do interior brasileiro;
- Inversões eram pequenas apenas repondo o estoque.
- Rentabilidade relativamente baixa (cerca de 5% do valor do açúcar exportado). A renda
estava era constituída pelo gado vendido no litoral e pela exportação de couro;
- População que se ocupava da pecuária era escassa, em média um homem por 50
cabeças. A MDO indígena se adaptava bem ao sistema da pecuária (itinerante) e pela população
local. MDO livre.
- Representava um mercado de pequena dimensão (alimento e couro).
- Apresentava baixa produtiva (longas distâncias percorrida pelos rebanhos), logo, baixa
rentabilidade.
Que possibilidade de crescimento apresentava esse novo sistema econômico que
surgira como um reflexo da atividade açucareira?
5
A condição fundamental era a disponibilidade de terras. Como a vegetação não era abundante
no sertão nordestino, por isso a rapidez na penetração dos rebanhos no interior do país
(Tocantins, Maranhão e região norte).
No que diz respeito à capacidade empresarial, não houve fator limitante. Esta atividade atraia
principalmente os colonos sem recursos. 
Do lado da oferta, não existiam fatores limitativos. Mas, do lado da demanda havia fatores
limitantes.
No conjunto a economia criatória, estava ligada a subsistência da população (alimento couro).
Essa importância relativa do setor de subsistência na pecuária será um fator fundamental das
transformações estruturais por que passará a economia nordestina em sua longa etapa de
decadência. 
6

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