Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Síndromes Cardiovasculares I Valvares Propedêutica e Imagenologia II – FAMED – UFMS Profª Renata B. Portella Outubro/2016 EPIDEMIOLOGIA no Brasil 70% por febre reumática (cardite reumática) Faixa etária Jovens – cardite reumática, valvopatia aórtica, aorta bicúspide congênita Meia-idade – PVM - segunda causa de IM no Brasil – idade média 50 anos Idosos – calcificação valvar (aterosclerose - EAo), secundária a cardiomiopatias (IM) MANEJO Base do tratamento – a partir do diagnóstico anatômico e funcional - ANAMNESE E EXAME FÍSICO completos Exames complementares – ECG, radiografia de tórax, ecocardiografia (sopro), cateterismo Medicamentoso vs intervencionista ANAMNESE Sintomas passados e presentes Resposta a medicações Comorbidades Se houve profilaxia para surto reumático e endocardite infecciosa Limitação para atividades habituais devido aos sintomas Sintomas de insuficiência cardíaca (dispneia aos esforços, ortopneia, DPN, tosse, chiado, hemoptise, edema periférico, fadiga) Dispneia aos esforços é o principal indicador de tratamento intervencionista SOPROS Acompanhar sequencialmente o sopro Palpar o pulso simultaneamente Frêmito indica valvopatia importante Inocentes Funcionais (hiperfluxo) Estenose valvar (fluxo anterógrado) Regurgitação valvar (fluxo retrógrado) SOPROS Características do sopro Cronologia – sistólico vs diastólico Foco da ausculta onde é mais audível Frequência – alta (agudos - diafragma) vs baixa (graves - campânula) Configuração – platô, decrescendo, decrescendo-crescendo (diamante) Duração – proto/meso/tele/holossistólico ou diastólico Qualidade – suave, aspirativo, áspero, rude, ruflar, musical, piado Irradiação SOPROS Intensidade – 1 a 6 1 audível somente com manobras 2 facilmente audível, porém sem irradiação significativa 3 moderadamente alto e com irradiação ampla 4 alto e com frêmito 5 ausculta possível com parte do estetoscópio sobre a pele 6 ausculta com estetoscópio próximo à pele, sem contato LOCAL DE AUSCULTA IRRADIAÇÃO AMPLIFICAÇÃO EXEMPLO Base cardíaca Fúrcula e carótidas Inclinação do tórax para frente Pausa expiratória Insuficiência aórtica Ápice cardíaco Axila Decúbito lateral esquerdo Insuficiência mitral Câmaras direitas Inspiração profunda, sem fechamento da glote, sentado ou em pé Insuficiência tricúspide ESTENOSE MITRAL (EM) Obstrução ao deflúvio atrial – elevação da pressão AE - HAP – sintomas Etiologia reumática, congênita, infiltrativa, EI, LES, AR, sd carcinoide Sintomas – palpitações, rouquidão (Sd Ortner), sinais de IVD (estase jugular, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite, edema sacral e MMII) Fácies mitralis (EM mod a grave) – hipertensão venosa cefálica – hiperemia crônica dos maxilares (com ou sem telangiectasias) ESTENOSE MITRAL Desvio do ictus cordis para a esquerda se houver IVD Sopro diastólico, FM, baixa frequência, decrescendo-crescendo, ruflar, pouca intensidade Estalido de abertura da valva precedendo o sopro - sinal patognomônico de sequela reumática B1 hiperfonética B2 hiperfonética (HAP) ESTENOSE MITRAL ECG – sobrecarga AE, sinais de HAP (desvio do eixo para direita, sinais de aumento de câmaras direitas), FA. Radiografia de tórax – aumento do AE, sinais de HAP (dilatação da artéria pulmonar e das cavidades direitas), congestão pulmonar (linhas B de Kerley). Teste ergométrico para avaliar capacidade funcional. REGURGITAÇÃO OU INSUFICIÊNCIA MITRAL (IM) Regurgitação sanguínea para o AE durante a sístole ventricular Primária (PVM, EI, FR, ruptura das cordas tendíneas) vs secundária a outra doença cardíaca (isquemia miocárdica, CMP hipertrófica, IVE sistólica) Palpitações Pectus excavatum – Sd Marfan – PVM com IM + IAo + aneurisma de aorta torácica INSUFICIÊNCIA MITRAL Sopro holossistólico, apical, alta frequência, em platô, em jato de vapor, obscurece B1 e B2 (ouve B2 nas bordas esternais superiores), irradia para axila e escápula esquerda IM consequente a PVM - sopro rude, mesotelessistólico, com Valsalva se torna holossistólico, clique mesossistólico Ruptura de cordoalha ou de prótese mitral - sopro piante INSUFICIÊNCIA MITRAL IM aguda – sopro pouco audível, protossistólico IM importante – pode cursar com sopro mesodiastólico mitral por hiperfluxo Diagnóstico diferencial com CIV ECG – sobrecarga de câmaras esquerdas, sobrecarga de câmaras direitas (HAP), área inativa / bloqueio de ramo (comprometimento ventricular) Radiografia de tórax – aumento das câmaras esquerdas, sinais de congestão pulmonar ESTENOSE AÓRTICA (EAo) Obstrução da via de saída do VE 4,5% da população >75 anos Congênita, valva aórtica bicúspide ou tricúspide calcificada (degenerativa), FR FR – lesão mitral associada, pacientes mais jovens Leva à HVE concêntrica – IVE Sintomas – dor torácica, síncope, dispneia - sobrevida 2-3 anos – morte súbita ESTENOSE AÓRTICA Ictus palpável com um maior número de polpas digitais Pulso parvus et tardus - ascenso lento e baixa amplitude Sopro sistólico em FAo/FAo acessório, alta frequência, em diamante, rude Fenômeno de Gallavardin – irradiação do sopro para o foco mitral, com timbre piante Clique protossistólico aórtico – valva aórtica bicúspide ECG – sobrecarga de VE, bloqueio de ramo, BAV Radiografia de tórax – dilatação pós-estenótica da aorta REGURGITAÇÃO OU INSUFICIÊNCIA AÓRTICA (IAo) Dilatação idiopática da aorta, anormalidades congênitas (valva bicúspide), calcificação, FR, EI, HAS, degeneração mixomatosa, dissecção da aorta ascendente, Sd Marfan, ... Evolução lenta e insidiosa Alto volume sistólico ejetado Disfunção sistólica do VE e IC Ictus hiperdinâmico (início e fim rápidos), desviado para baixo e para esquerda, com aumento da amplitude INSUFICIÊNCIA AÓRTICA (IAo) Sopro diastólico em FAo/FAo acessório, alta frequência, decrescendo, aspirativo, início coincide com B2, se holodiastólico indica gravidade Sopro de Austin-Flint – sopro mesossistólico aórtico por hiperfluxo e mesodiastólico mitral por fluxo direcionado para a valva mitral deixando-a semi-fechada durante a diástole ventricular – ouve melhor com a campânula Aumento da pressão de pulso (PAS-PAD), com PAD baixa INSUFICIÊNCIA AÓRTICA (IAo) Pulso carotídeo em martelo d´água ou Corrigan – ascenso rápido e alta amplitude Dança das artérias – pulsação carotídea ampla Sinal de Mayne – queda de 15mmHg da PAD com elevação do braço Sinal de Hill – diferença PAS poplítea e braquial maior do que 60mmHg (nl até 20mmHg) INSUFICIÊNCIA AÓRTICA Sinal de Musset – oscilações ântero-posteriores da cabeça sincrônicas com a atividade cardíaca Sinal de Becker – expansão da íris Sinal de Müller – impulsões da úvula Sinal de Quincke – pulso capilar ungueal (ondas de ruborização e descoloração no leito ungueal) Sinal de Rosenback – impulsão do fígado Sinal de Gerhard – impulsão do baço Sinal de Traube (“tiro de pistola”) – sopro nas artérias femorais Sinal de Duroziez (duplo sopro) – ruído de “vaivém” ao comprimir a artéria femoral levemente com diafragma do estetoscópio INSUFICIÊNCIA AÓRTICA ECG – sobrecarga AE e VE, distúrbio da condução intraventricular Radiografia de tórax – cardiomegalia (dilatação e hipertrofia), congestão pulmonar (forma aguda) ESTENOSE TRICÚSPIDE (ET) Principal etiologia – FR Outras causas – atresia/estenose congênita, tumores AD, sd carcinoide, EI Rara Geralmente dupla lesão e associada à valvopatia mitral Aumento da onda a do pulso venoso jugular Sopro diastólico em FT, baixa frequência, decrescendo-crescendo (ritmo sinusal) ou decrescendo (FA), ruflar, pouca intensidade REGURGITAÇÃO OU INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE (IT) Primária (FR, EI, degeneração mixomatosa, sd carcinoide, doenças congênitas) Secundária (funcional) – mais comum - dilatação do anel valvar tricuspídeo (HAP com sobrecarga de VD, IVE com valvopatia mitral, isquemia de câmaras direitas) Aumento da onda v do pulso venoso jugular Sopro sistólico em borda esternal esquerda inferior, alta frequência, em platô, em jato de vapor, aumenta com a inspiração (sinal de Rivero Carvalho), não irradia para axila ESTENOSE PULMONAR (EP) Congênita, Sd Noonan, associado à CIV, tetralogia de Fallot Causa hipertrofia de VD Sopro sistólico em FP, alta frequência, em diamante, rude REGURGITAÇÃO OU INSUFICIÊNCIA PULMONAR (IP) Etiologia – HAP, dilatação do anel valvar (Sd Marfan, dilatação idiopática do tronco pulmonar), EI, FR, Sd Carcinoide, PO tetralogia de Fallot, pós-valvoplastia pulmonar por cateter-balão Sopro diastólico em FP, alta frequência, decrescendo, aspirativo DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS SOPROS Valvopatias cardíacas Comunicação interatrial (CIA) – ruflar diastólico por hiperfluxo tricúspide Comunicação interventricular (CIV) – sopro de Roger - sopro holossistólico, média frequência, áspero, mascara B1 e B2, quanto menor o orifício mais intenso o sopro, comum ter frêmito, mais intenso na borda esternal esquerda média e inferior, irradia para todo o precórdio, não irradia para axila, aumenta com expiração. Sopros contínuos - janela aorto-pulmonar, persistência do canal arterial,... Sopro de Carey-Coombs – sopro diastólico da cardite reumática aguda SOPROS INOCENTES Comuns em crianças e idosos Não estão relacionados a doenças Sem alterações ao exame físico cardiovascular (fora o sopro) Pouco intensos, sem frêmito Geralmente sistólicos Sopro de ejeção pulmonar – crianças e adolescentes - mesossistólico, borda esternal esquerda entre 2º e 4º EICs Sopro de ejeção aórtico – idade > 50 anos – alterações degenerativas – mesossistólico, paraesternal na altura do 2º EICD Sopro de Still – crianças e adultos jovens – sopro vibratório, protomesossistólico, borda esternal esquerda inferior/ápice, raramente irradia SOPROS FUNCIONAIS Estados hipercinéticos Anemia Hipertireoidismo Béri-béri Febre Exercício físico Gravidez Ansiedade Sopro mesossistólico pouco intenso Pulso amplo, pressão de pulso elevada
Compartilhar