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CENTRO UNIVERSITARIO DE PATOS DE MINAS Graduação em Medicina Veterinária Disciplina: Agrostologia e Nutrição Animal Turma – 4 período diurno • Prof. Gilson Passos de Moraes Patos de Minas , Agosto, 2017 1 – Aula Conceitos e aplicação prática da forragicultura na alimentação animal Conceitos.... 1) Forragicultura É a ciência que estuda as plantas utilizadas como forragem animal e a interação delas com os animais, o solo e meio ambiente! Conceitos.... 2) Forragem Todo e qualquer alimento destinado a alimentação dos herbívoros. Classificação das Forragens de acordo com a origem Vegetal: Pastagens e grãos Grãos de Aveia; Milho; Sorgo Tubérculo de batata; raiz de mandioca, Abóbora Silagem; Cana-de-açúcar, Feno Palhada (restos de colheitas de cereais) Produtos da agroindústria Farelo de soja; Farelo de algodão; Farelo de arroz; Farelo de Trigo; Fécula de mandioca Poupa cítrica Mineral: Pó de ostras Calcário Animal: Leite e derivados da indústria de laticínios Farinha (de carne / de sangue / de osso / vísceras/ de peixe) Cama de aviário Classificação das Forragens de acordo com a origem Uso proibido na alimentação de Ruminantes. Conceitos.... 3) Planta Forrageira (forrageira) Vegetais utilizados na alimentação de herbívoros. Classificação das plantas forrageiras quanto: • PROCEDÊNCIA: • CICLO EVOLUTIVO: • CLIMA: • HÁBITOS DE CRESCIMENTO VEGETATIVOS PROCEDÊNCIA: Nativas: Espécies oriundas do próprio ecossistema. Espécies do gênero Andropogon leucostachyus Kunth Exóticas: Oriunda de outra região(Ex. África) Pennisetum purpureum Capim elefante (Napier / Merker / Camerom) CICLO EVOLUTIVO: Perene: São as que duram por mais tempo (indefinido). Ex: Brachiaria brizanta bem manejada. Anuais: Ciclo de aproximadamente 1 ano. EX: Aveia preta; Azevem. Bi-anuais: Ciclo de aproximadamente 2 anos. Ex: Lab-Lab purpureus CLIMA: Estivais: Máximo de produção forrageira (de matéria seca) é no verão. • No inverno as perenes entram em repouso vegetativo e as anuais morrem. • São as C4 (gramíneas de clima tropical). – Colonião / Brachiaria / Capim elefante. Capim Mombaça Hibernais: Máximo de produção forrageira (de matéria seca) é no inverno. • No Verão as perenes entram em repouso vegetativo e as anuais morrem. • São as C3 (gramíneas de clima temperado e algumas leguminosas tropicais). – Aveia / Centeio / Cevada / Alfafa / Trevo Branco Alfafa HÁBITOS DE CRESCIMENTO VEGETATIVOS: Cespitoso: Hábito de crescimento Hereto. • Capim elefante / Andropogon / Jaraguá / Cetária/ Panicum maximum Decumbente: Hábito de crescimento prostado. • Brachiaria decumbens. Estolonífero: Hábito de crescimento emitindo estolão. • Brachiaria humidícula / Tifton / Coast cross Conceitos.... 4) Pastejo Colheita mecânica da planta forrageira realizada pelo herbívoro Conceitos.... 5) Pasto espécie de planta forrageira que o animal encontra na pastagem Conceitos.... 6) Pastagem Área com plantas forrageiras e infraestrutura adequada para a produção animal em pastejo. Tipos de pastagens 6.1) Pastagem Natural Área com plantas forrageiras originais que se estabeleceram sem a interferência do homem, composta principalmente de espécies herbáceas e arbustos. caatingas do Nordeste do Brasil campos do Rio Grande do Sul 6.2) Pastagem nativa Área com vegetação nativa espontânea de algum valor forrageiro, que surge: Após destruição parcial ou total da vegetação original; em áreas de culturas (milho, soja) abandonadas; em terras de pastagens artificiais ou cultivadas abandonadas; 6.3) Pastagem cultivada (artificial) Área com plantas forrageiras adaptadas as condições do meio (solo e climática) que apresentam relevante produção de matéria seca (MS), e que foram estabelecidas utilizando técnicas adequadas de preparo e cultivo do solo. 6.4) Pastagem melhorada Implantação de uma espécies forrageira ou prática de manejo objetivando-se aumentar e produção e qualidade forrageira da área. 6.5) Pastagem singulares Formada por uma única espécie. 6.5) Pastagens Mistas ou consorciadas: Formada por 2 ou mais espécies: Gramínea + Gramínea Milho + Brachiaria (sistema santa fé) Gramínea + Leguminosa. Brachiaria + estilosantes Milho + Brachiaria (sistema barreirão) Gramínea + Leguminosa (Brachiaria + estilosantes) Histórico da forragicultura no Brasil Floresta - 89% Floresta Pastagens naturais 22% Evolução da forragicultura no Brasil • 1920 – Desmatamento florestal = Pastagem Evolução da forragicultura no Brasil • 1960 – Introdução de gramíneas exóticas Digitaria e Cynodon Evolução da forragicultura no Brasil • 1970 – Sementes africanas e autralianas Cultivares de Panicum cultivares de setaria Evolução da forragicultura no Brasil • 1970 – Introdução das Brachiarias Evolução da forragicultura no Brasil • 1980 – institutos de pesquisa Andropogon; Evolução da forragicultura no Brasil • 1980 – Brachiaria brizantha cv. Marandu Evolução da forragicultura no Brasil • 1990 – Panicum maximum – cv. Tanzania – Cv. Mombaça Evolução da forragicultura no Brasil • 2000 – Brachiaria brizantha cv. Xaraes – Brachiaria brizantha cv. Piatã – Panicum maximum cv. Massai Atualidades da forragicultura no Brasil Demandas e pontos críticos da forragicultura no Brasil Território Brasileiro – 8,5 milhões de Km2 de extensão 174 milhões de ha (cerca de 20% da área) – Pastagem 68% da área do seu território com florestas preservadas. Maior exportador de carne bovina – desde 2004; Segundo maior produtor de carne bovina do mundo! Quinto maior produtor de leite do mundo (37,5 milhções vacas) ± 193 milhões de cabeças de bovinos (Cerca de 96% do rebanho) – criada a pasto Ovinos – 18 milhões; caprinos – 10 milhões; equínos - 8 milhões Porém..... Entre 50 a 70% das áreas de pastagem – apresentam algum grau de degradação Mapa da degradação de pastagens Degradação de Pastagens • Considera-se um pasto degradado quando este apresenta uma produtividade ≤ 2.500 kg de M.S/ha/ ano. Fases da degradação das Pastagens 1- Fase: Queda na produção de M.S / ha. Aparecimento de áreas claras nas pastagens 2- Fase: Presença de plantas invasoras (podendo ser do bioma natural ou uma 2° planta forrageira de menor exigência de nutrientes no solo. 3- Fase: Presença de plantas invasoras; morte da forrageira 4- Fase: Presença de cupins e plantas invasoras representa 60% a 80% da área de pastagens (erosão e cupins) Cupins de montículo (Cornitermes cumulans) Reforma/Renovação de Pastagens X Recuperação de Pastagens Recuperação de Pastagens: Processo de restabelecimento da capacidade produtiva de uma espécie forrageira previamente estabelecida. Principais processos: Adubação química/ orgânica Correção de solo: calcário gesso agrícola Uso de subsolador ou aerador de solo no início do período chuvoso. Reforma / Renovação de Pastagens: Processo de implantação de uma nova forrageira em substituição a espécie forrageira anteriormente estabelecida, através de práticas agronômicas de preparo do solo. Formação de Pastagens Implantação e Manutenção INTRODUÇÃO SUCESSO: Deve ser bem implantadas e manejadas ( alta produção de MS) INSUCESSO: Espécie de forragem inadequada/ má qualidade da semente/ não correção do solo/ formigas e cupins/plantio mal feito. GERENCIAMENTO DAS ATIVIDADES NA FORMAÇÃO DE PASTAGENS • Planejamento das atividades • Execução das atividades Formação de pastagem PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES Escolha da planta forrageira; ( a que melhor apresenta caracteres agronômicos para aquele ecossistema) Aquisição de sementes; ( de alto valor cultural / compra em época de preço baixo) PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES Coleta de solo para análise; (realizar a análise de solo em Abril - Maio) Aquisição de corretivos e fertilizantes indicados; (de acordo com a análise obter em quantidade suficiente / comprar na época + barata) PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES Manutenção com maquinário e equipamentos a serem utilizados no processo. (não ocorrer atrasos ou mal desempenho) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Construção de curvas de nível; (evitar a erosão / aumentar as reservas de umidade) Combate a formigas e cupins; (na época seca, pois estão em suas moradias) Combate às ervas daninhas; (grade / Herbicidas: Tordon / 2,4 D) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Calagem; incorporar de 20 a 30 cm de profundidade; Dividir em 2 parcela (incorporar uma superficial, em maio, e a outra em agosto junto como preparo da terra) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Calagem (CALCÁRIO) 1) Quanto + fino ou maior o PRNT = + rápido ele atua; 2) Inativa o alumínio livre na superfície; 3) Eleva o pH (permitindo a máxima disponibilidade de nutrientes); 4) Fornece cálcio e magnésio a baixo custo; 5) Calcítico (0-5%)/ Magnesiano (5-12%)/Dolomítico (>12% Mg) PRNT (65-70%); Grau de pureza (CaCO3) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Gesso Agrícola 1) Fornece Cálcio e Enxofre a baixo custo; 2) Inativa o alumínio livre em camadas mais profundas. EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Objetivos: • Controlar plantas invasoras; • Aumentar a retenção de água; • Proporcionar uma camada de terra revolvida para aumentar o contato da semente com o solo). EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Limpeza da área (remoção de tocos e arvoredos) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Uso de subsolador/ arado de aivecas (alta compactação) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Uso de arado de discos (média compactação) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Uso de grade aradora (Baixa compactação) EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Preparo do solo Uso de grade niveladora (para uniformizar o solo revolvido) Plantio EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Plantio Após as primeiras chuvas ( Novembro até janeiro); Quantidades de sementes (de acordo com valor cultural) VC= % germinação x % pureza / 100 EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES Plantio (QS = QUANTIDADE DE SEMENTE) Fórmulas: QS= 240 / VC p/ condições ideais (plantio de leguminosa em linha) QS= 360 / VC p/ condições médias (plantio de gramíneas em linha) QS= 480 / VC p/ condições adversas (plantio de gramínea a lanço) Plantio a lanço; Superficial sendo compactado com rolo após o semeio. Plantio em linha; Profundidade de Plantio (01 a 05 cm), variando de acordo com a espécie forrageira a ser implantada. Espaçamento entre linhas Pastagens: 0,20 a 0,60 m Capineira: 0,70 a 1,10 m Plantio na linha e a lanço Plantio a lanço Compactação após a semeadura no plantio a lanço; Evitar o assoreamento ou enterro excessivo da semente. Plantio na linha (sementes) Plantio na linha (mudas) Adubos Adubação Macronutrientes 1°: Nitrogênio (N) / Fósforo (P) / Potássio (K) Macronutrientes 2°: Cálcio (Ca)/ Magnésio (Mg)/ Enxofre (S) Micronutrientes: Ferro / Cobre / Manganês / Zinco / Boro / Molibdênio / Cloro Adubação Nitrogênio (N): Responsável pelo crescimento da forrageira e alta produção de matéria seca; Fósforo (P): Desenvolvimento do sistema radicular e perfilhamento da forrageira; Potássio (K): Fortalece a forrageira evitando o acamamento; Adubação de estabelecimento da forrageira: De acordo com a interpretação do lado da análise do solo Adubação de manutenção da forrageira (mínima): N: 100 a 200 Kg/ha/ano P2O5: 60 a 100 Kg/ha/ano K2O: 100 Kg/ha/ano ESTRATÉGIAS CONSORCIAÇÃO DE PASTAGENS Associação de uma gramínea (C4) + uma leguminosa (C3) na mesma pastagem. ESTRATÉGIAS Formação de pastagens consorciadas! ESTRATÉGIAS Formação de pastagens: Plantio de uma cultura anual (ex: lavoura de milho, arroz) + o plantio de uma forrageira. No momento do plantio da cultura (incorpora 1/3 de semente da forrageira ao adubo) Utilizar grafite p/ semente deslizar sobre o adubo ESTRATÉGIAS Formação de pastagens Ao realizar o cultivo e adubação de cobertura: Adicionar 2/3 restante da semente para cair na entre linha ESTRATÉGIAS Formação de pastagens • Realizar a colheita da cultura anual; • Vedação do pasto (aprox: 60 dias) • Após 60 dias abrir o pasto para os animais. ESTRATÉGIAS Formação de pastagens sobre a palhada da lavoura! ESTRATÉGIAS Formação de pastagens sobre a palhada da cultura que foi colhida! Plantio de uma cultura anual (ex: lavoura de soja); Realizar a colheita desta na época apropriada (grão maduro); ESTRATÉGIAS Formação de pastagens sobre a palhada da cultura que foi colhida! Realizar o plantio da gramínea sobre a palhada da soja; Utilizar plantio direto e adubação OBJETIVO – PASTAGENS DE ÓTIMA QUALIDADE Nota-se Um incremento na prod. de M.S das pastagens; Um aumento na taxa de lotação Resultando Maior produção de: Kg de carne / ha / ano - Bovinocultura de Corte Kg de leite / ha / ano – Bovinocultura de Leite
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