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CCJ0041-WL-D-AMMA-03-Meios de Prova-01

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AULA Nº 3 – MEIOS DE PROVA
PROCESSO PENAL II
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Meios de prova 
2.1 O interrogatório. O direito ao
silêncio. A chamada de corréu.
Confissão. 2.2 Prova Pericial. O
exame de corpo do delito.
Conceito. Exame de corpo de
delito direto e indireto. Laudo
complementar. Peritos oficiais e
peritos particulares. Exames
grafotécnicos. 2.3 Declarações
do Ofendido. Valor probatório.
Acareação. Prova documental.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
MEIOS DE PROVA 
2.4 Prova Testemunhal.
Classificação. Características.
Dever de depor. Isenção e
proibição. Número legal (nos
procedimentos – ordinário,
sumário, sumaríssimo, júri).
Sistema de inquirição.
Reconhecimento de pessoa e de
coisa. Reconhecimento judicial e
extrajudicial.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Prova pericial
Exercício da semana 2
(Exame de Ordem) O juiz criminal responsável pelo
processamento de determinada ação penal instaurada para a
apuração de crime contra o patrimônio, cometido em janeiro
de 2010, determinou a realização de importante perícia por
apenas um perito oficial, tendo sido a prova pericial
fundamental para justificar a condenação do réu.
Considerando essa situação hipotética, esclareça, com a
devida fundamentação legal, a viabilidade jurídica de se
alegar eventual nulidade em favor do réu, em razão de a
perícia ter sido realizada por apenas um perito.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
A perícia é um meio instrumental (porque é o meio usado
pelo juiz para compor o litígio), técnico-opinativo (porque
se justifica quando necessária a opinião de especialista sobre
o fato) e alicerçador da sentença (porque ilumina o
caminho do juiz que não tem o conhecimento especializado).
A prova pericial é irrepetível, razão pela qual mantém o seu
valor probatório mesmo quando colhida no inquérito policial,
ou seja, sem o crivo do contraditório.
Tourinho Filho afirma que a perícia é mais que um meio de
prova, lembrando que o legislador não considerou o perito
como simples sujeito de prova, mas como auxiliar do juiz.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Embora a norma do art. 158 do CPP afirme que o exame de
corpo de delito é indispensável e que ele não pode ser
suprido pela confissão do réu, Marcellus Polastri entende que
a antinomia do referido dispositivo com o sistema do livre
convencimento motivado exige que o valor absoluto do
exame de corpo de delito deva ser repensado.
Sergio Demoro Hamilton é mais enfático, afirmando que o
art. 5º, LVI, da CF, apenas veda as provas obtidas por meios
ilícitos, razão pela qual, sendo a confissão uma prova obtida
licitamente, não há razão para impedir que ela supra o
exame de corpo de delito.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Para Hélio Tornaghi, o corpo de delito é o conjunto de
vestígios materiais deixados pelo crime. Para João Mendes
Jr., o corpo de delito é o conjunto de elementos sensíveis do
fato criminoso. O exame de corpo de delito é a análise dos
vestígios.
Só se pode falar em corpo de delito nos delitos facti
permanentis, ou seja, nos crimes não transeuntes (ex.
homicídio), mas nunca nos delitos facti transeuntis, ou seja,
nos crimes transeuntes (ex. injúria verbal).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto. No
primeiro caso, ele é feito mediante a apreciação dos
especialistas, que examinam diretamente o corpo de delito.
No segundo caso, ele é feito através da prova testemunhal,
conforme do art. 167 do CPP.
Para Marcellus Polastri, o exame de corpo de delito indireto
pode ser feito por outros meios, como a prova documental
(ex. boletim de atendimento médico, registros hospitalares
etc).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Observação: Sergio Demoro Hamilton e Helio Tornaghi
entendem que o exame de corpo de delito indireto deve ser
feito por peritos, através de narrativa de testemunhas aos
mesmos sobre o fato. Entretanto, prevalece na doutrina
(Tourinho Filho, Eduardo Espínola Filho) e na jurisprudência
(inclusive no STF) o entendimento de que basta a prova
supletiva nos autos, como a prova testemunhal, devendo o
juiz extrair a conclusão da existência da prova indireta da
materialidade do crime.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Distinguem-se o exame de corpo de delito e as demais 
perícias. A falta do primeiro ocasiona a nulidade do processo, 
a teor do art. 564, III, b, do CPP. A falta das perícias fica no 
plano de convencimento do juiz.
A perícia no processo penal, em regra, é realizada por perito 
oficial (art. 159 do CPP), o § 3º no art. 159 do CPP, admite a 
figura do assistente técnico.
O compromisso referido no art. 159, § 2º, do CPP, não tem, 
no aspecto penal, qualquer repercussão prática porque o art. 
342 do CP não alude ao compromisso, que, dessa forma, não 
é elementar do tipo penal do crime de falsa perícia. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Entretanto, no aspecto processual, a falta de compromisso
acarreta a nulidade relativa do art. 564, IV, do CPP, que, por
sua própria natureza, é sanável, a teor do art. 572 do CPP.
Quanto ao fato do juiz ficar vinculado ou não à perícia,
existem dois princípios: o princípio vinculatório, segundo o
qual o juiz fica adstrito ao resultado da perícia, e o princípio
liberatório, segundo o qual o juiz tem inteira liberdade para
aceitar ou rejeitar o laudo pericial.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Observação: o art. 182 do CPP dispõe que o juiz não ficará
adstrito ao laudo, em total conformidade com o sistema do
livre convencimento motivado. Adota-se, portanto, o
princípio liberatório.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
A autópsia, necrópsia ou necroscopia é o exame de corpo
de delito realizado no cadáver.
O art. 162 do CPP dispõe que a autópsia deve ser feita, no
mínimo, seis horas após o óbito.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O art. 168 do CPP trata do exame de corpo de delito
complementar, que é fundamental quando os peritos, no
primeiro exame, não têm elementos técnicos suficientes
para concluir a perícia. Cabe destacar que o art. 168, § 3º,
do CPP, trata do exame de corpo de delito complementar
indireto.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O art. 174 do CPP trata do exame grafotécnico ou
grafológico.
O art. 174, IV, do CPP, não foi recepcionado pelo art. 5º,
LXIII, da CF, o qual confere o direito ao silêncio ao indiciado
ou réu e, por consequência, lhes concede o direito de não
produzir prova contra si. Assim, o indiciado ou réu não é
obrigado a fornecer material gráfico para a realização do
exame.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Interrogatório
A Lei 10792/03 alterou os arts. 185 a 196 do CPP.
Tourinho Filho, Marcellus Polastri, entre outros entendem
que o interrogatório é meio de defesa, em razão do direito
ao silêncio previsto no art. 5º, LXIII, da CF.
A realização do interrogatório é imprescindível, sempre que
o réu se encontra presente.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Para a maioria (Tourinho Filho e Marcellus Polastri), a falta
de interrogatório, quando possível a sua realização, é causa
de nulidade absoluta porque o art. 572 do CPP, quando trata
das nulidades relativas, se refere ao art. 564, III, e, segunda
parte, do CPP, a qual abrange apenas “os prazos concedidos
à acusação e à defesa”. Mas há quem entenda que se trate
de nulidade relativa, afirmando que o art. 564, III, e, do CPP,
deve ser dividido em quatro partes, razão pela qual o
interrogatório estaria na segunda parte, a qual é referida
pelo art. 572 do CPP como nulidade relativa.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O silêncio, evidentemente, não pode prejudicar o réu (art.
5º, LXIII, da CF, e art. 186, parágrafo único, do CPP).
Entretanto, Marcellus Polastri afirma que o silêncio deve ser
comparado com as demais provas coligidas e, pelo sistema
da livre convicção, poderá ou não pesar contra ele no
momento do julgamento, já que oacusado, permanecendo
silente, nada teve a aduzir em seu favor.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Quanto ao princípio do silêncio, convêm alguns comentários.
O primeiro ponto refere-se à redação usada pelo
constituinte. Quando a constituição fala em “preso”,
pretende enfatizar que até o indiciado preso e o réu preso
podem ficar calados. É evidente que o indiciado solto e o réu
solto também podem ficar calados.
O art. 187 do CPP prevê duas partes do interrogatório:
interrogatório de identificação ou subjetivo; interrogatório
de mérito ou objetivo. No interrogatório de identificação, é
traçado um perfil do acusado. No interrogatório de mérito, o
réu é indagado quanto aos fatos que lhe são imputados.
Então, a questão é a seguinte: o silêncio pode ser exercido
nas duas partes?
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Quanto ao interrogatório de identificação, alguns autores
sustentam que o réu pode ficar calado e pode até mentir,
enquanto outros autores afirmam que o silêncio configura o
delito do art. 68 da Lei das Contravenções Penais (Decreto-
lei 3688/41) e que a mentira configura o crime do art. 307
do CP. Quanto ao interrogatório de mérito, é certo que o réu
pode ficar calado e pode até mentir, salvo para incriminar-se
falsamente porque, neste caso, ele praticaria o crime do art.
341 do CP.
O art. 188 do CPP assegura a participação das partes no
interrogatório, constituindo a mais significativa alteração
decorrente da Lei 10792/03.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
A confissão e a chamada de corréu
Exercício suplementar da semana 2
(Ministério Público – BA/2010) À luz do Código de Processo
Penal, deve-se afirmar que:
a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de
corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestígios
do crime;
b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do
livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame
das provas em conjunto;
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e
respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem;
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão,
poderão fazê-lo se, desobrigadas pela parte
interessada,uiserem dar o seu testemunho; neste caso,
porém, não deverão prestar compromisso legal;
e) Todas as afirmativas estão incorretas.
Camargo Aranha entende que a admissão da autoria na fase
policial configura confissão extrajudicial.
A confissão pode ser simples ou qualificada. No primeiro
caso, o réu confessa a prática do crime. No segundo caso, o
réu confessa a prática do fato, mas sustenta a presença de
um causa de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O entendimento majoritário afirma que a confissão
qualificada não autoriza a aplicação da causa de diminuição
de pena do art. 65, III, d, do CPP.
A chamada de corréu, imputação de corréu, delação ou
chamamento de cúmplice ocorre quando, na confissão,
houver a imputação do crime por um réu ao corréu.
PROCESSO PENAL II
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Declarações do ofendido
O ofendido, vítima ou lesado é ouvido como informante,
diante de seu inegável interesse no deslinde da causa, razão
pela qual, em princípio, as suas declarações têm valor
relativo, muito embora, em determinados crimes,
geralmente praticados na clandestinidade, as declarações do
ofendido sejam de grande importância.
Se, intimado, o ofendido não comparecer, o juiz pode
determinar a sua condução, a teor do art. 201, § 1º, do CPP.
PROCESSO PENAL II
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Vale mencionar que a reforma de 2008 trouxe uma série de 
modificações relativas ao ofendido, basta observar a nova 
redação do art. 201. O par. 2 determina que o ofendido será 
comunicado dos atos do processo, principalmente relativos à 
saída do réu da prisão e sua eventual fuga. Tal medida visa a 
segurança da vítima que, sabendo do estado do réu, poderá 
se prevenir.
PROCESSO PENAL II
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Prova testemunhal
A prova testemunhal, embora de grande importância
prática, é chamada de “prostituta das provas”, em razão da
falibilidade da pessoa humana que vai dar o testemunho.
No sistema do livre convencimento motivado, uma única
testemunha pode embasar a sentença condenatória,
dependendo da credibilidade das suas declarações.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
São características da prova testemunhal:
(a) oralidade: os arts. 192 e 221, § 1º, do CPP, excepcionam a
regra; Sergio Demoro Hamilton critica o art. 204, do CPP,
que permite a consulta a apontamentos, com o
argumento de que se perde a autenticidade do
depoimento; Sergio Demoro Hamilton e Tourinho Filho
entendem que o art. 221, § 1º, do CPP, é inconstitucional
porque viola o princípio do contraditório, mas Marcellus
Polastri não vê inconstitucionalidade, uma vez que,
surgindo a necessidade de novas perguntas, é possível a
expedição de outro ofício à autoridade, para que ela as
responda.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
(b) objetividade: em regra, a testemunha não pode emitir
juízo de valor, conforme o art. 213 do CPP.
(c) retrospectividade: o testemunho é sempre relativo a fato
pretérito.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
A testemunha pode ser classificada da seguinte 
maneira:
(a) direta: o depoente presenciou o fato.
(b) indireta: o depoente depõe sobre o que “ouviu dizer”.
(c) instrumental: o depoente presenciou um ato jurídico do
inquérito policial ou do processo, dando-lhe autenticidade
(d) judicial: o depoente depõe sobre fato que presenciou ou
“ouviu dizer”.
(e) própria: o depoente depõe sobre o fato imputado ao réu.
PROCESSO PENAL II
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(f) imprópria: o depoente depõe sobre ato do procedimento
(ex. a respeito da regularidade do auto de prisão em
flagrante).
(g) numerária: o depoente presta o compromisso de dizer a
verdade e é computado no número legal.
(h) informante: o depoente não presta o compromisso de
dizer a verdade e não é computado no número legal.
(i) referida: o depoente é mencionado no depoimento de
outra testemunha e não é computado no número legal.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
O art. 203 do CPP determina que a testemunha preste o
compromisso de falar a verdade.
As pessoas referidas no art. 208 estão dispensadas de prestar
o compromisso.
E se for o caso de prestar o compromisso de dizer a verdade,
mas o juiz, por descuido, deixar de tomar o compromisso?
Espínola Filho e Hélio Tornaghi afirmam que o depoimento é
nulo, a teor do art. 564, IV, do CPP. Tourinho Filho e
Marcellus Polastri afirmam que só haverá nulidade se houver
prejuízo para a acusação ou para a defesa, ou se houver
influência na apuração da verdade real.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
A maioria doutrinária (Helio Tornaghi, Heleno Fragoso,
Magalhães Noronha) afirma que o compromisso prestado pela
testemunha constitui apenas um incentivo moral, pois o
crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, se
configura independentemente do compromisso.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Observação: o art. 206 do CPP dispensa algumas pessoas do
dever de depor, mas o parentesco deve ser examinado no
momento do depoimento, e não no momento do fato
imputado ao réu. Para Tourinho Filho e Marcellus Polastri, a
dispensa legal não pode ser interpretada de forma extensiva.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Embora o art. 214 do CPP apenas se refira à contradita antes
do depoimento, deve-se também aceitá-lo no final do
depoimento, quando o motivo ou razão da contradita só se
tornou conhecido no curso do depoimento.
Sergio Demoro Hamilton e Marcellus Polastri afirmam que o
art. 211 do CPP não foi recepcionado porque, em razão do
sistema acusatório, não cabe ao juiz requisitar a instauração
de inquérito policial, já que deve se manter equidistante e
imparcial, não podendo praticar atos investigatórios. Cabe
ao juiz, se for o caso, comunicar o fatoao Ministério Público,
a teor do art. 40 do CPP.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Atualmente adota-se o sistema do exame cruzado ou sistema
do cross examination, conforme art. 212 do CPP.
Os arts. 218 e 219 do CPP prevêem punições às testemunhas
que, intimadas, não comparecerem para depor (condução
por oficial de justiça; pagamento de multa; pagamento de
custas; responsabilização por crime de desobediência).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Reconhecimento de pessoas e coisas
O reconhecimento é o meio processual de prova,
eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para
verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa,
que lhe é mostrada com outras, que viu no passado.
O art. 226 do CPP elenca as formalidades a serem observadas
no momento do reconhecimento. Na fase policial, a ausência
de qualquer formalidade acarreta a nulidade do ato.
Entretanto, na fase judicial, havendo o desrespeito a
qualquer das formalidades, parte da doutrina (Camargo
Aranha, Hélio Tornaghi) afirma que ocorre nulidade.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Entretanto, a jurisprudência e a doutrina majoritárias
(Frederico Marques, Ada Pellegrini Grinover) reconhece a
validade do reconhecimento, não exigindo a observância das
formalidades do art. 226 do CPP, já que, em juízo, estão
presentes o contraditório e a ampla defesa.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Acareação
A acareação é o ato de se colocar duas ou mais pessoas em
presença umas das outras, para que expliquem as
divergências de pontos conflitantes de seus anteriores
depoimentos ou declarações.
O indiciado ou acusado, em razão do princípio do silêncio,
previsto no art. 5º, LXIII, da CF, pode se recusar a participar
da acareação.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
No caso do art. 230 do CPP, para uma parte da doutrina, não
há propriamente uma acareação, porque as pessoas não são
colocadas frente a frente, havendo apenas um confronto
entre as declarações conflitantes.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Documentos
No sentido amplo, a palavra “documento” é tudo que
representa um fato.
Entretanto, o art. 232 do CPP restringiu o conceito de
“documento”: quaisquer escritos, instrumentos ou papéis,
públicos ou particulares.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Indícios
Para Marcellus Polastri, indício não constitui em prova em
sentido estrito.
Para Malatesta, indício é aquele argumento probatório
indireto que deduz o desconhecido do conhecido por meio da
relação de causalidade.
Critica-se a redação do art. 239 do CPP, no que se refere ao
termo “indução”, sob o argumento de que a expressão
correta seria “dedução”.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 3
Considerando o sistema do livre convencimento motivado, a
prova indiciária tem o mesmo valor de outras provas. Por
isso, teoricamente, é possível que o juiz condene o réu com
base apenas em indícios, embora isso dificilmente ocorra na
prática porque, normalmente, o juiz não chega à certeza
necessária à condenação apenas com base em indícios.

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