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APOSTILA DE FILOSOFIA CRISTÃ Professora: Mariléa Nascimento 18/01/2016 1 FILOSOFIA CRISTÃ O que é Filosofia? Duas palavras gregas: Filos – amigo Sofia – sabedoria A Filosofia é tão antiga quanto o homem. Está baseada na razão, e intimamente ligada ao raciocínio, além de ser abstrata. Filosofar é esmiuçar, refletir, entender, detalhar e concluir. É nato no homem. A Filosofia é conhecimento de uma forma de saber. Possui uma esfera particular de competência, sobre o qual busca adquirir informações válidas, rigorosas e ordenadas. A Filosofia ajuda a desenvolver o pensamento do homem. Obs.: É fácil dizer qual é a esfera de competência das várias ciências experimentais. Não é fácil, entretanto, demarcar o campo da pesquisa inerente à Filosofia. Por exemplo, sabemos o que estuda a Geografia, a Medicina e a Botânica, E o que estuda a Filosofia? Na opinião dos filósofos, a Filosofia estuda tudo. Pertence ao homem o ato de filosofar, questionar e concluir. A Bíblia possui 3 livros essencialmente filosóficos: Jó, Provérbios e Eclesiastes. Há uma filosofia por trás de todas as coisas, por exemplo, num romance, num filme, numa peça de teatro, num concerto de música, etc. A Filosofia é diferente das outras ciências, porque tem um sentido geral. Pode ser materialista ou existencialista, pois tem sua própria terminologia e significado. A Filosofia nos leva a pensar, pois é um esforço humano, já que existe uma multiplicidade de conceitos, de acordo com o sistema – conjunto de doutrinas aceito pelas Escolas Filosóficas. Há duas abordagens à filosofia: a analítica e a especulativa. Talvez a área mais conhecida da filosofia seja o estudo da ética, como a filosofia social e a política. Cabe ao filósofo social e político analisar conceitos tais como a autoridade, o poder, a justiça e os direitos individuais. O VALOR DA FILOSOFIA São três os valores da Filosofia: 1-Compreender a sociedade – desenvolvimento das instituições; a Filosofia ajuda a perceber o que está envolvido nas “grandes perguntas” que indivíduos e sociedades devem fazer. 2-Libertar de preconceitos e bairrismos; a Filosofia pode nos ajudar a não nos deixarmos iludir pelas evasivas e omissões das técnicas políticas e publicitárias. 3-Valor prático -> auxílio para a aplicabilidade de conceitos no dia a dia Bairrismo - conceito ocidental -> aqueles que defendem sua terra, seu Estado, seu País até, muitas vezes, com fanatismo. Filosofia é uma ideia geral sobre a origem do mundo, e a essência da realidade e, em particular, sobre os sentidos e os fins da vida humana. A Filosofia é uma crítica ao conhecimento, visando a determinar a natureza e os limites do conhecimento humano. 2 A filosofia se utiliza de argumentos como: argumentos indutivos, argumentos dedutivos, argumentos conclusivos e argumentos fidedignos. A ferramenta primária do filósofo é a lógica, que trata das regras para a argumentação apropriada, sempre levando em conta a relação das premissas e a conclusão das ideias. NATUREZA DA FILOSOFIA Por volta de 600 a.C., na colônia grega da Ásia Menor chamada Mileto surge a pesquisa filosófica, de modo sistemático. Homens ávidos de saber, que observam e analisam com atenção a natureza, procurando dar-lhe explicações que consideram lógicas. Assim surgiram os filósofos. Um dos seus alvos principais é a elucidação e entendimento de fatos, pois está ocupada com a sua reflexão crítica sobre sua justificação. A Filosofia avalia argumentos e pressuposições e as reivindicações de veracidade dos fatos. Por isso, um estudante com boas argumentações, usualmente, terá sucesso na filosofia. ORIGEM DA FILOSOFIA A Filosofia existe desde que o homem se pergunta e interroga a Deus sobre todas as coisas. Deus levou o homem a pensar e, com isso, surgiram os filósofos (muitos deles não crentes) para preparar o mundo para que, na plenitude dos tempos, fosse cumprida a promessa do Messias (Gal. 4:4-5; Atos 5:36-37). A religião é tão antiga quanto o homem, existindo desde o momento em que ele passa a invocar a Deus – pode ser qualquer deus. O verdadeiro filósofo é religioso, pois o ser humano tem necessidade crer em algo superior, de preferência, algo que possa ver e tocar. ALGUMAS DEFINIÇÕES DE FILOSOFIA 1-Definição clássica Filosofia é a ciência dos primeiros e dos últimos fins, ou seja, das coisas primeiras e finais. 2-Definição popular É a visão do mundo. É uma ideia geral sobre a origem do mundo e a essência da realidade, em particular, sobre os sentidos e os fins da vida humana. Por que o cristão estuda Filosofia? Apesar de ser uma disciplina abstrata, ajuda-nos no dia a dia. Ajuda a interrogar e refletir. É um desafio cristão, e precisamos estar alicerçados na Palavra de Deus para respondermos a estes desafios. A Filosofia será tanto um desafio à sua fé, quanto uma contribuição ao entendimento da fé. Como toda a verdade é verdade de Deus, e visto que a filosofia é uma busca da verdade, então, a filosofia contribuirá ao nosso entendimento de Deus e do Seu mundo. Além disso, a história tem mostrado que argumentos e conceitos filosóficos têm desempenhado um papel 3 fundamental no desenvolvimento da teologia cristã. Embora não seja um pensamento comum aos teólogos, eles reconhecem que algum conhecimento filosófico é necessário para o entendimento da teologia cristã. Sendo um desafio cristão, o conhecimento de Deus traz equilíbrio, somando conhecimentos e considerações para uma melhor reflexão sobre todas as coisas. Para ser um bom filósofo é necessário ser observador, e estar sempre refletindo sobre as razões da vida, procurando o porquê de todas as coisas, baseando-se na procura da verdade, permanentemente. DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA CRISTÃ A Filosofia Cristã é o conjunto de ideias filosóficas, iniciadas pelos seguidores de Jesus Cristo do século II aos dias de hoje. Esta filosofia surgiu com a intenção de distinguir ciência e fé, partindo de explicações racionais naturais, tendo o auxílio da revelação cristã. Vários pensadores acreditavam que havia uma relação harmoniosa entre a ciência e a fé. Outros afirmavam que havia contradição e outros tentavam diferenciá-las. Esta mesma discussão era questionada no campo da filosofia e da fé. Diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão. Há estudiosos que afirmam que não há originalidade no pensamento cristão, e que seus conceitos e ideias são herdados da filosofia grega. Sendo assim, a filosofia cristã seria resguardadora do pensamento filosófico, que já estaria definitivamente elaborado pela filosofia grega da fé. Boener e Gilson, no entanto, afirmam que a filosofia cristã não é simples repetição da filosofia grega, embora devam à ciência grega os conhecimentos elaborados por Platão, Aristóteles e os Neo-platonianos. Os mestres gregos eram assim pedagogos dos pensadores cristãos. Fundamentalmente, o ideal filosófico cristão é tornar evidente, através da razão, as convicções religiosas. A atitude do filósofo cristão é determinada pela fé em questões referentes ao cotidiano. Diferentemente do filósofo, o filósofo cristão busca condições para a identificação da verdade eterna, sendo caracterizado pela religiosidade. Clarificar a fé é um dos principais problemas investigados pela filosofia cristã. O desafio da filosofia para o cristão é duplo. Primeiramente, há o desafio geral de modo crítico, claro, correto e abrangente acerca do mundo. Esta é a tarefa de qualquer pensador, seja cristão ou não. Além disso, por causa das suas crenças bíblicas básicas, o cristão tem um dever filosófico especial. Emprega a filosofia na sistematização destas crenças, e na argumentação filosófica em defesa do cristianismo. A Filosofia é necessária para comunicaro ponto de vista cristão àqueles que têm outras visões do mundo. A Filosofia é a ferramenta, mediante a qual, o cristão mostra ou dá sentido à sua fé. ALGUNS FILÓSOFOS 1-Aristóteles -> 384 a.C a 322 a.C. Foi o primeiro filósofo a investigar, rigorosa e sistematicamente, a natureza desta disciplina. Ele afirmou que a Filosofia é a ciência do princípio e das causas, e fez da Filosofia uma compreensão da vida universal. Aristóteles foi responsável pelo pensamento filosófico de Tomás de Aquino. 4 2-Platão -> 427 a.C – 347 a.C. Natural de Atenas era idealista e foi professor de Aristóteles, filho de pais aristocráticos e abastados. Aos vinte anos, relacionou-se com Sócrates – bem mais velho que Platão. Para ele, o mundo das essências (universais) estava no interior das coisas, e não fora delas. O mundo concreto é percebido pelos sentidos. Cada objeto concreto que existe, participa junto com todos os outros objetos de sua categoria, e de uma ideia perfeita. Foi discípulo de Sócrates e autor da Teoria das Ideias, ou seja, os conceitos são o único objeto possível do conhecimento, e não as coisas particulares que são percepctíveis pelos sentidos. Influenciou Agostinho, Cícero e Luciano. Platão acreditava que tudo depende das ideias. Os primeiros filósofos eram matemáticos, porque a certeza das demonstrações dedutivas eram evidentes. 3- Sócrates -> 469 a.C. – 399 a.C. Nasceu em Atenas, Grécia, e tinha a concepção do “eu” como “conhece-te a ti mesmo”. Partiu da ideia do eu para o universo. Era pobre e vivia de um pequeno patrimônio herdado e dos donativos voluntários de amigos. Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas idéias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Suas qualidades de orador e sua inteligência também colaboraram para o aumento de sua popularidade. Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, e acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi condenado a suicidar-se, tomando um veneno chamado cicuta, em 399 A.C. Sócrates acreditava firmemente na possibilidade de encontrar a verdade. Seu assunto era com relação ao homem, examinando o que é piedoso e o belo, o vergonhoso, o justo e o injusto, a sabedoria e a loucura. Enfim, o seu assunto era sobre a virtude. Ensinava nos mercados e nas vias públicas. 4- Georg Wilhelm Friedrich Hegel -> 1770 - 1831 Ele afirmou que a Filosofia é o saber absoluto. Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx. Hegel estudou no seminário de Tubinga. Ele e outros filósofos estiveram atentos ao desenvolvimento da Revolução Francesa e colaboraram em uma crítica das filosofias idealistas de Immanuel Kant. A primeira e a mais importante das obras maiores de Hegel é sua Fenomenologia do Espírito. Obs.: Muitos filósofos afirmam que a Filosofia é o estudo do valor do conhecimento, ora como investigação dos fins últimos do homem, ora como estudo do ser como estudo da Arte, da Escultura, da Política, etc. 5- Immanuel Kant ou Emanuel Kant -> 1724 – 1804 5 Nasceu na Prússia e foi um dos maiores filósofos do idealismo. O traço fundamental de sua filosofia é a conciliação entre o materialismo e o idealismo. Nascido numa família protestante (Luterana) teve uma educação austera, numa escola pietista, que frequentou graças à intervenção de um pastor. Ele próprio foi um cristão devoto por toda sua vida. O trabalho filosófico de Kant está na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (David Hume) e a ciência física- matemática de IsaacNewton. Apesar de ter adaptado a ideia de uma filosofia crítica, cujo objetivo primário era “criticar” as limitações das nossas capacidades intelectuais, Kant foi um dos grandes construtores de sistemas, levando a cabo a ideia de crítica nos seus estudos da metafísica, ética e estética. Seu livro mais lidoe mais influente é Crítica da Razão Pura (1781). Ele era de tradição luterana. Período Medieval 1-Tomás de Aquino -> 1225-1275 Representa a vitória do aristotelismo na Idade Média. A Filosofia para ele é o estudo das razões finais e universais das coisas. A relação entre a Filosofia e a Teologia é que ambas são ciências autônomas e distintas. Enquanto a primeira usa a investigação racional, ou seja, a razão, a segunda se utiliza da revelação divina. Sua teoria do conhecimento apresenta o caráter distinto entre conhecimento sensível e intelectual. Todas as ideias têm sua origem nos sentidos. A ética tem como base a lei eterna, isto é, a obrigação imposta pela sabedoria divina. 2- René Descartes -> 1596-1650 Era francês, e partiu do ponto de vista de que se deve duvidar, por princípio, de todas as opiniões recebidas. É considerado o pai da Filosofia Moderna. É famoso pela frase:”Penso, logo existo” é uma conclusão do filósofo e matemático. Descartes pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações dos conhecimentos medievais). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro. Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que então julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava; e se pensava, necesssariamente, existia. Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que poderia ter certeza de que existia porque pensava. Na realidade, os filósofos estudam todas as coisas. Podemos concluir que a Filosofia estuda todas as coisas por 2 razões: 1- Porque todas as coisas podem ser examinadas além do nível científico e filosófico. Assim, os homens, as plantas, os animais já estudados em outras ciências, sob ponto de vistas diferentes, podem ser investigados pela Filosofia. 2- Enquanto as ciências estudam esta ou aquela dimensão da realidade, a Filosofia tem por objetivo a totalidade, o universo entendido de forma global. 6 Uma das características que difere a Filosofia das outras ciências, é que ela estuda toda a realidade ou, de algum modo, procura dar explicação completa a todas as coisas. 7 Agostinho Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, na África, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354, século IV A.D. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual. Entretanto, a conversão moral no mês de setembro do ano 386, por razões de luxúria. O texto de sua conversão foi Romanos 13: 13-14. "Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante as suas concupiscências". Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e alguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos. Agostinho considera a filosofiapraticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está, portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida. Após sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras. Quanto à natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre criador. A fé vem pelo entendimento racional. Sua visão era platoniana e cristã, adaptando o Cristianismo às concepções de Platão, embora o contrarie em algumas questões. Ele “cristianiza” Platão que dizia que o verdadeiro conhecimento vem quando a pessoa morre. Segundo Agostinho, pela razão se chega à fé, propondo que a descoberta da fé permite ao ser humano entrar em contato com a luz divina. A partir daí, o conhecimento vai se desenvolver de acordo com o posicionamento em relação à luz divina. A razão leva à fé e explica o conhecimento adquirido. Durante oito séculos, Agostinho foi a maior figura dominadora do pensamento cristão: todos recorrem a ele, todos o respeitam. Agostinho foi o primeiro grande filósofo cristão. É evidente que tinha havido preocupação filosófica entre os cristãos nos primeiros séculos, que é o que se chama Patrística, a obra dos Padres da Igreja, que era, antes de tudo, teológica, religiosa, mas sem dúvida com uma componente, com uma vertente filosófica. Mas o primeiro grande filósofo, o primeiro criador filosófico dentro do cristianismo, foi Agostinho. A grande descoberta, a maior, de Agostinho é a intimidade. E quando ele se questiona e diz: “quero conhecer a Deus e a alma. Nada mais, absolutamente nada mais.” A alma é, em última análise, a grande descoberta de Agostinho, a alma entendida como intimidade. E fala justamente do espiritual. Espiritual não quer dizer não-material; há uma tendência muito frequente de entender o espiritual como aquilo que não é material; e não é disso que se trata, mas de algo muito importante: 8 espiritual é aquela realidade que é capaz de entrar em si mesma, o poder entrar em si mesmo é o que dá a condição de espiritual, não a não-materialidade. O conhecimento vem da luz divina – a relação com Deus. Ele ouviu uma voz que dizia: “Toma este livro e lê.” Este livro era a Bíblia, vindo daí sua conversão. Algumas frases de Agostinho que se tornaram famosas: “Se queres seguir a Deus, deixa-O ir adiante. Não queiras que Ele te siga”. "Seja a paz a nossa amada e amiga, seja o nosso coração o leito casto para descansar com ela, seja a sua companhia um descanso tranqüilo e uma união sem amarguras, seja doce o seu abraço e inseparável a sua amizade"! “A ignorância mais refinada é a ignorância da própria ignorância”. “Geralmente suspeitamos dos demais o que sentimos em nós”. “Não te disperses. Concentra-te em tua intimidade. A verdade reside no homem interior”. “Não podes ser bom amigo dos homens, se primeiro não o fores da verdade”. “A fé é tão necessária para a vida como a raiz é para a árvore”. “O rico enche a bolsa de moedas e a alma de preocupação”. “Mantenhamos nosso olhos fixos no Senhor, que nos guia e não olhemos para trás”. "Na escola da vida, Deus é o único professor à procura de bons alunos". “Creio em tudo que entendo, mas nem tudo que creio também entendo. Tudo o que compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço.” (Agostinho, de Magistro,p.319) 9 TOMÁS DE AQUINO Nasceu Tomás em 1225, século XIII, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal dos condes de Aquino. Era unido pelos laços de sangue à família imperial e às famílias reais de França, Sicília e Aragão. Recebeu a primeira educação no grande mosteiro de Montecassino, passando a mocidade em Nápoles como aluno daquela universidade. Depois de ter estudado as artes liberais, entrou na ordem dominicana, renunciando a tudo, salvo à ciência. Tal acontecimento determinou uma forte reação por parte de sua família. Na idade de 5 anos foi enviado para estudar na Ordem Beneditina de Monte Cassino. Ele era muito inteligente e os beneditinos ficaram admirados pelo seu raciocínio brilhante. Algum tempo depois os monges beneditinos foram desalojados da Abadia pelas tropas do Imperador Frederico II. No mesmo ano em 1239 ele começou a estudar na Universidade de Nápoles, concentrando seus estudos em filosofia, gramática, retórica e lógica. Ele já estava atraído pela Ordem Dominicana e expressou o desejo de se tornar um frade, o que era totalmente inaceitável pela sua família. Alguns membros de sua família até contrataram uma linda mulher para tentá-lo, mas seus esforços foram em vão e Tomas perseverou na sua vocação e como recompensa por isto, foi conferido a ele anos mais tarde o titulo de "Doutor Angélico". Em seguida ele foi raptado pelos seus irmãos e aprisionado no Monte São Giovanni de 1244 até 1245. Seus pais finalmente aceitaram a derrota e Tomas foi solto e voltou para Roma e depois para Paris onde entrou na Universidade. Ele é conhecido especialmente por harmonizar a razão e a fé, enquanto mantém a precisa distinção entre os dois: a razão ajuda a descobrir a existência de Deus, mas é insuficiente como guia para as ações humanas, alcançada pela fé, que é necessária para a descoberta de verdades mais elevadas reveladas pelo consentimento Divino. Viu então em sonho dois Anjos que lhe cingiram os rins com uma cintura de fogo. Ele confessou depois que, a partir desse momento, nunca mais sentiu os impulsos da concupiscência da carne. Era a recompensa que recebia por seu ato heróico de virtude. Tomás sustenta que Deus é conhecido unicamente por demonstração; entretanto, esta demonstração é sólida e racional, não recorre a argumentações a priori, mas unicamente a posteriori, partindo da experiência, que sem Deus seria contraditória. A partir dele, a Igreja tem uma teologia (fundada na revelação) e uma filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão. Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a privação ou ausência do bem. Tomás de Aquino é famoso por ter cristianizado Aristóteles, à semelhança do que fez Agostinho com Platão, ele transformou o pensamento desse sábio num padrão aceitável pela igreja católica. Apesar de Aristóteles não ter conhecido a revelação cristã, como diz Tomás, e de sua obra ser original, autônoma e independente de dogmas, ele está em harmonia com o saber contido na Bíblia. E Tomás aplica o pensamento de Aristóteles na Teologia. FILOSOFIA DAS RELIGIÕES UNIDADE I 1-O SER SUPREMO 10 Na Filosofia das Religiões, precisamos partir da ideia do Ser por excelência: Deus. A ideia do Ser Supremo aparece desde os primórdios da civilização pois, dentro do próprio homem, há a imitação do divino. Ninguém sabe com exatidão definir Deus. Sabemos, pela revelação, que é amor – amor ágape. A linguagem humana é fraca e imperfeita para definir o espiritual. Os mais diversos termos são usados para dar ideia do Ser Supremo: Deus, Criador, Eterno, Espírito, Infinito, Imanente, Transcendente, Arquiteto, Causa Primeira, etc. Nomes são usados comoJeová, Zeus, Júpiter, Alá, Mazda (O Grande Sábio). 1.1-Atributos do Ser Supremo Eternidade, Onisciência, Bondade, Moralidade, Onipotência, Virtude Criadora. 1.2-O Ser Supremo e a Ordem Moral Deus, como criador da natureza humana, é o bem supremo que o homem, de maneira consciente ou não, tende a desejar. 1.3-Veneração ao Ser Supremo Venera-se através de gestos e palavras. A veneração inclui oração e adoração. 2-A oração nas religiões 2.1 - Os fatores da oração: o silêncio e o gesto. ”Bom é guardar a salvação do Senhor, e isso em silêncio.” Silêncio em oração significa preparação da alma para elevar-se e encontrar-se com Deus. Os Grandes mestres retiram-se: Moisés – Ex 3:1-6; Jesus – Mt 4:1-11; Buda, à sombra venerável de uma figueira sagrada, o filho de Sáquias encontrou a “verdade eterna”, a chave da libertação do ciclo dos nascimentos e mortes. Com relação ao gesto de orar, tanto os sumerianos (povos que se localizavam na parte sul da Mesopotâmia e eram politeístas) como os israelitas oram em pé – Mt 6:5. Os babilônicos, os egípcios, os gregos e romanos oram de joelhos – Jesus e os profetas também. Na meditação Yoga ou budista se ora abaixado. 2.2-O que motiva a oração 1-Necessidade de auxílio – Sl 34:15; 2-estado de angústia – Sl 102:2; 3-estado de fraqueza – Rm 8:26; 4-estado de sofrimento- At 7:34; 5-necessidade de cura – Mc 10:47; 6-Confissão de pecados – Sl 51:1-2; 7-intercessão – At 7:60. Orar é pedir e oferecer-se. Crer é ter fé em Deus: - Em Sua fidelidade, no cumprimento de suas promessas; - em Sua sabedoria, que é muito maior que a nossa; - em Seu poder e na ressurreição dos mortos; - em Sua bondade, que é reflexo do Seu amor. 2.3 – Quem ora Todos oram; só Deus não ora. -Jesus e o Espírito Santo oram – Rm 8:26-27; -os seres angelicais oram – Ap 4:10-11; 11 - os judeus, os profetas, apóstolos, patriarcas oravam; Jairo pela filha, a mulher cananeia, pela filha, Maria pelo irmão Lázaro, o centurião pelo servo; - crianças e moços e idosos também oram: Jeremias, Daniel e seus companheiros - a igreja orava por Pedro e ele foi solto – Atos 12:5-12. 2.4 - As orações no Velho e Novo Testamento Ora-se em qualquer lugar: no campo – Isaque – Gn 26:24-25; Jesus orou no Rio Jordão - Lc 3:21; no monte – Mt 14:23; em lugar deserto – Mc 1:35; no Getsêmani Mt 26:36-41; à beira do rio – At 21:5; no ventre do grande peixe – Jon 2:1, etc. 3 - A ideia do pecado 3.1- Definição do pecado De um modo geral, pecado é tudo aquilo que não está de acordo com a moral. Na Bíblia, o livro por excelência, encontramos como definição: errar o alvo, desobedecer à voz, ir além, o que cai, o que não quer ouvir, desobediência, queda, prevaricação, erro, falha, não observância da lei, defeito, vício, condições de quem está sem lei, dívida. 3.2 - Universalidade do pecado A ideia do pecado é universal. A Bíblia diz “Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus.” Rm 3:23. É universal porque esta ideia faz parte de todas as religiões, pois toda a natureza foi afetada nos seus reinos: mineral, vegetal, animal e humano. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo.” II Co 5:19 3.3 – Enumeração de pecados Em Êxodo, há uma longa lista de pecados: maltratar órfãos e viúvas, urinar em pé contra o sol, comer ou beber em vasos não consagrados, sentar uma criança sobre o sepulcro, lavar-se em água que serviu de banho de uma mulher, murmurar enquanto assiste a um sacrifício. - O decálogo de Moisés – Êxodo 20 - Idolatria – Ex 20:2-5; irreverência – Ex 20:7; deixar de santificar o sábado- Ex 20:8; deixar de honrar os pais – Ex 20:12; matar – vs 13; adulterar – vs 14; furtar – vs 15; testemunhar falsamente- vs 16; cobiçar- vs 17. Os destinados à condenação: covardes, incrédulos, abomináveis, assassinos, impuros, feiticeiros, idólatras, mentirosos. 3.4 – Pecado cometido em sonho “Provaste o coração; visitaste-me de noite; examinaste-me, e nada achaste; o que pensei, a minha boca não transgridirá.” Sl 17:3 4- Confissão de pecados 4.1 – Significado do verbo confessar “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” I Jo 1:9 Confissão de pecado, de acordo com 1 João 1:9, vai nos proteger da disciplina de Deus. Se falharmos em confessar nosso pecado, a disciplina de Deus com certeza virá até confessarmos. Nossos pecados são perdoados no momento da salvação, mas nossa comunhão com Deus precisa estar em boas condições de uma forma diária, o que não pode acontecer se temos pecado não confessado em nossas vidas. Portanto, precisamos confessar nossos pecados logo quando os cometemos, para podermos manter uma comunhão correta com Deus. Quando Simão reconheceu seu erro, ele pediu as orações de Pedro (Atos 8:24). Tiago disse: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tiago 5:16). 12 4.2- O arrependimento é remédio para a doença Vemos em I Co 11:29-32, que pode haver uma conexão entre o pecado e a doença. Os psicólogos e os médicos estão reconhecendo que grande parte das doenças físicas tem um conteúdo emocional. A igreja também precisa reconhecer este fato. Antes de orarmos pela cura física, seria necessário orarmos pelo arrependimento e confissão de pecados - Sl 32:1-5. 4.3- Confissão de boca e confissão de coração O perdão é a forma mais importante de arrependimento e confissão de pecados. Perdoar os inimigos – Mc 11-24-25. Fé na oração (boca) e perdão (de coração) estão intimamente relacionados – Lc 6:36-38. 4.4 – O pecado confessado torna-se verdade A cura física exige, muitas vezes, um perdão do pecado ou uma cura interior. É necessário lançar fora o rancor e o ressentimento. O amor é o melhor remédio para quebrar a frieza, a mágoa e o ressentimento que impedem o poder curativo de Deus fluir dentro de nós. I Jo 1:6-10 4.5- A enfermidade predispõe para a confissão de pecados O sofrimento tanto pode afastar como reaproximar o homem de Deus. No entanto, hoje com a nova ênfase pela cura, muitos sofredores têm conseguido a bênção da sua cura através da confissão dos pecados. 4.6-Punição de pecados Em Israel a enfermidade, a miséria e a brevidade da vida eram consequências de pecados cometidos, e sua respectiva punição – Sal 51:5; II Sam 12:13, 14 e 18. 5 - O sacrifício 5.1- Origens Entre as doutrinas que mais negam a doutrina do sacrifício estão: a doutrina espírita, a doutrina da Ciência Cristã Rosa Cruz. 5.2-Evolução do sacrifício Abordaremos os novos aspectos do sacrifício: a- Quanto às circunstâncias podem ser: periódicos, mensais e anuais. b- Ocasional -à ritos de passagem, nascimento, núpcias, morte, entronização, dedicação, aliança e iniciação. c- Quanto à matéria pode ser: cruento – quando se oferece uma vítima; incruento – trata-se de uma simples oferta ou libação. d- Quanto à forma de ser: ---à holocausto – se a vítima é queimada completamente; ---à real – se as ofertas ou a vítima é verdadeira; ---à simbólico – se a vítima é fingida, em caso de dificuldade, procura-se uma vítima real. e- Quanto ao tipo: ---à gratulatório – quando é oferecido para agradecer algum benefício; ---à expiatório – quando é oferecido para remissão de uma culpa ou para fugir de um flagelo; ---à impetratório – se tem como fim conseguir um benefício. Se você realmente quer dar a vida ao Senhor Jesus, mais cedo ou mais tarde terá de sacrificar. E o sacrifício é, na realidade, uma prática comum em todas as religiões do mundo e em quase tudo na vida. Significa a desistência voluntária de algo importante, em favor de algo muito mais importante. 5.3 - O supremo sacrifício 13 “Dignoés de tomar o livro e de abrir-lhe o selo, porque foste morto e com Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.” Ap 5:9 5.4 - Conclusão Origem do Supremo sacrifício – substituição das folhas de figueira por vestes de pele de animal – Gen 3:7,21; -à o sangue como sinal – Ex 12:13; como propiciação – Rom 3:25; como justificação – Rom 5:9; como redenção- Cl 1:14 e Ef 1:7; aproximados pelo sangue – Ef 2:13; traz reconciliação – Cl 1:20; entrada no Santo dos Santos – Hb 10:19. Com o Supremo Sacrifício Jesus tornou-se : a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, o Soberano dos Reis da terra. Ap 5:9-10; 11-13 UNIDADE II 1-Introdução ao Monoteísmo Origens Deus fez o homem perfeito – Gn 1:27. Deus pessoal, homem pessoal, relacionamento pessoal – Gen 2:19-20. Para nós, que cremos na Bíblia como a Palavra de Deus, não aceitamos a teoria da evolução, mas da “queda do homem”. A vida moral e espiritual sofrem com a entrada do pecado no mundo – Gen 6:5, 11-13. 1.2 – Há duas concepções do monoteísmo a) A Judaica – bíblica – um Deus pessoal. O Velho testamento enfatiza um Deus que é o Senhor. O Novo Testamento um Deus que é precisamente o Pai. b) A grega – pagã - O absoluto – a divindade como substância infinita – natureza, vontade energia cósmica 2 - História do Monoteísmo e do Politeísmo Para nós, o Monoteísmo antecede ao Politeísmo, sendo este uma consequência do abandono de Deus pelo homem– Gen 4:13-16 Parece que o Politeísmo começou muito cedo. Há uma certa ironia nos versos de Lameque, descendente de Caim – Gen 4:19-22. Há uma correlação entre várias esposas e vários deuses – I Reis 11:1-2. A idolatria é chamada prostituição no Velho Testamento – Os 1:2. 3 - O Monoteísmo no Velho Testamento 14 O Monoteísmo no V.T. não é fruto de uma observação profunda da natureza, como a de outros povos orientais, nem da especulação filosófica, como aconteceu mais tarde no Decálogo, como sendo o primeiro mandamento – Ex 20:3 4- Como explicar a origem do Monoteísmo no Velho Testamento Há algumas teorias: 1- Que a vida nômade no deserto teria favorecido o Monoteísmo ---à há outra corrente que refuta esta ideia dizendo que outros povos nômades, como os acadianos e arameus não chegaram ao Monoteísmo 2- Que a raça semita tem a ideia de um governo de ilimitado poder e de muitas exigências e que, esta maneira de encarar o mundo supremo, justifica o Monoteísmo. ---à outra corrente refuta esta ideia dizendo que outros povos semitas não chegaram a este resultado. 3- Que o ministério profético, muito atuante na história do povo, teria facilitado o que já era natural nas suas origens ---à há refutação dizendo que a idolatria sempre reaparecia no meio do povo. Somente depois do cativeiro babilônico, é que o povo aprendeu que o Senhor Deus é o único Deus a ser honrado, servido e adorado. 5- Monoteísmo no Islã Maomé proclama-se herdeiro de Abraão, para pegar os árabes e como exigência do Altíssimo, a construir a própria cidade. Esta religião, também oriunda da Bíblia dava, de repente, outro sentido ao auxílio dos sobreviventes de Israel. Julgando-se descendentes, adoravam o deus de Abraão. Como o Judaísmo, o Islã era sua religião cuja tradição escrita (kitab) exigia os complementos da religião de Israel da tradição oral (hadit). Maomé era tão poderosamente inspirado, pela tradição de Israel, que acreditava-se no direito de esperar a conversão dos judeus de Medina à sua religião. 6- O Cristianismo e o Monoteísmo Quando o Janismo (uma vertente do Budismo) e o Budismo confeccionaram seus livros sagrados, rejeitaram os livros considerados pelos Hindus- Os Vedas. O Cristianismo, porém, não repeliu o Velho Testamento, livro sagrado dos judeus, mas recebeu-o no Cânon, e considerou seu valor igual ao Novo Testamento (Mt 5:17-19). Portanto, o monoteísmo no Cristianismo é o mesmo do Judaísmo. 7 - O Monoteísmo de Zoroastro 15 Zoroastro é o nome grego de Zaratustra, que foi um mensageiro ou manifestante de Deus, que nasceu na Pérsia (atual Irã) há mais ou menos mil anos antes de Cristo. Foi ele o fundador da religião chamada Masdeísmo ou Zoroastrismo. De Zoroastro são as Gathas (cânticos) que anunciam uma doutrina elevada, pura, monoteística. A reforma de Zoroastro foi uma reforma da religião precedente. Foi uma doutrina nova que constituiu sobre um fundo religioso antigo. Zoroastro mesmo compreende sua obra como um aperfeiçoador. Há uma certa semelhança com a obra de Jesus que não veio destruir, mas cumprir espiritualmente (Mt 5:17). A ideia central da reforma foi o monoteísmo. O dualismo não é a negação do monoteísmo. É o monoteísmo em dois aspectos opostos e contrários. Zoroastrismo é a religião que se estabeleceu principalmente na Pérsia, e que era um dualismo energicamente afirmado entre o bem e o mal, a luz e as trevas, Deus e o diabo. 8- Monoteísmo e as religiões ligadas entre si As religiões monoteístas conhecidas são quatro: Israelita, Zoroastrismo, Cristianismo e Islamismo. A história religiosa e nacional de Israel começa com Abraão (2000 a.C). Israel nasce na encruzilhada da Ásia e da África, separando-se das civilizações adiantadas da Caldeia e do Egito. Uma voz arrasta Abraão de seus pais e dos seus ídolos para a Terra Santa, tornando-o pai de uma revolução decisiva. A revolução de um Deus de unidade que, a partir dos patriarcas, abala a humanidade e dá origem ao povo que recebe e transmite Sua mensagem. Neste dia, o povo da aliança acaba de nascer. Renasce em 1948, cumprindo a profecia de Jesus (Lc 21:24). 16 HISTÓRIA DA FILOSOFIA INTRODUÇÃO 1. 1. DEFINIÇÃO 1. É o estudo crítico e reflexivo dos principais sistemas e das principais escolas filosóficas. Não é uma simples exposição, mas uma crítica. A Filosofia unifica o pensamento. A História da Filosofia é uma história do espírito humano, dos seus progressos, dos seus extravios, do seu desenvolvimento, dos seus erros e das suas vitórias. 2. Filosofia e Religião não são a mesma coisa A Filosofia é baseada na razão, no raciocínio, e a religião em tradições, numa autoridade divina, em símbolos e mistérios, etc. Muitos sistemas filosóficos vieram da religião. Daí, o objeto de suas especulações: Deus, alma, o mundo, o destino. E há religiões que vieram da filosofia, como o budismo. A verdadeira filosofia está de acordo com a religião verdadeira. Não podem existir duas verdades. A Filosofia sozinha não faz o homem feliz, e auxilia na fé do homem. 3. Sua necessidade É impossível o estudo apurado de qualquer ciência humana sem conhecer Filosofia. A História da Filosofia é benéfica para a própria filosofia, pois é a história das soluções para os próprios problemas, em várias épocas e lugares. 4. Divisões ---à Antiguidade – até 529 a.C, quando o Imperador Justiniano fecha a Escola de Atenas ---à Patrística – século II a VIII – escola Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros séculos, quando os padres precisaram elaborar uma doutrina cristã, sobre verdades e fé ---à Moderna – séc. XVI a XVIII ---à Contemporânea – a partir do século XIX 5. Escolas, sistemas teorias a - Escolas filosóficas – grupos de filósofos com um mestre comum, partindo dos mesmos princípios, podendo discordar nas consequências. Ex.: Escola Sofística, Escola Pitagórica b - Sistemas filosóficos – é uma síntese das idéias e verdades relacionando-se com o mesmo objetivo. Ex.: Materialismo, Espiritismo, Idealismo c - Teorias filosóficas – são hipóteses a respeito de um fato mais particular. Ex.: Idéias inatas, movimentos, etc. FILOSOFIA ORIENTAL É mais Teologia do que Filosofia. Baseia-se no tradicionalismo religioso, na comunhãocom Deus verdadeiro, exercendo influência no ocidente. 1- FILOSOFIA JUDAICA A chave da Filosofia Judaica é a harmonia entre a razão e a religião. A religião judaica não se afastou inteiramente da Filosofia, pois existe filosofia nos livros de Jó, Eclesiastes e Provérbios, 17 aconselhando o homem em diferentes aspectos da vida, além de direcionar o comportamento que pode ser seguido por qualquer pessoa, independentemente de raça ou nação. Alguns séculos antes de Cristo, foram criadas seitas de duplo caráter: filosóficas e religiosas. A causa foi que houve 400 anos de silêncio entre o Antigo e o Novo Testamento. As sinagogas e as seitas se multiplicaram neste período – Período Interbíblico. Deus parou de enviar a Palavra escrita, ficando cada seita voltada para seus próprios interesses, tentando retornar ao Judaísmo Ortodoxo e às leis mosaicas. O advento do Messias divide a História do pensamento da civilização em duas partes, inteiramente distintas. Jesus não se apresenta ao mundo como um fundador de escola, semelhante a Platão ou Aristóteles que investiga, raciocina, discute e propõe a um círculo, mais ou menos estreito de iniciados, o seu sistema de idéias ou a sua explicação do universo. Ele revela-Se como Deus e Salvador que, possuindo a verdade em sua plenitude, a comunica aos homens por meio do Seu ministério infalível. Pois, o Cristianismo não é um sistema filosófico, no sentido rigoroso do termo. Entretanto, foi íntima e universal a influência que exerceu sobre a orientação da Filosofia. As propostas como infalivelmente verdadeiras, as novas soluções sobre a existência e a natureza de Deus, as suas relações com o mundo, a origem e os destinos do homem, a obrigação e sanção da lei moral não poderiam deixar de ter uma repercussão profunda em toda a Filosofia, que trata sobre estas mesmas questões, ainda que encaradas sob aspecto diverso. A partir da vinda de Cristo, toda questão filosófica apresenta duplo aspecto: racional e religioso. Como para Cristo, centro da vida da humanidade, convergiram em todos os tempos os amores e os ódios de todos os corações, assim também, para Ele se dirigem todas as inteligências, rejeitando ou aceitando o verbo da verdade que regenerou o mundo. Pouco tempo e espaço necessitou Jesus de Nazaré para realizar uma obra cujas bênçãos haveriam d alcançar a todos os seres humanos, de todos os tempos e de todos os lugares. O Novo Testamento dá testemunho disso: ele é o registro que fala do amor de Deus e da sua vontade salvadora com a mesma singeleza com que o Filho de Deus se manifestou em carne. 2 - Principais seitas do Velho Testamento ESSÊNICOS OU ESSÊNIOS: procuravam a solidão dos desertos, praticando abstinência e contemplação – meditação e êxtase. Não há referência sobre eles na Bíblia. O historiador Flavio Josefo informa que em Massada, próximo ao Mar Morto, era habitação dos essênios. Doutrina filosófica: o espírito é o centro de todas as atividades humanas. O espírito é a atividade primordial e o bem supremo. Os essênicos eram uma facção do clero de Jerusalém, que se afastou para as montanhas, a fim de encarnar uma vivência genuína da fé judaica. OBS.: A passagem de Marcos 14:12-15, quando Jesus pede que os discípulos preparem a Páscoa, o homem que carregava um cântaro d´água, possivelmente era um essênio, pois este hábito era das mulheres e não dos homens. Eram caracteríscas dos judeus essênicos : - Dividiam-se em grupos de 12 com um lider chamado "mestre da justiça"; - vestiam-se sempre de branco; - acreditavam em milagres pela mão, milagres fisicos e bênção com as mãos. - aboliam a propriedade privada; - alguns eram vegetarianos; - eram celibatários; - tomavam banho antes das refeições; - a comida era sujeita a rígidas regras de purificação; - eram chamados de nazarenos por causa do voto nazarita ou nazireu. 18 SADUCEUS Os saduceus tinham o poderio econômico e eram muito unfluentes na época. Eram uma verdadeira força, levando o Judaísmo segundo suas próprias conveniências. Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Compunha-se de um número comparativamente reduzido de homens educados, ricos e de boa posição social. Os saduceus representavam, de certo modo, a aristocracia de Israel. Este partido, mais reduzido numericamente que o fariseu, era formado, em grande parte, pelas poderosas famílias dos sumos sacerdotes. Características dos saduceus: 1- Não acreditavam em anjos bons ou maus e negavam a ressurreição – Atos 23:8 2 - A ressurreição era motivo de disputa entre eles e os fariseus – Atos 23:6-9 3 - Não acreditavam na existência do céu e do inferno e não aceitavam a existência do diabo. 4 - Negavam a existência da vida após a morte, afirmando que a alma perecia junto com o corpo. 5 - Eram extremamente autossuficientes, ao ponto de negar o envolvimento de Deus na vida cotidiana. Em Atos 23:6, Paulo se aproveitou desta divergência entre saduceus e fariseus para dividir o Sinédrio que ia julgá-lo. Os Saduceus tendiam a dar mais importância ao livre arbítrio do que à ação de Deus, através da graça nas ações humanas. Os saduceus deixaram de existir em 70 D.C. Já que este grupo existia por causa de seus laços políticos e sacerdotais. Quando Roma destruiu Jerusalém e o Templo em 70 D.C., os saduceus também foram destruídos. Jesus e os saduceus: Jesus advertiu a seus discípulos contra a doutrina dos saduceus – Mateus 16:6. Jesus os silenciou – Mt 22:34. Eram perseguidores dos cristãos primitivos – Atos 4:1- 4. FARISEUS Os fariseus eram o aposto aos saduceus, porque eram mais rigorosos. Eram extremados no cumprimento da Lei de Moisés, criando tradições que se somaram à lei mosaica. O apóstolo Paulo fez referência a estas tradições. Eram mais ortodoxos e mais fechados, a ponto de só comerem nas suas casas ou na casa de outro fariseu. Sempre que saíam à rua, banhavam-se com receio de terem tocado em algo imundo ou impuro, julgando que fazendo assim agradavam a Deus. Consideravam-se superiores aos outros e, como exemplo, temos o apóstolo Paulo antes da sua conversão. No caminho de Damasco, ele era um seguidor fariseu que amava a Deus Entre os judeus, eram considerados como uma seita – At 15:5 –, e os que mais observavam a lei mosaica – At 26:5. Eram os principais mestres nas sinagogas, o que favoreceu como elemento de influência dentro do Judaísmo, após a destruição do templo. Era a seita mais segura e mais importante do Judaísmo. Características: 19 1- Admitiam a imortalidade da alma, a ressurreição dos corpos depois de um juízo final; 2 - eram extremamente morais – Lc 18:12 e zelosos pela lei – Fil 3:5 – Gal 1:14; 3 - eram ativos no proselitismo – Mt 23:15; visitavam cidades, fundavam sinagogas com o objetivo de formar discípulos; 4 - eram justos aos próprios olhos – Lucas 18:9; 5 - gostavam de títulos de distinção – Mt 23:6-7; pagavam tudo o que era devido – Mt 23:23; 6 - eram cruéis perseguidores – At 9:2; 7 - eram avarentos – Lc 16:14; 8 - criam na existência de anjos e demônio – Atos 23:8; Obs.: Muitos sacerdotes e levitas eram fariseus – João 1:24. Jesus e os fariseus: foi condenado por eles por associar-se aos pecadores – Mt 9:11 e Lc 7:39; eles se escandalizavam com as doutrinas de Cristo – Mt 15:12. Jesus declarou que a retidão que os fariseus imaginavam possuir não era suficiente para a salvação - Mt 5:20. Os fariseus, em contraposição aos saduceus, davam muita importância à ação divina, na decisão dos atos humanos, e criam na lei oral. Em contraste com os saduceus, os fariseus eram em sua maioria empresários de classe média e, por conseguinte, tinham contato constante com o homem comum. Os fariseus eram muito mais estimados pelo homem comum do que os saduceus. Apesar de serem uma minoria no Sinédrio,eles pareciam controlar o processo decisório do Sinédrio muito mais do que os saduceus, já que tinham o apoio do povo. Tanto os fariseus quanto os saduceus foram muito censurados por Jesus. Talvez a melhor lição que pode-se aprender com os fariseus e saduceus é a de não ser como eles. Ao contrário dos saduceus, deve-se acreditar em tudo o que a Bíblia diz, incluindo no supernatural e em vida após a morte. Jesus vem ao mundo neste momento em que estas seitas se manifestaram e os fariseus não O aceitam, porque Jesus mostra o Espírito da lei. HERODIANOS: formavam um partido político – Mt 22:16, Marcos 3:6, 12:13. Seguiam a Herodes e tinham ódio de Jesus. Misturavam-se no meio do povo, levando informações para Herodes, unindo-se aos fariseus contra Cristo para O apanharem. Porém, fracassaram. Eram defensores da lei romana. PUBLICANOS – eram desprezíveis aos olhos dos judeus – Lc 18:11, Mt 11:19 – e os judeus desprezavam Jesus por associar-se a eles – Mt 9:11; eram coletores de impostos públicos para a nação dominadora – Luc 5:27. Os fariseus não admitiam sentar-se à mesa para fazer refeição com um publicano. Eles eram sujeitos à extorsão e, frequentemente, culpados por exercê-la. Muitos publicanos creram na pregação- Mt 21:31, além de abraçarem o Evangelho. Mateus era publicano.- Mt 10:3. 20 SAMARITANOS – eram colonos que o rei da Assíria enviara para habitarem na terra de Israel, após o cativeiro e, por isso, eram desprezados pelos judeus – João 4:9 – II Reis 17:24,29. A religião dos Samaritanos baseia-se no Pentateuco, tal como o judaísmo. Contudo, ao contrário deste, o samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não possuem rabinos e não aceitam o Talmude dos judeus ortodoxos. Os samaritanos não se consideram judeus, mas descendentes dos antigos habitantes do antigo reino de Israel (ou reino da Samaria). Jovens samaritanos ZELOTES – eram nacionalistas e Jesus nunca os apoiou. Ele mesmo pagou os impostos e ensinou a submissão aos governantes, embora eles não O tenham aceitado. Esperavam um guerreiro, e assim eram chamados pelo fanatismo em seguir a Lei de Moisés. Achavam que a lei deveria ser guardada mesmo a custo da espada. Eram conhecidos também como cananitas Com relação à doutrina, eram iguais aos fariseus e tinham acentuado amor pela liberdade. Não pagavam tributo a César, e perseguiam os judeus porque o faziam. Eram membros do Partido Judaico, que se opunha à dominação romana, por julgá-la incompatível com a soberania de Deus de Israel. Os escribas mestres da Lei ou rabinos formavam um grupo profissional e não um partido. Eram encarregados de instruir o povo em matéria de religião. Em geral, não pertenciam à classe sacerdotal, mas eram influentes e usufruíam de uma elevada consideração como intérpretes das Escrituras e dirigentes do povo. 21 CABALA – é uma mistura de ideias religiosas tomadas das tradições judaicas, persas e egípcias que, aliadas ao panteísmo e ao misticismo dos platônicos, tornou-se uma seita que envolve até o espiritismo. A doutrina “cabala” parte da ideia de que Deus seria reconhecido somente através da perspectiva da criação, porque Deus – o Ser infinito – é inacessível em sua essência. Sua representação mais significativo foi Isaac Luria (1534-1572) cujo ensinamento, fundado na contemplação e centrado numa perspectiva Messiânica, influenciou determinantemente a vida religiosa judaica. Ficou conhecido como um estudioso judeu, tendo desenvolvido o seu sistema cabalístico no Egito. No entanto, não conseguiu ali muitos seguidores, indo para Safed – Israel, por volta de 1569. Cabala é uma palavra de origem hebraica que significa recepção. É uma sabedoria que investiga a natureza divina. O termo Cabala veio a ser usado até meados do século XI, referindo-se à escola de pensamento judaica relacionada ao misticismo esotérico. Desde estes tempos, os trabalhos cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da comunidade judaica. TALMUDE – é o registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico, perdendo a importância apenas para a Bíblia Hebraica. É a compilação de leis, sentenças, fábulas e superstições religiosas. É, também, uma das obras mais importantes do Judaísmo pós-bíblico, sendo considerado a interpretação autêntica da Tora ou lei escrita. Estão registrados no Talmude os ensinamentos das grandes escolas rabínicas, dos primeiros séculos da no0ssa era. Entretanto, o povo israelita se deixou levar pelas religiões dos povos vizinhos. OBS.: Os maiores filósofos judaicos são: Jó, Salomão, Amós, Paulo, Marx. 2- FILOSOFIA CHINESA É o tradicionalismo político, tendo como maiores filósofos Confúcio e Lao-Tse. Foram contemporâneos e, em 1912, suas ideias despertaram uma revolução cultural. Confúcio apresenta uma concepção panteísta da vida, exaltando a autoridade paterna e o culto aos antepassados, além de recomendar o aperfeiçoamento de si mesmo. Lao-Tse era um filósofo dualista e pregava o bem comum, a paz e a tranquilidade geral. Era oposto a Confúcio, além de místico (sentimento de contemplação). 22 3- FILOSOFIA HINDU É tradicioanalismo filosófico porque, além dos livros sagrados, tem um idioma sagrado – o sânscrito. A Filosofia Hindu é irmã gêmea da fé religiosa hindu, cujo pensamento tem exercido grande influência no Ocidente. Ex.: Hare Krishna e Moon (Igreja da Unificação). Depois da filosofia grega é a mais importante filosofia da antiguidade. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser. Os hindus cultuam cerca de 330 mil divindades diferentes. É a adoração a um Ser Supremo manifestado em muitas formas. Seu livro sagrado é chamado OS VEDAS, que também influenciam o budismo. Segundo Os Vedas, tudo começou com o despertar de um deus – Brahma, sendo através deste acordar, surgiu a matéria e seus fenômenos. Do seu seio saiu a trindade divina: Brahma – princípio criador Vishnu – princípio conservador Siva- princípio destruidor Os Vedas foi escrito em sânscrito, língua irmã da grega. Filósofos hindus: Patandjali (considerado fundador da Yoga Sutra) e Buda. O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas de todas as religiões históricas vivas do mundo. Porém, a despeito desta complexidade, não é apenas numericamente a maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na terra, com raízes que se estendem até a pré-história. O hinduísmo ou, como alguns dizem, “hinduísmos” não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas, de acordo com a seita ou denominação. Eles creem na existência do Karma, que pode ser traduzido literalmente como “ação”, “obra” ou “feito”. Pode ser descrito como a “lei moral de causa e efeito”. Assim, o conceito de um karma infalível, neutro e universal relaciona-se intrinsicamente à reencarnação, bem como à personalidade , característica e família de cada um. O karma une os conceitos de livre arbítrio e destino. “Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga fora as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos,” Diz-se que a religião Hindu é um oceano que absorve todos os rios e riachos dos diversos pensamentos religiosos e sua essência é a união de todos que acreditam na sacralidade do indivíduo, na realização da experiência pessoal do Divino através de práticas espirituais e da disciplina moral, na preservação e na propagação do "dharma" (dever, retidão), na completa liberdade de pensamento em matéria de religião, na harmonia das religiões, em"ahimsa" (não violência) no mundo, na reverênciapara com todas as formas de vida e na lei do "Karma" (lei da ação e reação). A trilogia hindu é formada pelo vedismo, pelo bramanismo e pelo budismo, baseando-se no sistemas de castas, onde a origem e o local familiar são importantíssimos no sistema de castas. Algumas funções só podem ser exercidas pelos membros de uma determinada casta. BUDISMO É o nome dado pelos orientais ao sistema religioso, fundado na Índia, por Sidarta Gautama (Buda). O Budismo visa à realização plena da natureza humana e criação de uma sociedade 23 perfeita e pacífica. É uma religião tão falsa quanto todas as outras do seu tipo. Surge em meio a confusões religiosas e herdando a milenar sabedoria dos Vedas (hindu) e as doutrinas do bramanismo. É uma mistura de filosofia e espiritismo que visa a endeusar o homem. A tradição budista admite que, além de Sidarta Gautama, cujo nascimento se deu por volta de 560 a.C, outros budas tenham vivido se darem a conhecer. Existem cerca de 576 biografias sobre a vida de Buda, onde todos os textos são numa atmosfera poética e piedosa. Buda faleceu com 80 anos. Depois de sua morte o budismo se esfacelou, dando origem a várias seitas budistas, cada qual com a sua interpretação das palavras de Buda. Algumas seitas divinizaram Buda, outras alegam que ele alcançou o nirvana, isto é, deixou de existir. Outros dizem que ele continua vivendo no mundo, em diferentes reencarnações. Toda a parte moral do sistema resume-se nas quatro verdades sublimes, em cujo descobrimento constitui a grande revelação de Buda: --à a dor é universal – tudo que existe é dor; ---à a origem da dor são as paixões, o desejo da existência; ---à o fim da dor é a supressão do desejo, o aniquilamento da existência, o nirvana - estado final da extinção completa do ser; única felicidade a que deve inspirar o homem; ---à o meio de libertação da dor é a contemplação universal das coisas e a e a prática da mortificação dos apetites. Estas práticas constituem 8 vias de libertação: ◊ Crer retamente; ◊ querer retamente; ◊ falar retamente; ◊ obrar retamente; ◊ viver retamente; ◊ esforçar retamente; ◊ pensar retamente; ◊ meditar retamente. 4 - FILOSOFIA PERSA É o tradicionalismo moral – século VI, pode também ser chamada de Filosofia Iraniana. É a Filosofia Oriental que exerceu muita influência no ocidente. Não havia castas nem privilégios de classes, raças, geração, classes sociais. Todos descendiam do mesmo casal primitivo e condenavam a poligamia. 24 Friedrich Nietzsche, um filósofo alemão, escreveu o livro “Assim Falou Zaratustra”, que influenciou significativamente o mundo moderno. O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se autonomeou Zaratustra, após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento. Nasceu em 1844, ficou louco em 1888 e morreu em 1900. O centro de Zaratustra é a noção de que os seres humanos são uma forma transicional entre macacos e o que Nietzsche chamou de “Übermensch”, que literalmente significa “além do homem”, normalmente traduzido como “super homem”. O nome é um dos muitos trocadilhos no livro, e se refere mais claramente à imagem do sol, vindo além do horizonte ao amanhecer como a simples noção de vitória. Alguns conceitos: Panteísmo: sistema filosófico que identifica a divindade com o mundo, segundo o qual, Deus é o conjunto de tudo o que existe, isto é, Deus está em todas as coisas. Deus é apresentado como um ser impessoal, quando Deus é divino e ativo (Deut. 14:17). Gnosticismo: vem do verbo GNOTIKOS – capaz de conhecer, conhecedor. Significa o conhecimento místico dos segredos divinos por via de uma revelação. Este conhecimento compreende uma sabeddoria sobrenatural, capaz de levar o indivíduo a um entendimento completo e verdadeiro do universo e, desta forma, a sua salvação do mundo mal da matéria. As pessoas opõem-se, radicalmente, ao mundo e ensina a mortificação do corpo e a rejeição de todo prazer físico. São panteístas, negam que Deus criou o homem e o mundo e a natureza humana de Cristo. Deve-se a Simão mago, com o qual o apóstolo Pedro travou polêmica em Samaria, a sua difusão no meio cristão (Atos 8:9-25). Dualismo: é a doutrina, ou sistema filosófico, que admite a existência de duas substâncias, de dois princípios ou de duas realidades como explicação possível do mundo e da vida, mas irredutíveis entre si, inconciliáveis, incapazes de síntese final ou de subordinação de um para outro. No sentido religioso, são também dualistas as religiões ou doutrinas que admitem duas divindades, sendo uma positiva, princípio do bem e a outra sendo oposta, destruidora, negativa, princípio do mal, operando na naturaza do homem. Ascetismo: teoria e prática da abstinência e da mortificação dos sentidos. Tem como objetivo assegurar a perfeição espiritual, submetendo o corpo à alma. Há ainda o ascetismo natural (busca de perfeição por motivos independentes das relações do homem com Deus) que fo praticado pela escola pitagórica. É muito praticado pelos religiosos orientais. Maniqueísmo: doutrina fundada por Mani, no século III, na Pérsia, segundo a qual o universo é uma criação de dois princípios que se combatem: o bem de Deus e o mal ou o diabo. Doutrina fundada nestes dois princípios opostos do bem e do mal (dualismo). 25 Bibliografia http://www.estudosdabiblia.net http://www.pt.wikipedia.org Introdução à Filosofia – Norman L. Geisler e Paul D.Feinberg Apostila de Filosofia Cristã Vivos.com.br www.monfort.org.br Bíblia de Estudos ALMEIDA= Sociedade Bíblica do Brasil
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