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RESUMO HERMENEUTICA


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Aula 01– Introdução à Hermenêutica
O que é hermenêutica, interpretação e argumentação? 
- Deus Hermes – mensageiro/ intérprete;
- Hermeneutiké (grego) – a arte de interpretar;
- Parte da filosofia – bíblica, literária, jurídica.
- Tudo precisa ser interpretado. Em tudo há um contexto. “A verdade é fruto da interpretação”. A linguagem tem papel fundamental.
Deus Hermes: auxilia na passagem de mensagens dos deuses para os humanos, e vice-versa. 
Hermeneutiké= arte da interpretação.
Aula 02 - Como ser um bom intérprete
1 – Conhecendo o Direito
2 – Tendo capacidade de raciocínio lógico
3 – Dominando a Linguagem
Como desenvolver essas habilidades? Como aprimorá-las?
Utilizando o tempo combinado com o esforço.
Aula 03- Como me tornar um bom interprete?
Conhecimento do direito (do sistema jurídico): fundamentos, princípios, inter-relações entre ramos e com outras ciências.
Capacidade de raciocínio lógico: pensar racionalmente, reconhecer um pensamento defeituoso (sofisma). Ex.: todo favelado é bandido.
Domínio da linguagem:
- Vocabulário;
- Capacidade de expressão oral e escrita;
- Capacidade de argumentação (convencer);
Como desenvolver essas qualidades
Tempo + esforço
Por que é necessário interpretar?
Hermenêutica Jurídica – Ciência que estuda técnicas para tornar a interpretação mais fácil, eficiente e eficaz.
Objeto = métodos e técnicas de interpretação do Direito
- texto Os Três Amigos
- interpretação = determinação da relação jurídica, mediante a percepção clara e exata da norma estabelecida pelo legislador. Operação que tem por fim fixar, determinar o sentido e o alcance da norma.
Ler, compreender, entender, interpretar, aplicar.
“Certos filósofos dizem que a relação de conhecimento presume a linguagem como determinante do sujeito cognoscitivo e do objeto cognoscível. Para eles, o sujeito só́ conhece e pensa mediante a linguagem. Por outro lado, afirmam que a língua falada por uma comunidade supõe um conjunto de valores adotados por sua cultura especifica. A pluralidade de linguagens, por sua vez, distanciaria as comunidades humanas umas das outras. Enfim, o abismo cultural e temporal de- corrente da linguagem impossibilitaria o acesso ao sentido do objeto produzido em contexto diferente. A posição filosófica exposta acima parece ignorar que o objetivo da linguagem é a comunicação e, portanto, a aproximação, quer a do sujeito com o objeto, quer a dos sujeitos entre si. Cabe à linguagem mediar o sentido, e não nos privar dele.” (Magalhães Filho, Curso de Hermenêutica Jurídica, p. 13).
AULA 4 – Tipos de interpretação
Classificação das espécies de interpretação
a) quanto ao agente (quanto ao órgão prolator do entendimento acerca da norma jurídica)
- pública: autêntica, judicial e administrativa (regulamentar ou casuística). Legislador 
- privada: doutrinária
b) quanto à extensão (com base no alcance maior ou menor das conclusões)
- extensiva: alarga o sentido da norma, aumentando sua abrangência ao interpretá-la;
- declarativa: a linguagem do texto da norma corresponde ao seu alcance;
- restritiva: o alcance da lei é menos amplo do que indica seu texto; ao interpretá-lo, é preciso diminuir o sentido da norma jurídica.
c) quanto à natureza ou quanto à técnica (quanto aos elementos contidos na lei e que servem como ponto de partida para a interpretação): gramatical, lógica, histórica, sistemática e teleológica.
- gramatical (literal, semântica, filológica).
A priori, para apreender o sentido da lei, a interpretação busca reconstruir o pensamento legislativo através das palavras da lei, na sua conexão linguística e estilística, procura o sentido literal.
Poder-se-ia dizer, que a interpretação literal, gramatical ou filológica - como preferem denominar alguns -, corresponde ao estágio primeiro do processo interpretativo. Não restam dúvidas que é sobre a letra da lei e seu significado verbal que se deve iniciar o processo, mas este é apenas o ponto de partida da atividade hermenêutica.
Se a princípio, acreditou-se que, para interpretar a lei, antes de tudo, era necessário perquirir a vontade do legislador, daí por que o uso no Direito Romano da interpretação unicamente literal. Essa escola exegética cedeu espaço em virtude da própria dinâmica dos fatos sociais que interagem no campo do direito, bem como da evolução dos institutos, que exigiram a flexibilidade e o alcance que hoje nos ministram seus intérpretes.
No magistério de Tércio Sampaio Ferraz Jr., a questão da interpretação gramatical está indissoluvelmente arraigada nas questões léxicas, Parte-se do pressuposto de que a ordem das palavras e o modo como elas estão conectadas são importantes para obter o correto significado da norma. Assim, dúvidas podem surgir quando a norma conecta substantivos e adjetivos ou usa pronomes relativos. Ao valer-se da língua natural, o legislador, está sujeito a equivocidades que, por não existirem nessas línguas regras de rigor (como na ciência), produzem perplexidades.
O elemento gramatical fornece o conteúdo possível da lei, mas seu resultado é impreciso, hipotético e incerto; todavia, é sobre essa insegura base que o intérprete depurará o sentido e a vontade do legislador.
Corroborando esse pensar, arrematou o precitado jurista: "A letra da norma, assim, é apenas o ponto de partida da atividade hermenêutica. Como interpretar juridicamente é produzir uma paráfrase, a interpretação gramatical obriga o jurista a tomar consciência da letra da lei e estar atento às equivocidades proporcionadas pelo uso das línguas naturais i suas imperfeitas regras de conexão léxica”.
Raras vezes, para não dizermos nunca, a interpretação literal equaciona o escorreito sentido da norma. Mesmo em casos desse jaez, urge submeter à norma aos demais métodos de interpretação para ratifica-la, ou amiúde, retifica-la, imprimindo-lhe seu real sentido, ou seja, aquele que melhor condiz com a vontade do legislador e a conjuntura socioeconômica do Estado.
II. 1 REGRAS NORTEADORAS DO PROCESSO GRAMATICAL OU FILOLÓGICO
Várias regras gramaticais são estipuladas no intuito de extrair o conteúdo das expressões legislativas. No entanto, como o presente estudo não se presta a aspirações exaurientes, quando muito a um perfunctório trabalho acerca desse relevantíssimo aspecto da hermenêutica, qual seja, a interpretação das leis, e mais especificamente, a interpretação das leis nessa fase embrionária.
O mestre Vicente Ráo, enumera como regras principais para o exame gramatical, as seguintes:
(1º) As palavras não devem ser nunca, examinadas isoladamente, mas em seu conjunto, e postas em confronto umas com as outras, consideradas como partes integrantes do texto; 
(2º) se determinada palavra tem um sentido na linguagem comum e outro na linguagem jurídica, preferir-se-á este último, porque o Direito tem sua linguagem própria, que o legislador deve conhecer;
(3º) mas possível é que o legislador haja empregado a linguagem comum e não a do Direito, neste caso o exame da disposição, em seu todo, segundo a natureza jurídica da relação sobre a qual versa, revelará esta circunstância e determinará a adoção consequente do sentido comum do termo;
(4º) as palavras, comuns ou jurídicas, também podem ter sido usadas com impropriedade, equivocidade ou imprecisão; e assim, sucedendo, cumpre ao intérprete demonstrar a existência desses vícios e restabelecer a natureza da relação jurídica contemplada.
SERPA LOPES estatui outras regras para o processo de interpretação gramatical, assim compreendidas:
I - Deve-se ter em consideração a colocação da norma, como por exemplo, uma disposição incluída no capítulo relativo à tutela, como indicativa de que se destina a regular essa forma de incapacidade, não se revestindo, todavia essa regra, de caráter absoluto, pois que rubrica legi non est lex..
II - Havendo antinomia entre o sentido gramatical e os sentidos lógico, teleológico, histórico-evolutivo ou sistemático, o intérprete deve deixar de lado o sentido gramatical e verificar quando as outras várias interpretações divergirem,qual delas melhor se harmoniza com as exigências do bem comum.
III - O sentido da palavra deve ser tomado em conexão com o da lei, não só com o do contexto no qual figura a palavra, mas, ainda, com o de outras disposições sobre a matéria.
IV - Havendo palavras que apresentem vários sentidos literais deve o intérprete, em primeiro lugar, verificar qual desses sentidos literais se poderá harmonizar com os resultantes da interpretação lógica, teleológica, histórico-evolutiva e sistemática. Se nenhum dos sentidos gramaticais se harmonizar com qualquer dos segundos, estaremos no caso da regra II.
Assim, há a necessidade de que as palavras sejam entendidas no seu contexto, a lei deve ser entendida no seu todo, e não pela extração de fragmentos isolados, o que, sem embargo, desvirtuaria o seu comando abstrato.
A convicção de que no Direito existem algumas palavras que se revestem de um conteúdo técnico, diferente do seu significado na linguagem popular. Nesses casos, ante uma situação de dúvida, deve-se eleger a significação da técnica jurídica em detrimento da popular, pois subentende-se que o legislador preferiu a primeira.
Diante de situações contraditórias, deve-se recorrer aos demais métodos para conferir a segurança de uma interpretação consentânea com a vontade legislativa e com os primados basilares do sistema jurídico: a interpretação lógica; histórica; sistemática; teleológica.
(Rosado, Carla Ciarlini. O problema da Hermenêutica Jurídica. Disponível em: <conjur.com. BR>.).
AULA 5 – Sistemas de interpretação
Sistemas de interpretação
Três momentos ou fases: 
- Antes da Revolução Francesa (1789): poder político exercido com respaldo em imperativos divinos. Sistema jurídico baseado na premissa de que o soberano era o representante da divindade na Terra. Lei como vontade do soberano. Mecanismos judiciais exercidos por representantes de confiança do soberano.
- Entre Revolução Francesa e fim da 2ª Grande Guerra (1945): lei como um contrato social, como expressão da vontade popular. Lei como limite ao poder do soberano. Direito escrito passa a ser o único referencial decisório e a mudança do Direito é monopólio do legislativo, segundo um processo racionalizado e previamente constitucionalizado.
- Depois da 2ª Guerra: surgimento das correntes antipositivistas. Lei como instrumento para construção de uma sociedade justa. Busca-se a interpretação razoável das leis e a ampliação do papel construtivo das decisões judiciais, à procura de soluções justas e socialmente aceitáveis.
- Temer a deus;
- Revolução francesa- ideias iluministas;
- Absolutismo;
- Máquina a vapor;
- Separação do poder;
- Constitucionalismo;
- Normas de quem vai exercer o poder, como será a elite, e quando sairá por meio do povo;
- 1915: Constituição do México;
- Direito tem que ter um fundamento legal;
- Coincidir norma com direito;
- O direito não é composto só por leis, ele tem princípios; 
- Lei diz que a lei não retroage, lei deve ser seguida;
- Lógica;
- Interpretação analógica: fonte de integração do direito;
Interpretação (interpretar a lei), interpretar o que a norma prevê.
Justificativa: por que da criação 
Autentica (legislador), quem interpreta é o próprio criador.
Administrativa: o que a lei prevê vai acontecer – poder regulamentar.
Casuística: caso concreto que o administrador vai julgar. Ex.: notificação de uma multa – Processo- suspensão de direito de dirigir.
AULA 6 - Como aplicar o Direito? – Métodos
Quais os métodos que permitem resolver problemas jurídicos intrincados, encontrar a solução correta e fundamentar a decisão tomada?
A primeira parte do trabalho do aplicador do Direito consiste em descobrir a solução legal adequada para o caso. Isso se faz lendo e pensando.
A segunda parte consiste em convencer um determinado público de que a solução escolhida é a mais adequada. Isso se faz falando e escrevendo.
Juízes estão obrigados a fundamentar todas as suas decisões (art. 93, IX, Constituição Federal). Assim, argumentar e convencer são deveres constitucionais.
- Deve-se buscar razões para autoconvencimento, comparar argumentos, confrontá-los, sopesá-los, optar por uns, refutar outros. Decide-se mentalmente por uma solução. Passa-se a buscar argumentos para sustentá-lo. 
Onde procurar argumentos? O que dizer para convencer o leitor?
- Boa argumentação – parte de premissas aceitas pelo auditório. Devem ser utilizados argumentos válidos. Há regras no combate jurídico: os argumentos jurídicos.
Métodos, técnicas, ferramentas ou argumentos (cont.).
Função: permitir que o intérprete encontrar a solução mais adequada para a aplicação do Direito; fornecer-lhe argumentos válidos para sustentar sua decisão.
Hierarquia: não há hierarquia entre os métodos. Cada argumento analisa o Direito a partir de um ponto de vista, dando predomínio a um aspecto ou a um valor diferente. Cada um será mais útil em uma ou outra situação.
Método sistemático
Todo fragmento da lei é parte de um sistema complexo e vasto: o ornamento jurídico. Ele deve ser harmônico e não deve conter antinomias, ou seja, as normas não devem contradizer umas as outras, com outras regras do sistema a que pertence e com o restante do ornamento jurídico.
Função: esclarecer o sentido dos fragmentos e superar a antinomias.
Constituição: especial relevância. Não é adequada a interpretação incompatível com mandamentos constitucionais.
Questão: há no ornamento jurídico outra norma que esclareça o significado desta em estudo? Que interpretação mantem esta norma em harmonia com o sistema?
Obs.: Harmonia (isso é harmônico, é razoável com o sistema todo).
AULA 07
A lógica do razoável- Recasens Siches
A logica formal e o direito
Formalismo-silogístico. Sentenças como silogismo (ate inicio do século XX): premissa maior era a lei, premissa menor era o foto em julgamento e a conclusão era adequada do fato a norma.
Logica: forma de organizar o pensamento para construir raciocínio validos e identificar raciocínios inválidos.
Para o direito, só a logica da demonstração não é suficiente. Nas ciências exatas, o raciocínio é ‘’certo’’ e ‘’errado’’, o direito é impregnado de valores, de significados.
Para Siches, o juiz precisa dissimular a lei para fazer justiça ou evitar a injustiça. 
Juiz antecipa a decisão à sentença (de ‘’sentire’’) e depois reúne argumentos para convencer acerca da adequação. Usa, para isso, a logica do humano: razoabilidade/ irrazoabilidade.
Quais os métodos que permitem resolver problemas jurídicos intrincados, encontrar a solução correta e fundamentar a decisão tomada?
b) Método lógico – A Lógica do Razoável (Recaséns Siches)
O método lógico utiliza-se da conexão entre os diversos elementos da norma (locuções, orações). Interpretar é obra da razão lógica. Parte de silogismos.
Procura reconstruir o pensamento do legislador para entender qual, dentre outras acepções possíveis, foi a que ele quis empregar.
Usa operações mentais apoiadas na razão. Busca um sentido que faça sentido.
Fundamentos: - na interpretação, deve-se preferir a inteligência que faz sentido; deve ser afastada a exegese que conduz ao vago, ao inexplicável, ao contraditório, ao absurdo. 
Questão: Qual interpretação dessa norma satisfaz a lógica do razoável?
- Validade convencional- validade naquele momento, lugar e tempo.
- Damos valor à convenção.
- Validades das leis jurídicas- mudam; não se baseia em certo e errado, novos tempos.
- Fim do impacto.
- Fins para quem se destinam as leis/normas.
- Conclusões demostradas.
- Convencer – argumentar – não provar – argumentar.
- Razoável/adequado.
- Necessitamos de provas para engrossar nossos argumentos.
- Dissimular a lei – verificar o que ela quis dizer.
* O que deve dar mais valor/ valorar.
- Segurança, conforto.
* O que é coerente, quais as finalidade.
- Quais os valores.
* Fins possíveis para realizar.
* Meios convenientes, ética.
- Caminhos convenientes eticamente convencíveis, eficaz.