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UNIVERSIDADE PAULISTA JULIANA ROSA NUNES PEIXOTO A ARTE DE ENSINAR EM AMBIENTE NÃO ESCOLAR: O Trabalho Do Pedagogo Hospitalar Sorocaba 2017 JULIANA ROSA NUNES PEIXOTO A ARTE DE ENSINAR EM AMBIENTE NÃO ESCOLAR: O Trabalho Do Pedagogo Hospitalar Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de título de graduação em Pedagogia apresentado a Universidade Paulista-UNIP Orientador: Profª. Ms. Leni Palmira Piacitelli Sorocaba 2017 JULIANA ROSA NUNES PEIXOTO A ARTE DE ENSINAR EM AMBIENTE NÃO ESCOLAR: O Trabalho Do Pedagogo Hospitalar Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção de título de graduação em Pedagogia apresentado a Universidade Paulista-UNIP Sorocaba, 27 de novembro de 2017 BANCA EXAMINADORA Ma. Leni Palmira Piacitelli Universidade Paulista - UNIP Examinador Universidade Paulista - UNIP Examinador Universidade Paulista - UNIP Dedico este trabalho a minha filha Manuela que esteve comigo desde o inicio e foi por ela e pra ela todo meu esforço e dedicação. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar pois sem Ele nada seria possível, aos meus familiares pelo apoio e compreensão nos momentos difíceis dessa caminhada, aos nossos Mestres que com muita dedicação contribuíram para que pudesse concluir mais este sonho. "Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido!" (Rubem Alves) RESUMO Todos tem o direito ao ensino, a educação. Mas algumas crianças e adolescentes por motivos de saúde são afastados da escola. Com base nisso, surgiu a ideia da minha pesquisa. Como o direito a educação é para todos, o pedagogo pode também atuar na área da saúde. A pedagogia hospitalar é uma das especializações que o pedagogo pode atuar. Trata-se de uma profissão ainda em ascensão, mas de uma importância enorme principalmente para criança e o adolescente hospitalizado. Através do pedagogo hospitalar a criança ameniza seus dias difíceis, de alguma forma, mantém contato com o externo ao hospital, em muitos casos há uma melhora significativa na saúde. O profissional conta com o apoio da equipe hospitalar que em parceria, desenvolvem o trabalho com a criança. Seu trabalho é diferenciado daquele que atua em sala de aula, uma vez que sues alunos possuem algumas limitações. O pedagogo hospitalar ainda pode atuar nas classes de AEE em escolas, ONG´s ou Centros de atendimentos especiais , como por exemplo, a AACD. Em alguns casos o pedagogo atua em domicilio, que são crianças que não possuem necessidade de estar em hospitais mas seguem em tratamento domiciliar. O pedagogo vai muito além de só ensinar, nessa área envolve muito o lado humano das pessoas pois encontram dificuldades maiores, muitas das vezes tendo que disputar com as crises dores e sofrimentos físicos. Cabe ao profissional atuar com amor e terá sempre resultados excelentes. Palavras-chave: Ensino, Pedagogo, Pedagogia Hospitalar, Classes Hospitalares ABSTRACT Everyone has the right to education, education. But some children and adolescents for health reasons are removed from school. Based on this, the idea of my research came up. As the right to education is for everyone, the educator can also act in the area of health. The hospital pedagogy is one of the specializations that the pedagogue can act. It is a profession still in the ascendant, but of enormous importance mainly for children and hospitalized adolescents. Through the hospital educator the child softens his difficult days, somehow, maintains contact with the external to the hospital, in many cases there is a significant improvement in health. The professional counts on the support of the hospital team that, in partnership, develop the work with the child. His work is differentiated from that which works in the classroom, since his students have some limitations. The hospital educator can still act in the AEE classes in schools, ONG's or special care centers, such as the AACD. In some cases the pedagogue works at home, which are children who do not need to be in hospitals but are still receiving home treatment. The pedagogue goes far beyond just teaching, in this area it involves a lot of the human side of people because they encounter greater difficulties, often having to contend with the crises physical pains and sufferings. It is up to the professional to act with love and always have excellent results. Keywords: Teaching, Pedagogy, Hospital Pedagogy, Hospital Classes LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AEE Atendimento Educacional Especializado CNEFEI Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada de Suresnes ECAH Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado EESH Escola Especializada Schwester Heine LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO 10 .................................................................................................. 2.0 PEDAGOGIA HOSPITALAR: HISTÓRIA, LEGISLAÇÃO E A FUNÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR 12 ................................................................................... 2.1 SURGIMENTO DA PEDAGOGIA HOSPITALAR 12 .............................................. 2.2 A PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 14 .... 2.3 ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR 16 ................................................. 3.0 AS CLASSES HOSPITALARES: O QUE SÃO CLASSES HOSPITALARES E SEU SURGIMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO 17 ............................................. 3.1 CLASSES HOSPITALARES 17 ............................................................................. 3.2 AS CLASSES HOSPITALARES NO ESTADO DE SÃO PAULO 18 ...................... 3.3 CLASSES HOSPITALARES DE MAIOR REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO 19 .................................................................................................................... 4.0 O PEDAGOGO HOSPITALAR 22 ......................................................................... 4.1 O TRABALHO DO PROFESSOR NA ÁREA HOSPITALAR 22 ............................. 5.0 ENTREVISTA 26 .................................................................................................... 5.1 ENTREVISTADA: PROFª ROSIMEIRE 26 ............................................................ 5.2 ENTREVISTADA: PROF.ª ANDREIA 27 ................................................................ 6.0 CONCLUSÃO 32 ................................................................................................... 5.2 REFERÊNCIAS 33 ................................................................................................. 5.2 ANEXO A 35 ......................................................................................................... 10 1 INTRODUÇÃO O amor pela arte de ensinar deve ir muito além de uma sala de aula. Uma das vertentes da pedagogia é a Pedagogia Hospitalar, onde o trabalho do pedagogo não é somente o de acompanhar o aluno enquanto hospitalizado, seu papel vai além disso. O profissional da pedagogia faz com que criança ou adolescente hospitalizado mantenha contato com o universo externo ao do hospital, deixando os dias difíceis de hospitalização um pouco mais lúdico, criativo, sem a pressão de uma sala de aula convencional, mas mantendo o programa pedagógico. Atualmente na sociedade contemporânea o conhecimento assume posição central e nenhuma criança ou adolescente, deve ser privado do direito de ter acesso ao conhecimento, mesmo estando internado em leitos hospitalares. É reconhecido por todos, que o conhecimento hoje pode ser obtido de inúmeras formas e fontes, levando-se em consideração que as informações estão acessíveis em toda parte como (jornais, revistas, internet, computadores, celulares, classes hospitalares, brinquedotecas...) e não mais centrada somente na escola. Este projeto tem como objetivo mostrar osdiferentes caminhos que a pedagogia pode percorrer. Veremos que não é apenas numa sala de aula que um pedagogo pode atuar. O estudante de pedagogia nem sempre conhece os diferentes caminhos que um pedagogo pode percorrer. Tenho como objetivo mostrar uma vertente da pedagogia: A Pedagogia Hospitalar. Sua história, o que é essa profissão, onde atuar e sua importância. Meu interesse pela área, e poder esclarecer alguns questionamentos ainda existentes sobre essa profissão, foram os principais fatores que me levaram a este projeto. A pedagogia hospitalar ainda é um ramo muito recente que está em crescimento e adesão. Comprovadamente o trabalho do pedagogo hospitalar traz benefícios as crianças e adolescentes hospitalizados, respondem melhor ao tratamento médico, qualidade de vida melhora muito no ambiente hospitalar e a criança pode retornar à escola sem prejuízos no conteúdo curricular. Sendo a educação um direito da Constituição Federal a todo e qualquer cidadão, não seria justo manter uma criança hospitalizada longe de seus direitos. A pedagogia hospitalar visa atender as necessidades pedagógicas de 11 crianças e adolescentes hospitalizados, além do suporte psicológico e também as suas saúdes. O benefício psicológico e a saúde se dá quando o trabalho do pedagogo, feito em muitos momentos de forma lúdica, faz com que elas se esqueçam de suas enfermidades e se sentem inseridas na sociedade. Longe do ambiente familiar e de seus amigos, a criança pode ficar ainda mais debilitada. Manter as atividades escolares no período de hospitalização, auxilia na melhora, pois ela se sentirá motivada a estudar, sendo isso um diferencial no tratamento da criança. Para elaboração deste projeto, iniciei com a leitura do livro Pedagogia Hospitalar: A Humanização Integrando Educação e Saúde, tendo em vista que se trata de um dos livros mais conceituados do assunto. Tendo como base esta leitura, realizei pesquisas na internet em sites especializados, publicações acadêmicas, sites educacionais para pesquisas sobre as leis que abordam o tema disposto. Outra fundamentação teórica foi o livro Para Onde Vai a Pedagogia? – Os desafios da atuação profissional na Pedagogia Hospitalar onde apesar de resumido, possui um conteúdo bem completo do que é a pedagogia hospitalar. Alguns filmes como Patch Adams - O Amor é Contagioso, possuem em seu enredo conteúdos que podem enriquecer o trabalho acadêmico, claro que, sempre visando o tema central que é a pedagogia hospitalar. O primeiro capítulo conta a história de onde surgiu a pedagogia hospitalar, as leis que asseguram os direitos da criança hospitalizada ou impossibilitada de frequentar a escola e a função, o que é um pedagogo hospitalar. Dando sequência, o segundo capítulo nos mostra o que é a classe hospitalar e a história dela no Estado de São Paulo; o trabalho e a estrutura de um dos pioneiros em nosso Estado, como por exemplo, o Hospital A C Camargo. No terceiro capítulo, descrevo o trabalho do professor dentro da área hospitalar, as especificações para ingressar na área, qual tipo de criança irá trabalhar, as adaptações pedagógicas que devem ser feitas para atender essas crianças e adolescentes. Por fim, no capitulo quatro, uma breve entrevista com uma pedagoga que atua na área hospitalar mostrando sua trajetória e sua experiência na área, e uma segunda entrevistada também pedagoga, especialista em legislação e auxilia a pedagogia na área hospitalar. 12 2 PEDAGOGIA HOSPITALAR: HISTÓRIA, LEGISLAÇÃO E A FUNÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR A pedagogia hospitalar é aquela que atende crianças ou adolescentes que estão por motivos diversos em ambiente hospitalar ou domiciliar, devido a enfermidades que impossibilitam seu direito a educação, ou seja, necessitam ficar ausentes da escola. Toda vez que uma criança é hospitalizada, há muitos transtornos em relação a sua rotina familiar, social e escolar Efetivamente começam a surgir indagações sobre o direito do acesso ao conhecimento, bem como o papel e a função da pedagogia hospitalar: “O papel da educação no hospital e, com ela, o do professor, é propiciar a criança o conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele, como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida. A escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria do que chamamos pedagogia hospitalar. Seu objetivo é acolher a ansiedade e as dúvidas da criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo novos conhecimentos que contribuam para uma nova compreensão de sua existência, possibilitando a melhora do seu quadro clínico.” (FREITAS in CASTRO 2009, p.47). A educação, como um direito de todos, possui uma legislação que vem amparar esse direito quando a criança e o adolescente sofrem um afastamento escolar por um período indeterminado. 2.1 SURGIMENTO DA PEDAGOGIA HOSPITALAR A Pedagogia Hospitalar ou, como é denominada, Classe Hospitalar, tem seu início em 1935 quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosos. (Esteves,2008) Ainda, segundo Esteves, pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço. Em 1939 é criado o Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada de Suresnes – CNEFEI – tendo como objetivo formação de 13 professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais; também em 1939 é criado o cargo de Professor Hospitalar junto ao Ministério da Educação na França. O CNEFEI tem como missão até hoje mostrar que a escola não é um espaço fechado, pois este centro promove estágios em regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas, aos médicos de saúde escolar e à assistentes sociais. A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no CNEFEI tem duração de dois anos e desde 1939 que este centro já formou 1.000 professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada turma. (Esteves,2008 p. 2). No ano de 1969 aparece sob forma de documento na legislação as primeiras indicações da pedagogia hospitalar, através do Decreto-Lei nº 1.044 - de 21 de outubro de 1969 – DOU DE 21/10/69. As orientações referidas sob forma de lei consideram: “que a Constituição assegura a todos o direito à educação; CONSIDERANDO que as condições de saúde nem sempre permitem frequência do educando à escola, na proporção mínima exigida em lei, embora se encontrando o aluno em condições de aprendizagem; CONSIDERANDO que a legislação admite, de um lado, o regime excepcional de classes especiais, de outro, o da equivalência de cursos e estudos, bem como o da educação peculiar dos excepcionais; DECRETAM: Art. 1º São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou agudizados”(Lei nº 1044 de 21 de outubro de 1969) No princípio todos os educandos que se encontravam nas condições citadas, tinham o direito a essas compensações, por conta do seu afastamento da instituição escolar e esse ocorreria pela: a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos escolares; desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos moldes e; b) ocorrência isolada ou esporádica; c) duração que não ultrapasseo máximo ainda admissível, em cada caso, para a continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais características se verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma, cartide, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc. (BRASIL, 1969) Ao longo do tempo, não só as crianças e adolescentes com afecções, mas todas as crianças hospitalizadas recebiam atendimento especializado e, sendo assim, os hospitais foram se adaptando e tomando consciência de que deveriam ter classes hospitalares, brinquedotecas, videotecas, por ser direito de todas as 14 crianças e adolescentes hospitalizados. 2.2 A PEDAGOGIA HOSPITALAR NO BRASIL – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL O primeiro registro de atendimento pedagógico em ambiente hospitalar no Brasil foi na década de 50 no Hospital Municipal Jesus no Rio de Janeiro. Somente após várias décadas surge, para assegurar o direito à não interrupção do processo educativo durante o atendimento hospitalar, o Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado – ECAH – que, através da Resolução n° 41 de outubro de 1995 em seu item n° 9 demarca o : “ direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”, com origem na política nacional de educação especial (Brasil, 1994). O Estatuto da Criança e Adolescente Hospitalizado inseriu o termo “Classes Hospitalares” e atribuiu a responsabilidade e importância de executar definitivamente ás crianças e adolescentes hospitalizados o direito à educação. Por meio da Resolução do Conselho Nacional da Educação (Brasil,2001), organizaram-se as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, onde em seu artigo 13 se destaca a necessidade da ação integrada entre a escola e sistema de saúde para a continuidade da aprendizagem, fato este que contribuiu para o retorno da criança/adolescente e reintegração ao grupo escolar por meio de um currículo flexibilizado. (Loss 2014, p. 91-92) De acordo com documento do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (1999), as crianças e adolescentes com problemas de saúde e hospitalizados tem o direito de usufruir do atendimento pedagógico com brincadeiras, recreação, leituras, programas de educação para a saúde e acompanhamento escolar durante sua permanência no hospital ou período de enfermidade em outros espaços. O documento “Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações”, publicado em 2002 pelo MEC através da Secretaria da Educação Especial, visa regulamentar e estruturar ações políticas de organização do sistema educacional em ambientes hospitalares (Brasil,2002). A Resolução nº 1 de 15 de maio de 2006, no artigo 5, parágrafo IV, do Conselho Nacional de Educação, altera a grade curricular dos cursos de Pedagogia, definindo que o pedagogo deve estar apto a trabalhar em espaços escolares e não escolares, inclusive em espaços como hospitais e ambientes de assistência à saúde e a qualidade de vida, “trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na 15 promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo”. (Loss, 2012, 91-92) Ainda, como mencionado de início, a educação é um direito de todos e para todos, portanto deve ser ofertada dentro dos princípios e fins educacionais previstos em lei, assegurando o acesso e a permanência dos alunos na escola, inclusive daqueles que não tiveram acesso à educação em idade própria. Esse argumento preciosíssimo é validado conforme o exposto na Lei Maior que rege o nosso país, a Constituição Federal de 1988, mais precisamente o Titulo VIII – Da Ordem Social, Capítulo I – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, Art. 205 que: “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Constituição Federal de 1988, Art. 205) Sendo assim, se a educação é um direito de todos e para todos, independentemente da situação e quaisquer circunstâncias que esteja e que necessite, é primeiramente responsabilidade social tentar garantir esse direito aos educandos que estão também hospitalizados. Cobrar do Estado o dever e o compromisso de promover e incentivar a educação para acesso de todos, sem distinção, pois a democracia brasileira exige que todos seus cidadãos tenham acesso a educação, e o fato das crianças e adolescentes estarem hospitalizados, não os fazem menos cidadãos, muito pelo contrário, serão eles depois da cura de sua patologia que tomaram de conta do futuro da nossa nação. Convém, com isso, destacar o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei 8.069, de 13/07/90, com base nos princípios universais do direito da criança/adolescente, o qual, procurando atender aos anseios da sociedade brasileira, estabelece em seus artigos 3º e 4º: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes á pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Parágrafo único: A garantia de prioridade compreende: a) Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública. b) Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas. c) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. d) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstancias. O expresso nestes artigos é suficiente para se perceber o apoio claro, integral e irrestrito a toda e qualquer iniciativa em favor da criança/adolescente, mormente daquela circunstancialmente desprotegida. (Matos e Mugiatti, 2012, p.75,76) 16 Os sistemas de ensino, em ação integrada com os sistemas de saúde, devem, portanto, organizar atendimento a escolares hospitalizados para tratamento de saúde. Resolução n. 2, de 11/09/01, do CNE/CEB. Também, segundo Parecer 017/2001 CNE-Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica, há a seguinte definição: “Atendimento domiciliar visa um serviço destinado a viabilizar, mediante atendimento especializado, a educação escolar de alunos que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que implique em permanência prolongada em domicílio” (Matos e Mugiatti, 2012, p. 48,49). 2.3 ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição clínica ou exigência de atenção integral à saúde, considerados os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento, impedindo temporariamente a frequência escolar. Os aspectos físicos referem-se aos recursos necessários ao professor para a efetivação do atendimento pedagógico domiciliar e às adaptações que deverão ser realizadas na residência do educando e no ambiente de ensino quando do seu reingresso à unidade escolar de referência à qual está matriculado ou será matriculado. Estes recursos (instrumentos de apoio didático-pedagógico) e adaptações (eliminação de barreiras físicas e arquitetônicas, de acesso ao currículo, etc.) deverão possibilitar a igualdade de condições para o acesso ao conhecimento, assim como o acesso e a permanência na escola. Providenciar em parceria com os serviços de saúde e de assistência social, mobiliário e/ou equipamentos adaptados de acordo com as necessidades do educando, como: cama especial,cadeira e mesa adaptadas, cadeira de rodas, eliminação de barreiras para favorecer o acesso a outros ambientes da casa e ao espaço externo, etc. 17 3 AS CLASSES HOSPITALARES: O QUE SÃO CLASSES HOSPITALARES E SEU SURGIMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO As classes hospitalares são ambientes montados dentro de hospitais para atender crianças e adolescentes que estão em tratamentos longos e impossibilitados de frequentar a escola. 3.1 CLASSES HOSPITALARES O alunado das classes hospitalares é aquele composto por educandos cuja condição clínica ou cujas exigências de cuidado em saúde interferem na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda, que impedem a frequência escolar, temporária ou permanente. Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças, jovens e adultos, no âmbito da educação básica respeitando suas capacidades e necessidades educacionais especiais individuais (MEC, SEEESP, 2002) Uma sala para desenvolvimento das atividades pedagógicas com mobiliário adequado e uma bancada com pia são exigências mínimas. Instalações sanitárias próprias, completas, suficientes e adaptadas são altamente recomendáveis e espaço ao ar livre adequado para atividades físicas e ludo-pedagógicas. Ainda segundo o MEC 2002, um espaço próprio para a classe hospitalar, o atendimento propriamente dito poderá desenvolver-se na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que restrições impostas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram. O atendimento pedagógico poderá também ser solicitado pelo ambulatório do hospital onde poderá ser organizada uma sala específica da classe hospitalar ou utilizar-se os espaços para atendimento educacional Nas classes hospitalares, sempre que possível, devem estar disponibilizados recursos audiovisuais, como computador em rede, televisão, videocassete, máquina fotográfica, filmadora, videokê, antena parabólica digital e aparelho de som com CD e k7, bem como telefone, com chamada a ramal e linha externa. Tais recursos se fazem essenciais tanto ao planejamento, desenvolvimento e avaliação do trabalho pedagógico, quanto para o contato efetivo da classe hospitalar, seja com a escola de origem do educando, seja com o sistema de ensino responsável por prover e garantir seu acesso escolar (MEC, SEEESP, 2002) 18 Da mesma forma, as disponibilidades desses recursos propiciarão as condições mínimas para que o educando mantenha contato com colegas e professores de sua escola, quando for o caso. 3.2 AS CLASSES HOSPITALARES NO ESTADO DE SÃO PAULO Foi encontrado nos arquivos do hospital Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, relatórios anuais do movimento escolar de alunos deficientes físicos (não sensoriais) que datam de 1931. Era Secretário de Educação da Cidade de São Paulo, em 1931, o Professor Lourenço Filho. Em 1932 outra classe especial foi criada, como Escola Mista do Pavilhão Fernandinho. Em 1948 de acordo com Mazzotta (2003 p.39), uma terceira classe foi instalada com a nomeação da Professora Francisca Barbosa Félix de Souza que permaneceu até a sua aposentadoria em 01 de março de 1980. Em 1982 estavam funcionando, no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, dez classes especiais estaduais. Tecnicamente, tais classes funcionam todas como classes hospitalares ou, ainda, configurando a modalidade “ensino hospitalar”, isto é, cada professora tem uma programação de atendimento individualizado aos 27690 alunos que estão como pacientes no hospital. Apesar de ter iniciado na década de 30, somente a partir de 1953 encontram-se registros mais acurados. Em reportagem publicada em 03/03/2015, de acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, ao todo são 64 classes hospitalares e 700 atendimentos mensais. Os educadores envolvidos no programa têm uma formação especial para se adequar ao ambiente hospitalar. Os educadores passam por treinamento psicológico e fazem cursos para se manterem atualizados em suas funções. Estes são alguns hospitais que possuem classe hospitalar: Capital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Hospital auxiliar do Cotoxó Hospital Darcy Vargas Hospital do Servidor Público Estadual Hospital de Clínicas de São Paulo Hospital Emílio Ribas 19 Incor Hospital A C Camargo Hospital Cândido Fontoura Hospital Antônio Prudente Hospital São Paulo No interior: Hospital Amaral Carvalho (Jau) Hospital UNESP- Botucatu (Botucatu) Hospital CAIS Clemente Ferreira (Lins) Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba (Araçatuba) Hospital de Clinicas - UNESP – Marília (Marília) Fundação Pio XII (Barretos) Hospital das Clínicas (Ribeirão Preto) Mesmo com o progresso que essa área obteve ao longo dos anos desde a sua criação, ainda há muito o que ser feito principalmente na região do interior de São Paulo, onde a profissão ainda é pouco conhecida. Somente nos grandes hospitais, alguns de renome, é que se sabe da importância e da necessidade real do pedagogo hospitalar junto a equipe de saúde do hospital. 3.3 CLASSES HOSPITALARES DE MAIOR REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO Um dos hospitais de maior referência em classe hospitalar é o Hospital A C Camargo, com a proposta de evitar que os pacientes da Oncologia Pediátrica perdessem as aulas e as provas escolares, ou seja, o vínculo com suas escolas de origem, devido a impossibilidade de acesso ao convívio escolar em razão do tratamento de saúde. Em 15 de outubro de 1987 Carmen Prudente, juntamente com a pedagoga Maria Genoveva Vello, criaram a primeira unidade de ensino dentro do hospital A.C.Camargo. Para Carmen Prudente: "as crianças conseguiam vencer a doença, mas não conseguiriam vencer na vida sem educação". Então a Escola, segundo ela, mudaria a história já rotulada daquelas crianças e jovens hospitalizados. A Escola Especializada Schwester Heine - EESH, carinhosamente chamada de Escolinha da Pediatria, é uma referência nacional em Classes Hospitalares. O 20 corpo docente, por suas formações, saberes plurais e experiências tem a capacidade de controlar, integrar, e impulsionar os diferentes saberes para sua prática zelando pelo direito a aprendizagem escolar dos pacientes pediátricos do A.C.Camargo Cancer Center oferecendo uma proposta pedagógica desenvolvida por meio do trabalho com projetos. (MEC; SEESP, 2002). O trabalho pedagógico desenvolvido na EESH assegura os aspectos teórico- práticos com base em: • Intencionalidades - que dirigem as ações educativas e pedagógicas; Sujeitos - a quem formaremos; • Áreas do Conhecimento - como objeto para os alunos pacientes; Saberes - que corresponde à construção do docente e do aluno paciente; Didáticas - nas maneiras de ensinar desde a concepção dos sistemas educativos e dos e dos docentes e; • Avaliações - no seguimento dos processos de ensino e aprendizagem implicados ao assumir determinadas formas de compreender os processos educativos e pedagógicos. Ser um espaço pedagógico e cultural de formação de escolares em tratamento oncológico empoderados para o exercício da plena cidadania e da consciência crítica, por meio da garantia da continuidade dos estudos, a partir do regresso e reintegração ao convívio escolar. A proposta pedagógica da EESH estabelece as diretrizes básicas e a linha de ensino e de atuação no contexto hospitalar por meio da Classe Hospitalar. Elaborada com base dos textos da Constituição Federal de 1988, na LDBEN 9394/96, na Lei nº 8.069/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente - (ECA), nas Diretrizes Curriculares Nacionais - DCNs, e nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, formaliza um compromisso assumido pela instituição, gestão, docentes, multiprofissionais e representantes familiares e de alunos pacientes em torno do projeto educacional. A Classe Hospitalar reconhecida pela Resolução 41/95 do ConselhoNacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CNDCA; pela Deliberação CEE nº 68/2007 e, a Lei municipal nº 15886/2013 de São Paulo é, certamente, uma perspectiva de continuidade educacional aos escolares em tratamento de saúde, seguramente pertinente e necessária. A EESH tem uma educação humanizadora, que trabalha valores como liberdade, solidariedade, justiça e altruísmo. A metodologia proposta contempla uma prática personalizada, democrática e significativa, em que todos têm participação nas construções e decisões a fim de se tornarem agentes empoderados para atuarem em suas realidades transformando-as. Mediar a formação cidadã dos escolares em tratamento oncológico, por meio 21 de um processo humanizador, a fim de contribuir para seu retorno e reintegração ao convívio escolar. Segundo Mattos (2012, p.48), no Brasil, a grande maioria dos hospitais não possui atendimento ao escolar hospitalizado. Ainda não há um reconhecimento satisfatório no sentido de que as crianças e os jovens hospitalizados têm o direito a educação. 22 4 O PEDAGOGO HOSPITALAR O pedagogo hospitalar tem a função de primar pelos seus deveres de educar e entendemos que a educação é um processo dinâmico, histórico e de transformação, abrangendo as dimensões: social, cultural, política, econômica e ética. Também deve ser um processo de construção do conhecimento no qual ocorrem, em condição de complementaridade, por um lado educandos e educadores e por outro os problemas sociais e o conhecimento já construído. (Loss 2014, p. 61) 4.1 O TRABALHO DO PROFESSOR NA ÁREA HOSPITALAR O professor que irá atuar em classe hospitalar ou no atendimento pedagógico domiciliar deverá estar capacitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de frequentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares. Deverá, ainda, propor os procedimentos didático-pedagógicos e as práticas alternativas necessárias ao processo ensino-aprendizagem dos alunos, bem como ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento às escolas quanto à inclusão dos educandos que estiverem afastados do sistema educacional, seja no seu retorno, seja para o seu ingresso. O crescimento profissional do professor deve incluir sua busca de fazer parte da equipe de assistência ao educando, tanto para contribuir com os cuidados da saúde, quanto para aperfeiçoar o planejamento de ensino, manifestando-se segundo a escuta pedagógica proporcionada. A consulta ao prontuário e o registro de informações neste documento também pertence ao desenvolvimento das competências deste professor. (MEC; SEESP, 2002) Ainda segundo o MEC 2002, o professor deverá ter a formação pedagógica preferencialmente em Educação Especial ou em cursos de Pedagogia ou licenciaturas, ter noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e as características delas decorrentes, sejam do ponto de vista clínico, sejam do ponto de vista afetivo. Compete ao professor adequar e adaptar o ambiente às atividades e os materiais, planejar o dia-a-dia da turma, registrar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido. Nas classes hospitalares, o professor deve contar com um assistente de apoio, podendo o mesmo pertencer ao quadro de pessoal do serviço de saúde ou do 23 sistema de educação. Outros profissionais de apoio, podem ser absorvidos pela criação de bolsas de pesquisa, bolsas trabalho, bolsas de extensão universitária ou convênios privados, municipais ou estaduais. Esses apoios podem ser profissionais de nível médio ou estudantes universitários das áreas da saúde e educação. A função desses, será a de auxiliar o professor na organização do espaço e controle da frequência dos educandos; contribuir com a adequada higiene do ambiente e dos materiais, a desinfecção concorrente e terminal dos mesmos e o acompanhamento dos educandos para uso do banheiro e na alimentação em classe. (MEC; SEESP, 2002) O trabalho do pedagogo hospitalar não se limita apenas a hospitais, se estende também em domicílios e classes de AEE em instituições escolares. A pedagogia hospitalar é mais um espaço para a atuação do pedagogo, seja em ambiente hospitalar ou domiciliar, uma vez que a criança e/o adolescente que necessitam de acompanhamento pedagógico por motivos de saúde possuem o amparo da lei. Behrens (2011, p. 25) dá destaque fundamental ao documento classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar (BRASIL, 2002), assim dizendo: “Tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral á saúde ou em domicilio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a escola por razões de proteção a saúde ou segurança brigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas.” Além do atendimento pedagógico, o pedagogo hospitalar tem importante papel na recuperação da criança hospitalizada trazendo a ela uma qualidade de vida melhor, uma esperança de dias melhores para aquelas que passam por longos tratamento. O profissional que atua na pedagogia hospitalar proporciona a criança e/ou adolescente a oportunidade de uma educação igualitária e de forma prazerosa mesmo estando em um ambiente tão hostil com é o hospital. (Loss 2014, p. 61) A interconexão entre Educação e Saúde requer trabalho de equipe, de trocas de saberes e, principalmente, de planejamento e de avaliações. Conforme o documento (BRASIL, 2002, p.22), o pedagogo ou professor, “Que irá atuar em classe hospitalar ou no atendimento pedagógico domiciliar deverá estar capacitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de frequentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares. Deverá, ainda, propor os procedimentos didático-pedagógicos e as práticas alternativas necessárias ao processo ensino-aprendizagem dos alunos, bem como ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento ás escolas quanto a inclusão dos educandos que estiverem afastados do 24 sistema educacional, seja no seu retorno, seja para seu ingresso. [...]” Assim como um professor em sala de aula convencional, o pedagogo hospitalar também necessita de um planejamento prévio, mesmo sabendo que cada criança possui uma limitação diferente. Neste planejamento, poderá ser incluído Contação de histórias, música, teatro e utilização de brinquedos. Algumas dessas atividades não são feitas com frequência por necessitarem de um aval da equipe médica, no entanto, mesmo as crianças que não possuem liberação para as atividades em classes hospitalares podem ter acesso a tais atividades, como Contação de histórias ou a música, por exemplo. Para isso o pedagogo hospitalar pode contar com a ajuda de voluntários, profissionais de artes diversas; exemplo disso são os Doutores da Alegria. Sempre visando o bem-estar do paciente, o trabalho em equipe deve ser priorizado, médicos, pedagogo e demais funcionários precisam estar conectados entre si para que o trabalho tenha um resultado satisfatório. Sabendo-se da importância e da necessidade desse profissional, as entidades educacionais poderiam divulgar e disponibilizar mais de capacitação para formação desses profissionais, para que aumentassem as classes hospitalares em hospitais e demais instituições que cuidam de crianças e adolescentes em tratamento médico. Salientar a importância do pedagogo no hospital é pensar nas contribuições que esse profissional pode dar ao processo de reabilitação social e de aprendizagem da criança e do adolescente enfermos. Em função dos aspectos apontados, Matos e Mugiatti (2008) acreditam que o pedagogo é um profissional indicadopara atuar no espaço hospitalar em virtude das qualidades que possui no trato com o processo ensino–aprendizagem. Desse modo, as autoras assinalam que: “O profissional da educação, o professor, o pedagogo, tem esta competência e habilidade já bem desenvolvida. Pois sua ação prática é também de forma bem acentuada, voltada para esta preparação em planejamento e atuação. Com isso, acredita-se que este é o profissional indicado para este tipo de recreação tão necessário também em contextos hospitalares (MATTOS; MUGIATTI, 2008, p. 152)”. Sendo a educação um direito da Constituição Federal a todo e qualquer cidadão, não seria justo manter uma criança hospitalizada longe de seus direitos. A pedagogia hospitalar visa atender as necessidades pedagógicas de crianças e adolescentes hospitalizados, além do suporte psicológico e também a sua saúde. O benefício psicológico e a saúde se dá quando o trabalho do pedagogo, feito em muitos momentos de forma lúdica, faz com que elas se esqueçam de suas 25 enfermidades e se sentem inseridas na sociedade. A educação no espaço hospitalar tende a humanizar o atendimento de reabilitação da saúde da criança hospitalizada, pois promove uma interação paciente–equipe médica–família–profissionais da educação em que é possível criar um diálogo entre os sujeitos contribuindo, no estado biopsicossocial da criança. Essa atuação da educação com a saúde tem favorecido para diminuir o período de internação, garantir os direitos da criança e do adolescente à escolarização e à saúde, e também tem transformado o espaço triste e doloroso do hospital em local de aprendizagem, encantamento e reabilitação da saúde e da educação. (Silva, 2013, p.63) Longe do ambiente familiar e de seus amigos, a criança pode ficar ainda mais debilitada. Manter as atividades escolares no período de hospitalização, auxilia na melhora, pois ela se sentirá motivada a estudar, sendo isso um diferencial no tratamento da criança. De fato, o pedagogo exerce um trabalho muito importante dentro do ambiente hospitalar, em conjuntos com médicos, psicólogos entre outros profissionais, o trabalho por ele realizado contribui para o bem-estar da criança e do adolescente hospitalizado. No contexto hospitalar, as práticas educativas mediadas pelo lúdico e pela brincadeira auxiliam a criança e o adolescente na recuperação de sua saúde, tendo em vista que a ocupação do tempo com os atos de brincar e aprender são capazes de espantar a tristeza, dando lugar à invenção através da imaginação criadora. Tais práticas promovem, ainda, entretenimento, informação, aprendizado e o desejo de continuar a viver, mesmo para aqueles sujeitos que se encontram com uma patologia grave, muitas vezes em situação de desengano por parte das equipes de saúde. (Silva, 2013, p.65) 26 5 ENTREVISTA 5.1 ENTREVISTADA: PROFª ROSIMEIRE Rosemeire Santos de Souza, 48 anos. Iniciei minha vida acadêmica aos 18 anos. Minha 1ª formação foi o Magistério, após fiz Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia e Pedagogia Hospitalar. Tenho 30 anos na área educacional. Por que escolheu a pedagogia hospitalar? Como já havia conhecido quase todas as áreas educacionais, queria conciliar o estudo e experiência adquirida em todos esses anos dedicados à educação, para um novo ambiente, que seria o hospital. Promovendo a continuidade da aprendizagem do ALUNO/PACIENTE que passam longos períodos de internação e tratamento, assim proporcionando momentos gratificantes, trazendo uma descontração da vida estudantil. Quais foram os caminhos percorridos para chegar até a atuação como pedagoga hospitalar? (ex. cursos, locais que trabalhou) Iniciei na rede pública estadual de São Paulo, onde exerci a função de Professora de Ensino Fundamental I e sou concursada no Município de Carapicuíba desde 2004 na Educação Infantil. Atuante na Classe Hospitalar desde de 2015. Depois de muitos anos em sala de aula, resolvi fazer a Especialização em Pedagogia Hospitalar, sabendo que a Classe Hospitalar contribui para o desenvolvimento da criança hospitalizada, que possibilita a melhora da qualidade de vida, a elevação da autoestima e da motivação em lutar contra a doença. Tal participação da criança contribui para a inclusão no meio social. Fiz a Especialização pela UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) Campus Memorial e atualmente trabalho no HOSPITAL GERAL DE CARAPICUÍBA. Quais foram as dificuldades encontradas? Não tive dificuldades para trabalhar na CLASSE HOSPITALAR. Participo do processo seletivo municipal – desenvolvo projeto- entrevista- classificação e atribuição. Terminei a especialização em agosto de 2014 e no ano seguinte consegui a atribuição da Classe. Estou desenvolvendo projeto desde 2015, 2016 e 2017. 27 Como é seu trabalho com as crianças e/ou adolescentes? Tem a finalidade de fazer o acompanhamento pedagógico diário, que foi interrompido pela doença e assegurar o direito de escolarização. Devemos contribuir para o bem-estar físico, psíquico e emocional da criança, tornando o ambiente mais agradável, flexível e motivador para executar práticas necessárias para que o ALUNO/PACIENTE aprenda a desenvolver a sua autonomia, a comunicação, socialização, de forma a tornar o ambiente hospitalar mais humano e com condições para que ao sair do hospital, esteja preparado para reintegrar-se novamente à família, a escola de origem e ao meio social em que vive. Qual o maior aprendizado dentro desta área? A valorização a vida e que todos nós temos direitos a educação com qualidade. 5.2 ENTREVISTADA: PROF.ª ANDREIA Andreia Meth – Pedagoga Especialista em Legislação e Pedagogia Hospitalar. Andreia possui amplo conhecimento nas questões legais no que diz respeito a educação e educação inclusiva. Segue abaixo um breve texto elaborado por ela, algumas leis, decretos e resoluções e uns documentos. Pois lei no momento para classe hospitalar e para o cargo de pedagogo hospitalar infelizmente não existe, alguns projetos de lei ainda estão no senado. As crianças e adolescentes internados em hospitais, independentes da patologia que possuem, são considerados alunos temporários de educação especial por se acharem afastados do universo escolar, privados da interação social propiciada na vida cotidiana e terem pouco acesso aos bens culturais como revistas, livros, atividades artístico-culturais. Logo, corre um risco maior de reprovação e evasão, podendo configurar um quadro de fracasso escolar. A preocupação com a educação da criança internada vem recebendo grande importância tanto por parte de pessoas interessadas pelo assunto, como por parte de Governo que sugere proposta a serem implantadas nos hospitais e clínicas para estar contribuindo com a criança no sentido de que esta não fique totalmente isolada dos assuntos escolares. 28 Segundo Esteves (2010), a Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas. Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento, sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço. Em Matos (2012), o Hospital Municipal Jesus, que fica localizado na cidade do Rio de Janeiro, foi o primeiro no Brasil e que deu início ao seu trabalho no ano de 1950 e mantém seu funcionamento até os dias de hoje. No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamentodo currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. Dentro da pesquisa desenvolvida a primeira referência legal encontrada no Brasil sobre Educação Hospitalar foi no Decreto Lei n. 1.044, de 24.10.1969 que diz no seu art. 1 ¨São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbidas, determinando distúrbios agudos ou agonizantes,” caracterizados por: a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos escolares; desde que se verifique a conservação das condições intelectuais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos moldes; b) ocorrência isolada ou esporádica; c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a continuidade pedagógica de aprendizado, atendendo a tais características se verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como hemofilia), asma, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, etc. Em 1988 com a instituição a Constituição Federal, que em seu art.205 relata que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. E no art. 214 que afirma que as ações do poder público devem conduzir a universalização do atendimento escolar. 29 Em 24.10.1989, a lei nº 7.853 no artigo 2¨, inciso I, alínea, afirma que é oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em unidades hospitalares congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a um ano, educandos portadores de deficiência. O ano de 1990 pode ser referendado com um marco para a justiça e para a educação, quando foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) , na lei 8.069 no seu art. 3, menciona que : a criança e o adolescente gozam de todos os direitos inerentes a pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Em 1996, a legislação em vigor recebe o expressivo reforço da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394 de 20.12.1996, e no artigo V, prevê que o atendimento educacional será efetivado em escolas, classes ou serviços especializados, sempre em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Decreto n. 3.298, de 20.12.1999, artigo 24, inciso V, que estabelece o oferecimento obrigatório dos serviços de educação especial ao educando portador de deficiência em unidades hospitalares e congêneres nas quais esteja internado por prazo igual ou superior a um ano. Em 11/02/2001 temos a Resolução CNE/CEB (Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Educação Básica) n. 2 no seu artigo 13, parágrafos 1¨e 2¨ que aborda os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. §1º As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso a escola regular. §2ºNos casos de que trata este artigo, a certificação de frequência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende o aluno. O documento intitulado Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico 30 Domiciliar: Estratégias e Orientações, editado pelo MEC, em 2002 estabelece que: “Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o desenvolvimento e a construção dos conhecimentos para crianças, jovens e adultos, no âmbito da educação básica, respeitando suas capacidades e necessidades educacionais especiais individuais”. (Brasil, 2002, p. 15). Todo o atendimento da classe hospitalar deve ser flexível, de acordo com a condição e possibilidade da criança, levando em consideração o tempo de internação, estado psicológico, patológico e capacidade de mobilidade, estes deverão contribuir para que, mesmo quando hospitalizada, a criança mantenha o elo com o mundo que ficou fora do hospital, para assim participar e aprender desfrutando de seu direito básico ao desenvolvimento pleno, independente de suas dificuldades, mas direcionado para o seu potencial, reduzindo o tempo de internação de forma a resgatar a sua autoestima, amenizando o sofrimento causado pela internação. A Classe hospitalar, como modalidade educacional, visa atender pedagógico/emocionalmente crianças, dadas suas condições de saúde, estando hospitalizada para tratamento médico e, consequentemente, impossibilitadas de participar das rotinas de sua família, sua escola e de sua comunidade. Deste modo, a Classe Hospitalar vem apresentar alternativas que podem estar contribuindo para que a criança quando hospitalizada seja vista em sua totalidade com suas necessidades e interesses atendidos com o intuito de que sua recuperação seja minimizada. Quando internada, normalmente, a criança se apresenta ansiosa, com medo, e muitas dúvidas, o que pode agravar seu quadro clínico. A presença de alguém que possa propiciá-la a compreensão de sua situação e mostrar que este momento não a impossibilita, ao menos em parte, de realizar atividades ao qual estava acostumada no seu cotidiano, pode contribuir para sua aceitação quanto ao tratamento e consequentemente à melhora geral da criança. Nessa realidade a presença da Classe Hospitalar pode auxiliar a criança a conviver com a debilitação e a internação, período esse, muitas vezes apavorante para ela, e torna o momento como algo passageiro e que ainda pode aprender com a realidade imposta, percebendo que não é preciso que se prive do seu cotidiano de vida, mas sim estar interligando um mundo ao qual ela vivia com o novo mundo (hospital), para estar auxiliando a volta ao seu mundo real que é a casa, família, escola e amigos, visto que a Classe Hospitalar trabalha com a criança em si, como um sujeito único que tem sentimentos e esses deve ser respeitado. Quando a criança percebe que estão respeitando os seus sentimentos, ela tende a ter uma confiança maior em quem está a sua volta, isso com certeza irá auxiliá-la na 31 recuperação. A Classe Hospitalar vem fundamentar um papel importante ao atendimento que presta à criança hospitalizada, num momento em que esta necessita de uma atenção redobrada, já que seu estado físico e emocional está potencialmente abalado devido à enfermidade que está acometida. Assim sendo, durante o período de internação a Classe Hospitalar torna-se um fator essencial no tratamento e recuperação da criança, pois ela irá perceber que não está sozinha em seu sofrimento e que as pessoas estão ali para lhe proporcionar atenção especializada. 32 6 CONCLUSÃO Este trabalho de pesquisa possibilitou conhecer e compreender uma das vertentes do trabalho do pedagogo: a pedagogia hospitalar. Através de leituras e entrevistas com profissionais ligados a área foi possível o aprofundamento no tema, o quão amplo é a profissão, que não é apenas numa sala de aula que o pedagogo pode atuar. Dentro da pedagogia hospitalar o professor além de educadorse torna uma esperança de dias melhores levando a criança hospitalizada conhecimento e a possibilidade de dias melhores. A pedagogia hospitalar ainda é uma profissão pouco conhecida até para os estudantes que iniciam o curso de pedagogia. As instituições ainda possuem um currículo voltado para educação formal, em sala de aula. Falta informação e cursos de extensão para o pedagogo que queira ingressar na área hospitalar. São Paulo ainda é uma cidade com maiores possibilidades, tanto para cursos especializados quanto para campo de trabalho. Aos poucos a profissão de pedagogo hospitalar ganha espaço no mercado, sendo clara a importância desse profissional no desenvolvimento da criança que se encontra afastada da escola por motivos de saúde. O trabalho pedagógico hospitalar conta com um plano de ensino diferenciado do professor que trabalha em sala de aula, o aluno hospitalizado possui limitações que fazem com que o pedagogo se reinvente a cada novo dia. Entrevista e pesquisa teórica sobre esta vertente da pedagogia fez com que minha admiração e encantamento pela profissão aumentassem. O pedagogo é um profissional que faz a diferença, e atuar na área hospitalar traz a este profissional uma nobreza, pois diante de tanto sofrimento e dificuldades, leva para aquelas crianças uma esperança de futuro através do conhecimento. "O único patrimônio que ninguém tira do ser humano é o conhecimento" (Anônimo) 33 REFERÊNCIAS , Secretaria da Educação. Sobem para 50 as classes hospitalares mantidas pela educação estadual. Portal do Governo de São Paulo. 2009. Disponível em <http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/sobem-para-50-as-classes-hospitalares-ma ntidas-pela-educacao-estadual>. Acesso em: 10 Set 2017. 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