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Profa. Dra. Marcia M R Azevedo ENZIMAS 1 Enzimas Em 1850, Pasteur verificou que a fermentação do açúcar em álcool pelas leveduras era catalisada por “fermentos” e concluiu que eles eram inseparáveis da estrutura das células vivas. Em 1897, Eduard Buchner extraiu das leveduras as enzimas que transformam açúcar em álcool, demonstrando que as enzimas podem continuar funcionando depois de removidas das células vivas. Em 1930, nos EUA, John Northrop cristalizou a tripsina e a pepsina e determinou que elas eram proteínas. INTRODUÇÃO Quase todas as reações no corpo são mediadas por enzimas Maioria são proteínas especializadas Exceção: grupo de moléculas de RNA que apresentam propriedades catalíticas (ribozimas) Catalisadoras que aumentam a velocidade das reações: não oferecem alterações no processo global. Direcionam todo os eventos metabólico As reações catalíticas facilitam os processos vitais em todas as suas formas, desde vírus até os mamíferos superiores Enzimas Importância Biológica Biocatalisadores - regulam as velocidades de todos os processos fisiológicos Papel fundamental na saúde e na doença Saúde Enzimas Processos Fisiológicos Ocorram de modo ordenado Homeostasia Estados patológicos Doenças Genéticas Incapacidade ou capacidade parcial de sintetizar enzimas Sintomatologia variada Enzimas Alto grau de afinidade pelo substrato Eficiência catalítica Não são consumidas ou alteradas ao participar da catálise Se uma enzima é desnaturada ou dissociada em subunidades a sua atividade catalítica é encerrada. Estrutura proteica: essenciais para sua atividade catalítica Enzimas Algumas não necessitam de outros grupos químicos para exercer sua atividade. Co-fator: são substâncias orgânicas ou inorgânicas necessárias ao funcionamento das enzimas Orgânico: vitaminas Coenzima : pequenas moléculas que transportam grupos químicos de uma enzima para outra Inorgânico: íons metálicos Mg2+ Hexoquinase, glicose 6-fosfatase Se Glutationa peroxidase Ni2+ Urease K+ Piruvatoquinase Coenzima Ex. grupos quím. Transferidos Precursores na dieta Coenzima A GruposAcila Ácidopantotênico Biocitina CO2 Biotina FAD Elétrons Riboflavina (vit.B2) NAD Íonhidreto(:H-) Niacina Elementos Inorgânicos como co-fatores enzimáticos Estrutura das enzimas Estrutura das enzimas Elementos orgânicos como coenzima enzimáticos Coenzimas como transportadoras transientes de grupos funcionais ou átomos específicos Estrutura das enzimas Enzimas Grupo prostético quando o co-fator está forte ou covalentemente ligado a estrutura proteica da enzima Apoenzima ou apoproteína é a parte proteica da enzima Holoenzima é a enzima completa com seus cofatores e parte proteica As enzimas são classificadas pelas reações que catalisam Tabela 1. Classificação internacional das enzimas Classe Tipo de reação catalisada Oxidorredutases Transferência de elétrons (íonshidretosou átomos de H) Transferases Reações de transferência de grupos Hidrolases Reações de hidrólise (transferência de grupos funcionais para água) Liases Adição de grupos às duplas ligações ou formação de duplas ligações por meio de remoção de grupos Isomerases Transferência de grupos dentro da mesma molécula para formas isômeros Ligases Formação deligasesdo tipo C-C, C-S, C-O e C-N por meio de reações de condensação acopladas à quebra de ATP Oxidorredutases Catalisam reações de oxidorredução transferindo elétrons, hidretos ou prótons. 2. Transferases - Catalisam a transferência de grupos contendo C, N ou P * THF – tetraidrofolato) 3. Hidrolases - Catalisam a quebra de ligações pela adição de água 4. Liases Catalisam a quebra de ligações C-C, C-S e certas ligações C-N 5. Isomerases Catalisam racemização de isômeros ópticos ou geométricos 6. Ligases Catalisam a formação de ligações C-C e C-O, C-S, C-N, acoplada à hidrólise de fosfatos de alta energia Nomenclatura das enzimas Nome Recomendado: Utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a enzima. Exs: Urease, Hexoquinase, Peptidase... Nome Independentes : Exs. Tripsina, Pepsina. Nome Sistemático: Mais complexo informações precisas sobre a função metabólica da enzima (International Union of Biochemistry and Molecular Biology – IUBMB)- Enzime comission (EC) Números classificatórios (quatro dígitos) – E.C. (número da Comissão de Enzimas – Enzyme Comission) ATP-glicose fosfotransferase – E.C. 2.7.1.1 2. Transferase 7. Fosfotransferase Fosfotransferase que apresenta um grupo hidroxila aceptor de fosfato 1. D-glicose como aceptor do grupo fosfato 1o dígito - classe 2o dígito - subclasse 3o dígito - sub-subclasse 4odígito - indica o substrato Nome recomendado: hexocinase Nome sistemático: ATP-glicose fosfotransferase Importância das Enzimas Reações biológicas são comumente lentas Sem catalisadores elas não ocorreriam em tempo hábil para o metabolismo do corpo Ex.: digestão de alimentos, transporte de sinais através dos nervos, contração muscular, etc. Como as enzimas funcionam? Reação química: A+B - C Importância das Enzimas Fonte: djalmasantos.wordpress.com Como as enzimas funcionam? Enzima fornece um ambiente específico onde determinada reação seja energicamente mais favorável Reação catalisada enzimaticamente: limites de uma cavidade na enzima chamada de sítio ativo. A molécula que se liga ao sítio ativo é chamada de substrato Como as enzimas funcionam? Enzimas são proteínas que agem como catalizadores biológicos: enzima Composto A (substrato) Composto B (produto) Centro ativo ou Sítio ativo ou sítio catalítico de uma enzima é a porção da molécula onde ocorre a atividade catalítica Observe que não há consumo ou modificação permanente da enzima Reação catalisada pela enzima Como as enzimas funcionam? Conclusões: Enzimas não alteram o equilíbrio da reação, apenas a velocidade da reação; Enzimas são regeneradas; Enzimas reduzem a energia de ativação, mas não altera a energia da reação Condição de interação do substrato com sítio ativo da enzima: São ligados as enzimas por atrações fracas múltiplas: Hidrofóbicas Pontes de H Forças iônicas Forças de van der Waals De onde vem essa energia? E + S ES EP E + P Energia de ligação Catálise Especificidade Como as enzimas funcionam? Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou Modelo Chave-Fechadura, que considera que a enzima possui sitio ativo complementar ao substrato. Cinética enzimática Definição: Fatores que afetam a velocidade das reações enzimáticas: 1. Concentração da Enzima; Estuda a velocidade das reações enzimáticas e os fatores que a influenciam 2. Concentração do substrato; 3. pH; 4. Temperatura; Cinética enzimática Velocidade em função da concentração da enzima Cinética enzimática Velocidade em função da concentração do substrato Cinética hiperbólica Velocidade da reação Concentração de substrato % atividade enzimática máxima Fatores que afetam a atividade enzimática: 1. Variações de pH: pH ótimo pH ótimo=1,5 pH ótimo=6,8 pH ótimo=9,9 Fatores que afetam a atividade enzimática: 2. Variações de temperatura: temperatura ótima 100- 50- 0- % atividade enzimática máxima Temperatura ótima Desnaturação térmica da proteína Pouca energia para a reação acontecer O equilíbrio de uma reação está diretamente ligado a energia de transição e a velocidade a energia de ativação. Energia de ativação Δ± Estado de transição Δ’° A função de um catalisador é aumentar a velocidade de uma reação sem interferir no seu equilíbrio. JULYANA 42 A mesma energia de ligação que fornece energia para a catálise também é responsável pela especificidade Habilidade da enzima em discriminar entre o substrato e outra molécula competidora Como ocorrem esses aumentos altamente seletivos na velocidade das reações? Valores do aumento de velocidade produzido por enzimas Ciclofina 105 Anidrasecarbônica 107 Triose fosfatoisomerase 109 CarboxipeptidaseA 1011 Fosfoglicomutase 1012 SuccinilCoAtransferase 1013 Urease 1014 Orotidinamonofosfato descarboxilase 1017 INIBIÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA Qualquer substância que diminua a velocidade da reação de uma enzima é chamada de INIBIDOR. Pode ser: Reversível Irreversível INIBIÇÃO REVERSÍVEL: COMPETITIVA Quando o inibidor se liga reversivelmente ao mesmo sítio de ligação do substrato; O efeito é revertido aumentando-se a concentração de substrato Este tipo de inibição depende das concentrações de substrato e de inibidor. INIBIÇÃO REVERSÍVEL: NÃO-COMPETITIVA O inibidor liga-se à enzima em um sítio próprio de ligação, podendo estar ligado à enzima ao mesmo tempo que o substrato. Este tipo de inibição depende apenas da concentração do inibidor. INIBIÇÃO REVERSÍVEL: MISTA O inibidor liga-se a um sítio ativo diferente do substrato Mas pode se ligar tanto a enzima como ao complexo enzima substrato INIBIÇÃO ENZIMÁTICA IRREVERSÍVEL Ocorre quando os inibidores se combinam com um grupo funcional na molécula da enzima ou o destrói ou ainda formam uma ligação covalente bastante estável. Uma enzima não recupera sua atividade quando o complexo enzima- inibidor se ligam. 49 REGULAÇÃO ENZIMÁTICA A regulação da velocidade das reações enzimáticas é essencial para o organismo coordenar seus numerosos processos metabólicos. Modulação Covalente Modulação Alostérica Ativador alostérico Inibidor alostérico Enzimas alostéricas possuem uma região diferente do sítio ativo ao se liga um efetor ou modulador alostérico. A mudança conformacional decorrente da ligação do efetor alostérico se propaga pela molécula e afeta o sítio ativo, ativando-o ou inibindo-o. Observe nas figuras. MODULAÇÃO COVALENTE - Ocorre quando há modificação covalente da molécula da enzima, com conversão entre formas ativa/inativa. - O processo ocorre principalmente por adição/remoção de grupamentos fosfato de resíduos específicos de serina, treonina ou tirosina na enzima. Modulação por fosforilação Modulação com o grupo Acetil Modulação com o grupo Adenina inativa ativa Fosforilação - Defosforilação quinase fosfatase enzima fosfato substrato MODELO MICHAELIS-MENTEN A enzima combina-se com o substrato, formando um complexo ES que degrada-se em produto, regenerando a enzima livre. S = substrato E = enzima ES = complexo enzima-substrato K1, K-1 e K2 = constante de velocidade EQUAÇÃO DE MICHAELIS-MENTEN Descreve como a velocidade da reação varia com a concentração do substrato: Vmáx. – Velocidade atingida sob condições específicas de temperatura, pH, e força iônica. Km - São específicas para cada enzima sob condições especificadas de pH e temperatura. EQUAÇÃO DE MICHAELIS-MENTEN Reflete a afinidade da enzima para aquele substrato. O Km é numericamente igual a concentração do substrato na qual a velocidade da reação é igual a ½ Vmax. O Km não varia com a concentração da enzima. CARACTERÍSTICAS DO Km Km baixo – reflete uma alta afinidade da enzima pelo substrato. É necessária uma baixa [S] para atingir a metade da saturação da enzima (1/2 Vmax) Km alto – reflete baixa afinidade da enzima pelo substrato. É necessária uma alta [S] para atingir ½ Vmax Isoenzimas Hexoquinase: Outros tecidos Glicose 6 fosfato Km=0,1mM Glicoquinase: Fígado Frutose-6-fosfato Km=10mM Conclusão: Diferentes Km Diferentes Vmax Diferentes tecidos Diferentes reguladores alostéricos Velocidade da reação Cinética enzimática Enzimas alostéricas: cinética sigmoidal Efeito cooperativo Velocidade da reação Concentração de substrato Nível de saturação 61 62 63 CHAMPE, P. C.; HARVEY,R.A FERRIER, R.D. Bioquímica ilustrada. 3º ed. São Paulo: Artmed, 2006. CAMPBELL, M.K. Bioquímica. 3ªed. Porto Alegre: Artmed, 2000 NELSON, D.V.; COX, M M. Lehninger: Princípios de Bioquímica. 3 ed. São Paulo: Savier, 2002 Bibliografia
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