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Princípios da Jurisdição

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1 
 
 
Princípios da Jurisdição 
 
 
Investidura 
Está ligado à forma de ingresso dos legitimados a exercer o poder. O juiz precisa estar 
investido na função jurisdicional para exercer a jurisdição, ou seja, ele precisa ter 
sido aprovado em um concurso de provas e títulos, como estabelece o art. 37, II, da 
CF. 
 
Territorialidade 
O juiz só pode exercer a jurisdição dentro de um limite territorial fixado na lei. 
 
 
Indeclinabilidade 
O juiz não se pode furtar a julgar a causa que lhe é apresentada pelas partes. 
Trata-se da chamada proibição de o juiz proferir o non liquet, ou seja, afirmar a 
impossibilidade de julgar a causa por inexistir dispositivo legal que regula a matéria. 
Esse princípio está previsto no art. 126 do CPC/1973 e no art. 140 do CPC/2015. 
 
Indelegabilidade 
Significa que o exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Essa vedação 
se aplica integralmente no caso do poder decisório, pois violaria a garantia do juiz 
natural. Há, porém, hipóteses em que se autoriza a delegação de outros poderes 
judiciais, como o poder instrutório, poder diretivo do processo e o poder de execução 
das decisões. São exemplos os casos previstos no art. 102, I, m e no art. 93, XI, ambos 
da CF. 
 
Inafastabilidade 
A inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, da CF) 
fundamenta-se na ideia de que o direito de ação é abstrato e não se vincula à 
 
 
 
 2 
procedência do que é alegado. Não há matéria que possa ser excluída da apreciação 
do Judiciário, salvo raríssimas exceções previstas pela própria Constituição: art. 52, I 
e II. 
 
Juiz natural 
Consiste na exigência da imparcialidade e da independência dos magistrados. Essa 
garantia deve alcançar, inclusive, o âmbito administrativo, tanto em relação aos 
juízes dos tribunais administrativos quanto às autoridades responsáveis pela decisão 
de requerimentos nas repartições administrativas. 
 
Elementos 
 
Com base no direito romano, podemos identificar cinco elementos básicos à função: 
 
Cognitio (notio) 
É o poder de que o Estado dispõe para conhecer os processos. Engloba o exame dos 
pressupostos processuais, das condições de procedibilidade, das condições da ação e o 
recolhimento do material probatório. É a atividade do juiz pela qual ele toma contato 
com as questões de fato e de direito apresentadas pelas partes e forma seu juízo de 
valor acerca dessas questões. 
 
Vocatio 
Poder que o Estado possui para convocar ao processo todas as pessoas e objetos que 
possam esclarecer os fatos em discussão. 
 
Coertio 
Poder de determinar medidas coercitivas no curso do processo para reprimir 
eventuais ofensas feitas contra o magistrado. É a atribuição de força às diligências e 
providências tomadas pelo juiz. 
 
Providências são mais genéricas e amplas, como correr em segredo de justiça o 
processo. Já as diligências são mais concretas, como definir perícia em determinado 
 
 
 
 3 
local. Com essa coerção, o juiz confere importância às providências ou diligências, 
permitindo o uso de força policial em caso de descumprimento. 
 
Juditio 
Poder de que o Estado-juiz dispõe de proferir o direito no caso concreto. É o ato do juiz 
que resolve uma questão suscitada no processo. 
 
Executio 
Poder de que o Estado-juiz dispõe para determinar o cumprimento obrigatório e coativo 
das decisões proferidas1. É o poder do juiz de implementar aquilo que foi decidido na 
sentença (ou nas outras decisões). 
 
1
 A presença do elemento coercitivo (proveniente do poder estatal) na jurisdição é o principal motivo que leva 
alguns doutrinadores a sustentarem não ser a arbitragem uma espécie de jurisdição tendo em vista que, não obstante 
terem as partes livremente ajustado confiar a solução do conflito a um terceiro imparcial, seu poder não se estende à 
possibilidade de impor sua decisão através da força, sendo imprescindível que se recorra, na ausência de 
cumprimento espontâneo, ao Poder Judiciário. Para mais informações, ver Marinoni e Arenhart (MARINONI, Luiz 
Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 5. ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2006, p. 30).

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