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AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia FISIOTERAPIA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Aula 08: Abordagem fisioterapêutica das dinsfunções dos membros inferiores AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação cinético-funcional dos membros inferiores e pelve Ao discutir a cintura pélvica, o fisioterapeuta deve levar em consideração a inter-relação do complexo lomboplélvico do quadril. Ele é constituído da quarta e quinta articulações lombares (quatro articulações apofisarias), sacro (duas articulações sinoviais), as duas articulações do quadril e a sínfise púbica (articulação anfiartrodial). Segundo José Roberto Prado Junior, o componente Pélvico geralmente esquecido na avaliação, pode desencadear patologias ascendentes e descentes, estando o fisioterapeuta fadado a falhas no tratamento e, por fim, ao insucesso . AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Avaliação cinético-funcional dos membros inferiores e pelve Ao se estabelecer a relação entre esses componentes funcionais da cadeia cinética ascendentes e descendentes, o fisioterapeuta poderá avaliar mais consistentemente seu paciente e formulará programas de fisioterapia mais efetivos. Devemos ter em mente o possível efeito e as influências dos demais componentes da cadeia cinética, como os pés, tornozelos e joelhos, para que fique completo o quadro da disfunção. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Mais detalhes • Rever as aulas de biomecânica; • Rever o conceito de Nutação e Contranutação. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Risco de queda em idosos Com o aumento da expectativa de vida da população no mundo, é esperado que a população também adquira novos problemas. Perder o equilíbrio e cair durante a postura bípede ou locomoção se torna cada vez mais uma ameaça à segurança e saúde dos idosos, especialmente aqueles com idade avançada. Um terço da população com mais de 65 anos de idade ou uma em cada três pessoas mais idosas cairá pelos uma vez por ano (NICKENS, 1985; PERRY, 1982). No Brasil, em 2010, ocorreram 10.425 mortes provocadas por quedas, das quais 65,2% aconteceram em idosos. Estima-se que o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) tenha gasto aproximadamente R$57,61 milhões com internações decorrentes das quedas em 2009, sendo que, em 2006, esse valor havia sido de R$49 milhões (RODRIGUES; FRAGA; BARROS, 2014). AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Risco de queda em idosos FATORES DE RISCO DE QUEDAS Anormalidades no equilíbrio Fraqueza muscular Distúrbios visuais Anormalidades na marcha Doença cardiovascular Comportamento cognitivo Medicação AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Risco de queda em idosos Características das pessoas que caem • São adultos; • São adultos que dão mais passos para girar 360°; • Não podem levantar-se de uma cadeira sem auxílio; • Tem uma alta prevalência de uso de antidepressivos, e sensação de posição comprometida; • Geralmente são mulheres (LIPSITZ; JONSSON; KELLEY; KOESTER, 1991); • Tem os músculos adutores do quadril, extensores e flexores do joelho e dorsiflexores do tornozelo muito fracos (MACRAE; LACOURSE; MOLDAVON,1992); • Tomam rotineiramente vários medicamentos; • Geralmente são mulheres dependentes funcionalmente (FHON, 2012). AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Risco de queda em idosos Consequências das quedas As consequências de uma queda podem resultar em grandes prejuízos para a saúde do idoso. As lesões podem ser de grande porte e pequeno porte, e vai depender do nível de ansiedade psicológica da queda, se está relacionado ao nível de atividade física. Geralmente, as grandes lesões acarretam deslocamentos articulares, luxações e fraturas, enquanto as pequenas lesões são decorrentes de contusões, cortes, entorses e abrasões. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Risco de queda em idosos Como exercício físico contribui para a prevenção da queda nos idosos • Fortalecer os músculos da perna e das costas; • Aumentar o reflexo protetor e as reações posturais de sinergia motora; • Melhora da marcha; • Aumentar a flexibilidade; • Manter o peso corporal – assim o equilíbrio é menos desafiante; • Melhorar a mobilidade para evitar ameaças repentinas; • Diminuir o risco de doenças cardiovascular; • Reduzir o risco de hipotensão postural; • Diminuir a probabilidade de necessidade de medicação; • Aumentar o sono e reduzir a insônia; • Aumentar a autoconfiança nas capacidades físicas. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fratura do quadril Fraturas da Cabeça Femoral As fraturas da região proximal do fêmur são divididas em três grupos, de acordo com a classificação AO, de Müller: • 31-A: fraturas transtrocantéricas, extracapsulares; • 31-B: fraturas do colo femoral, intracapsulares; • 31-C: fraturas da cabeça femoral, intracapsulares. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fratura do quadril Fratura trocantérica • Mais frequentes do fêmur proximal; • Pacientes geriátricos; • São sempre extracapsulares; • Raramente a vascularização da cabeça femoral é comprometida; • Geralmente tem indicação cirúrgica. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fratura do quadril Sinais e sintomas clínicos • Edema e dor na região do quadril; • Equimose sobre o grande trocânter; • Encurtamento de extremidade com deformidade em rotação externa de até 90°. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur • É um problema socioeconômico; • Ultrapassa 250 mil/ano USA; • Gasto de 8 bilhões de dólares; • 53% das fraturas são do colo femoral; • ¾ dos pacientes são mulheres de 81 anos em média; • Redução da densidade mineral óssea. Arquivos em ortopedia e traumatologia (AOT), 2003. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur • Diagnóstico clínico em idosos com história de traumatismo de baixa energia; • Queixa de dor na virilha, podem manter a extremidade afetada em uma posição de flexão e rotação externa; • Geralmente, observamos um encurtamento da perna afetada; • A rotação interna e externa em uma posição estendida provoca dor; • Na palpação, verificar o trocanter maior e o ramo púbico que pode provocar sensibilidade e fornecer provas quanto à natureza da lesão (fratura intertrocantérica X fratura do colo do fêmur) e lesões associadas (fraturas do ramo púbico); • Neste tipo de trauma, é mandatório um exame neurovascular da área afetada; • No idoso, é obrigatório um exame da cabeça aos pés neste tipo de trauma. Ex: ataque isquêmico transitório/AVE,insuficiência cardíaca congestiva, infarto do miocárdio, hematoma subdural; • Pacientes jovens devem ser avaliados e reanimados seguindo a ordem de importância de socorros e urgência. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Classificação quanto ao ângulo da fratura A classificação proposta por Pauwels mede o ângulo da fratura com o plano horizontal. À medida que o ângulo da fratura aumenta do tipo 1 ao tipo 3, a obliquidade do traço da fratura aumenta. Assim, a força de cisalhamento no foco de fratura também se torna maior (Fraturas princípios e prática, 2003). AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Exame de imagem O diagnóstico é facilmente confirmado por radiografia convencional Anteroposterior. O membro deve ficar em rotação interna. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Tratamento • Geralmente é cirúrgico; • Fraturas do tipo I de Garden podem ser tratadas conservadoramente, mais existe muitas controvérsias na literatura. É mais seguro fixá-las com três parafusos de esponjas, canulados ou não, percutâneos ou não. Fica a critério do médico; • Garden tipo II – fixada com três parafusos de esponjosa canulados e paralelos; • Pacientes jovens – As técnicas preconizadas atualmente são parafusos canulados DHS (Dynamic Hip Screw) associados a um parafuso antirrotacional, placa lâmina ou, ainda, hastes intramedulares com bloqueio para o colo femoral; • A prótese fica para os casos onde a osteossíntese falhou, sequela de fratura do colo femoral, como a necrose avascular da cabeça femoral e a artrose (Ortopedia e traumatologia Unifesp, 2008). AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Tratamento • Paciente idoso – pacientes com mais de 65 anos de idade, o médico deve avaliar o tipo de fratura, a qualidade do osso, se existem patologias associadas e atividades da vida diária; • Se existir um bom osso sem osteoporose com potencial de consolidação com pouco desvio Garden tipo I e II , com baixo risco de necrose, a indicação é a osteossíntese; • Em caso de osteoporose avançada, fratura deslocada (Garden tipo III e IV) com alto risco de necrose da cabeça femoral, o médico deve optar pela artroplastia; • Nos pacientes idosos, no pós-operatório, a fisioterapia deve começar 24h após a cirurgia. O paciente deve começar a colocar carga parcial conforme tolerado. Exercícios de isometria devem ser iniciados no leito. Exercícios respiratórios também. Tomar cuidado com pacientes com alterações cognitivas; • Pacientes jovens não têm a necessidade de colocar carga imediatamente. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Artroplastia Com relação à artroplastia, existem, na atualidade, diversos modelos de próteses de quadril, com variações específicas de acordo com as marcas e fabricantes que as produzem. Em contrapartida, as técnicas cirúrgicas empregadas variam um pouco menos. Há basicamente cinco tipos de artroplastias de quadril (AQs): • Total; • Híbrida; • Parcial; • Cimentada; • Não cimentada. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Há também algumas variações dos procedimentos cirúrgicos empregados, ao qual chamamos de vias de acesso: • Anterior; • Anterolateral; • Lateral; • Posterolateral; • Posterior. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Reabilitação nas artroplastia de quadril O principal ponto do fisioterapeuta é a reabilitação e, para que isso aconteça, alguns aspectos devem ser observados para que os objetivos traçados sejam bem-sucedidos, entre eles estão: • A historia pré-operatória do paciente; • A fase em que o paciente se encontra; • A via de acesso que foi utilizada para a cirurgia; • A dor; • O nível de atividade que o paciente tinha antes da troca do componente articular. O processo de alta do paciente dura, em média, de 4 a 6 meses, e isso deve ser colocado para o paciente no primeiro contato. Lembrar que o objetivo é a restauração da ADM e da funcionalidade, explicando ao paciente as limitações que a prótese trás. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Fraturas do colo do fêmur Reabilitação Para evitar complicações, algumas precauções são importantes, garantindo boa estabilidade do componente de estabilidade do quadril. Movimentos básicos devem ser restritos a fim de evitar a luxação da prótese. Esses movimentos são: • Adução além da linha média; • Rotação lateral; • Flexão acima de 90°. Obs: o restante das fases do tratamento fica a critério de cada professor e da experiência de cada um. Leia o capítulo 29 sobre reabilitação pós-cirúrgica da extremidade inferior do livro de Mark Dutton (2010). AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais • http://www.periodicos.capes.org.br • www.pedro.org.au/portuguese • www.orthopaedicsandtraumajournal.co.uk • www.sbto.org.br • http://www.secad.com.br/ AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais ANDREWS JR.; HARRELSON, G.L.; WILK, K. E. Reabilitação Física do Atleta. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2005. DUTTON, Mark. Fisioterapia Ortopédica, Exame, Avaliação e Intervenção. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2010. FALOPPA, Flávio; WLATER, M. Albertoni. Ortopedia e Traumatologia: Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da Unifesp - Epm. São Paulo: Ed. Manole, 2008 HERTTLING, Darlene; KESSLER, M. Randolph. Tratamento de Distúrbios Musculoesqueléticos comuns - princípios e métodos de fisioterapia. São Paulo: Ed. Manole, 2009. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia Saiba mais JUNIOR, José R. Prado. Abordagem Global das Patologias Fêmoro-Patelares: Unidade funcional Inferior. Revista Fisioterapia Brasil. Módulo 1. Ribeirão Preto: Ed. Atlântica. RÜEDI T. P.; MURPHY, W. M. Princípios AO do Tratamento de Fraturas. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2002. SCHWARTSMANN, Carlos; LECH, Osvandré; TEÖKEN. Fraturas - princípios e prática. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2003. SPIRDUSO, Waneen. Dimensões físicas do Envelhecimento. São Paulo: Ed. Manole,2005. AULA 08: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DAS DINSFUNÇÕES DOS MEMBROS INFERIORES Fisioterapia em ortopedia e traumatologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Fraturas do joelho; Fraturas do tornozelo; Técnicas e Métodos fisioterapêuticos para tratamento das disfunções dos membros inferiores. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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