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LETRAMENTO - PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE EDUCAR LETRANDO: a busca pela qualidade da educação e da aprendizagem
Andreia Rocha Miranda[2: Graduada em Administração pela Faculdade de Educação de Serra (FASE) e em Pedagogia pela Faculdade Brasileira (FABRA). Pós-graduada em Arte na Educação Faculdade Brasileira (FABRA).]
RESUMO
A aquisição do conhecimento inicia com a aprendizagem da escrita e da leitura, um processo que ocorre formalmente em instituições de ensino, mas que se pratica nas relações sociais e no ambiente no qual se vive antes mesmo do acesso à escola. Aprender a ler e escrever requer práticas pedagógicas de ensino e entre elas as mais comuns são a alfabetização (antiga no contexto educacional) e o letramento (método mais recente e revolucionário). O foco de abordagem deste artigo é o letramento que tem como objetivo identificar as contribuições das práticas pedagógicas de letramento para a construção da qualidade da educação e da aprendizagem do aluno. A metodologia aplicada a este estudo consiste em uma revisão teórica desenvolvida a partir da pesquisa bibliográfica e descritiva permite concluir que as práticas pedagógicas adotadas em sala de aula para letras educando e proporcionar qualidade à aprendizagem são a produção de texto, a literatura infantil e o trabalho com projetos pedagógicos.
Palavras-chave: Letramento. Práticas pedagógicas. Qualidade. Educação.
1 	INTRODUÇÃO
É difícil apontar por onde caminha a qualidade da educação brasileira, no entanto existem trilhas que permitem alcançar este objetivo, como por exemplo, a prática, a metodologia e as técnicas de ensino adotadas pelo professor em sala de aula. A aprendizagem enquanto processo que possibilita a aprendizagem da leitura e da escrita, necessita e dispõe de teorias e metodologias que se aplicam à sua condução. Alfabetização e Letramento são processos que possibilitam a aprendizagem da língua escrita e da leitura. 
O trabalho docente pode ser de qualidade e com eficácia quando se utiliza as práticas e técnicas de ensino como instrumento que garantam na aquisição da leitura e da escrita, assegurado direito do aluno a ter uma educação de qualidade e uma aprendizagem significativa consolidando a principal proposta da educação: formar cidadãos críticos.
O educador precisa estar valorizando todos os caminhos possíveis para ajudar ao aluno a ajustar-se em sua aprendizagem. Unificadas, as práticas pedagógicas estão em um mesmo sistema e disciplina, podendo. Em alguns casos, na mesma escola estão diferenciadas e práticas pedagógicas, mas algumas evoluem, outras permanecem estagnadas no tempo. Esses fatores justificam o desenvolvimento desta pesquisa e questiona se na proposta de letramento as práticas pedagógicas podem contribuir para a qualidade do ensino. 
O objetivo deste artigo buscou identificar as contribuições das práticas pedagógicas de letramento para a construção da qualidade da educação e da aprendizagem significativa do aluno.
2	MÉTODO
A pesquisa aplicada a este artigo consiste em uma revisão teórica, baseada em informações pertinentes às práticas pedagógicas da proposta de letramento. As informações foram coletadas utilizando como descritores de busca os termos: alfabetização, letramento, prática pedagógica e qualidade. Para a composição do desenvolvimento teórico adotou-se a pesquisa descritiva e bibliográfica, com abordagem pelo método qualitativo, constituindo uma revisão teórica. Os critérios de exclusão definidos foram trabalhos de graduação, publicações em língua estrangeira e publicações inferiores ao ano de 2000, exceto para citações de dispositivos legais relacionados à educação brasileira. 
3	RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1	LETRAMENTO
É comum no dia-a-dia das relações humanas ouvir pessoas negarem que são analfabetas pelo fato de saber escrever o próprio nome e soletrar letras para formar uma frase e assim, houve um tempo no qual esse tipo de “aprendizagem” serviu para tirar esse cidadão dessa lista e classificação. Mas, a sociedade mudou, a educação mudou e saber apenas escrever o nome não serve mais para nada além de assinar documentos. Temos hoje, o analfabeto funcional, ou seja, um cidadão que lê, escreve, conta e não entende a palavra escrita.
Buscando melhorar e proporcionar qualidade à aprendizagem nas escolas, despontou uma nova proposta de ensino para a aquisição da leitura e da escrita: o letramento. Essa proposta tem estreita relação com as práticas sociais que hoje se pauta no conhecimento e na informação e desde a metade do século XX está inserida na educação brasileira (MEY, 2001).
3.1.1	Significado e conceito de letramento
Mas, em que consiste o letramento? Trata-se de uma proposta de alfabetizar letrando e letrar alfabetizando, que nos anos de 1980 chegou para mudar o processo de aquisição da escrita e da leitura no contexto da alfabetização. 
A principal característica do letramento é sua ligação direta com a linguagem escrita, seu lugar, funções e seus usos nas sociedades letradas que são organizadas em torno de um sistema de escrita, principalmente por meio do texto escrito e impresso, cada vez mais importante na vida das pessoas, em suas relações sociais, pessoais, profissionais e com o mundo no qual estão inseridas (MORTATTI, 2004, p. 98).
Um dos significados do letramento é promover a relação das pessoas com a cultura escrita, nessa perspectiva é incorreto classificá-las como iletradas, haja vista que elas estão em contato com o mundo escrito, mas é preciso destacar a diferença de níveis existentes no letramento caracterizado pela variação da realidade cultural (SOARES, 2004).
Quando se associa a escrita à sociedade letrada, a escrita atravessa a vida do indivíduo, “a alfabetização se preocupa com aquisição da escrita por um indivíduo e/ou grupo; o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade”, mas pode haver mudança, caso o círculo de letrado seja diferenciado em função da classe social, pois se trata de uma conseqüência social e histórica oriunda da inserção da escrita na sociedade (TFOUNI, 2004, p. 20).
Na perspectiva histórica e a partir de uma visão mais amplia, o letramento tem “vínculo com várias práticas discursivas, formas de usar a linguagem e fazer/retirar sentido pela fala e pela escrita, que se relacionam à visão de mundo das comunidades, suas crenças e valores particulares”, sendo a escola um espaço heterogêneo (MATÊNCIO, 2002, p, 20). 
A relação do letramento é com o estado ou condição de quem sabe ler e escrever, indivíduos que se apossam plenamente de suas práticas sociais. Letramento é o uso das práticas sociais da leitura e da escrita; alfabetização é a aquisição da escrita e da leitura, assim, pode-se afirmar que as práticas pedagógicas “alfabetização e letramento são processos distintos, mas podem e devem caminhar lado a lado, pois a questão é alfabetizar letrando, ensinando a criança a ler e escrever através práticas sociais de leitura e escrita” (SOARES, 2004, p. 25). 
A linguagem escrita está relacionada aos elementos que constituem a sociedade letrada e nesse sentido, segundo Batista et. al. (2007, p.18) “possibilita aos alunos a compreensão do uso social da escrita, no contexto pedagógico pode gerar práticas e necessidades de leitura/escrita que darão significado à aprendizagem [...]”. 
Nesse momento, o professor comprometido em promover um ensino de qualidade, preparando o aluno para exercer com real conhecimento a sua cidadania, deve refletir sobre seus ensinamentos e a importância do seu papel de alfabetizar utilizando práticas geradoras de letramento. 
Na sociedade letrada, a escrita atravessa a vida do indivíduo. De acordo com Tfouni (2004, p.20), “a alfabetização se preocupa com aquisição da escrita por um indivíduo e/ou grupo; o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade”. Pode haver mudança, caso o círculo de letrado seja diferenciado em função da classe social, pois se trata de uma consequência social e histórica oriunda da inserção da escrita nasociedade.
Em relação a essa possibilidade de mudança em função da classe social, Mey (2001, p.238) explica que pode acontecer “porque o letramento é produto de uma participação ativa de uma atividade social e produz um grau de disposição, assim, é a forma como o individuo participa que determina a aptidão ou não”. No cenário da educação brasileira, isso não é novidade, levando-se em conta os problemas estruturais ainda existentes em relação ao analfabetismo, seja de crianças que deixaram a escola e/ou de outras que não tiveram a oportunidade de se apropriarem da leitura e da escrita. 
3.1.2 Letramento na dimensão social
Liberal e revolucionária são características da dimensão social do letramento e que também evidenciam seu aspecto cultural, cujas especificidades ao apresentadas por Leite (2010):
 a) Perspectiva liberal: o foco é o caráter pragmático do letramento e sua funcionalidade, faz referencia às habilidades necessárias para o indivíduo se adequar em seu meio social, além de responder as demandas relacionadas à escrita;
- Perspectiva revolucionária: neutralidade não faz parte desse processo, pois impediria o letramento de funcionar na sociedade, o foco é possibilitar a transmissão, reforço ou questionamento de valores, crenças e formas de distribuição de poder, bem como a tomada de consciência crítica da realidade e sua transformação. 
Em síntese, quando se analisa a dimensão social do letramento, o trabalho de Soares apresenta a melhor definição para compreender essa proposta: a base do letramento é proporcionar o uso social da escrita, ou seja, envolver os indivíduos com as práticas sociais de leitura e escrita na busca pelo domínio da tecnologia da escrita, ser competente na leitura e escrita dos diversos gêneros textuais nos mais diferentes contextos, objetivos e demandas sociais (LEITE, 2010, p. 29).
O trabalho com gêneros textuais constitui uma oportunidade de se lidar com a linguagem em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia, nada do que fizermos linguisticamente está fora de ser feito em algum gênero. Assim, o estudo dos gêneros possibilita compreender melhor o que acontece com a linguagem quando a utilizamos em uma determinada interação (MARCUSCHI, 2002, p. 36).
A familiarização com os gêneros e registros, correspondentes aos sistemas de que as pessoas participam, permite que o indivíduo compreenda a complexidade das interações e equacione seus atos comunicativos em relação às ações comunicativas de outras pessoas (BAZERMAN, 2006, p. 77).
Na prática pedagógica, o professor deve ter a capacidade de percepção de que cada criança constitui um indivíduo único, com potencial diferente para a aprendizagem, enquanto profissional deve desafiar a curiosidade e promover o desenvolvimento da criança.
3.1.3 Aquisição da linguagem
A escola não é um local como outro qualquer; é uma instituição que tem como objetivo possibilitar ao educando a aquisição do conhecimento formal e o desenvolvimento dos processos do pensamento e de cognição. É como enfatizam Ferraz e Fuzari (1993, p.27), a prática educativa origina das “mobilizações sociais, pedagógicas, filosóficas, artísticas e estéticas e em diferentes momentos históricos auxiliam a compreender o processo educacional e sua relação com a vida”.
Para levar o conhecimento ao aluno, o professor dispõe de recursos, métodos que associados ao currículo possibilitam ensinar e aprender, mas segundo Saviani (2000) deve-se criar o espaço da interação entre alunos e professores. Nessa interação, na perspectiva deste trabalho, está o conhecimento que se pode obter através da Arte.
Em se tratando do processo de aprendizagem, segundo Goulart (2006, p.73) “aprender a ler e a escrever demanda conhecer não só vários assuntos, mas saber registrá-los de formas socialmente legitimadas e valorizadas”, pois constitui um o momento em que se constrói, renova e alia o conhecimento. Possibilidade de conhecer os discursos dos diversos tipos de conhecimento é um dos benefícios promovidos pela leitura e da escrita.
Propor ao aluno utilizar a escrita no cotidiano escolar fora dela criando várias situações onde o aluno possa colocar em prática o que aprendeu. É promover a qualidade da educação. 
3.2	QUALIDADE DA EDUCAÇÃO
A qualidade da educação está condicionada à qualidade da formação do professor, ou seja, à sua formação inicial. A qualidade é um dos elementos fundamentais para a observação de qualquer objeto ou fenômeno. “qualidade e quantidade estão inseridas em qualquer objeto. O grau e a intensidade representam a quantidade. Quantidade e qualidade unidas ao objeto, agindo nele de forma recíproca” (AMORIM, 1992, p. 65). 
A Figura 1 aponta os indicadores da qualidade da educação.
Figura 1 – Indicadores da qualidade na educação
Fonte: http://luapsilva.wikispaces.com (2013)
A Figura 1 reúne todos os elementos que podem atribuir qualidade à educação brasileira, e acontece isso, a aprendizagem do aluno passa a ser mais significativa. Nesse sentido, a universidade necessita de representatividade social e intelectual, meios através que emprega a qualidade em diferentes sentidos e se materializa no processo de avaliação, adotado como critério relevante.
3.2.1	Inovar no ensino superior: uma necessidade para a qualidade da educação
Enquanto instituição social, a escola constitui um dos espaços privilegiados de formação e informação no qual a aprendizagem dos conteúdos deve ser consoante às questões sociais que há anos passa por um processo contínuo de transformação que trazem inovações diferenciadas em todas as modalidades de ensino. Mas, o que seria inovação no âmbito da educação na sociedade contemporânea? Segundo Mota (2011, p. 82) inovação é um conceito “correlacionado com pesquisa e desenvolvimento, contudo, distinto e mais amplo e associado à aplicação do conhecimento [...]”. 
Nessa perspectiva, estudos diversos vinculam a inovação com produção e disseminação do conhecimento cuja principal característica é ser qualitativo e quantitativo, pois decorre de problemas nos quais integrar diferentes conhecimentos é sua principal exigência e segundo Silva (2011, p. 193) não se pode negar a ligação ensino superior com produção de conhecimento e inovação levando em conta que a “a universidade dispõe do parque de equipamentos e competências necessárias capaz de produzir o desenvolvimento científico, progresso econômico, justiça social, sustentabilidade, preservação do ambiente e a inovação [...]”.
O conhecimento pode ser construído em diferentes ambientes, no entanto a universidade é o espaço que possibilita a inovação e sua expansão. Segundo Papadopuoulos (2005, p. 21) expandir conhecimentos leva a níveis de “especialização sempre mais elevados, condição necessária para o progresso científico, base na qual que se organizam no ensino superior as atividades fundadas no conhecimento”.
Quando se vincula a inovação com prática de ensino superior, em seus estudos, Lucarelli (2000, p.63) destaca que “quando se faz referencia à inovação, fazemo-lo em associação a práticas de ensino que alterem, de algum modo, o sistema unidirecional de relações que caracterizam o ensino tradicional”. 
Assim, quando uma aula rompe com o estilo didático imposto, Lucarelli (2000, p. 65) processo que “comunica um conhecimento fechado, acabado, conducente a uma didática da transmissão que, regida pela racionalidade técnica, reduz o estudante a um sujeito destinado a receber passivamente esse conhecimento” ocorre a inovação na prática e método de ensino.
3.2.2	Características da qualidade na educação
O fato de ser professor já abrange virtudes mais exigentes do que apenas dar aula, é preciso acabar com a tática de encurtamento, abreviação, banalização porque formar é um fenômeno  que acarreta certa plenitude. Mais de que outro “profissional exige-se do professor uma formação primorosa e a sua formação inicial merece destaque já que se constitui o pré-requisito legal para o exercício da profissão e o substrato sobre o qual é construída toda a sua carreira” (DEMO, 2002, p.73).A questão da qualidade envolve aspectos econômicos, pedagógicos e psicológicos, é um problema de essência ideológica já que engloba questões práticas, históricas e de poder. Essa defasagem tem feito parte do cotidiano de diretores, professores, pedagogos e supervisores, enfim dos que trabalham nesta esfera. Em seus estudos, Pimenta e Anastasiou (2006, p. 264) quando analisam o desenvolvimento profissional dos docentes, destacam os debates e propostas educacionais voltadas para a valorização da formação do professor não mais não “[...] mais baseada na racionalidade técnica, mas em uma perspectiva que reconhece a capacidade desses profissionais de decidir, de confrontar suas ações cotidianas com as produções teóricas”.
Compartilhando da mesma linha de raciocino, ou seja, a necessidade de reconhecer a capacidade dos em relação as novas produções teóricas, Schön (2001, p. 15) “defende esse novo paradigma como elemento fundamental destinada à mudança das práticas, através da reflexão na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação”, pois considera que partindo do professor reflexivo pode-se chegar ao professor pesquisador.
Nessa perspectiva, Nóvoa (2000, p. 21) destaca que compreender o conceito de professor reflexivo associado à qualidade de sua formação docente inicial, a efetivação desse processo exige três ações fundamentais que são “produzir a vida do professor (desenvolvimento pessoal), produzir a profissão docente (desenvolvimento profissional), produzir a escola (desenvolvimento organizacional)”. Havendo a integração dessas três ações haverá o nascimento de novas ideias, mudanças e inovações na prática escolar do docente.
3.2.3 Escola e o trabalho docente: fatores principais da qualidade para a qualidade na educação
A instituição escolar precisa ter consciência da importância de aplicar tempo e recursos em programas voltados para o desenvolvimento do seu corpo docente. É necessário que ela tenha um espaço onde os professores possam fazer reflexões sobre a prática que exercem, visando assim, a melhoria da qualidade pedagógica de seus cursos e também desses professores que estão em pleno exercício (NÓVOA, 2003). 
Essa questão é discutida por Vasconcellos (2003, p.51) ao afirmar que o “trabalho docente poderia ser em muito enriquecido se, periodicamente, os professores em qualquer nível, pudessem se dedicar a refletir e escrever sobre o exercício de suas funções”. A educação é fundamental ao desenvolvimento, todavia a educação isolada de outros interventores não é capaz de assegurar um crescimento com equidade. 
Mas, para alcançar a qualidade, faz-se necessário descobrir: o que constitui valor para os alunos; o que consideram um bom professor; em que tipo de aula mais eles se envolvem e por que e qual o relacionamento professor/aluno esperado.
5	PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE LETRAMENTO
A cultura da língua escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e instrumentos que constituem o mundo letrado e, como destaca Batista et. al. (2007, p.18) “esse processo possibilita aos alunos compreenderem os usos sociais da escrita e, pedagogicamente, pode gerar práticas e necessidades de leitura e de escrita que darão significado às aprendizagens escolares” e aos momentos de sistematização propostos em sala de aula. 
A prática pedagógica que garanta uma interlocução real para os alunos e que amplie as formas de interação através da linguagem deve ter como objetivo resgatar as relações sociais em geral, pelo entendimento das relações entre os fatos da língua, e entre esta e o mundo; o processo de constituição da subjetividade e de novas relações intersubjetivas, instauradas pelo exercício da linguagem; a utilização da língua em contextos interacionais efetivos e diversificados, com base na assunção de diferentes papéis no jogo das representações sociais (SUASSUNA, 1995, p. 130). 
Letramento é o uso das práticas sociais da leitura e da escrita; alfabetização é a aquisição da escrita e da leitura, para Soares (2004, p.23) “alfabetização e letramento são processos distintos, mas podem e devem caminhar lado a lado, pois a questão é alfabetizar letrando, ensinando a criança a ler e escrever através práticas sociais de leitura e escrita”. 
Explica, ainda, que um dos pré-requisitos do letramento é a alfabetização, ou seja, a aquisição da leitura e da escrita. Contudo, no letramento há a apropriação e uso social da leitura e da escrita.
As principais práticas pedagógicas adotadas pelo Letramento destacadas pela literatura são: 
5.1 	PRODUÇÃO DE TEXTO
O texto é qualquer passagem falada ou escrita que forma um todo significativo, não importando sua extensão. De acordo com Geraldi (1997, p.144), “para que o professor se torne coautor dos textos de seus alunos é preciso que ele se constitua como escritor de textos competente”. Existem três tipos de texto: descrição (registra as características de objetos, de pessoas, de lugares); narração (relata fatos contados por um narrador, envolvendo personagens, localizadas no tempo e no espaço); e a dissertação (opinião sobre um assunto). Trabalhar estes três tipos constitui a produção de texto. 
Segundo Koch (1998), a produção de texto é uma atividade verbal, com fins sociais, inserida em contextos mais complexos de atividades, consciente, criativa, que compreende o desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios adequados à realização dos objetivos.
Levar em consideração o que existe de coletivo nas experiências e conhecimentos produzidos historicamente pelo homem é uma das necessidades da produção textual, assim como é fundamental entender o saber, a escrita como algo a ser construído, um processo em constante desenvolvimento e não produto já acabado, finalizado. Desta forma, a produção de textos, a motivação, debates e comparação de textos são práticas viáveis.
5.2 	LITERATURA INFANTIL
A literatura como um dos recursos da leitura, pode ser concebida como fonte de Informações, e nessa perspectiva destaca-se a importância da literatura. Para Bamberger (2000, p.45), o leitor “exige o inusitado, a libertação do mundo cotidiano, a vida intensificada, a literatura constitui uma busca além da realidade: o significado interno, o reconhecimento do simbólico nos acontecimentos cotidianos”.
Através da literatura é possível proporcionar uma luz para que o aluno se apaixone pela leitura. Para Lajolo (2000, p. 105), pois “o leitor expressa a liberdade e o prazer”, contudo, quando o professor introduz o aluno a este tipo de leitura ele se depara com várias barreiras, como, por exemplo, o fato de condição econômica é fator predominante para que se desenvolva o hábito da leitura. Para a educação, enquanto processo de construção de conhecimentos, veículo de interação contínua dos indivíduos, instrumento de interligação do ensino-aprendizagem, não existe idade determinada para começar ou parar de aprender. 
A escola com suas especificidades, composição pedagógica, relações externas e internas, além de distinguir-se da produção em série, é diferente das demais instituições sociais. Desta forma, segundo Dayrell (2001, p.136), “a análise da escola enquanto espaço de socialização e cultura implica no reconhecimento de sua ação de levar cultura a todos os atores que compõem a história”. Está se tornando necessário reencantar a educação em todos os seus níveis.
Nessa perspectiva, a educação deve estimular o prazer no ato de ensinar e aprender em professores e alunos. Uma forma de reencantar a educação é foco específico desta pesquisa, ou seja, é a literatura infanto-juvenil utilizada como forma de desenvolver a aquisição da leitura. Além de promover a distração e ser uma forma de um lazer, a leitura possui e repassa muita informação. As estórias e as formas como são contadas são importantes, pois despertam e incentiva a incentivando a criatividade e a curiosidade do aluno (DAYRELL, 2001).
Incentivar a leitura contribui na evolução da escrita e na compreensão do mundo, além de fazer que a aprendizagem progrida de forma desejada, pois o aluno, movido pelacuriosidade, se interessa pelas estórias, histórias e busca mais informação e conhecimento. 
5.3	PROJETOS PEDAGÓGICOS
Na avaliação Hernández (1998, p.55) quando se fala em trabalhar em sala de aula com projetos pedagógicos se faz referência “a uma lógica educativa diferenciada do que se vem fazendo na maioria dos processos educacionais”, e a mudança da lógica educativa significa romper com tradições e a Pedagogia de Projetos apresenta diversas propostas de ruptura com a: 
- desarticulação entre os conhecimentos escolares e a vida real; 
- fragmentação dos conteúdos em disciplinas, em séries e em períodos letivos predeterminados;
- horários semanais fixos e bimestres;
- protagonismo do professor nas atividades educativas;
- ensino individualizado e com a avaliação exclusivamente final, centrada nos conteúdos assimilados e voltada exclusivamente para selecionar os alunos dignos de certificação. 
Na análise de Leite (2009) a Pedagogia de Projetos implica uma determinada concepção de conhecimento, promove a reflexão sobre a aprendizagem e os conteúdos das diferentes disciplinas porque o trabalho com projetos oferece novas perspectivas que permitem uma melhor compreensão do processo ensino-aprendizagem. 
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um cenário educacional no qual se discute as contribuições, melhor forma de e práticas pedagógicas para proporcionar o acesso à leitura e à escrita educar via letramento ou alfabetização está implícito muitos desafios a serem vencidos. Uma jornada educacional que compete ao professor que alfabetiza que, acima de tudo, deve ter consciência e conhecimento dos processos e métodos voltados para a alfabetização. Deve, ainda, desenvolver em conjunto com seus alunos um olhar crítico e transformador sobre a realidade social, porque o alfabetizador é o intermediário e mediador do processo de construção e apropriação da escrita e da leitura.
A aquisição da leitura e da escrita consiste em o professor receber junto com o aluno a bagagem de conhecimentos adquiridos por eles fora da escola e descobrir juntos o melhor caminho a ser trilhados, promovendo situações de desafios para novas aprendizagens. É dizer não ao comodismo e a métodos ultrapassados e ter o entendimento de que alfabetizar vai além de decodificar códigos linguísticos. É preciso ter noção que aprendemos a ler e a escrever para atender as demandas do mundo em que vivemos, exercendo nosso papel de cidadão ativo, colaborador, crítico e respeitador. Portanto, o letramento é a base fundamental para atuarmos como cidadãos que lê e entende o que é lido; que escreve e se faz ser entendido. 
Através do desenvolvimento deste estudo verificou-se que a criança que vive em uma cultura letrada tem maior chance de desenvolver bons hábitos de leitura e aprimorar a escrita. Neste contexto, a família exerce uma influência muito grande neste aprendizado, pois a criança passa a maior parte de seu tempo em companhia da família.
REFERÊNCIAS
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BAZERMAN, C. Escrita, gênero e interação social. São Paulo: Cortez, 2006.
DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sociocultural. In: (Org.). Múltiplos olhares sobre educação e cultura. 2ª ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.
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