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AULA 4 PONTOS GATILHOS E TRIGGER POINTS

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RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS I Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 04 1 
 
Aula 04 
---------------------------- PONTOS GATILHOS / TRIGGER POINTS ------------------------------- 
 Os pontos gatilhos são definidos como nódulos palpáveis presentes numa faixa tensa 
localizada no músculo que, espontaneamente ou a dígito pressão, produzem um padrão de dor 
referida. São denominados pontos gatilhos pois, como o gatilho de uma arma, “disparam” uma dor 
distante de sua localização. 
 Esses pontos podem variar em tamanho, desde uma pequena protuberância, como uma 
ervilha, até um grande inchaço, podendo ser sentido na superfície do corpo, entremeados no 
interior das fibras musculares. A localização desses nódulos é semelhante nos mesmos músculos de 
diferentes indivíduos. 
 
Histórico: 
 - 1843 : Froriep foi o primeiro autor a descrever a existência de pontos dolorosos no tecido 
subcutâneo, que resultam em alívio da sintomatologia quando tratados; 
 - 1900 : é denominado como reumatismo muscular; 
 - 1904 : é redominado como fibrosite; 
 - 1921 : é redominado como miogelose, devido ao endurecimento tecidual; 
 - 1938 : Kellgren foi o primeiro autor a estabelecer que cada músculo e sua fáscia tem 
características padronizadas de dor referida; 
 - 1957 : Dra Janet Travell descobre que os pontos gatilhos geravam minúsculos picos de 
corrente elétrica quando o músculo se contrai; 
 - 1983 / 1992 : Travell e Simons publicam um manual completo dos músculos e seus 
respectivos pontos gatilho e se torna uma referência clássica. 
 
Músculos de Maior Ocorrência: 
 São muito mais frequentes nos músculos posturais do pescoço, da cintura escapular e da 
cintura pélvica do que nos demais. O trapézio superior, os escalenos, o esternocleidomastoideo e o 
elevador da escápula são os músculos mais comprometidos na região cervical e na cintura escapular. 
 Na cintura pélvica os glúteos são os mais comprometidos. 
 
Classificação: 
 Podem ser classificados, de acordo com o seu grau de irritabilidade, como ativos, latentes e 
inativos. Os pontos ativos são um foco de hiperirritabilidade sintomático no músculo e/ou fáscia, 
causando um padrão de dor referida específico para cada músculo. Produzem dor espontânea à 
palpação ou ao movimento, restrição da amplitude de movimento (ADM), sensação de diminuição 
RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS I Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 04 2 
 
de força muscular e bandas musculares tensas palpáveis, podendo ainda produzir sintomas 
autonômicos. 
 Um ponto gatilho latente está clinicamente em “silêncio ou adormecido” em relação a dor, 
mas pode causar restrição de movimento e fraqueza no músculo afetado. Os pontos gatilhos 
latentes podem se desenvolver em qualquer região do corpo, geralmente de forma secundária. 
Esses pontos, entretanto, não são dolorosos e não conduzem a uma via de dor referida. A presença 
de pontos gatilhos inativos no interior dos músculos pode acarretar um aumento da rigidez 
muscular. Geralmente encontra-se este tipo de ponto gatilho em indivíduos sedentários. Estes 
pontos podem ser ativados caso o ponto gatilho central seja reestimulado, ou ainda logo após um 
trauma ou lesão. 
 O ponto gatilho latente pode persistir por anos, como após o restabelecimento aparente de 
alguma lesão, existindo a predisposição de ataques agudos de dor, desde o menor trabalho ou 
alongamento excessivo até uma lesão muscular reincidente. E podem ser ativados por uma lesão 
muscular direta, como queda ou torção, por fadiga muscular, devido a esforço excessivo e/ou 
repetitivo e por estresse emocional. 
 É confirmado cientificamente que existem influências mentais sobre as funções neurológicas 
e metabólicas que regulam as respostas fisiológicas, e conclui-se que há uma relação sinérgica que 
resulta na necessidade de se abordar os aspectos psicológicos e fisiológicos do estresse que se 
originam dos efeitos estressores, entre outros, traumáticos, sócio familiar e de relacionamentos, da 
vida profissional, relativos à saúde e financeiro. 
 
 
Resumindo: Os pontos gatilhos podem ser: 
 INATIVOS – não são palpáveis, ou são palpáveis e não doloridos (mesmo 
quando pressionados); 
 LATENTES – não dói espontaneamente, só quando pressionado, 
desencadeando dor local ou irradiada; manifesta dor também pelo uso 
excessivo do músculo ou mesma posição por longo tempo; 
 ATIVOS – é palpável e dói continuamente, não sendo necessário pressioná-lo, 
mesmo em repouso, mesmo que não esteja em postura que utilize a 
musculatura e não melhora com o alongamento. 
 
 
ATENÇÃO !! 
 - TRIGGER POINTS, localizados no ventre muscular; 
 - TENDER POINTS, localizado na porção tendínea do músculo. 
 
Fisiopatologia: 
 O principal mecanismo de lesão para a formação de pontos gatilhos é o micro trauma; estes 
podem ser agudos ou crônicos (repetidos); além de outros fatores como: distúrbios do sono, 
RECURSOS TERAPÊUTICOS MANUAIS I Prof Carmindo Carlos 
 
Aula 04 3 
 
depressão, deficiências de vitaminas, radiculopatias, predisposição para desenvolvimento de micro 
traumas e distúrbios posturais. Como possíveis causas de microtraumatismos, podem-se apontar: 
alongamentos ou encurtamentos excessivos, sobrecarga muscular, movimentos repetitivos (lesões 
causadas pela repetição de ações, muitas vezes, culminando na conhecida lesão por esforço 
repetido (LER)), movimentos rápidos (como os observados nas lesões esportivas), trauma direto, 
quedas e acidentes que envolvem uma contração muscular rápida reflexa, pontos de tensão 
(assimetrias posturais que podem levar a compensações corporais e tensionamento excessivo de 
determinado músculo) ou posicionamento postural mantido por longo tempo. 
 A presença de sarcômeros intensamente contraídos no caso das bandas tensas, cujas 
primeira imagem foi apresentada com o auxílio da ultrassonografia, sugerem que os pontos gatilhos 
tem origem no mecanismo contrátil. 
 Há diversas hipóteses sobre a patogenia e a fisiopatologia dos pontos gatilhos; sendo a mais 
recente e mais documentada a hipótese dos botões terminais disfuncionais. O dano ao músculo 
ocorre primariamente ao nível das placas motoras, onde uma disfunção local do botão terminal 
produz uma liberação contínua e excessiva de acetilcolina na fenda sináptica levando a uma 
atividade contrátil máxima e sustentada, enquanto ocorre constrição dos capilares locais. A 
acetilcolinesterase presente neste espaço seria insuficiente para neutralizar a alta quantidade de 
acetilcolina. Este encurtamento (contração) sustentada compromete a circulação e a consequente 
redução do aporte de oxigênio prejudica a produção de ATP necessária para iniciar o processo ativo 
de relaxamento muscular. A dor sentida no local da lesão pode ser explicada pela liberação de 
substâncias, como bradicinina, prostaglandinas e histaminas, que podem sensibilizar os 
nociceptores, devido a hipóxia local intensa. 
 Desta forma, os miofilamentos de actina e miosina param de deslizarum sobre o outro. 
Como resultado, os miofilamentos permanecem interdigitados (cruzados), levando à contração, que 
é sustentada e provoca alterações químicas intracelular local que inclui: isquemia local, aumento 
das necessidades metabólicas, aumento da energia necessária para a manutenção da contração, 
inflamação localizada, produção elevada de agentes inflamatórios que estimulam fibras 
nociceptivas (dor). 
 O corpo tenta resolver essa situação alterando a irrigação sanguínea local (vasodilatação). 
Como consequência dessa situação, ocorre a migração de células inflamatórias crônicas e agudas 
localizadas. Junto com a inflamação, observa-se a presença de substâncias relacionadas ao aumento 
da sensibilidade como a substância P, que determina o aumento da dor local. Consequentemente o 
encéfalo envia um sinal para colocar em repouso o músculo onde o ponto gatilho se manifesta, 
gerando hipertonia, fraqueza, encurtamento e rigidez muscular. 
 Em relação a dor referida, acredita-se que o ponto gatilho da mesma forma que comprime 
vasos sanguíneos diminuindo o aporte de oxigênio e levando a hipóxia tecidual, pode comprimir 
pequenos filamentos nervosos, desencadeando estímulos dos mais diversos (dor, hipoestesia, 
parestesia) à distância. Estas sensações são percebidas no trajeto em que os filamentos nervosos se 
distribuem. 
 
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Aula 04 4 
 
 
 
Exemplos de Trigger Points (Pontos Gatilhos) com Dor Irradiada: 
 
 
 
 
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Aula 04 5 
 
Sintomas: 
 Dor local e referida; 
 Dor do tipo opressiva e profunda; 
 O movimento pode intensificar a dor; 
 O ponto gatilho é uma local irritável (alta sensibilidade); 
 Geralmente a queixa da dor fica distante do local que causa a dor; 
 Aumento do tônus muscular; 
 Diminuição da ADM; 
 Pode apresentar sintomas autonômicos (lacrimejamento, hipertermia); 
 Pode apresentar sintomas proprioceptivos (desequilíbrio, tontura, percepção distorcida 
do peso de objetos erguidos); 
 Enfraquecimento do músculo afetado; 
 Perda de coordenação neuromuscular; 
 Diminuição do limiar de fadiga muscular. 
 
 
Termografia Clínica: 
 
 
 
 
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Diagnóstico: 
 O diagnóstico dos pontos gatilhos é essencialmente clínico, sendo extremamente 
importante a anamnese física bem realizada, a fim de identificar as características clínicas. A 
avaliação é realizada através da dígito pressão, indicando com precisão o local onde estão 
concentrados os pontos gatilhos ativos e latentes; desencadeando dor local e dor referida; 
reproduzindo os sintomas relatados pelo paciente. 
 
Tratamento: 
 A terapia manual sempre foi e continua sendo a modalidade primária de tratamento e cura. 
 
Técnica de Desativação dos Pontos Gatilhos por Pressão Isquêmica ou Liberação por Pressão 
(Técnica de Jones): 
 A Técnica de Jones vem sendo amplamente difundida no Brasil desde o início da década de 
90, mas parece que ainda é restrita aos Fisioterapeutas que trabalham com osteopatia. É uma 
técnica extremamente eficaz, e acessível para qualquer um que tenha vontade de trabalhar com 
terapias manuais. 
 A Técnica de Jones é uma técnica funcional, de aplicação muito suave, desenvolvida pelo 
osteopata Lawrence H. Jones, que a chamou de COUNTERSTRAIN, e nós brasileiros, por motivos 
óbvios preferimos chamá-la de técnica de Jones. Ele mesmo definiu a técnica como sendo uma 
manobra posicional que coloca o corpo em uma posição de máximo bem estar (confortável), 
suprimindo assim a dor, ao anular a atividade dos proprioceptores. A técnica não apresenta contra 
indicações. 
 Mesmo sendo anterior, Jones (1964) apoiou-se na afirmação do fisiologista Irwin M. Korr 
(1975), que disse: “que para um fisiologista parece muito mais razoável que a limitação e a 
resistência de movimento articular característicos de uma lesão osteopática (articular), não se 
originam no interior da articulação, e sim, são impostas por um ou vários músculos”. Em sua época, 
Jones não tinha acesso a maioria das informações fisiológicas que temos hoje. Com as manipulações 
clássicas da época (osteopatia), era possível se tratar grande parte dos problemas que apareciam, 
mas vez ou outra esbarrava em problemas “mais resistentes”. 
 Conta a história dos osteopatas que certa vez Jones tratou um paciente, acometido de 
lombalgia, sua dor evoluiu por vários meses. Na tentativa de auxiliar o paciente a dormir, Jones 
procurou uma posição que desse conforto ao mesmo. Após encontrar a posição de conforto, o 
paciente descansou por cerca de 20 minutos e para a surpresa dos dois, ele havia melhorado da 
lombalgia ao levantar. Surpreendentemente ficar em uma posição confortável por 20 minutos foi 
mais eficiente que quatro meses de tratamento. E mais, os resultados foram duradouros. A partir 
de então, Jones tentou usar o mesmo método para tratamento de outras patologias, desenvolvendo 
assim sua técnica. 
 Pouco a pouco descobriu que podia reduzir o tempo de tratamento, de 20 minutos para 
apenas 1 minutos e meio (90 segundos). Observou que o retorno a posição inicial deveria ser lento, 
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Aula 04 7 
 
de preferência passivo. E por último descobriu a existência dos pontos gatilhos (trigger points). 
Inicialmente nomeu sua técnica de Spontaneous Release by Positining, mais tarde o termo Strain-
countertrain, e mais tarde no uso corriqueiro, a técnica ficou sendo chamada simplesmente de 
countertrain. 
 
Aplicação da Técnica: 
 Coloca-se o paciente em posição de conforto; 
 Localiza-se o ponto gatilho através de dígito pressão suave; 
 Realiza-se pressão sobre o ponto gatilho; 
 Mantem a pressão por 90 segundos; 
 Retira-se a pressão; 
 Mantem o paciente na posição de conforto. 
 ATENÇÃO: a técnica de Jones é utilizada essencialmente para tratamento dos pontos 
gatilhos latentes e ativos. Além da inativação dos PGs, promove-se relaxamento reflexo 
do músculo (por via reflexa).

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