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Vigotski: fundamentos e procedimentos para o ensino de arte Vygotski: fundamentos e procedimientos para la enseñanza del arte PAES, Paulo C. Duarte Professor Doutor da Universidade Federal de MS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Brasil RESUMO O objetivo deste estudo é identificar algumas das principais categorias da obra Vigotskiana e relacioná-las ao seu entendimento sobre a relevância e os procedimentos do ensino de arte. Analisaremos as categorias de “pensamento e linguagem” e de “funções psicológicas superiores”, que são centrais para a compreensão dos principais pilares da obra do autor soviético. Partindo desses fundamentos o autor propõe um ensino de arte voltado para a compreensão das obras artísticas mais relevantes produzidas pela humanidade e valoriza a história da arte como base significativa para posteriores exercícios de criatividade artística. RESUMEN El objetivo de este estudio es la identificación de algunas de las principales categorías de la obra Vigotskiana y relacionar-las al suyo entendimiento sobre la relevancia y los procedimientos del enseñanza del arte. Analizaremos las categorías de “pensamiento y lenguaje” y de “funciones psicológicas superiores”, que san centrales hasta la comprensión de los principales pilares de la obra del autor soviético. Partiendo de estos fundamentos el autor propone la enseñanza del arte para la comprensión de las obras artísticas mas relevantes producidas pela humanidad e valoriza la historia de la arte como base significativa para posteriores ejercicios de creatividad artística. Palavras chave: Vigotski, metodologia, ensino, arte. Associar o pensamento de Lev Semenovich Vigotski ao ensino de arte é uma tarefa complexa tendo em vista que o autor tem uma obra reconhecida mundialmente sobre a psicologia do desenvolvimento denominada Psicologia Sócio-Histórica e se dedicou a arte apenas nos primeiros anos de sua produção teórica, quando escreveu sobre a obra de Shakespeare e sobre a psicologia da arte (VIGOTSKI, 1999 e 2001a). As categorias: funções psicológicas superiores, pensamento e linguagem, (VIGOTSKI, 2000, 2001b, 2001c e 2004) são fundantes na sua obra e servem para compreender sua argumentação relacionada ao ensino de arte. 2 O autor escreveu ainda sobre a relação entre a imaginação e a arte na infância (2006), demonstrando que o desenvolvimento da criatividade se dá a medida em que se ampliam os aspectos do desenvolvimento cognitivo, relacionando a apropriação do conhecimento sistematizado com a capacidade criativa e a apreensão da realidade ao desenvolvimento da imaginação (VIGOTSKI, 2006). Vigotski não teve como objeto de estudo central o ensino de arte na escola, trabalhando sobre o tema somente na sua obra psicologia pedagógica (2001b), quando discorre sobre a educação estética, mas, sua teoria sobre o desenvolvimento humano constitui-se como um importante instrumento de compreensão da relevância da arte no desenvolvimento e também sobre os procedimentos relativos ao ensino de arte. 1 FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, LINGUAGEM E PENSAMENTO: O ENTENDIMENTO VIGOTSKIANO SOBRE O ENSINO Para compreender o ensino de arte sob a ótica vigotskiana faz-se anteriormente necessário apreendermos seu entendimento sobre o ensino de forma geral, das artes e também das ciências. O centro dessa compreensão na obra do autor está na categoria que ele denominou como “funções psicológicas superiores”, que é também título de uma das suas mais importantes obras (VIGOTSKI, 2000). Entender o que as funções psicológicas superiores contribuem para o entendimento de Vigotski sobre o ensino de arte. As funções psicológicas superiores emanam da realidade social, onde a cultura é determinante e, ao mesmo tempo, atua sobre a base biológica. O desenvolvimento humano acontece das formas superiores humanizadoras sobre as formas inferiores e biológicas. É esclarecedora dessa posição uma argumentação de Vigotski sobre o desenvolvimento de crianças que têm maiores ou menores condições para desenvolver as funções psicológicas superiores e assim dominar os “procedimentos e modos culturais” da conduta. As formas especiais, criadas pela cultura, vem a ser a continuação das funções psicofisiológicas naturais à semelhança de como as ferramentas são a continuação dos órgãos (VYGOTSKI, 1995, p. 42). A atividade externa de transformação da natureza proporcionou, 3 também, a transformação interna e, assim, através de milhares de gerações, a cultura foi sendo produzida no desenrolar da história da humanidade tal qual a conhecemos hoje. A relação entre o cultural e o natural, entre as funções psicológicas superiores e as inferiores são distintos. O desenvolvimento biológico da espécie humana é infinitamente mais lento do que o desenvolvimento cultural. Vigotski (2000 e 2001c) afirma que as estruturas das formas superiores de conduta possuem sua própria história interna que inclui a história da conduta humana no seu conjunto. O processo único, de apropriação das formas superiores pela mente humana, está intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento da cultura na história humana. As formas culturais de conduta, desenvolvidas na individualidade, são as formas culturais históricas, tendo em vista que o pensamento somente atinge graus superiores quando incorpora a cultura historicamente produzida. Essa cultura, reproduzida pelo pensamento, que tem na linguagem o centro de sua existência é um fundamento para que se compreenda o sentido e as possibilidades do ensino de artes. Esta conclusão vigotskiana define o desenvolvimento do pensamento como dependente de instrumentos externos, no caso a linguagem que, por sua vez, depende da experiência sociocultural da criança. A constatação de que o desenvolvimento do pensamento verbal é uma forma histórico-social de desenvolvimento e não natural ou inata, leva o autor à constatação de que também existem leis e propriedades que não podem ser descobertas através de uma concepção naturalizante do pensamento e da linguagem. Ao reconhecermos o caráter histórico do pensamento verbal, devemos estender a essa forma de comportamento todas as teses metodológicas que o materialismo histórico estabelece para todos os fenômenos históricos na sociedade humana. Devemos esperar de antemão que, em linhas gerais, o próprio tipo de desenvolvimento histórico do comportamento venha a estar na dependência direta das leis gerais do desenvolvimento histórico da sociedade humana. Com isso o próprio problema do pensamento e da linguagem ultrapassa os limites metodológicos das ciências naturais e se transforma em questão central na psicologia histórica do homem, ou seja, da psicologia social (VIGOTSKI, 2001c, p. 149 e 150). Esta reflexão é imprescindível para que se compreenda porque Vigotski vai centrar o seu estudo sobre o desenvolvimento do pensamento e da 4 linguagem na palavra, que é um bem cultural historicamente produzido. A palavra no entendimento do autor é entendida como a representação de um significado anteriormente dado em relação à sua característica sonora ou simbólica. Esse significado não é imutável, pelo contrário, varia internamente, modifica-se ao se relacionar com outros significados. Acontece uma generalização em que o significado de uma palavra evolui quando se amplia o repertório de outras palavras com outros significados (idem, p. 360 - 361). Para Vigotski as associações entre os símbolos verbais(palavras), mesmo sendo sólidas e numerosas, ainda não podem ser consideradas um conceito. O conceito surge mediante a existência de um problema que só possa ser solucionado com a formação de novos conceitos. A existência de um problema cria uma necessidade particular de pensamento, articulado com a atividade de solucioná-lo, então novos conceitos são desenvolvidos para sustentar essa forma de pensamento particular. Ao contrário do amadurecimento dos instintos e das atrações inatas, a força motivadora que determina o desencadeamento do processo, aciona qualquer mecanismo de amadurecimento do comportamento e o impulsiona para frente pela via do ulterior desenvolvimento não está radicada dentro mas fora do adolescente e, neste sentido, os problemas que o meio social coloca diante do adolescente em processo de amadurecimento e estão vinculados à projeção desse adolescente na vida cultural, profissional e social dos adultos. [...] Onde o meio não cria os problemas correspondentes, não apresenta novas exigências, não motiva nem estimula com novos objetivos o desenvolvimento do intelecto, o pensamento do adolescente não desenvolve todas as potencialidades que efetivamente contém, não atinge as formas superiores ou chega a elas com um extremo atraso (VIGOTSKI, 2001c, p. 171). Ao buscar as raízes genéticas e causais do pensamento e da linguagem, Vigotski considera a qualidade histórica da linguagem, que foi criada antes do nascimento do indivíduo sendo por ele assimilada. Aprofundar o entendimento de como se desenvolve a relação entre o pensamento interno e a linguagem, apropriada do meio externo e histórico é condição central para compreender o sentido e os procedimentos do ensino de arte na escola, no entendimento de Vigotski (2001b e 2006), conforme demonstraremos. 2 A REALIDADE, A IMAGINAÇÃO E O ENSINO DE ARTE SEGUNDO VIGOTSKI 5 Ao relacionar a fantasia e o processo criativo com a arte Vigotski (2006) afirma que a criação não pode acontecer partindo do nada e que todo processo criativo necessita de elementos tomados da realidade, da cultura produzida historicamente. Sem a apropriação dessa cultura passada os processos criativos são pobres e superficiais. Com relação a um conto que fala sobre cabanas sobre patas de galinhas, o autor afirma que a imaginação pode recombinar e determinar novos graus de entendimentos insólitos criando estórias e imagens fantasiosas, mas são sempre interpretações da realidade. A arte, por mais criativa e insólita parte sempre de uma compreensão anterior do artista sobre a realidade e toda criatividade humana se assenta na apropriação da cultura anteriormente realizada pelo ser que cria. A atividade criadora da imaginação se encontra em relação direta com a riqueza e a variedade da experiência acumulada pelo homem, porque essa experiência é o material com sobre a qual se produz os edifícios da fantasia. Quanto mais rica for a experiência humana, tanto maior será o material de que dispõe essa imaginação. Por isso a imaginação da criança é mais pobre do que a do adulto, porque tem uma experiência menor. Se examinarmos a história dos grandes descobrimentos, dos maiores inventos, podemos comprovar que quase sempre surgiram sobre a base de enormes experiências previamente acumuladas (VIGOTSKI, 2006, p. 17). Essa compreensão sobre o desenvolvimento da fantasia, da criatividade e da própria arte como resultante da experiência anterior da humanidade nos fundamenta para uma crítica a determinadas metodologias de ensino de arte que se embasam na liberdade de criação e na espontaneidade da criança. Nesse sentido o autor nos remete a necessidade de estudos sobre estética e história da arte pelas crianças para que estas possam depois expressarem-se artisticamente. É fundamental que a criança compreenda as formas mais desenvolvidas da experiência artística da humanidade para que possa usar sua imaginação a partir de produções anteriores, utilizando sua imaginação e sua criatividade à medida em que se aproprie de complexas formas criadas anteriormente. Quanto mais veja, ouça, e experimente, quanto mais aprenda e assimile, quantos mais elementos da realidade disponha a sua experiência, tanto mais considerável e produtiva será, em conformidade com as demais circunstâncias, a atividade da sua imaginação (VIGOTSKI, 2006, p. 18). 6 O ensino de artes, na perspectiva vigotskiana, tem o caráter objetivo de proporcionar às novas gerações a apropriação do aspecto estético da cultura humana, produzido historicamente. Essa objetividade intencional determina a centralidade do estudo das artes em alguns aspectos como a história da arte e o entendimento intelectual da arte como instrumento de mediação do pensamento para a apropriação da dimensão estética da realidade humana. Nesse sentido, as atividades práticas e a fruição no ensino das artes devem ser desenvolvidas com base no desenvolvimento estético da humanidade e não como uma manifestação centrada na individualidade. Vigotski (2001b) cita a educação estética com o objetivo maior de promover o contato dos alunos com a grande produção artística de todos os tempos, tomando o devido cuidado para não realizar um ensino de artes fechado no desenvolvimento de técnicas de produção da arte e na vivência cotidiana. Sua perspectiva histórica o levou a conferir uma importância mais significativa para a história da arte, que registra a produção artística mais significativa no desenvolvimento da cultura humana. A cultura das percepções artísticas deve ser condição para que as práticas voltadas para o ensino de técnicas de produção de alguma forma de arte tenham um verdadeiro sentido pedagógico. O ensino de alguma técnica somente se torna um aprendizado criador quando vai além da técnica em si, voltando-se para um processo de educação estética fundamentado na leitura da obra de arte. A humanidade acumulou na arte uma experiência tão grandiosa e excepcional que qualquer experiência de criação doméstica e de conquistas pessoais parece ínfima e mísera em comparação com ela. Por isso quando se fala em educação estética no sistema de educação geral deve-se sempre ter em vista essa incorporação da criança à experiência estética da sociedade humana: incorporá-la inteiramente a arte monumental e através dela incluir o psiquismo da criança naquele trabalho geral e universal que a sociedade humana desenvolveu ao longo dos milênios sublimando na arte o seu psiquismo (VIGOTSKI, 2001b, p. 351-352). O termo experiência estética da sociedade humana tem o sentido de abordar os clássicos da produção artística universal da história humana. Para Vigotski (2001b) a educação deve ter como objeto central as formas culturais mais significativas, visando ao desenvolvimento máximo dos indivíduos ao se 7 apropriarem dessa cultura. Ainda hoje no ensino de arte muitos professores se atêm prioritariamente ao desenvolvimento da criatividade infantil. Utilizando técnicas de expressão artística, esses professores objetivam apenas a criatividade dos alunos a partir de suas próprias capacidades de entendimento estético daquilo que criam. O erro indiscutível dessa concepção no exagero desmedido e no culto do protótipo da criação infantil e ainda na incompreensão de que a força espontânea da criação, embora seja capaz de criar protótipos da mais grandiosa tensão, ainda assim está condenada definitivamente a permanecer no círculo estreito da formas mais elementares, primitivas e, no fundo, pobres (VIGOTSKI, 2001b, p. 348). Ao confundir o ensino de artes com o desenvolvimento da criatividade proporcionada por atividades livres, muitos professores ausentam-se do seu verdadeiro papel de proporcionar ao aluno uma formação estética de fato. Essa afirmação não significa que Vigotski não compreendae valorize a necessidade psíquica do processo de fruição do fazer artístico como um imprescindível instrumento de aperfeiçoamento e equilíbrio psíquico dos alunos. Ao confrontarem sua vivência das obras de arte clássicas com sua própria produção, produzem um novo sentido tanto para o seu trabalho quanto para uma nova leitura das obras apreciadas, e esse é o objetivo da educação estética. O professor de arte deve objetivar esse desenvolvimento dialético do aluno no sentido da apreensão da riqueza estética das obras mais reconhecidas bibliograficamente e da sua própria criatividade como uma unidade pedagógica, cujo principal determinante do desenvolvimento do aluno é a cultura historicamente produzida, apropriada pela observação, pela mediação do professor e pela atividade criativa do próprio aluno. A arte é então compreendida não como um complemento da vida, mas como um aspecto superior da vida, ligando algum objeto real, concreto e histórico à emoção, unificando indivíduo e gênero humano pelo sentimento. O ensino de arte não deve ter uma finalidade utilitarista voltada para a cura psíquica, a educação moral ou o ensino de outros conteúdos escolares. Mesmo que isso ocorra de fato, esses objetivos são alheios à educação estética, que deve se manter autônoma em relação a outros interesses que não o próprio desenvolvimento estético dos alunos. Caso contrário, essa educação 8 resulta no amortecimento do sentimento e da compreensão artística e passa a ser substituído por outros interesses, produzindo uma aversão à vivência estética em si: “Outro equívoco pedagógico não menos nocivo na educação estética foi o de impor à estética problemas e objetivos que lhe eram estranhos, só que não mais de ordem moral, mas de ordem social e cognitiva” (VIGOTSKI, 2001b, p. 328-329). O autor ainda faz uma outra denúncia que diz respeito à utilização da arte como meio para tornar o processo educativo mais agradável e lúdico para os alunos. Vê-se aqui outra questão trazida por Vigotski, que ainda tem grande relevância na atualidade. Muitos professores ainda desenvolvem atividades artísticas como meio de produzir a felicidade e o prazer dos alunos. Por último, resta discutir o terceiro equívoco cometido pela pedagogia tradicional quando reduz a estética ao sentimento do agradável, ao prazer pela obra de arte e vê nela um objetivo em si, noutros termos, reduz todo o sentido das emoções estéticas ao sentimento imediato de prazer e alegria que elas suscitam na criança (VIGOTSKI, 2001b, p. 331). A compreensão utilitarista e individualista do ensino de arte tem sido ainda reproduzida na escolas brasileiras quando o ensino de arte se reduz a outros interesses que não o desenvolvimento da capacidade de leitura da obra de arte pelo aluno. Essa compreensão, em geral, se fundamenta em teorias que concebem a aprendizagem como algo que acontece partindo do próprio indivíduo aluno, negligenciando o estudo sobre e a compreensão da história da arte como área de conhecimento que deve embasar toda a produção criativa dos alunos nas aulas de arte. Vigotski defende a necessidade anterior de estudos profundos e abrangentes da arte, para que o aluno consiga, depois, com exercícios de criatividade se apropriar do que existe de mais elaborado na arte produzida na história humana. Essa concepção fundamenta a compreensão de que as funções psicológicas superiores, os instrumentos da cultura produzidos historicamente, sejam o objetivo principal do ensino de arte. Se a linguagem é fruto do desenvolvimento histórico e os alunos a encontram quase pronta quando nascem, então é imprescindível que esses alunos se apropriem dessa linguagem para que possam se expressar criativa e imaginativamente. A criatividade e a imaginação, sem a apropriação anterior 9 das formas mais desenvolvidas da cultura artística ficam restritas aos limites da individualidade, impedindo a apropriação da arte e a sua expressão. Na concepção de ensino de artes de Vigotski os alunos devem, antes ou concomitantemente a sua expressão artística, se apropriarem das formas mais desenvolvidas da linguagem artística que estudam. Quando isso não acontece os alunos ficam impedidos da vivência artística e restritos a empobrecedores exercícios de criatividade voltados para interesses que não o verdadeiro ensino de artes. Referências VIGOTSKI. L. S. Psicologia da arte. São Paulo. Martins Fontes, 2001a. ______. Psicologia Pedagógica. São Paulo. Martins Fontes, 2001b. ______. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo. Martins Fontes, 2001c. ______. A tragédia de Hamlet: o príncipe da Dinamarca. São Paulo. Martins Fontes, 1999. ______. Teoria e método em psicologia. (Tradução Cláudia Berliner). São Paulo. Martins Fontes. Martins Fontes. 2004. VYGOTSKI. La imaginación y el arte en la infancia. Madrid. AKAL. 2006. ______. (Volumes III). Madri. Centro de Publicaciones del M.E.C. / Visor Distribuciones, 2000. Paulo Cesar Duarte Paes: Professor de Psicologia do Desenvolvimento e da Educação na UFMS, Doutor em Educação pela UFSCar, Mestre em Educação pela UFMS, Graduado em Educação Artística pela UFMS.
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