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Regencia Verbal e Nominal e Crase

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PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
 
 
 
 
Aula 4 
Regência verbal e nominal. Crase 
Olá, pessoal! 
Espero que estejamos entendendo bem a matéria. 
Qualquer dúvida, estou sempre visitando o fórum, ok? 
Vimos na aula 1 a estrutura da oração, reconhecendo os termos básicos 
e as relações de coordenação. 
Na aula 2, entendemos os tipos de subordinação: substantiva, adjetiva e 
adverbial. 
A aula 3 teve base na estrutura elementar da oração e a partir dela 
vimos a relação do verbo com o sujeito. Por isso trabalhamos a concordância 
verbal. Além dela, observamos a concordância nominal. 
Esta aula também possui a base da estrutura da oração. Vamos 
trabalhar desta vez a relação de transitividade entre o verbo e seu 
complemento e entre um nome e seu complemento. Ressalto que o tema 
REGÊNCIA não está explícito no edital, porém ele é cobrado com base nos 
itens 5.1 e 5.2: “Relações de coordenação entre orações e entre termos da 
oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.” 
 
Assim, retomemos a estrutura da oração: 
 
 
1. O candidato realizou a prova. 
 VTD + OD 
2. duvidou do gabarito. 
 VTI + OI 
3. enviou recursos à banca examinadora. 
 VTDI + OD + OI 
 
 
4. tem certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
5. viajou. 
 VI 
 
 
 
Quanto à regência, devemos observar a transitividade do verbo e do 
nome, daí entendermos que os objetos direto e indireto complementam o 
sentido do verbo (regência verbal) e o complemento nominal faz o mesmo 
relacionado ao nome (regência nominal). 
sujeito predicado 
Regência verbal 
Regência nominal 
Predicado 
Verbal 
Português para Agente Administrativo PF 
(teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
2
Por enquanto, vamos treinar um pouco mais o emprego dos 
complementos verbais: 
Questão 1: TRE-MS 2013 Técnico Judiciário 
Fragmento de texto: Na democracia indireta ou representativa, o povo não 
exerce seu poder de modo imediato, mas por meio de seus representantes, 
eleitos periodicamente, a quem são delegadas as funções de governo. 
A expressão “a quem” exerce a função de complemento indireto da locução 
verbal “são delegadas” e o trecho “as funções de governo”, a função de 
complemento direto dessa locução. 
Comentário: A expressão “a quem” realmente é o complemento indireto (o 
objeto indireto) da locução verbal da voz passiva “são delegadas”. Porém, o 
termo “as funções do governo” é o sujeito paciente e é ele quem faz a locução 
verbal flexionar-se no plural. Assim, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 2: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Julgue a frase abaixo com referência à correção gramatical. 
 A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à 
cargos eletivos dos condenados em decisão colegiada por crimes contra a 
vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio 
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de 
autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre outros. 
Comentário: Veja a frase corretamente transcrita e as justificativas: 
 A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro da candidatura a 
cargos eletivos aos condenados em decisão colegiada por crimes contra a 
vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio 
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de 
autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre outros. 
 O verbo “impede” é transitivo direto e indireto (impedir alguém de 
alguma coisa). Assim sua transitividade está correta neste excerto. O 
substantivo “registro” rege preposição “de” (registro da candidatura); deve-se 
retirar o acento grave indicativo de crase em “à cargos eletivos”, pois o 
substantivo encontra-se no plural e masculino. O verbo “conceder” é também 
transitivo direto e indireto, seu objeto direto (“registro”) é seguido por dois 
complementos nominais (“da candidatura a cargos eletivos”) e seu objeto 
indireto é “aos condenados”. 
Gabarito: E 
 
Questão 3: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Lembrei-me daquele começo de campanha e do seu 
esforço para conseguir uma notinha. 
No trecho “para conseguir uma notinha”, a expressão “uma notinha” 
complementa o sentido da forma verbal “conseguir”. 
Comentário: O verbo “conseguir” é transitivo direto e “uma notinha” é o 
objeto direto, por isso completa o sentido desse verbo. 
Gabarito: C 
PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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3
Questão 4: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Às vezes, o que ele dizia despertava de repente nos 
adultos um olhar satisfeito e astuto. Satisfeito, por guardarem em segredo o 
fato de acharem-no inteligente e não o mimarem; astuto, por participarem 
mais do que ele próprio daquilo que ele dissera. 
A expressão “um olhar satisfeito e astuto” complementa o sentido da forma 
verbal “despertava”. 
Comentário: A expressão “um olhar satisfeito e astuto” é objeto direto de 
“despertava”; por isso complementa o sentido desse verbo. 
Gabarito: C 
 
Questão 5: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Foram analisados vinte modelos teóricos sobre os 
efeitos do aquecimento global e concluiu-se que, até 2030, a temperatura 
média, na maioria dessas regiões, terá aumentado 1 ºC, enquanto as chuvas 
sazonais, em alguns locais, como no sul da África e no Brasil, poderão 
diminuir. 
A expressão “as chuvas sazonais” complementa o sentido da forma verbal 
“diminuir” 
Comentário: A locução verbal “poderão diminuir” é intransitiva e se flexiona 
de acordo com o seu sujeito “as chuvas sazonais”. Assim, este termo não 
completa a locução verbal. 
Gabarito: E 
 
Questão 6: ANEEL/ 2010 / nível superior 
Fragmento de texto: A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa 
parte, ao voluntarismo. 
A supressão da preposição antes dos vocábulos “antecipação” e 
“voluntarismo”, com a manutenção dos artigos definidos, não acarretaria 
prejuízo sintático ao texto. 
Comentário: No excerto “A palavra ‘projeto’ remete-se à antecipação e, em 
boa parte, ao voluntarismo”, temos uma estrutura oracional da seguinte 
forma: sujeito (A palavra “projeto”), verbo transitivo indireto (remete-se) e 
objeto indireto composto (à antecipação e ao voluntarismo). 
 A questão está incorreta porque não se pode retirar a preposição do 
objeto indireto. Isso acarretaria também a retirada do pronome “-se”, o que 
mudaria o sentido e implicaria incoerência no texto. 
Gabarito: E 
Como vimos que o objeto direto é o complemento do verbo transitivo 
direto e o objeto indireto é o complemento do verbo transitivo indireto, 
veremos agora alguns verbos importantes quanto à necessidade ou não de 
preposição. 
Regência de verbos importantes 
Agradar: transitivo direto, com o sentido de “fazer agrado”, “fazer carinho”. 
Ela agradou o filho. 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ser agradável”. 
O assunto não agradou ao homem. 
PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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4
Ajudar, satisfazer, presidir, preceder: transitivos diretos ou indiretos, com 
a preposição a. 
Satisfiz as exigências. ou Satisfiz às exigências. 
Amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar, detestar, odiar, adorar, 
visitar: transitivos diretos. 
Estimo o colega. Adoromeu filho. 
Aspirar: transitivo direto quando significa “sorver”, “inspirar”, “levar o ar aos 
pulmões”: Aspiramos o ar frio da manhã. 
Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “desejar”, “almejar”: 
Ele aspira ao cargo. 
Assistir: transitivo direto no sentido de “dar assistência”, “amparar”. 
O médico assistiu o paciente. 
Mas também é aceito como transitivo indireto, com a preposição a, neste 
mesmo sentido: O médico assistiu ao paciente. 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ver”, “presenciar”. 
Meu filho assistiu ao jogo. 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “caber”, “competir”. 
Esse direito assiste ao réu. 
Intransitivo, com a preposição em, com o sentido de “morar”. 
Seu tio assistia em um sítio. (o termo grifado é o adjunto adverbial de lugar) 
Neste sentido, admite o advérbio “onde”: Este é o local onde assisto (onde 
moro). 
Avisar, informar, prevenir, certificar, cientificar: são normalmente 
transitivos diretos e indiretos, admitindo duas construções. 
Avisei o gerente do problema. 
Avisei-o do problema. 
Avisei ao gerente o problema. 
Avisei-lhe o problema. 
Avisei o gerente de que havia um problema. 
Avisei ao gerente que havia um problema. 
Cuidado! Veja que tanto o objeto direto quanto o indireto podem ser expressos 
também por pronomes oblíquos átonos ou orações subordinadas substantivas. 
Atender: transitivo direto, podendo ser também transitivo indireto no sentido 
de dar atenção a, receber alguém, seguir, acatar: 
Não costuma atender os meus conselhos. 
O ministro atendeu os funcionários que o aguardavam. 
Não atendeu à observação que lhe fizeram. 
Transitivo indireto no sentido de responder, prestar auxílio a: 
Os bombeiros atenderam a muitos chamados. 
O médico atendeu aos afogados na praia. 
Atribuir: transitivo direto e indireto: 
O professor atribuiu nota máxima aos alunos. 
Caber: transitivo indireto, no sentido de ser compatível, pertencer: 
Cabe a você esperar pelo melhor. 
PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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5
Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a você”. 
Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de 
maneira mais clara a oração, teremos: 
Esperar pelo melhor cabe a você. (Isso cabe a você) 
Pode ser também intransitivo, no sentido de ficar dentro ou ter cabimento: 
O ônibus coube naquela garagem. 
Neste momento, não cabem palavras duras. 
Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar e tempo, 
respectivamente. 
Chegar: intransitivo, no sentido de movimento a um destino, exigindo a 
preposição “a”. Com ideia de movimento de um lugar origem, usa-se a 
preposição “de”. Deve-se evitar a preposição “em”, muito usada na linguagem 
coloquial, mas não é admitida na norma culta. 
Cheguei a Fortaleza. Cheguei de Fortaleza. 
Esse verbo admite o advérbio “aonde” ou a locução “para onde”, não 
admitindo apenas “onde”. 
Obs.: Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar. 
Transitivo indireto, quando transmite valor de limite: 
Seu estudo chegou ao extremo do entendimento. 
Convir: transitivo indireto, no sentido de ser útil, proveitoso: 
Convém a todos lutar pela igualdade. 
Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a todos”. 
Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de 
maneira mais clara a oração, teremos: 
Lutar pela igualdade convém a todos. (Isso convém a todos) 
Pode ser também intransitivo, no sentido de ser conveniente: 
Não convém essa atitude. (“essa atitude” é o sujeito) 
Chamar: transitivo direto com o sentido de “convocar”. 
Chamei-o aqui. 
Transitivo direto ou indireto, indiferentemente, com o sentido de “qualificar”, 
“apelidar”; nesse caso, terá um predicativo do objeto (direto ou indireto), 
introduzido ou não pela preposição de. 
 Chamei-o louco. Chamei-o de louco. 
 Chamei-lhe louco. Chamei-lhe de louco. 
A palavra louco, nos dois primeiros exemplos, é predicativo do objeto direto; 
nos dois últimos, predicativo do objeto indireto. 
Custar: intransitivo, quando indica preço, valor. 
Os óculos custaram oitocentos reais. 
Obs.: adjunto adverbial de preço ou valor: oitocentos reais. 
Transitivo indireto, com a preposição a, significando “ser custoso”, “ser difícil”; 
com esse sentido, normalmente estará seguido de um infinitivo: 
Custou ao aluno entender a explicação do professor. 
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6
Obs: “entender a explicação do professor” é sujeito oracional e “ao aluno” é o 
objeto indireto. (Isso custou ao aluno) 
Esquecer, lembrar, recordar: transitivos diretos, sem os pronomes oblíquos 
átonos (me, te, se, nos, vos): 
Ele esqueceu o livro. Lembrou a situação. Recordou o fato. 
Transitivos indiretos com pronomes oblíquos átonos, exigindo preposição de. 
Ele se esqueceu do livro. Lembrou-se da situação. Recordou-se do fato. 
No sentido figurado, há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo 
"esquecer" não ser uma pessoa, mas uma coisa: 
Esqueceram-me as palavras de elogio. 
Essa mesma regência vale para "lembrar", isto é, há na língua o registro 
de frases como "Não me lembrou esperá-la", em que "lembrar" significa "vir à 
lembrança". O sujeito de "lembrou" é "esperá-la", ou seja, esse fato (o ato de 
esperá-la) não me veio à lembrança. 
Os verbos Lembrar e recordar também podem ser transitivos diretos e 
indiretos: Lembrei ao aluno o dia do teste. 
Implicar: transitivo direto quando significa “pressupor”, “acarretar”. 
Seu estudo implicará aprovação. 
Transitivo direto e indireto, com a preposição em, quando significa “envolver”. 
Implicaram o servidor no processo. 
Transitivo indireto, com a preposição com, quando significa “demonstrar 
antipatia”, “perturbar”. 
Sempre implicava com o vizinho. 
Morar, residir, situar-se, estabelecer-se: pedem adjuntos adverbiais com a 
preposição em, e não a: Morava na Rua Onofre da Silva. 
Cabe aqui observar que o vocábulo “onde” não pode receber preposição com 
este verbo. A estrutura “aonde moro” está errada gramaticalmente, o correto 
é: onde moro. 
Namorar: transitivo direto: Ela namorou aquele artista. 
Obedecer e desobedecer: transitivos indiretos, com a preposição a. 
Obedeço ao comando. Não desobedeçamos à lei. 
Pedir, implorar, suplicar: transitivos diretos e indiretos, com a preposição a 
(mais raramente, para): Pediu ao dirigente uma solução. 
Só admitem a preposição para quando existe a palavra licença (ou 
sinônimos), clara ou oculta. 
 Ele pediu para sair. (ou seja: pediu licença para) 
Perdoar e pagar: transitivos diretos, se o complemento é coisa. 
Perdoei o equívoco. Paguei o apartamento 
Transitivos indiretos, com a preposição a, se o complemento é pessoa. 
Perdoei ao amigo. Paguei ao empregado. 
Pode aparecer os dois complementos, sendo o verbo transitivo direto e 
indireto: O Brasil pagou a dívida ao FMI. 
O FMI perdoará a dívida aos países pobres. 
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7
 Note que, se no último exemplo retirássemos a preposição “a” e 
inseríssemos a preposição de, o verbo passa a ser apenas transitivo direto e o 
termo preposicionado passa a ser o adjunto adnominal que caracteriza o 
núcleo deste termo. Veja: 
O FMI perdoará a dívida dos países pobres. 
 VTD + OD 
Preferir: transitivo direto: Prefiro biscoitos. 
Transitivo direto e indireto, com a preposição a: Prefiro vinho a leite. 
Cuidado, pois o verbo “preferir” não aceita palavras ou expressões de 
intensidade,nem do que ou que. Assim, está errada a construção como 
“Prefiro mais vinho do que leite”. 
Presidir: transitivo direto ou indireto: 
O chefe presidiu a cerimônia. O chefe presidiu à cerimônia. 
Proceder: intransitivo, com o sentido de “agir”: Ele procedeu bem. 
Intransitivo, com o sentido de “justificar-se”: Isso não procede. 
Intransitivo, com o sentido de “vir”, “originar-se”; pede a preposição de. 
A balsa procedia de Belém. 
Neste sentido, admite o advérbio “donde” ou a locução “de onde”: 
Venho de onde ficou minha infância. (=donde) 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “realizar”, “dar 
andamento”: Ele procedeu ao inquérito. 
Querer: transitivo direto, significando “desejar, ter intenção de, ordenar, fazer 
o favor de": Ele quer a verdade. 
Transitivo indireto, significando “gostar, ter afeição a alguém ou a alguma 
coisa". É normal o advérbio “bem” ficar subentendido ou explícito. Assim, é 
exigida a preposição a: A mãe quer muito ao filho. (...quer bem ao filho) 
Referir-se: transitivo indireto, com a preposição a: 
O palestrante referiu-se ao problema. 
Transitivo direto, no sentido narrar, contar: Ele referiu o ocorrido. 
Responder: transitivo direto, em relação à própria resposta dada. 
Responderam que estavam bem. 
Transitivo indireto, em relação à coisa ou pessoa que recebe a resposta. 
Respondi ao telegrama. 
Às vezes, aparece como transitivo direto e indireto: 
Respondemos aos parentes que iríamos. 
Simpatizar e antipatizar: transitivo indireto, regendo preposição com sem 
pronome oblíquo: Simpatizo com Madalena. 
A construção “Simpatizo-me com Madalena” está errada”, pois não pode haver 
pronome oblíquo átono. 
Visar: transitivo direto quando significa “pôr o visto”, “rubricar”: 
Ela visou as folhas. 
Transitivo direto quando significa “mirar”: Visavam um ponto na parede. 
Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “pretender”, 
“almejar”: Visava à felicidade de todos. 
PORTUGUÊS P/ PF-ADM (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
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8
Aqui não é aceito o pronome "lhe" como complemento, empregando-se, 
assim, as formas "a ele" e "a ela". 
Algumas gramáticas aceitam a regência deste verbo na acepção de 
“pretender, almejar” como verbo transitivo direto, quando logo após houver 
um verbo no infinitivo. “O programa visa facilitar o acesso ao ensino gratuito.” 
Observações importantes: 
a) Alguns verbos transitivos indiretos, mesmo pedindo a preposição a, não 
admitem o pronome lhe como objeto. Veja alguns importantes. 
Assistiu ao filme. Assistiu-lhe. (errado) Assistiu a ele. (certo) 
Aspiro à promoção. Aspiro-lhe. (errado) Aspiro a ela. (certo) 
Visava ao concurso. Visava-lhe. (errado) Visava a ele. (certo) 
Aludi ao preconceito. Aludi-lhe. (errado) Aludi a ele. (certo) 
Anuiu ao pedido. Anuiu-lhe. (errado) Anuiu a ele. (certo) 
Procedeu ao inquérito. Procedeu-lhe. (errado) Procedeu a ele. (certo) 
Presidimos à reunião. Presidimos-lhe. (errado) Presidimos a ela. (certo) 
b) Quando o complemento verbal é o mesmo para dois ou mais verbos, estes 
devem possuir a mesma regência verbal. Assim, construções como “Fui e voltei 
de Salvador” transmite erro gramatical. A regência do verbo “Fui” exige a 
preposição “a”, e a do verbo “voltei” exige preposição “de”. Portanto, 
deveremos corrigir para: “Fui a Salvador e voltei de lá” 
 Veja outros casos: 
Gostei e comprei o carro. Gostei do carro e o comprei. 
Conheci e não simpatizei com Carlos. Conheci Carlos e não simpatizei com ele. 
 
 Construção viciosa Construção gramaticalmente correta 
 
 
Questão 7: TRE-MS 2013 Técnico Judiciário 
Fragmento de texto: No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os 
requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal 
do alistamento eleitoral. 
A correção gramatical do texto seria mantida, apesar de haver alteração de 
seu sentido, caso o trecho “do alistamento eleitoral” (linha 3) fosse substituído 
por para o alistamento eleitoral. 
Comentário: A afirmativa está correta, porque realmente a exclusão da 
preposição “de” e inclusão da preposição “para” força a mudança de sentido. 
O primeiro transmite a ideia de caracterização do “requisito formal”. Já com a 
preposição “para” o sentido passa a ser a finalidade do “requisito formal”. 
Compare: 
No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da 
nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento 
eleitoral. 
No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da 
nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal para o 
alistamento eleitoral. 
Gabarito: C 
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9
 
Questão 8: TRE-MS 2013 Técnico Judiciário 
Fragmento de texto: Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles destinam-
se à mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e à aprovação 
do administrado. 
Sem prejuízo para a correção gramatical ou para o sentido original do texto, o 
trecho “submeter o administrador ao controle e à aprovação do administrado” 
poderia ser reescrito da seguinte forma: submeter ao administrador o 
controle e a aprovação do administrado. 
Comentário: A primeira parte da afirmação está correta, pois o verbo 
“submeter” é transitivo direto e indireto, o objeto direto é o termo “o 
administrador” e o termo composto “ao controle e à aprovação do 
administrado” é o objeto indireto. Com a substituição, o verbo continua sendo 
transitivo direto e indireto e os objetos direto e indireto apenas foram 
trocados. Assim, há correção gramatical. 
Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles destinam-se à mesma finalidade: 
submeter o administrador ao controle e à aprovação do administrado. 
 VTDI + objeto direto + objeto indireto composto 
Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles destinam-se à mesma finalidade: 
submeter ao administrador o controle e a aprovação do administrado. 
 VTDI + objeto indireto + objeto direto composto 
 O erro na questão foi apenas afirmar que o sentido não mudaria. Na 
realidade, o sentido muda, pois no primeiro trecho entendemos que o 
administrador é submetido ao controle e à aprovação do administrado. 
 Com a substituição, agora é o controle e a aprovação do administrado 
que são submetidos ao administrador. Percebeu a diferença?! Fácil, não é 
mesmo?! 
Gabarito: E 
 
Questão 9: TRE-MS 2013 Técnico Judiciário 
Fragmento de texto: O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de 
controle de índole eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 
da Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e 
de igual valor para todos —, que garante o direito do cidadão de escolher seus 
representantes e de ser escolhido pelos seus pares. 
Prejudicaria a correção gramatical do texto, assim como sua coerência, a 
substituição do trecho “que garante o direito do cidadão” (linha 4) por que 
garante ao cidadão o direito. 
Comentário: O verbo “garante” é transitivo direto e o termo “o direito do 
cidadão” é o objeto direto. Note que há o núcleo “direito” e o adjunto 
adnominal “do cidadão”. 
 A questão afirmou que a substituição dessa construção por “que garante 
ao cidadão o direito” prejudicaria a correção gramatical do texto e a 
coerência. Vamos verificar? 
 Com a substituição, o verbo “garante” é transitivo direto e indireto, o 
termo “o direito” é o objeto direto e “ao cidadão” é o objeto indireto. Assim, a 
correção gramatical não foi prejudicada e permanece a coerência. Apenas 
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10
houve mudança de sentido e isso não foi mencionado na questão. Finalizando, 
a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 10: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto 
pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer 
do sufrágio simples dever cívico ou moral. 
Na linha 2, o verbo redundar é empregado com o mesmo sentido e a mesma 
regência que o empregado na seguinte frase: Redundaram, no discurso do 
diretor, elogios aos funcionários. 
Comentário: O verbo “redundar”, no texto, é transitivo indireto, regendo a 
preposição “em” e tem como sinônimo acarretar, implicar. Já este mesmo 
verbo, no exemplo da questão, tem regência diferente (verbo transitivo direto 
e indireto, com preposição “a”) e possui como sinônimo difundir, ocorrer. 
Gabarito: E 
 
Questão 11: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento do texto: Oh! ainda agora me não esqueceram os discursos que 
ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
A correção gramatical e as ideias originais serão mantidas, caso se reescreva 
o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” da seguinte forma: não me 
esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. 
Comentário: O verbo “esquecer”, sem pronome átono, é transitivo direto 
(alguém esquece algo). Ao receber esse pronome, passa a transitivo indireto, 
exigindo preposição “de” (alguém se esquece de algo). Esse verbo pode ter 
como sujeito uma coisa e a pessoa passa a ser o complemento (esqueceram-
me os problemas). Assim, observe a reescrita e veja a explicação abaixo: 
Oh! ainda agora me não esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos 
que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
Oh! ainda agora não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que 
li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
 Perceba que houve apenas a mudança da regência do verbo “esquecer”. 
No primeiro (“me não esqueceram os discursos), o sujeito é “os discursos”. No 
segundo, o sujeito é oculto (eu): “não me esqueço dos discursos”. Assim, é 
preservada a correção gramatical. 
Gabarito: C 
 
Questão 12: Anatel / 2006 / nível superior 
Atende à norma gramatical a seguinte síntese do último parágrafo: O cidadão 
prefere mais que o Estado aja por ele do que agir à partir de seu próprio 
pensamento. 
Comentário: O verbo preferir é transitivo direto e indireto e só aceita o 
objeto indireto com a preposição “a”. Não se admite nenhum intensificador 
como “mais”, “mil vezes mais” etc, nem elemento comparativo “que”, “do 
que”. Portanto o ideal seria: 
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O cidadão prefere que o Estado aja por ele a que aja a partir de seu próprio 
pensamento. 
 Perceba as duas ocorrências da conjunção integrante “que”. Elas iniciam 
as orações subordinadas substantivas objetivas direta e indireta. Perceba 
também que não há crase antes de verbo por não haver artigo: a partir. 
Gabarito: E 
 
Questão 13: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (...) 
congrega esforços para promover e realizar seminários de direito notarial e 
registral no estado, visando o aperfeiçoamento técnico de notários e 
registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área. 
As passagens “o aperfeiçoamento técnico” e “a reciclagem” podem ser 
substituídas, respectivamente, no contexto, por à qualificação técnica e ao 
aprimoramento. 
Comentário: O autor do texto utiliza o verbo visar, com sentido de almejar, 
como transitivo direto. A banca CESPE, sabendo que o uso como transitivo 
direto é pouco comum na linguagem cuidada, traz à forma corrente, inserindo 
a preposição “a” em sua nova escrita. Além disso, troca os vocábulos 
“aperfeiçoamento” e “reciclagem” por seus sinônimos contextuais 
“qualificação” e “aprimoramento”. Assim, deve-se ter cuidado quanto ao 
uso da crase. Veja: 
“... visando o aperfeiçoamento (...) e a reciclagem de prepostos...” 
visando à qualificação (...) e ao aprimoramento de prepostos. 
Gabarito: C 
 
Questão 14: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: 
 Considerando as recentes técnicas, os meios e os problemas que 
envolvem os crimes de informática e a ação de perícia criminal sobre 
evidências de delitos dessa natureza, vimos sugerir a adoção de protocolos 
para coleta, manipulação, exame e preparação do laudo pericial, visando à 
integridade da prova e sua aceitação perante a justiça. 
Mantém-se a correção gramatical se a oração “visando à integridade da prova 
e sua aceitação perante a justiça” for reescrita da seguinte maneira: visando 
à integridade da prova e à sua aceitação perante a justiça. 
Comentário: No texto o verbo “visando” possui o objeto indireto composto “à 
integridade da prova e sua aceitação”. Quando há objeto indireto composto, 
pode-se omitir a preposição do segundo núcleo em diante, como no exemplo: 
Gosto de estudo, de trabalho e de lazer. ou 
Gosto de estudo, trabalho e lazer. 
 As duas formas estão corretas, a primeira mantém a preposição repetida 
para preservar o paralelismo, confirmar a clareza de que os núcleos seguintes 
mantêm referência ao verbo. Já a segunda omite a preposição para evitar a 
repetição desnecessária. Por isso as duas formas estão corretas. 
 No texto, o objeto indireto composto tinha apenas uma preposição e a 
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outra estava subentendida. 
“...visando à integridade da prova e sua aceitação...” 
 Com a reescrita, houve apenas a preocupação com a clareza e com o 
paralelismo. O objeto indireto possui agora nos dois núcleos preposição “a”, 
exigida pelo verbo ”visando” e o artigo “a” é admitido pelos substantivos 
femininos singulares “integridade” e “aceitação”. Portanto, a reescrita não é 
obrigatória, mas é possível: 
...visando à integridade da prova e à sua aceitação... 
Gabarito: C 
 
Questão 15: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Em muitos casos, os locais de crime podem apontar a 
presença de computadores e mídias que possam estar relacionados ao crime 
em análise, ou ainda, munidos de uma ordem judicial, os peritos podem 
proceder à busca e apreensão de equipamentos e mídias que possam estar 
ligados a um caso qualquer. 
No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo “proceder” admite dois 
empregos, de acordo com a norma culta: “proceder à busca” e proceder a 
busca, sem alteração de sentido. 
Comentário: No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo proceder não 
admite dois empregos, ele é transitivo indireto e rege a preposição “a”; 
portanto a crase é obrigatória, pois o verbo “proceder” exigiu a preposição “a” 
e o substantivo “busca” admitiu o artigo “a”. 
Gabarito: E 
 
Questão 16: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Portaria n.º 107, de 15/5/1996 
 Dispõe sobre a isenção de tributos incidentes na 
importação de mercadorias destinadas a feiras, 
congressos, exposições ou eventos assemelhados. 
Na ementa da portaria, seriam preservadas a correção gramatical e a 
adequação do texto se, em lugar da preposição “sobre”, a preposição utilizada 
para o complemento da forma verbal “Dispõe” fosse de, e se registrasse aí a 
contração com o artigo: Dispõe da. 
Comentário: O verbo “dispõe”, quando está seguido da preposição “sobre” 
transmite sentido de “tratar”, “discorrer”, “doutrinar” sobre um assunto. 
 Já com a preposição “de”, o sentido muda e não cabe neste contexto, 
pois passa a transmitir sentido de “despender”, “desfazer-se”, “usar 
livremente”, como no seguinte exemplo:“Ele dispôs de todos os bens!”. Esse 
novo sentido certamente traria prejuízo ao texto. 
Gabarito: E 
 
Questão 17: TCE PE – 2004 – Analista 
Fragmento do texto: Os resultados de pesquisas recentes, no entanto, 
indicam que ensinar a pescar pode ser muito pouco para uma grande massa da 
população que já se encontra em situação de extrema privação. 
Preserva-se a correção gramatical, mas altera-se o sentido do texto, se, em 
“se encontra”, for retirado o pronome reflexivo. 
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Comentário: Para resolver esta questão, basta retirar o pronome “se”, ler 
novamente a frase, e perceber que haverá incoerência com a exclusão de tal 
pronome. 
 Sem o pronome, muda-se o sentido para “achar”, “descobrir”, como nos 
exemplos “Encontrei os meus óculos.”, “Encontrei a saída deste labirinto.” 
Gabarito: E 
 
Questão 18: TCE PE – 2004 – Auditor 
Fragmento do texto: O homem, que hoje é possuidor de várias identidades, 
aprende a ser judeu com Proust, católico com Greene, irlandês com Joyce, 
colombiano com García Márquez e, em cada um desses livros, pode fazer a 
aprendizagem da alteridade, identificando-se, sucessiva ou simultaneamente, 
com cada personagem. 
Em “aprende a ser judeu”, a presença de preposição é exigida pela regência da 
forma verbal do infinitivo “ser”. 
Comentário: A preposição “a” ocorre por exigência do verbo “aprende”. 
Gabarito: E 
 
 
Complemento nominal: 
Vimos na aula de sintaxe da oração que determinados substantivos, 
adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos, os quais são 
chamados de complementos nominais e são introduzidos por preposição. 
Note abaixo que o substantivo “leitura” dá nome à ação de “ler”. Como é 
natural o verbo ser transitivo, esse substantivo também fica transitivo. 
Você leu o texto. 
sujeito VTD objeto direto 
 Predicado verbal 
 
Você fez uma boa leitura do texto. 
sujeito VTD objeto direto complemento 
nominal 
 Predicado verbal 
 
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) 
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal) 
A banca CESPE normalmente não pergunta, por exemplo, se “do 
momento” é complemento nominal; ela pergunta se a preposição “de” é 
exigida pelo verbo “tirou” ou pelo substantivo “proveito”. A preposição “de”, 
em contração com o artigo “o”, é exigida pelo substantivo “proveito”, por isso 
a expressão “do momento” completa o sentido desse substantivo. 
 Vimos então que, quando um nome exige complemento, chamamos de 
Regência Nominal, passaremos aos nomes de maior ocorrência. 
Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir 
complementação para seu sentido precedida de preposição. 
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acostumado a, com curioso de 
afável com, para desgostoso com, de 
afeiçoado a, por desprezo a, de, por 
aflito com, por devoção a, por, para, com 
alheio a, de devoto a, de 
ambicioso de dúvida em, sobre, acerca de 
amizade a, por, com empenho de, em, por 
amor a, por falta a, com, para 
ansioso de, para, por imbuído de, em 
apaixonado de, por imune a, de 
apto a, para inclinação a, para, por 
atencioso com, para incompatível com 
aversão a, por junto a, de 
ávido de, por preferível a 
conforme a propenso a, para 
constante de, em próximo a, de 
constituído com, de, por respeito a, com, de, por, para 
contemporâneo a, de situado a, em, entre 
contente com, de, em, por último a, de, em 
cruel com, para único a, em, entre, sobre 
 
Questão 19: TRE-MS 2013 Técnico Judiciário 
Fragmento de texto: O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de 
controle de índole eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 
da Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e 
de igual valor para todos —, que garante o direito do cidadão de escolher seus 
representantes e de ser escolhido pelos seus pares. 
Na linha 2, a expressão “de índole” exerce a função de complemento de 
“controle” e, por isso, o emprego da preposição “de” é exigido pela presença 
desse substantivo na oração. 
Comentário: A questão está errada e tentou induzir o candidato a entender o 
termo “de índole eminentemente política” como complemento nominal do 
substantivo “controle”. Se isso fosse correto, entenderíamos que haveria um 
mecanismo que controla a índole eminentemente política. 
 Porém, essa não é a informação do texto. Na realidade, o termo “de 
índole eminentemente política” é apenas o adjunto adnominal e caracteriza a 
expressão “mecanismo de controle”. Assim, entendemos do texto que o 
sufrágio universal é um mecanismo de controle, o qual possui índole 
eminentemente política. 
Gabarito: E 
 
Questão 20: Assembleia Legislativa-ES – 2011 – Taquígrafo 
Com relação à frase “Notas taquigráficas possibilitam ao cidadão acesso rápido 
ao trabalho do Senado Federal”, a expressão “do Senado Federal” é 
complemento do núcleo nominal “trabalho”. 
Comentário: O verbo “possibilitam” é transitivo direto e indireto (possibilitar 
alguma coisa a alguém), o sujeito é o termo “Notas taquigráficas”, o objeto 
direto é “acesso rápido”, o objeto indireto é “ao cidadão” e o complemento 
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nominal é “ao trabalho do Senado Federal”. 
 Como sabemos que o complemento nominal tem valor paciente em 
relação ao substantivo abstrato, e o adjunto adnominal tem valor agente, o 
termo “do Senado Federal” é adjunto adnominal do núcleo do objeto indireto 
“trabalho”, porque podemos entender que o Senado Federal trabalha 
(agente). 
Notas taquigráficas possibilitam ao cidadão acesso rápido ao trabalho do Senado Federal. 
 núcleo Adj Adn + VTDI + Adj Adn núcleo+ núcleo Adj Adn + Adj Adn núcleo Adj Adn 
 
 sujeito objeto indireto objeto direto complemento nominal 
 Por isso, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 21: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: O agravamento da crise urbana nos países em 
desenvolvimento e as mudanças políticas, sociais e econômicas, que, no 
momento, se processam em escala mundial, requerem novo esforço 
governamental para a organização das cidades e dos seus sistemas de 
transporte. 
A presença da preposição de antes das expressões “cidades” e “seus 
sistemas” indica que esses termos complementam a ideia de “organização”. 
Comentário: Note que o substantivo “organização” rege preposição “de”, a 
qual inicia os dois núcleos do complemento nominal composto (das cidades e 
dos seus sistemas). Como se sabe que o complemento nominal é termo que 
completa o sentido do nome, a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 22: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: O carro, no entanto, não é o único vilão. A solução 
para o problema da mobilidade passa pela criação de alternativas ao uso do 
transporte individual. 
 “Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco 
eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam 
optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que 
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G. 
O emprego da preposição a, em “ao uso” (linha 2) e “ao transporte” (linha 4), 
é obrigatório, visto que esses termos, como complementos do substantivo 
“alternativas” (linhas 2 e 4), devem ser introduzidos por essa preposição. 
Comentário: O substantivo “alternativas” exigiu, neste contexto, a 
preposição “a”, como ocorreu em “alternativas ao uso” e “alternativas ao 
transporte”. Portanto, nesta estrutura,realmente a preposição “a” é 
obrigatória. 
 O que pode ter deixado o candidato com dúvida seria a palavra 
“substantivo”; pois na segunda ocorrência “alternativas” tem valor adjetivo, o 
qual determina o substantivo “opções”. Mas perceba: esse vocábulo é um 
substantivo e, neste caso, estava apenas com valor adjetivo; por isso a 
afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
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Questão 23: INCA / 2010 / Superior 
Fragmento do texto: No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta 
atendimento universal e gratuito a 160 milhões de brasileiros que não têm 
planos de saúde privados. 
No trecho “a 160 milhões de brasileiros”, a preposição “a” é exigida devido à 
regência de “atendimento”. 
Comentário: Perceba que realmente é o substantivo “atendimento” que exige 
o complemento nominal. Os adjetivos “universal” e “gratuito” são apenas 
características deste substantivo e não exigem preposição. 
 Se você errou esta questão foi porque entendeu o verbo “presta” como 
transitivo direto e indireto, sendo ele o vocábulo que exigiu a preposição. 
 O que força esse verbo ser apenas transitivo direto – e não transitivo 
direto e indireto – é o substantivo “atendimento” exigir a preposição “a”. Isso 
ocorre porque esse substantivo é gerado do verbo “atender”. Assim, “atender 
160 milhões de brasileiros” (VTD + objeto direto) vira “atendimento a 160 
milhões de brasileiros” (nome transitivo + complemento nominal). Vamos 
confrontar com um verbo que exija o objeto direto com substantivo concreto, 
isto é, não é gerado de verbo: 
O banco emprestou dinheiro ao empresário. 
 VTDI + OD + OI 
 Neste caso, veja que não é o substantivo concreto “dinheiro” que exige 
a preposição “a”. 
Gabarito: C 
 
Questão 24: TRE GO - 2009 - Analista 
Fragmento do texto: Podemos considerar o processo de crescimento sadio 
uma série interminável de situações de livre escolha com que cada indivíduo 
se defronta a todo o instante, ao longo da vida, quando deve escolher entre os 
prazeres da segurança e do crescimento, dependência e independência, 
regressão e progressão, imaturidade e maturidade. A segurança tem suas 
angústias e seus prazeres; o crescimento tem suas angústias e seus prazeres. 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e a ansiedade da segurança 
são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da segurança. 
Preservam-se a correção gramatical e a coerência entre os argumentos do 
texto ao se substituir “a ansiedade” (linha 7) por da ansiedade. 
Comentário: A questão pede para inserir a preposição “de” antes de “a 
ansiedade”. Veja que “prazeres” e “ansiedade” são dois núcleos distintos 
(sujeito composto) do verbo “são”. Ao inserir a preposição antes do segundo 
núcleo, restaria ao substantivo “prazeres” o papel de único núcleo do sujeito 
determinado simples, mudando o sentido no texto. Compare: 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e a ansiedade da 
segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da 
segurança. 
 
 Progredimos quando os prazeres do crescimento e da ansiedade da 
segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da 
segurança. 
 Veja que a inserção da preposição não incorre em erro gramatical, pois 
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o verbo “são” continuaria gramaticalmente correto, concordando com o 
substantivo plural “prazeres”. 
 Mas o texto impõe os dois núcleos como sujeito. São os prazeres do 
crescimento e a ansiedade da segurança (os dois juntos) maiores do que a 
ansiedade do crescimento e os prazeres da segurança. Assim, é a mudança de 
sentido que levou à incoerência no texto. 
Gabarito: E 
 
Questão 25: PC - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, 
atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra 
Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos 
seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por 
Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo 
menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas 
pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. 
A presença da preposição a em “aos dogmas” (linha 4) decorre da regência da 
forma verbal “seguem” (linha 4), que exige complemento regido por essa 
preposição. 
Comentário: O verbo “seguem” é intransitivo e é seguido do predicativo 
“presos”, o que configura um caso de predicado verbo-nominal. Assim, não é 
o verbo que exige o complemento “aos dogmas”, mas sim o predicativo 
“presos”. Esse é um caso de regência nominal, e não verbal. 
Gabarito: E 
 
Questão 26: TRE - PA / 2007 / nível superior 
Fragmento do texto: A justiça eleitoral mineira mantém o projeto Justiça 
Eleitoral na Escola, voltado para crianças e adolescentes, com o objetivo de 
contribuir para a conscientização acerca da importância do voto e de suas 
consequências no campo da participação democrática e da construção da 
cidadania. 
A passagem “acerca da importância do voto e de suas consequências” 
completa o sentido de “objetivo”. 
Comentário: A banca quis induzir o candidato a pensar que essa passagem 
fosse complemento nominal do substantivo “objetivo”; mas, na realidade, é o 
substantivo “conscientização” que possui tal complemento nominal. 
Gabarito: E 
 
Questão 27: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do 
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de 
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a 
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas 
generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na 
análise da lógica e da história passada do sistema mundial. 
Pela presença das preposições, é correto afirmar que os elementos “da 
lógica”, “da história passada” e “do sistema mundial” têm a mesma função 
sintática no período, pois complementam a palavra “análise”. 
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Comentário: O vocábulo “análise” é um substantivo abstrato, pois foi gerado 
a partir de um verbo. Diz-se nesses casos que é o nome de uma ação. 
Observemos esse trecho com esse vocábulo voltando a ser um verbo: 
 “... em analisar a lógica e a história passada do sistema mundial.” 
O verbo “analisar” é transitivo direto e exige o complemento verbal 
direto composto “a lógica e a história passada do sistema mundial”. Para a 
gramática, todo OBJETO é COMPLEMENTO VERBAL. 
 Assim, ao transformar o verbo “analisar” em substantivo abstrato 
“análise”, como está no texto, o que era complemento verbal composto 
tornou-se complemento nominal composto (“da lógica e da história passada 
do sistema mundial”). Os núcleos desse complemento são “lógica” e “história” 
e possuem as preposições “de”, exigidas pelo nome “análise”. Os artigos “a” 
(que estão em contração com as preposições “de”, resultando em “da”) e as 
expressões “passada” e “do sistema mundial” são adjuntos adnominais de 
seus núcleos respectivos. Portanto, “do sistema mundial” não é complemento 
nominal, por isso a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Orações subordinadas substantivas 
 
 Vimos as orações subordinadas substantivas na aula 2. Agora basta 
recordarmos essas orações com função sintática de objeto direto, objeto 
indireto e complemento nominal, haja vista a regência. 
 A oração subordinada substantiva objetiva direta não recebe preposição, 
pois o verboda oração principal é transitivo direto. Essa oração parte de um 
objeto direto. Veja que a primeira frase possui apenas um verbo, então há um 
período simples. Com a inserção de um verbo no objeto direto, passou-se a 
uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
Peço sua atenção. 
 VTD + OD 
 
Peço que você se atente a mim. 
Or Pcp + oração sub substantiva objetiva direta. 
 
Da mesma forma ocorre com a oração subordinada substantiva objetiva 
indireta. O verbo da oração principal é transitivo indireto, por isso exigiu objeto 
indireto. 
 Lembre-se de sua participação no evento. 
 VTD + OI 
 Lembre-se de que você participará do evento. 
 Or Pcp + oração sub substantiva objetiva indireta. 
 
 Falta apenas relembrarmos a oração subordinada substantiva completiva 
nominal, a qual é exigida por um nome da oração principal. 
 Tenho certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
 Tenho certeza de que você será aprovado. 
 Or Pcp + oração sub substantiva completiva nominal. 
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Agora vamos ver como isso foi cobrado em prova! 
 
Questão 28: MPU 2010 Médio 
Fragmento do texto: A chaga encontra terreno fértil nas sociedades 
subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente 
mais selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de 
produção. 
O emprego de preposição em “a participarem” é exigido pela regência da 
forma verbal “obriga”. 
Comentário: O verbo “obriga” é transitivo direto e indireto, seu objeto direto 
é “crianças e adolescentes” e a oração “a participarem do processo de 
produção” é subordinada substantiva objetiva indireta. Assim, a preposição 
“a” foi exigida pelo verbo “obriga”. 
Gabarito: C 
 
Questão 29: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento do texto: Uma antiga preocupação dos legisladores do passado 
era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. 
Na expressão “era a de assegurar”, a presença da preposição “de” decorre da 
regência de “preocupação”. 
Comentário: O artigo “a” faz entender a omissão do substantivo 
“preocupação”, que se encontra na linha 1, para evitar repetição 
desnecessária. Assim, realmente este substantivo subentendido rege a 
preposição “a”. Veja: ...era a (preocupação) de assegurar o direito... 
Veja que a oração “de assegurar o direito dos povos” é subordinada 
substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo. 
Gabarito: C 
 
Regência com pronomes relativos 
 
Como visto na aula 2, o pronome relativo é uma palavra que inicia as 
orações subordinadas adjetivas e pode estar antecedido de preposição. Isso 
depende do verbo da oração adjetiva e da função sintática do pronome 
relativo. Por isso é importante visualizarmos quais são os pronomes relativos 
mais empregados. 
que: retoma coisa ou pessoa 
o/a qual: retoma coisa ou pessoa 
quem: retoma pessoa 
cujo: relação de posse 
onde: retoma lugar 
quando: retoma tempo 
Os pronomes relativos e suas funções sintáticas. 
Sujeito: 
O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros. 
 oração subordinada adjetiva 
 oração principal 
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20
Sempre se deve partir do verbo para entender a função sintática dos 
termos. Assim, há o verbo de ligação “é”, o predicativo “um ser racional”; logo, 
falta o sujeito, que é o pronome relativo “que”. Onde se lê “que”, entende-se 
“homem”, então se pode ter a seguinte estrutura: 
O homem é um ser social. 
Como se pode substituir “que” por “o qual” e suas variações, 
dependendo da palavra que foi retomada, teremos: 
O homem, o qual é um ser racional, aprende com seus erros. 
Abaixo serão listadas outras funções do pronome relativo e suas 
possibilidades de substituição: 
Objeto direto: 
Esta é a casa que amamos. 
 a qual amamos. 
 OD VTD 
Objeto indireto: 
Esta é a casa de que gostamos. 
 (de + a qual) 
 da qual gostamos. 
 OI VTI 
 
Objeto indireto: 
Esta é a casa a que nos referimos. 
 (a + a qual) 
 à qual nos referimos. 
 OI VTI 
Complemento nominal: 
Esta é a casa a que fizemos referência. 
 (a + a qual) 
 à qual fizemos referência. 
 CN VTD + OD 
Na função de adjunto adverbial, o pronome relativo “que” deve ser 
preposicionado tendo em vista transmitir os seus valores circunstanciais, 
normalmente os de tempo e lugar. Quando transmite valor de lugar, pode 
também ser substituído pelo pronome relativo “onde”. 
A preposição “em” é de rigor quando o verbo intransitivo transmite 
processo estático (Estar em algum lugar, nascer em algum lugar). Porém, se 
transmitir lugar de destino, regerá preposição “a” (vai a algum lugar, vai para 
algum lugar); se transmitir lugar de origem, regerá a preposição “de” (vir de 
algum lugar). Pode ainda, na ideia de desenvolvimento do deslocamento, ser 
regido pela preposição “por” (passar por algum lugar). 
Veja: 
Adjunto adverbial de lugar (estático: com preposição “em”): 
Esta é a casa onde moramos. 
em que moramos. 
 (em + a qual) 
na qual moramos. 
 Adj Adv. lugar VI 
 
 
Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “a”): 
Esta é a casa aonde chegamos. 
 a que chegamos. 
 (a + a qual) 
 à qual chegamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
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Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “para”): 
Esta é a casa para onde vamos. 
 --------------- 
 (para + a qual) 
 para a qual vamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Observação: Não se usa pronome relativo “que” antecedido de preposição com 
duas ou mais sílabas. Deve-se transformá-lo em “o qual” e suas variações. 
Assim, temos “mediante o qual”, “perante o qual”, “segundo o qual”, 
“conforme o qual”, “sobre o qual”, “para o qual” etc. 
 
Adjunto adverbial de lugar (origem: com preposição “de”): 
Esta é a casa de onde viemos. (ou donde) 
 de que viemos 
 (de + a qual) 
 da qual viemos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Observação: Soa mais agradável a construção “da qual”, mas “de que” 
também está correta. 
Adjunto adverbial de lugar (desenvolvimento do trajeto: com preposição “por”): 
Esta é a casa por onde passamos. 
 por que passamos 
 (por + a qual) 
 pela qual passamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Perceba que o pronome relativo “onde” deve ser usado unicamente como 
adjunto adverbial de lugar. Evite construções viciosas como: 
Vivemos uma época onde o consumismo fala mais alto. (errado) 
Neste caso, o pronome relativo está retomando o substantivo “época”, 
com valor de tempo. Assim, é conveniente ser substituído por “quando”, “em 
que” ou “na qual”. 
Vivemos uma época quando o consumismo fala mais alto. 
Vivemos uma época em que o consumismo fala mais alto. 
Vivemos uma época na qual o consumismo fala mais alto. 
 
 O pronome relativo cujo transmite valor de posse e tem característica 
bem peculiar. Entendamos o seu uso culto da seguinte forma: 
 
 
substantivo ___ cujo substantivo 
 
 
substantivo___ cujo substantivo 
 
de 
1. Posiciona-se entre substantivos, 
fazendo subentender a preposição “de” 
(valor de posse). 
 
de 
2. Ao se ler “cujo”, entende-se “de” + 
substantivo anterior. 
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substantivo ___ cujo substantivo 
 
 
 
substantivo ___ cujo substantivo 
 
 
Veja a aplicação disso: 
 
 
 
O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso. 
 
O artista do filme foi premiado. 
 sujeito 
 
 
 
O filme cuja sinopse li não fez sucesso. 
 
Li a sinopse do filme. 
 objeto direto 
 
 
 
O filme de cuja sinopse não gostei não fez sucesso. 
 
Não gostei da sinopse do filme. 
 objeto indireto 
 
 
 
O filme a cuja sinopse fiz alusão não fez sucesso. 
 
Fiz alusão à sinopse do filme. 
 complemento nominal 
 
 
sujeito, OD, OI, CN, adj adv
de 
3. O pronome “cujo” + o substantivo 
posterior formam um termo da oração. Se 
forem objeto indireto, complemento 
nominal ou adjunto adverbial, serão 
preposicionados. 
 
de 
núcleo 
4. O substantivo posterior é o núcleo do 
termo, e o pronome relativo “cujo” é o 
adjunto adnominal, por isso se flexiona de 
acordo com o núcleo. 
sujeito, OD, OI, CN, adj adv
objeto direto 
de 
sujeito 
de 
objeto indireto 
de 
complemento nominal 
de 
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Estive ontem na praça em cujo centro foi montado um grande circo. 
 
Um grande circo foi montado no centro da praça. 
 adjunto adverbial de lugar 
Importante: não se pode inserir artigo ou pronome após o pronome 
relativo “cujo” e suas variações. É vício de linguagem construções do tipo: 
“A casa cujo o teto caiu foi reformada.” (errado) 
“A casa cujo teto caiu foi reformada.” (certo) 
 “A empresa cujos aqueles funcionários reuniram-se ontem deflagrará a 
greve.” (errado) 
“A empresa cujos funcionários reuniram-se ontem deflagrará a greve.” (certo) 
Antes de passarmos para as questões de prova, é importante 
observarmos a diferença entre a regência da oração subordinada substantiva e 
oração subordinada adjetiva. Quando há preposição antecedendo oração 
adjetiva, é um verbo ou um nome posterior que a exige. Quando há preposição 
antes da oração substantiva, é o verbo ou nome anterior que a exige. 
Confirme isso neste exercício e na aula 2: sintaxe do período. Sublinhe a 
oração subordinada e diga se é substantiva ou adjetiva. 
a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. 
b) É importante que você busque seus objetivos. 
c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. 
d) Convém que ele venha. 
e) A mim convém aquilo de que gostas. 
f) Consideraram que o trabalho foi ruim. 
g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. 
h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. 
i) Eles necessitaram da ajuda à qual nos referimos. 
j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. 
k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. 
l) A verdade é que precisamos muito de estudo. 
m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política. 
 
Agora veja as respostas. 
a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
b) É importante que você busque seus objetivos. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
d) Convém que ele venha. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
adjunto adverbial de lugar 
de 
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e) A mim convém aquilo de que gostas. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
f) Consideraram que o trabalho foi ruim. 
 (oração subordinada substantiva objetiva direta) 
g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. 
 (oração subordinada adjetiva – “que” é sujeito) 
h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. 
 (oração subordinada substantiva objetiva indireta) 
i) Eles necessitaram da ajuda à qual nos referimos. 
 (oração subordinada adjetiva – “à qual” é objeto indireto) 
j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. 
 (oração subordinada substantiva completiva nominal) 
k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. 
 (oração subordinada adjetiva – “as quais” é objeto direto) 
l) A verdade é que precisamos muito de estudo. 
 (oração subordinada substantiva predicativa) 
m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
 Agora, vamos à regência nas orações adjetivas. Verifique se as frases 
estão corretas. 
a) As pessoas a quais sempre obedeci são extremamente falsas. 
b) A mala cujo a chave perdi está no guarda-volumes. 
c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. 
d) A empresa cujos os funcionários conversei ontem deflagrarão a greve. 
e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. 
f) Os funcionários da empresa com o qual conversei ontem deflagrarão a 
greve. 
g) Vivemos uma época muito difícil, onde a violência impera. 
h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. 
i) A casa em que cheguei era magnífica. 
j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. 
k) A vendedora que discuti foi muito mal-educada. 
l) Os relatórios do caso que aspiro desapareceu da pasta. 
m) Renato encontrou as irmãs de quem confiamos. 
n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foram vencedores. 
o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. 
p) A causa pela qual luto é nobilíssima. 
q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está em Londrina. 
r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. 
s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. 
t) O bairro aonde moro não proporciona segurança. 
 
Agora, veja as frases já corrigidas. 
a) As pessoas às quais sempre obedeci são extremamente falsas. 
b) A mala cuja chave perdi está no guarda-volumes. 
c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. 
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d) A empresa com cujos funcionários conversei ontem deflagrará a greve. 
e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. 
f) Os funcionários da empresa com os quais conversei ontem deflagrarão a 
greve. 
g) Vivemos uma época muito difícil, em que a violência impera. 
h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. 
i) A casa a que cheguei era magnífica. 
j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. 
k) A vendedora com quem discuti foi muito mal-educada. 
l) Os relatórios do caso a que aspiro desapareceram da pasta. 
m) Renato encontrou as irmãs em quem confiamos. 
n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foi vencedora. 
o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. 
p) A causa pela qual luto é nobilíssima. 
q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está emLondrina. 
r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. 
s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. 
t) O bairro onde moro não proporciona segurança. 
 
 Agora, vamos às questões!!!! 
Questão 30: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, em que o 
acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia; outras vezes, ao contrário, 
as primas de Sapucaia são antes um benefício do que um infortúnio. 
Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia” (l.1-
2), a substituição de “em que” por onde manteria o sentido original e a 
correção gramatical do texto. 
Comentário: A expressão “em que” só pode ser substituída pelo pronome 
relativo “onde” se ocupar a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Mas 
isso não ocorreu neste contexto. O pronome relativo “que” não retoma lugar, 
ele retoma apenas a expressão “ocasiões oportunas e fugitivas”. Assim, na 
oração “em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia”, o termo 
“o acaso” é o sujeito, o verbo “inflige” é transitivo direto e indireto, “nos” é o 
objeto indireto, “duas ou três primas de Sapucaia” é o objeto direto e a 
expressão “em que” é o adjunto adverbial de tempo (inflige nessas ocasiões, 
nesses momentos). 
 Assim, não cabe a substituição por “onde”. 
Gabarito: E 
 
Questão 31: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: Há um combate pela verdade ou, ao menos, em torno 
da verdade — entendendo-se que por verdade não quero dizer “o conjunto das 
coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas”, mas “o conjunto de regras 
segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao que é 
verdadeiro efeitos específicos de poder”; entendendo-se, também, que não se 
trata de um combate em favor da verdade, mas em torno do estatuto da 
verdade e do papel econômico-político que ela desempenha. 
Em ‘o conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso’, 
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a correção gramatical do texto seria mantida se o trecho ‘as quais’ fosse 
substituído por ao que. 
Comentário: A expressão “segundo as quais” é o adjunto adverbial de 
conformidade na oração adjetiva “segundo as quais se distingue o verdadeiro 
do falso”. O vocábulo “segundo” funciona como preposição e não admite ser 
sucedido pela preposição “a”, por isso não cabe a forma “ao que”. 
 Como a preposição “segundo” possui três sílabas, o pronome relativo 
“que” não pode ser empregado. Cabe apenas o pronome relativo “as quais”. 
Gabarito: E 
 
Questão 32: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: O problema político essencial para o intelectual não é 
criticar os conteúdos ideológicos que estariam ligados à ciência nem fazer com 
que sua prática científica seja acompanhada por uma ideologia justa; mas 
saber se é possível constituir uma nova política da verdade. 
A correção gramatical e o sentido do texto serão mantidos caso se substitua 
“que estariam ligados à ciência” por a que estariam ligados a ciência. 
Comentário: O pronome relativo “que” está função de sujeito. Ele retoma o 
termo “os conteúdos ideológicos” e não pode ser preposicionado. O verbo 
“estariam” é de ligação, “ligados” é o predicativo do sujeito e “à ciência” é o 
complemento nominal. 
 Assim, o pronome relativo “que” não pode ser precedido de preposição. 
 Com a alteração pedida na questão, haveria uma mudança de função 
sintática dos termos, em que “a ciência” seria o sujeito e a expressão “a que” 
seria o complemento nominal. Mas veja que assim haveria mudança de 
sentido, além de incorreção gramatical, pois o verbo de ligação e seu 
predicativo deveriam se flexionar no singular para concordar com o seu 
suposto sujeito: a que estaria ligada a ciência. 
Gabarito: E 
 
Questão 33: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Fragmento do texto: Nossa identidade contemporânea nos remete para os 
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo 
grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse 
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que 
por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 
do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. 
Na linha 3, para manter o respeito às regras de regência da norma padrão, não 
se admite a retirada da preposição “em”, pois é ela que rege o complemento 
“grau maior ou menor”. 
Comentário: Devemos compreender muito bem o que é afirmado nesta 
questão. Veja que foi dito que “grau maior ou menor” é o complemento regido 
pela preposição “em”. Isto é, a expressão “em que” é o adjunto adverbial de 
modo na oração “em que conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno”. A 
locução verbal “conseguimos induzir” é transitiva direta, o termo “os sintomas 
desse fenômeno” é o objeto direto e o termo “em que” e o adjunto adverbial 
de modo (Conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno como? Em grau 
maior ou menor). 
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 Assim, o adjunto adverbial “em que” não pode perder a preposição “em”. 
Gabarito: C 
 
Questão 34: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em 
meu pai encheu-me de horror — não podemos ver as pessoas que amamos 
como elas realmente são, impunemente. Pela primeira vez eu vira o pungente 
rosto dele, naquele espelho, o rosto dele que era o meu 
No trecho “A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai 
encheu-me de horror”, o emprego da preposição “com” é facultativo. 
Comentário: A expressão “com que” é um adjunto adverbial de modo. Veja 
que entendemos que eu agora pensava em meu pai como? Com lucidez. 
 Assim, a locução adverbial não pode perder a preposição “com”. 
Gabarito: E 
 
Questão 35: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Fragmento do texto: Nossa identidade contemporânea nos remete para os 
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo 
grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse 
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que 
por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 
do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. 
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “ao 
qual” (l.6) por a que, precedendo-se, ou não, tal termo por vírgula. 
Comentário: O termo “ao qual” é o complemento nominal, pois é exigido pelo 
adjetivo “integrados” (integrados a). Como sabemos que “o qual” tem o 
mesmo valor do “que”, precedido da preposição “a”, a substituição está 
correta: 
 ao qual estamos geográfica e historicamente integrados 
 
 a que estamos geográfica e historicamente integrados 
 Outro tema a ser visto é a pontuação, pois foi afirmado que se pode ou 
não inserir a vírgula e se manteria a coerência textual e a correção gramatical. 
 Vimos, na aula 2, que a oração subordinada adjetiva que se separa por 
vírgula é a explicativa, e a que não é separada por vírgula é a restritiva. Com a 
inserção ou retirada da vírgula, há mudança de sentido, porém nem sempre 
haverá prejuízo para a coerência do texto. 
 Sem vírgula, dentre vários continentes, o texto fez uma especificação ao 
nosso continente americano. 
 Com vírgula, passaríamos a dar ênfase ao continente americano, como 
se todo o texto só falasse dele. Por isso, não há prejuízo à coerência do texto. 
Gabarito: C 
 
Questão 36: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: Trata-se de uma carta cujo enigma perdura e 
perdurará. 
Se a opção fosse a de evitar o uso do pronome “cujo”, as relações entreas 
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ideias do texto permitiriam que, sem prejudicar a coerência ou a correção 
gramatical do texto, assim se iniciasse o parágrafo: Trata-se de uma carta do 
qual o enigma perdura e perdurará. 
Comentário: Questão simples, não é? A banca queria toda a atenção na 
regência, mas o problema foi a concordância. Basta perceber que o substantivo 
“carta” é feminino, então o pronome relativo deveria ser flexionado no 
feminino: “da qual”. 
 Sintaticamente, perceba que o pronome relativo “cujo” tem valor de 
posse. Esse valor de posse foi mantido com a preposição “de”. 
Gabarito: E 
 
Questão 37: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: A Carta de Caminha serve, antes de tudo, para que 
todos aqueles aos quais ela não se destina reflitam tanto sobre palavras e 
gestos que recobrem o encontro de dois bandos que se desconhecem, quanto 
sobre o sentido do acontecimento histórico na época das descobertas e, mais 
ainda, sobre o papel desempenhado pelos vários atores sociais na empreitada 
heróica. 
Na linha 2, a preposição a, em “aos quais”, é exigida pelo uso reflexivo do 
verbo destinar; por isso, mantém-se a coerência ao se substituir o pronome 
relativo pelo pronome quem e, para preservar o respeito às regras 
gramaticais, deve-se manter a preposição, escrevendo a quem. 
Comentário: A questão está correta, pois realmente o uso reflexivo do verbo 
destinar-se exige a preposição “a”. 
 Para que possamos utilizar o pronome relativo “quem”, este deve 
retomar pessoa. Como a expressão a ser retomada pelo pronome relativo é 
“todos aqueles”, o qual se refere a pessoas, esse uso é correto. Assim, basta 
substituir o pronome relativo “os quais” por “quem”. Veja: 
 aos quais ela não se destina... 
 
 a quem ela não se destina... 
Gabarito: C 
 
Questão 38: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: Há um momento em que é preciso distinguir duas 
coisas: de um lado, a adoção de certas formas espetaculares de mise-en-scène 
do poder e da comunidade. 
Para evitar o uso de muitas preposições no mesmo período sintático e deixar o 
texto mais conciso e objetivo, a retirada da preposição do termo “em que” 
preservaria a coerência e a correção gramatical do texto. 
Comentário: A expressão “em que” é o adjunto adverbial de tempo na oração 
subordinada adjetiva “em que é preciso distinguir duas coisas”. O sujeito dessa 
oração é oracional: “distinguir duas coisas”. O verbo “é” é de ligação, e 
“preciso” é o predicativo do sujeito oracional, e o adjunto adverbial de tempo é 
“em que”, o qual retoma “um momento”. (Distinguir duas coisas é preciso 
quando? Em um momento.) 
 Assim, não se pode retirar a preposição desse adjunto adverbial. 
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Gabarito: E 
 
Questão 39: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor 
dos infernos quase o ano inteiro. 
O pronome relativo “onde” se refere ao adjunto adverbial “numa cidade”. 
Comentário: O pronome relativo “onde” só pode ser utilizado quando retoma 
um lugar e funciona como adjunto adverbial de lugar na oração em que se 
encontra. Assim, esse pronome realmente retoma a expressão “numa cidade” 
e se encontra na função de adjunto adverbial de lugar na oração “onde fazia 
um calor dos infernos quase o ano inteiro”. 
 O termo “numa cidade” também é o adjunto adverbial da oração 
principal “Tivera uma peleteria numa cidade”. Assim, a questão está correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 40: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em 
meu pai encheu-me de horror — não podemos ver as pessoas que amamos 
como elas realmente são, impunemente. Pela primeira vez eu vira o pungente 
rosto dele, naquele espelho, o rosto dele que era o meu. Como podia eu estar 
ficando igual a meu pai, aquele, o doente? 
O trecho “não podemos ver as pessoas que amamos como elas realmente são” 
admite, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, 
a seguinte reescrita: não podemos ver as pessoas a que amamos como elas 
realmente são. 
Comentário: O verbo “amamos” é transitivo direto e não exige a preposição 
“a”. Por isso o ideal é o pronome relativo “que”, por ser o objeto direto. 
 Porém, sabemos que há estrutura de ênfase com esse verbo, em 
construções como “amar a Deus”, “amar ao próximo” etc. 
 Para evitar qualquer dúvida a respeito da questão, a banca perguntou se 
manteria o sentido original do texto. Bom, com a inserção da preposição “a”, 
haveria ênfase com o uso do objeto direto preposicionado. Assim, o sentido 
original do texto mudaria, sim. 
Gabarito: E 
 
Questão 41: Auditor - ES / 2008 / nível Superior 
Fragmentos do texto: A sentença determina, entre outras medidas, que as 
penitenciárias somente acolham presos que residam em um raio de 200 km. 
Segundo o juiz, as medidas que tomou são previstas pela Lei de Execução 
Penal e objetivam acabar com a violação dos direitos humanos... 
Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que 
irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob a alegação de que, se os 
estabelecimentos penais não puderem receber mais presos... 
As orações subordinadas “que as penitenciárias somente acolham presos”, 
“que tomou” e “que irá recorrer ao Tribunal de Justiça” desempenham a 
função de complemento do verbo. 
Comentário: Foi afirmado na questão que as orações subordinadas “que as 
penitenciárias somente acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao 
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30
Tribunal de Justiça” desempenham a função de complemento do verbo. 
Portanto, está sendo dito que essas orações devem ser objeto direto, 
pois complemento é objeto e essas orações não estão preposicionadas, 
portanto deverão ser todas orações subordinadas substantivas objetivas 
diretas. O primeiro passo, então, é substituir pela palavra “isso” para 
confirmar se são substantivas: 
 1. “A sentença determina, entre outras medidas, que as 
penitenciárias somente acolham presos” 
A sentença determina isso. Há coesão, então a oração sublinhada é 
subordinada substantiva. Como o verbo “determina” é transitivo direto, a 
oração é objetiva direta. 
2. “as medidas que tomou são previstas” 
Em As medidas isso, não há coesão, por isso não há oração substantiva 
e o segundo passo é substituir “que” por “as quais”: as medidas as quais 
tomou são previstas. Observando-se que há coesão, é oração subordinada 
adjetiva restritiva. Isso faz com que a questão esteja errada. 
 3. “o governo estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de 
Justiça,” 
 O governo anunciou isso. Há coesão, então a oração sublinhada é 
subordinada substantiva. Como o verbo “anunciou” é transitivo direto, a 
oração é objetiva direta. 
Gabarito: E 
 
Questão 42: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
 Podemos considerar o processo de crescimento sadio uma série 
interminável de situações de livre escolha com que cada indivíduo se defronta 
a todo o instante, ao longo da vida, quando deve escolher entre os prazeres 
da segurança e do crescimento, dependência e independência, regressão e 
progressão, imaturidade e maturidade. A segurança tem suas angústias e 
seus prazeres; o crescimento tem suas angústias e seus prazeres. 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e a ansiedade da segurança 
são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da segurança. 
 É claro que essa formulação do crescimento por meio do prazer também 
nos vincula à necessária postulação

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