Buscar

QUEIXA CRIME SUBISIDIÁRIA DA PÚBLICA


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX.
MANOEL, brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na Rua...,  Bairro..., – Cidade...,Estado..., CPF...,  e Registro de Identidade nº ..., SSP/..., CEP ...., por seu advogado infra-assinado, com mandado incluso (doc. 01), vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor
QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
com fundamento no artigo 100, §2º do Código Penal, artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra MÁRCIO, brasileiro, solteiro, ajundante, inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na Rua ..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos
 
No dia... de dezembro de 2017, o Querelado MÁRCIO
abordou, passando-se por um funcionário com credenciais do próprio Banco do Brasil, oferecendo prestar ajuda e serviços bancários, indagando tratar-se de um novo mecanismo eletrônico. Pedindo o cartão de débito do Requerente, que lhe narrou a senha, sacou a pedido do querelante um quantia de R$ 200,00 (duzentos reais), depois simulou estar trocando a senha para que ninguém mais soubesse, apenas o titular da conta. No entanto, na realidade, o dito funcionário Márcio inseriu outra senha, de conhecimento apenas para si, para depois retornar ao caixa eletrônico e sacar valores, chegando a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Importante salientar que Márcio agiu conforme procedimento bancário induzindo a erro o Autor Manoel, como funcionário do Banco Brasil, com toda postura e vestimenta, inclusive crachá, obtendo para si vantagem ilícita configurada.
No dia seguinte, quando retornou ao Banco para realizar novos pagamentos foi surpreendido com sua conta negativa, devido o seguinte saque realizado e não autorizado pelo Requerente. Conforme descrição: 
Dia .../..../17 	Hora:.../Min... Saque Eletrônico nº.....,	Valor: R$ 5.000,00.
Totalizando R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Registra-se ainda que no mesmo mês de dezembro, foi instaurado inquérito policial, concluído e remetido ao MP há mais de 40 dias, sem qualquer providência. 
DO DIREITO
Da leitura do inciso LIX, do artigo 5°, da CF e do artigo 29, do CPP, ver-se que ante a inércia do MP é possível a ação privada. Ou seja, queixa-crime no lugar da denúncia.
Os dispositivos legais invocados pelo Querelante apresentam exceção à regra do artigo 129, inciso I, da CF, que atribui privativamente ao Ministério Público a propositura da ação penal pública.
Destarte, há entendimento jurisprudencial do Egrégio Superior Tribunal Federal:
Do Supremo Tribunal Federal:
[...] O ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública pressupõe a completa inércia do Ministério Público, que se abstém, no prazo legal, (a) de oferecer denúncia, ou (b) de requerer o arquivamento do inquérito policial ou das peças de informação, ou, ainda, (c) de requisitar novas (e indispensáveis) diligências investigatórias à autoridade policial. Precedentes. - O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado que, arquivado o inquérito policial, por decisão judicial, a pedido do Ministério Público, não cabe a ação penal subsidiária. Precedentes. Doutrina. (HC 74276).
[...] INÉRCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO X MANIFESTAÇÃO NO SENTIDO DO ARQUIVAMENTO. IMPOSSIVEL E CONFUNDIR ATO COMISSIVO - A PROMOÇÃO NO SENTIDO DO ARQUIVAMENTO - COM O OMISSIVO, OU SEJA, A AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DA DENUNCIA NO PRAZO LEGAL. APENAS NESTE ÚLTIMO CASO A ORDEM JURÍDICA INDICA A LEGITIMAÇÃO DO PRÓPRIO OFENDIDO [...] (HC 70029).
Demonstrados, o quantum satis, a obtenção de vantagem ilícita, mediante ardil, em detrimento de prejuízo da vítima, é de rigor a condenação do agente pela conduta descrita no art. 171, caput, do Código Penal Brasileiro, da Lei nº 2.848/40. In verbis:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 
 A reparação do dano antes do recebimento da denúncia, como causa obstativa da persecução criminal, é inaplicável ao tipo básico do estelionato, descrito no caput do art. 171, do CPB, incidindo na espécie, apenas, a causa de redução prevista no art. 16, do mesmo diploma, desde que devidamente comprovado o integral ressarcimento à vítima. Inteligência da súmula 554, do STF. Precedentes do STJ e STF.
TJ-RO - Apelação APL 00011112920118220007 RO 0001111-29.2011.822.0007 (TJ-RO) 
Data de publicação: 21/11/2014 
Ementa: Apelação criminal. Estelionato simples. Continuidade delitiva. Provas. Suficiência. Apreensão do cheque. Irrelevância para a modalidade simples do delito. Reparação do dano. Inaplicabilidade da Súmula 554 do STF. Condenação mantida. Pena. Compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea. Possibilidade na espécie. Arrependimento posterior. Ausência de voluntariedade. Inaplicabilidade. 1. Mantém-se a condenação pelo crime de estelionato quando as provas se mostrarem seguras nesse sentido. 2. É irrelevante a não apreensão do cheque como condição da materialidade do crime de estelionato na modalidade simples, a qual somente é indispensável para a forma delitiva prevista no inc. VI do art. 171 do CP. 3. O verbete da Súmula n. 554 do STF incide somente na modalidade do crime de estelionato praticado mediante emissão de cheque sem fundos. Precedentes citados. 4. É indispensável à caracterização da minorante do arrependimento posterior que a reparação do dano seja feita de forma voluntária pelo agente. 5. É possível a compensação entre a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea quando a reincidência não for específica ou em crime da mesma natureza. Precedentes. Recurso parcialmente provido
DAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Nos termos do Art. 171, § 4º, “ações penais para agravar a pena-base”.
Art. 171, § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015).
Vejamos:
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. ESTELIONATO. TIPO FUNDAMENTAL (CAPUT). ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE TIPICIDADE OBJETIVA. INOCORRÊNCIA. REPARAÇÃO DO DANO ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. PRETENSA EXCLUSÃO DA TIPICIDADE. INVIÁVEL. PENA. ANTECEDENTES CRIMINAIS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO TRÂNSITO EM JULGADO. REDIMENSIONAMENTO.
TRF-3 - APELAÇÃO CRIMINAL ACR 00017854020124036116 SP 0001785-40.2012.4.03.6116 (TRF-3) 
Data de publicação: 02/03/2016 
No caso narrado, evidencia-se a autoria delitiva conforme o direito, inclusive corroborada por prova testemunhal em rol anexado.
Ademais, no que tange a materialidade, também é inequívoca, haja vista os atos ilícitos do querelado que foram aqui demonstrados na exordial. Além disso, a ação dolosa por parte do Querelado, sem sequer relevar a idade do querelante, pessoa idônea e cumpridora de todos os seus deveres e obrigações de direito, leva a crer a inútil sensibilidade do Querelado.
Vale frisar que o delito foi praticado dentro de órgão público e contra pessoa idosa, nesse contexto deve ser aplicada a causa de aumento de pena, conforme constante do artigo no art. 171, § 4º, do Código Penal Brasileiro.
Por todo o exposto requer o Querelante o recebimento da presente queixa-crime, citação do querelado, marcando dia e hora para seu interrogatório e a notificação do Ministério Público, postulando desde já pela condenação.
Aproveito a oportunidade para requerer todos os meios de prova admitidos em direito e a intimação das testemunhas abaixo:
Rol de Testemunhas
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX (nome) Idt:XXX End:XXX
XXX 			 (nome) 		 Idt:XXX 		 End:XXX
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Maceió, 05 de Março de 2018.
ADVOGADO
OAB/ UF XXX