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JULGAMENTO DE KATARINA HIMMLER
Nos dia 27 de março de 1944, em plena Segunda Grande Guerra Mundial, Adolph Hitler encontrava-se com problemas de insatisfação interna na Alemanha, considerando as dificuldades nas frentes de batalha e os custos de vida com alimentação aumentando em detrimento da indústria bélica. 
Para manter o controle interno, Hitler edita uma Lei impondo pena de morte para os que se pronunciassem contra o Füher ou o seu regime.
Katarina Himmler, procura o General Günther von Kluge e lhe informa que seu marido Oliver Himmler tem feito críticas ao Füher e seu regime, apresentando-lhe uma gravação sobre tais críticas.
O general determina que uma guarnição policial desloque até a residencia dos Himmler e prendam Oliver. Oliver fica preso por um mes aguardando a pena de morte. Com a Alemanha passando por dificuldades em alguns campos de guerra, Fürer determina a substituiçao da pena de morte pela pena de frente de batalha.
Oliver é enviado para a frente de batalha na Russia, onde é mantido como prisioneiro de guerra e sobrevive. Com o fim da guerra e a “caça aos nazistas, Oliver denuncia Katarina ao Tribunal de Nuremberg como violadora de direitos humanos (vida de seu marido), em defesa do regime nazista, a qual é procesada pelo Tribunal.
Seria justa a condenação de Katarina pelo Tribunal de Nuremberg?
a) Realize a acusação de Katarina.
b) Realize a defesa de Katarina.
c) Julgue Katarina.
Acusação:
A acusação denuncia Katarina Himmler pelo crime de traição à vida do próprio esposo, por tê-lo entregue ao regime nazista para que perecesse, deixando-o à própria sorte, eis que o delatou por mera lealdade a um governo vil e inescrupuloso, estando ciente de que a vida do esposo correria graves riscos com tal atitude, o qual sobreviveu devido ao acaso do destino.
 Por tal motivo a acusação pede a condenação da ré por violar os diretos humanos conferidos a Oliver Himmler.
Defesa:
Tem-se contra a ré Katarina Himmler a acusação do crime de traição por ter delatado a postura crítica do marido ao regime nazista.
 Ora, não se pode deixar de destacar que na ocasião da delação feita pela acusada, o então governo acabara de editar uma lei em que se punia com a própria vida qualquer atitude que se opusesse ao regime. Nesse viés, resta claro que Katarina agiu amparada pela excludente de ilicitude do exercício regular de um direito, e, subsidiariamente, pela excludente de culpabilidade de inexigibilidade de conduta diversa, haja vista que, se porventura alguém mais tivesse ciência das críticas perpetradas por Oliver, muito provavelmente a ré seria vista como coautora, podendo ser-lhe aplicada a pena capital por tal razão.
 Sendo assim, devem ser reconhecidas as aludidas excludentes no presente caso, observando-se que a denunciada não devia agir de forma diversa, já que cumpria estritamente a lei. 
Pelos motivos expostos, a defesa pede pela absolvição. 
Decisão:
A acusação requereu a condenação da ré por ter violado os direitos humanos do próprio esposo, entregando-o ao regime nazista.
 Por sua vez, a defesa alegou ter a acusada agido amparada pela excludente de ilicitude do exercício regular de um direito e, subsidiariamente, pela excludente de culpabilidade de inexigibilidade de conduta diversa, tendo em vista que sua atitude se pautou exclusivamente em cumprir o que a lei outrora determinara.
É o relato, decido.
Não se pode descartar os elementos trazidos pela defesa, vale dizer, que na ocasião dos fatos o então governo editara uma lei em que se puniria com a pena capital qualquer indivíduo que se opusesse ao regime instaurado. Entretanto, também não se pode ignorar que a lei não deve se basear apenas no aspecto formal, naquilo que o tipo penal descreve, mas, primordialmente, em seu sentido material, ou seja, nos fatos, na realidade e na proteção efetiva dos bens jurídicos tutelados. 
Assim, quando uma pessoa alega que “apenas cumpriu a lei”, deixa-se de lado características humanas como a lealdade, a empatia e a compaixão. Por conta de argumentos desse prisma – pautados na legalidade formal –- muitos nazistas que se sentaram nos bancos deste Tribunal de Nuremberg tentaram justificar as mais terríveis atrocidades. 
Portanto, pelos motivos acima expostos, decido pela condenação de Katarina Himmler pelo crime de traição, ao violar os direitos humanos do próprio esposo em nome de uma duvidosa legalidade em detrimento àquilo que nos faz mais humanos: o amor.

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