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Aula 16 Ma´ximos e Mı´nimos Locais Seja f(x, y) uma func¸a˜o de 2 varia´veis diferencia´vel em R2 (ou num domı´nio aberto). Para estudar a func¸a˜o f(x, y), comec¸amos por identificar os pontos de Ma´ximo local e Mı´nimo local. Dizemos que um ponto (x0, y0) do domı´nio de f(x, y) e´ um ponto de Mı´nimo local se os valores f(x, y) sa˜o maiores ou iguais que f(x0, y0), para todo (x, y) num disco em torno de (x0, y0). Neste caso dizemos que o valor f(x0, y0) e´ um Mı´nimo local. Do mesmo modo definimos Ma´ximo local trocando ‘maiores ou iguais’ por ‘menores ou iguais’. Intuitivamente, f(x0, y0) e´ um Mı´nimo local se, em torno de (x0, y0), o gra´fico de f(x, y) esta´ acima de (x0, y0, f(x0, y0)). Como ilustrac¸a˜o, na figura abaixo temos o gra´fico de uma func¸a˜o f(x, y) definida em R2 (pare- cendo o morro do Pa˜o de Ac¸u´car invertido ). Neste caso existem 2 Mı´nimos locais e na˜o existem Ma´ximos locais. Figura 1: 3 pontos cr´ıticos: 2 pontos de mı´nimo locais e 1 ponto de sela Em geral, na˜o dispomos do gra´fico da func¸a˜o. A identificac¸a˜o dos pontos de Ma´ximo e Mı´nimo locais serve exatamente para termos uma ideia de como e´ o gra´fico da func¸a˜o em torno desses pontos (tipo um parabolo´ide voltado para baixo ou voltado para cima). Acontece que identificar estes pontos atrave´s da sua definic¸a˜o na˜o e´ pra´tico ja´ que envolve calcular todos os valores de f(x, y) num disco em torno de um ponto (x0, y0). Note que, no exemplo da figura, estes pontos ocorrem em Pontos Cr´ıticos, ou seja, onde o plano tangente e´ horizontal, identificados com um pontinho vermelho. Isto e´ verdade em geral: Teorema 1 Seja f(x, y) uma func¸a˜o diferencia´vel em R2 (ou num domı´nio aberto). Os pontos de ma´ximo e mı´nimo locais so´ podem ocorrer nos pontos cr´ıticos da func¸a˜o. Na˜o demonstraremos este teorema, mas a ideia e´ bastante intuitiva: Se (x0, y0) na˜o e´ um ponto cr´ıtico de f(x, y), isso significa que o plano tangente em (x0, y0, f(x0, y0)) na˜o e´ horizontal, isto e´, tem uma inclinac¸a˜o. Logo se nos deslocarmos dentro do gra´fico de f(x, y), por pouco que seja, relativamente a este ponto numa determinada direc¸a˜o, subimos, e portanto (x0, y0) na˜o e´ um ponto de Ma´ximo local. De igual modo, se nos deslocarmos dentro do gra´fico de f(x, y), por pouco que seja, relativamente a este ponto nessa mesma direc¸a˜o mas com sentido inverso, descemos, e portanto (x0, y0) tambe´m na˜o e´ um ponto de Mı´nimo local. Isso mostra a afirmac¸a˜o do teorema. 1 Portanto, para achar os pontos de Ma´ximo e Mı´nimo locais deveremos achar os Pontos Cr´ıticos, isto e´, resolver ∇f(x, y) = ~0. Exemplo 1: Determine os pontos cr´ıticos da func¸a˜o f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1 Queremos achar os pontos (x, y) que anulam simultaneamente as derivadas parciais: ∇f(x, y) = ~0 ⇔ ∂f ∂x = 0 ∂f ∂x = 0 ⇔ 4x3 − 4y = 0 4y3 − 4x = 0 ⇔ x3 − y = 0 y3 − x = 0 ⇔ y = x3 x9 − x = 0 Comec¸amos por resolver a segunda equac¸a˜o: x9 − x = 0 ⇔ x(x8 − 1) = 0 ⇔ x = 0 ou x8 = 1 ⇔ x = 0 ou x = ±1 Ha´ treˆs casos para x: x = 0, x = +1 e x = −1. Para cada um destes casos precisamos determinar os seus correspondentes y’s, usando a primeira equac¸a˜o: . x = 0 : y = x3 ⇔ y = 0 . x = +1 : y = x3 ⇔ y = +1 . x = −1 : y = x3 ⇔ y = −1 Assim temos exatamente 3 pontos cr´ıticos: (0, 0), (1, 1) e (−1,−1). A nossa segunda tarefa e´ Classificar os Pontos Cr´ıticos: estes podem ser pontos de Mı´nimo Local, pontos de Ma´ximo Local, ou nem um nem outro, caso em chamaremos de Pontos de Sela. Pontos Cr´ıticos Ma´ximos Locais Mı´nimos Locais Pontos de Sela No exemplo da Figura 1 temos 3 Pontos Cr´ıticos sendo 2 pontos de Mı´nimo Local e 1 ponto de Sela. Note que, neste caso, o gra´fico em torno do ponto de sela se assemelha a um parabolo´ide hiperbo´lico, sendo que no ponto em questa˜o o plano tangente e´ horizontal e, partindo deste ponto, se andarmos um pouco dentro do gra´fico numa certa direc¸a˜o, subimos, e, partindo do mesmo ponto, se andarmos um pouco dentro do gra´fico numa outra direc¸a˜o, descemos. Em geral, como classificar os Pontos Cr´ıticos? Trata-se de um problema de concavidades: se num determinado ponto cr´ıtico, as concavidades em qualquer direc¸a˜o estiverem voltadas para cima, trata-se de um mı´nimo local; se num determinado ponto cr´ıtico as concavidades em qualquer direc¸a˜o estiverem voltadas para baixo, trata-se de um ma´ximo local; se num determinado ponto cr´ıtico houver uma concavidade voltada para cima numa direc¸a˜o e houver uma concavidade voltada para 2 baixo numa outra direc¸a˜o, trata-se de um ponto de sela. Ora, tal como em Ca´lculo 1, vamos usar as derivadas parciais de 2a ordem (caso existam) para determinar o sentido das concavidades, num determinado ponto cr´ıtco. O problema agora e´ um pouco mais complicado porque temos infinitas direc¸o˜es ao inve´s de uma. Comecemos por relembrar como classificamos os pontos cr´ıticos em Ca´lculo 1, usando a segunda derivada (Teste da 2a derivada): . Se f ′(x0) = 0 e f ′′(x0) > 0 , enta˜o f(x0) e´ mı´nimo local (concavidade voltada para cima) . Se f ′(x0) = 0 e f ′′(x0) < 0 , enta˜o f(x0) e´ ma´ximo local (concavidade voltada para baixo). . Se f ′(x0) = 0 e f ′′(x0) = 0 , enta˜o nada se conclui sobre f(x0) usando apenas a 2a derivada. Para esclarecer este u´ltimo ponto, considere as func¸o˜es f(x) = −x4, g(x) = x4 e h(x) = x3. Ambas satisfazem, f ′(0) = g′(0) = h′(0) = 0 e f ′′(0) = g′′(0) = h′′(0) = 0. No entanto, f(0) e´ ma´ximo local, g(0) e´ mı´nimo local e h(0) e´ uma sela. Agora em Ca´lculo 2, tambe´m usaremos as derivadas parciais de segunda ordem. Seja (x0, y0) um ponto cr´ıtico de f(x, y) e suponha que as derivadas parciais de 2a ordem existem e sa˜o cont´ınuas no ponto (x0, y0). Enta˜o, pelo Teorema de Clairaut temos apenas 3 derivadas parciais de 2 a ordem no ponto (x0, y0): ∂2f ∂x2 (x0, y0), ∂2f ∂y2 (x0, y0) e ∂2f ∂x∂y (x0, y0). Estas duas primeiras derivadas parciais de 2a (se na˜o-nulas) medem o sentido da concavidade no ponto (x0, y0) nas direc¸o˜es dos eixos de x e y, respectivamente. Em geral, elas na˜o sa˜o suficientes para determinar o sentido da concavidade nas outras direc¸o˜es e, nesse caso, a derivada parcial de 2a ordem cruzada desempenhara´ um papel importante. Vamos agrupar as derivadas parciais de 2a ordem numa matriz sime´trica (chamada matriz Hessiana): ∂2f ∂x2 (x0, y0) ∂2f ∂x∂y (x0, y0) ∂2f ∂x∂y (x0, y0) ∂2f ∂y2 (x0, y0) O seu determinante (chamado Hessiano) desempenhara´ um papel crucial na classificac¸a˜o do ponto cr´ıtico (x0, y0): D(x0, y0) = ∣∣∣∣∣∣∣ ∂2f ∂x2 (x0, y0) ∂2f ∂x∂y (x0, y0) ∂2f ∂x∂y (x0, y0) ∂2f ∂y2 (x0, y0) ∣∣∣∣∣∣∣ 3 Antes de enunciarmos o Teste da 2a Derivada para func¸o˜es de 2 varia´veis na sua generalidade, vamos considerar um caso particular para ilustrar o papel desempenhado pelas va´rias derivadas parciais de 2a ordem. Suponhamos que a derivada parcial de 2a ordem cruzada se anula no ponto (x0, y0), ∂2f ∂x∂y (x0, y0) = 0, (e que as outras derivadas parciais de 2a ordem neste ponto sa˜o na˜o-nulas.) Neste caso, as direc¸o˜es dos eixos x e y, sa˜o as 2 direc¸o˜es principais e elas determinara˜o completamente a natureza do ponto cr´ıtico (x0, y0), como explicaremos a seguir. Note que, neste caso a matriz Hessiana e´ diagonal e os seus autovalores sa˜o as derivadas parciais ∂ 2f ∂x2 (x0, y0) e ∂2f ∂y2 (x0, y0) (sendo os autoespac¸os corres- pondentes o eixo do x e o eixo do y, respectivamente). O que podemos concluir se D(x0, y0) < 0 ? Ora, neste caso, D(x0, y0) = ∂2f ∂x2 (x0, y0) · ∂ 2f ∂y2 (x0, y0), portanto se D(x0, y0) < 0, significa que uma destas derivadas parciais de 2 a ordem e´ positiva e a outra e´negativa, ou seja, a concavidade na direc¸a˜o do x esta´ voltada para cima e a concavidade na direc¸a˜o do y esta´ voltada para baixo, ou a concavidade na direc¸a˜o do x esta´ voltada para baixo e a concavidade na direc¸a˜o do y esta´ voltada para cima. Logo (x0, y0) e´ um ponto de sela. Exemplo 2: Considere a func¸a˜o f(x, y) = x2 − y2. (Neste caso, sabemos desenhar o gra´fico de f(x, y)! Trata-se de um parabolo´ide hiperbo´lico.) Temos ∂f ∂x = 2x , ∂f ∂y = −2y, logo o u´nico ponto cr´ıtico e´ (x0, y0) = (0, 0). Como ∂2f ∂x2 (0, 0) = 2 , ∂2f ∂y2 (0, 0) = −2 , ∂ 2f ∂x∂y (0, 0) = 0, D(0, 0) = ∣∣∣∣∣∣ 2 0 0 −2 ∣∣∣∣∣∣ = −4 < 0. Logo, o ponto cr´ıtico (0, 0) e´ ponto de sela, como pode ser visto na Figura 2 . 4 Figura 2: Diferentes perfis do gra´fico z = x2 − y2, perceba que ha´ duas direc¸o˜es principais (os eixos x e y), uma em que o recorte da func¸a˜o tem derivada segunda positiva (‘cara feliz’) enquanto a outra direc¸a˜o tem derivada segunda negativa (‘cara triste’). Continuemos considerando o caso particular em que ∂2f ∂x∂y (x0, y0) = 0. O que podemos concluir se D(x0, y0) > 0 ? Ora, neste caso, D(x0, y0) = ∂2f ∂x2 (x0, y0) · ∂ 2f ∂y2 (x0, y0), portanto se D(x0, y0) > 0, isto significa que as duas derivadas parciais de 2 a ordem acima teˆm o mesmo sinal, ou seja, as concavidades nas direc¸o˜es dos eixos x e y ou esta˜o ambas voltadas para cima ou esta˜o ambas voltadas para baixo. Como, neste caso, as direc¸o˜es dos eixos x e y sa˜o as 2 direc¸o˜es principais (autoespac¸os da matriz Hessiana) isto implica que o mesmo se passa em todas as outras direc¸o˜es. Ou seja, ou as concavidades esta˜o voltadas para cima em todas as direc¸o˜es, ou as concavidades esta˜o voltadas para baixo em todas as direc¸o˜es. No primeiro caso trata-se de um ponto de mı´nimo local e so segundo caso trata-se de um ma´ximo local. Como saber em que caso estamos? Esta e´ a parte mais fa´cil! Como todas as concavidades em qualquer direc¸a˜o teˆm o mesmo sentido, basta analisar o que se passa numa direc¸a˜o espec´ıfica. Ora, por exemplo, o sinal de ∂ 2f ∂x2 (x0, y0) da´ o sentido da concavidade na direc¸a˜o do eixo x. Logo, se ∂2f ∂x2 (x0, y0) > 0 enta˜o a concavidade na direc¸a˜o do eixo x esta´ voltada para cima e portanto todas as concavidades esta˜o voltadas para cima, em qualquer direc¸a˜o (porque, por hipo´tese, D(x0, y0) > 0), e portanto (x0, y0) e´ um ponto de mı´nimo local. Ja´ se ∂2f ∂x2 (x0, y0) < 0 enta˜o a concavidade na direc¸a˜o do eixo x esta´ voltada para baixo e portanto todas as concavidades esta˜o voltadas para baixo, em qual- quer direc¸a˜o (porque, por hipo´tese, D(x0, y0) > 0), e portanto (x0, y0) e´ um ponto de ma´ximo local. Exemplo 2: Considere a func¸a˜o f(x, y) = x2 + y2. (Neste caso, sabemos desenhar o gra´fico de f(x, y)!) Temos ∂f ∂x = 2x , ∂f ∂y = 2y, 5 logo o u´nico ponto cr´ıtico e´ (x0, y0) = (0, 0). Como ∂2f ∂x2 (0, 0) = 2 , ∂2f ∂y2 (0, 0) = 2 , ∂2f ∂x∂y (0, 0) = 0, D(0, 0) = ∣∣∣∣∣∣ 2 0 0 2 ∣∣∣∣∣∣ = 4 > 0. Como ∂ 2f ∂x2 (0, 0) = 2 > 0, o ponto cr´ıtico (0, 0) e´ ponto de mı´nimo local (como ja´ sab´ıamos neste caso, por sabermos tratar-se de um parabolo´ide el´ıtico ‘voltado para cima’) O que significa quando ∂ 2f ∂x∂y (x0, y0) 6= 0 ? Por exemplo, se rodarmos o parabolo´ide hiperbo´lico do Exemplo 2 um aˆngulo 0 < θ < 90◦ em torno do eixo do z, o ponto (0, 0) continuara´ sendo um ponto cr´ıtico e a sua natureza se mantera´, um ponto de sela. No entanto, as 2 direc¸o˜es principais deixara˜o de ser os eixos do x e y, sera˜o estes eixos rotacionados de um aˆngulo θ ! A matriz Hessiana deixara´ de ser diagonal e estas 2 direc¸o˜es principais sera˜o os seus autoespacos, sendo os autovalores correspondentes uma medida das concavidades nestas direc¸o˜es: se um autovalor e´ positivo enta˜o a concavidade esta´ voltada para cima na direc¸a˜o correspondente a esse autoespac¸o; se um autovalor e´ negativo enta˜o a concavidade esta´ voltada para baixo na direc¸a˜o correspondente a esse autoespac¸o. (Lembre de A´lgebra Linear que uma matriz sime´trica com entradas reais tem autovalores reais e e´ diagonaliza´vel.) Analiticamente, essa rotac¸a˜o muda a representac¸a˜o da func¸a˜o f(x, y) nas coordenadas cartesianas: aparecem termos cruzados envolvendo x · y e, por isso, a derivada parcial de 2a ordem cruzada deixa de se anular. No entanto, o racioc´ınio que fize´mos anteriormente continua valendo: o determinante D(x0, y0) continua sendo o produto dos autovalores, que correspondem a`s concavidades nas direc¸o˜es dos au- toespac¸os, as 2 direc¸o˜es principais. Exemplo 3: Considere a func¸a˜o f(x, y) = (x+y)2−y2. Ou seja, f(x, y) = x2+2xy. Calculemos as derivadas parciais de ordem 1 e 2: ∂f ∂x = 2x+ 2y , ∂f ∂y = 2x. ∂2f ∂x2 = 2 , ∂2f ∂y2 = 0 , ∂2f ∂x∂y = 2. Portanto, os pontos cr´ıticos ocorrem quando o gradiente se anula: ~∇f(x, y) = (2x,−2y) = (0, 0) ⇐⇒ (x, y) = (0, 0) Ja´ o determinante da matriz hessiana neste ponto cr´ıtico e´: D(0, 0) = ∣∣∣∣∣∣ 2 2 2 0 ∣∣∣∣∣∣ = −4 < 0. 6 Logo, o ponto (x, y) = (0, 0) e´ ponto de sela, como pode ser visto na Figura 3 Figura 3: Diferentes perfis da func¸a˜o z = x2 + 2xy, perceba que uma das duas direc¸o˜es principais mudou. Com o que foi dito ate´ agora, devera´ ficar claro o seguinte: Teorema 2 (Teste da segunda derivada) Seja f(x, y) uma func¸a˜o diferencia´vel em R2 (ou num domı´nio aberto). Seja (x0, y0) um ponto cr´ıtico de f(x, y) e suponha que f(x, y) tem derivadas par- ciais de segunda ordem cont´ınuas em (x0, y0). Enta˜o, podem acontecer treˆs casos: . D(x0, y0) > 0 ∂2f ∂x2 (x0, y0) > 0 =⇒ f(x0, y0) e´ mı´nimo local. ∂2f ∂x2 (x0, y0) < 0 =⇒ f(x0, y0) e´ ma´ximo local. . D(x0, y0) < 0 =⇒ (x0, y0) e´ ponto de sela. . D(x0, y0) = 0 Nesse caso, nada se conclui neste teste. Exemplo 4: Classifique os pontos cr´ıticos da func¸a˜o f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1. Ja´ t´ınhamos visto, no Exemplo 1, que temos exatamente 3 pontos cr´ıticos: (0, 0), (1, 1) e (−1,−1). 7 Relembre que ∂f ∂x = 4x3 − 4y e ∂f ∂y = 4y3 − 4x. Agora, calculemos as derivadas parciais de segunda ordem: ∂2f ∂x2 = 12x2, ∂2f ∂y2 = 12y2 e ∂2f ∂x∂y = −4. Logo D(x, y) = ∣∣∣∣∣∣∣ 12x2 − 4 − 4 12y2 ∣∣∣∣∣∣∣ Calculando em cada ponto cr´ıtico e usando o Teste da 2a Derivada obtemos: D(0, 0) = ∣∣∣∣∣∣∣ 0 − 4 − 4 0 ∣∣∣∣∣∣∣ = −16 < 0 =⇒ (0, 0) e´ ponto de sela. D(1, 1) = ∣∣∣∣∣∣∣ 12 − 4 − 4 12 ∣∣∣∣∣∣∣ = 122−16 > 0 e ∂2f ∂x2 (1, 1) = 12 > 0 =⇒ (1, 1) e´ ponto de mı´nimo local. D(−1,−1) = ∣∣∣∣∣∣∣ 12 − 4 − 4 12 ∣∣∣∣∣∣∣ = 122−16 > 0 e ∂2f ∂x2 (1, 1) = 12 > 0 =⇒ (−1,−1) e´ ponto de mı´nimo local. Obs.: O gra´fico de f(x, y) e´ semelhante ao gra´fico da Figura 1, com a diferenc¸a de que os mı´nimos locais esta˜o na mesma altura. Exemplo 5: Encontre e classifique os pontos cr´ıticos de f(x, y) = x4 − y4. E´ fa´cil ver que (0, 0) e´ o u´nico ponto cr´ıtico. Neste caso, o Teste da 2a Derivada na˜o se aplica pois D(0, 0) = 0 (verifique!). Enta˜o teremos de classificar o ponto cr´ıtico de outra maneira, comparando os valores de f(x, y) com f(0, 0) = 0 para (x, y) pro´ximo de (0, 0). Ao longo do eixo do x (exceto a origem) temos f(x, 0) = x4 > 0 = f(0, 0). Por outro lado, ao longo do eixo do y (exceto a origem) temos f(0, y) = −y4 < 0 = f(0, 0). Portanto, arbitrariamente pro´ximo da origem existem valores positivos e valores negativos, logo (0, 0) e´ um ponto de sela. O gra´fico de f(x, y) e´ parecido com o parabolo´ide hiperbo´lico, sendo mais plano perto da origem. Exemplo 6: Seja f(x, y) = ax2 − xy + y2 onde a ∈ R− {14}. Verifique que (0, 0) e´ ponto cr´ıtico de f(x, y). Determine os valores de a de modoa que (0, 0) seja um mı´nimo local. ∇f(x, y) = ~0 ⇔ { ∂f ∂x = 0 ∂f ∂y = 0 ⇔ { 2ax− y = 0 −x+ 2y = 0 ⇔ (x, y) = (0, 0). Logo (0, 0) e´ o u´nico ponto cr´ıtico. Vamos agora usar o Teste da 2a Derivada para classificar o ponto cr´ıtico. ∂2f ∂x2 = 2a, ∂2f ∂y2 = 2, ∂2f ∂x∂y = −1. 8 Logo D(0, 0) = ∣∣∣∣ 2a −1−1 2 ∣∣∣∣ = 4a− 1. Para (0, 0) na˜o ser ponto de sela, deveremos ter 4a − 1 > 0 ⇔ a > 14 . Neste caso, como ∂2f ∂y2 (0, 0) = 2 > 0, temos que automaticamente (0, 0) e´ ponto de mı´nimo local. (Alternativamente, poder´ıamos ter verificado que, para a > 14 , ∂2f ∂x2 (0, 0) = 2a > 0.) Exerc´ıcio 1: Considere a func¸a˜o do Exemplo 6 com a = 14 . Verifique que (0, 0) e´ ponto cr´ıtico e classifique-o. Exerc´ıcio 2: Seja f(x, y) uma func¸a˜o de classe C2 em R2 (derivadas parciais de 2a ordem cont´ınuas) e seja (x0, y0) um ponto cr´ıtico. Sendo (a, b) um vetor na˜o-nulo, defina a func¸a˜o de 1 varia´vel h(t) = f(x0 + at, y0 + bt). (a) Mostre que h′(0) = 0 e h′′(0) = a2 ∂2f ∂x2 (x0, y0) + 2ab ∂2f ∂x∂y (x0, y0) + b 2∂ 2f ∂y2 (x0, y0). (b) Escreva a identidade acima na forma matricial, usando a matriz Hessiana de f(x, y) no ponto (x0, y0), e deˆ uma interpretac¸a˜o geome´trica. 9
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