Buscar

Artigo Redes de Negócios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Redes de Negócios Orientadas por Estratégia Definida por Governança 
Supraempresas: proposta e confirmação de um Modelo Teórico 
 
1) Ivan de Souza Dutra - Universidade Estadual de Londrina, Programa de Pós-Graduação 
em Administração - PPGA/UEL, Brazil. Rua Fernando Lisboa Júnior, 44, Guarapuava, 
Paraná, Brazil. CEP 85015-060. E-mail: ivandutra@uel.br 
2) Sílvio Aparecido dos Santos- Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação 
em Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - 
PPGA/FEA/USP, Brazil. Rua Professor Luciano Gualberto, 908, Sala E-189, Cidade 
Universitária, São Paulo, Brazil. CEP 05508-900. E-mail:sadsanto@usp.br 
3) Sérgio Baptista Zaccarelli - Universidade de São Paulo, Departamento de Administração 
da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEA/USP, Brazil. Rua 
Professor Luciano Gualberto, 908, Sala E-189, Cidade Universitária, São Paulo, Brazil. CEP 
05508-900. E-mail: sbzacca@uol.com.br 
 
RESUMO 
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa empírica para verificação da presença dos 
atributos descritos no modelo conceitual proposto por Zaccarelli ET AL. (2008). Para verificar 
a presença e os efeitos de uma ou mais ações exercidas sobre as empresas organizadas em 
rede foi realizada uma pesquisa, de natureza qualitativo-quantitativa, em duas redes 
empresariais brasileiras, a rede de agribusiness do café, a Rede Café do Serrado Mineiro® e a 
Rede Smart®, que reúne pequenos supermercados varejistas que atuam no mercado brasileiro. 
Essas duas redes abrigam, também, outras empresas que dão suporte, adicionando valor à 
atividade principal de cada rede. Em principio, as ações descritas no modelo podem ser 
realizadas por mecanismos formais ou informais de governanças supraempresas. Para análise 
dos dados foi utilizado o método de Multicritérios de Apoio à Decisão (MCDA) e Modelagem 
de Delineamentos Experimentais com método Mudge e interpretação por Lógica Fuzzy 
(Lógica Difusa). Com base nos dados coletados nessas duas redes, foi possível confirmar a 
presença das ações de empresas que atuam em rede, orientadas pela governança 
supraempresas, validando assim empiricamente o modelo de redes de negócios orientadas por 
estratégia definida por governança supraempresas proposto por Zaccarelli (2008). Os achados 
mais importantes dizem respeito à identificação de ações típicas de rede realizadas pelos 
líderes, voluntários em princípio, sem a existência de uma governança coletiva. Na medida 
em que a rede se expande e necessita de uma estratégia comum para o conjunto de empresas, 
surge a necessidade da institucionalização da governança supraempresarial para que a mesma 
possa alcançar o “efeito-rede”. Entende-se por efeito-rede, a capacidade do conjunto de 
empresas associadas atenderem melhor seus clientes e conquistar novos mercados, os quais 
não seriam alcançados sem a atuação conjunta e cooperada, orientada por uma estratégia 
comum ditada pela respectiva governança supraempresarial de cada uma delas. 
Palavras-chave: redes estratégicas, supraempresarial, conjunto de empresas, Fuzzy. 
 
2 
 
1. Introdução 
O modelo de redes de negócios entendido como um agrupamento de empresas que decidem 
cooperar e competir orientadas por uma estratégia comum formulada por uma governança 
supraempresarial, formal ou informal, foi o objeto de teste de validação empírica descrita 
neste artigo. Nesse modelo de rede estratégica de negócios proposto por Zaccarelli (2008), as 
empresas que participam da rede devem agregar valor, em uma ou mais etapas do processo de 
fabricação e comercialização dos produtos ou das operações de serviços objetos de cada rede. 
Reconhece-se ainda que outras empresas, também, podem participar da rede propiciando 
suporte, desde que adicionem valor a operação principal da rede. 
A estruturação de uma rede estratégica de negócios pode ser feita por ações voluntárias de 
líderes empresariais, tendo como atrator, interesses de negócios comuns para as empresas 
integrantes. Na medida em que rede evolui e que diferentes ações conjuntas são 
empreendidas, o surgimento de uma governança supraempresarial, que conduza uma série de 
ações estratégicas adicionais que envolvam todas as empresas da rede, torna-se imperativo 
para garantir o “efeito rede”. 
Além de apresentar o modelo conceitual de operação de redes estratégicas de empresas, os 
autores deste artigo validaram as ações típicas da existência componentes da rede. Por meio 
de estudo de duas redes de negócios foi identificado o que se denominou de “efeito rede” 
resultante da ação da governança da rede, ou seja, aquela que define a estratégia conjunta para 
ser seguida por todos os stakeholders integrantes da rede. 
Segundo Guimarães ET AL. (2014), a rede de negócios são orientadas por estratégias 
definidas pela governança coletiva da mesma rede. Denolf, Trienekens, van der Vorst, & 
Omta (2015) estudaram a função de governança das redes no compartilhamento das 
informações entre os integrantes da mesma. A ação coletiva e a governança dos stakeholders 
integrantes da rede foi estudada por Moura & Chaddad (2012). 
A atuação das empresas em rede pressupõe que agindo em conjunto se tornam mais 
competitivas quando comparadas com a atuação isolada. Bovet & Martha (2012) estudaram a 
operação das redes, revelando que elas são orientadas de acordo com demanda dos clientes. É 
com base nas necessidades explicitadas por estes clientes que os demais stakeholders 
componentes da rede se alinham à estratégia comum definida pela governança de rede. 
A operação das empresas em rede propicia a possibilidade de criação e troca de valor por 
diferentes atores econômicos conforme estudado por Marchi, Cassanego Junior, & Wittmann 
(2012). 
Gray, Boehlje, & Preckel (2007) destacaram ainda que os atores da rede instalados em 
diferentes elos da cadeia de valor compartilham riscos e recompensas gerenciados pela 
estrutura de governança da rede. Especialmente em pequenas e medias empresas de 
alimentos, o processo de formação de redes e de governanças das mesmas foi estudado por 
O’Reilly, Haines, & Arfini (2008). 
Esses fenômenos foram discutidos por Zaccarelli ET AL. (2008) propondo um ensaio 
conceitual em perspectiva distinta, a sistêmico-estratégica, em que uma Rede de Negócios é 
um tipo de sistema, composto por empresas, que oferece produtos e serviços, com qualidade 
diferenciada, em função de uma estratégia orientada por uma entidade supraempresarial. 
A pesquisa que originou este artigo considera que os fenômenos sistêmicos de redes de 
negócios do ensaio de Zaccarelli ET AL. (2008), em que a rede é um conjunto organizacional 
de negócios que pode se auto-organizar e produzir efeitos, tais como, a abrangência de 
3 
 
negócios, a especialização de empresas, a agilidade na substituição seletiva delas, a 
eliminação de intermediários puros, e a ‘fidelização’ entre organizações participantes. 
Além deles, conforme os autores também são atributos a geração pela rede dos seguintes 
efeitos: de compartilhamento dos riscos, de investimentos e lucros entre as empresas, da 
capacidade de homogeneizarem a intensidade de fluxo de seus recursos (entre empresas), da 
introdução de inovações para o alinhamento dos negócios, da introdução de novas 
tecnologias, e da ‘estratégia de conjunto’ deste como um todo para competir em rede. Esses 
últimos foram considerados possíveis de ocorrerem somente por uma atuação de uma 
‘Governança Supraempresas’ no conceito de Zaccarelli ET AL. (2008, p. 52).Tal governança 
tem um conceito diferenciado e diferente daquele de Governança Corporativa em gestão de 
negócios, e de outros conceitos de governança em Ciências Políticas, mas semelhanteao de 
Governança Supraorganizacional de Schermerhorn Jr. (1975, pp. 846-847). 
Dessa maneira, a geração de os efeitos dessas redes que aumentam o poder competitivo, por 
auto-organização ou por governança supraempresas foram neste estudo considerados como 
atributos de Rede de Negócios. 
Na pesquisa que originou este artigo, procurou-se verificar e-ou confirmar empiricamente os 
atributos que geram ou não maior competitividade para as Redes de Negócios, por Auto-
organização ou por Governança Supraempresarial, conforme Zaccarelli ET AL. (2008). Com 
isso, também trazer um ferramental metodológico que permita reconhecer esse tipo de rede a 
partir desses atributos sistêmicos. 
Portanto, o estudo traz o resultado da investigação de duas experiências reais em 
destacados conjuntos de empresas articuladas e alinhadas para o mesmo fim. O primeiro 
conjunto (CN1) do sistema Café do Cerrado1 atuando em âmbito nacional e internacional no 
setor agroindustrial exportador de café. O outro (CN2), a Rede Smart2 atua no setor 
varejista do segmento supermercadista do Brasil. Ambos propiciaram os subsídios para o teste 
empírico da proposta de modelo organizacional, com abordagens estatísticas de Multicritérios 
de Apoio à Decisão (MCDA) e Modelagem de Delineamentos Experimentais com método 
Mudge, e interpretação por Lógica Fuzzy (lógica difusa). Todo esse arcabouço teórico e 
empírico o leitor encontrará sintetizado neste estudo. 
2. As Redes Interorganizacionais, as de Negócios, seus Contextos e a Estratégia 
No escopo das Ciências Sociais, há uma ampla variedade de estudos sobre o tema das 
relações e redes interorganizacionais. Observa-se, porém, que as suas fronteiras estão mal 
definidas. Abrangem diferentes focos e estudam uma multiplicidade de aspectos que não 
estão numa ordem lógica de sequência e nem de completude de abordagem do fenômeno. 
Além disso, a cada dia surgem novos estudos dirigidos para lacunas teóricas, tais como as 
Redes de Negócios e Governança Supraempresarial. 
Ao tratar do nível de análise das Redes de Negócios, Todeva (2006) estabelece que a 
complexidade em estudo pode variar dependendo de três tipos de micro ou macro dimensões: 
o ator, a relação (elo) e a rede como um todo. Num estudo em fins da década de 1990, os 
 
1
 Café do Cerrado é uma marca do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado – CACCER, registrada no Instituto Nacional de 
Propriedade Intelectual – INPI nas classes 41 : 50 em 27/07/1993 e 30 : 10 em 02/12/1994 (INPI, 2012a), que autorizou a sua menção neste 
estudo. Segundo EXPOCACCER (2012) [...] ‘A marca Café do Cerrado reconhecida mundialmente pelo sabor diferenciado e pela alta 
qualidade faz parte de um sistema, o Sistema Café do Cerrado, cuja gestora e mantenedora da marca é a Federação dos Cafeicultores do 
Cerrado.’ Esse sistema representa, 7 associações de produtores, 8 cooperativas, e mais empresas de armazéns, torrefadoras, exportadoras e do 
comercio no mercado nacional e no exterior, que têm atuação conjunta no setor de negócios originários da região do Cerrado Mineiro. 
2
 Entre as empresas estão as lojas que compõem se identificam como pertencentes à mesma rede, mas têm gerenciamento independente. Em 
2010 a rede contou 889 lojas filiadas, distribuídas em mais de 596 municípios brasileiros, em 19 dos principais estados brasileiros (SMART, 
2012). A empresa Smart Varejos Ltda é a principal operadora da marca Rede Smart® que está registrada no Instituto Nacional de 
Propriedade Intelectual – INPI para Martins Comércio e Serviços de Distribuição S.A (INPI, 2012a), e autorizou a sua menção neste estudo. 
4 
 
autores Oliver and Ebers (1998) também fizeram constatações dessa diversidade no qual 
revelaram seis configurações teóricas derivadas da aplicação da técnica estatística de 
escalonamento multidimensional (MDS), sintetizadas num quadro (Oliver and Ebers, 1998, p. 
564). Destas configurações, quatro foram possíveis de serem identificadas, pois, segundo 
esses autores, são distintas e independentes: 1) Redes Sociais; 2) Poder e Controle; 3) 
Institucionalista; 4) Economia Institucional e Estratégia. 
Em outros estudos, além de Balestrin ET AL. (2010), Balestrin and Vargas (2004) procuraram 
consolidar os resultados obtidos por Oliver and Ebers (1998) e também por Caglio (1998), e 
estabeleceram nove tradicionais correntes teóricas e por estudiosos; entre elas, a Abordagem 
Estratégica, dos autores Michel Porter, José Carlos Jarillo , James Brian Quinn ET AL., 
Christian Marcon e Nicolas Moinet, que serviu de orientação para este estudo. 
A proliferação de pesquisas na área dos temas das relações e redes interorganizacionais na 
Europa e Estados Unidos, principalmente, e também no contexto brasileiro conforme 
Balestrin ET AL. (2010). Porém, esse crescimento de estudos ainda não resultou num 
desenvolvimento ontológico teórico definitivo, ou então (por outro lado), as racionalidades 
tradicionais estão inadequadas. Uma característica teórico-multidisciplinar e complexa foi 
observada pelos autores, por se verificar a diversidade de conceitos, bem como as diferenças 
nos resultados de tais pesquisas, mesmo quando aplicadas cientificamente, visto que muitas 
questões primárias foram parcialmente respondidas, ou ainda não obtiveram respostas 
consensuais. 
O próprio conceito de rede ainda está em desenvolvimento. Também constata-se que essa 
situação, de certo modo, se estende para um campo mais particular dos estudos das empresas 
em rede e para as Redes de Negócios. Com o intuito de estabelecer uma noção de elementos 
componentes desse tipo de rede, a partir de importantes contribuições de autores para o tema, 
primeiramente, realizou-se uma compilação das suas definições e de suas características. Para 
a elaboração de Modelo Teórico Preliminar, partiu-se de vários estudos sobre redes 
interorganizacionais, afunilando para a rede de empresas ou negócios, entre os quais: Castells 
(2000), Jarillo (1988); Human and Provan (1997), Marcon and Moinet (2001), Miles and 
Snow (1986), Thompson (2003), Todeva (2006) Oliver and Ebers (1998). 
Dentro da vertente da Estratégia e da Economia para Negócios uma primeira questão motivou 
o estudo: que perspectiva e conceitos podem auxiliar a construção de um modelo 
organizacional e que melhor represente a configuração de uma Rede Estratégica Empresarial 
ou de Negócios? Um aspecto importante foi destacar fenômenos sistêmicos fundamentais que 
influenciam o poder de competitividade do conjunto de negócios em si. Em primeiro lugar é 
necessário uma visão diferenciada em perspectiva sistêmico-estratégica para entender a 
multidimensionalidade desse tipo de conjunto organizacional de negócios como ‘Rede de 
Negócios’, algo que não é fácil ou comum para os gestores especialmente no ocidente. Depois 
dispor essa visão num Modelo organizacional. 
Por isso, e ainda diante de uso do nome Rede de ‘Negócios’, é preciso buscar a definição clara 
e precisa para: ‘o que é negócio?’ (grifo dos autores). Por exemplo, há um engano por vezes 
encontrado no mundo dos negócios: o de entender ou confundir o que é empresa como sendo 
negócio. Zaccarelli ET AL. (2008, p. 41) explica que a empresa e o negócio não são sempre 
sinônimos. ‘[...] Uma empresa pode atuar em mais de um negócio’. No mesmo sentido, os 
autores enfatizam que empresas componentes de uma rede não são permanentes ao longo do 
tempo e ocorrem mudanças, introdução de novas empresas, fechamento ou saída de outras. 
Além disso, nos relacionamentos da rede ocorrem diversos vínculos e transações. Desse modo, 
adotou-se uma definição mais adequada para responder à questão anterior e oferecer condições 
de entender fenômenos sistêmicos de competitividadepara um conjunto de empresas: o negócio 
5 
 
é a realização de duas transações remuneráveis, uma de compra e outra de venda que 
viabilizam a empresa. Essa definição permite trabalhar de maneira ampla a possibilitar uma 
visão multidimensional para rede. 
Outro aspecto adjacente dessa abordagem de empresas, que formam conjuntos que atuam 
como em rede, é aquele em que elas se reúnem num sistema em Cluster (Porter, 1990) de 
Negócios. O ‘Cluster de Negócios’ pode ser definido como uma configuração de rede entre 
empresas, o que pode contribuir para alguma confusão no tema. Então, faz-se necessário 
distinguir as Redes de Negócios dos Clusters de Negócios. 
As qualidades de agrupamento regional de negócios destacadas por Porter (1990) – os 
Clusters - produzem fenômenos sistêmicos que os diferem daqueles outros, especialmente os 
conjuntos de negócios que não estão em agrupamentos de negócios em local, como é o caso 
das Redes de Negócios, e que possuem negócios dispersos alinhados por estratégias em 
comum. Além disso, é mais difícil evidenciar o efeito dessas sobre a competitividade do que 
daqueles. Dessa forma, não se pode afirmar que Clusters e Redes de Negócios são a mesma 
coisa. Ainda assim, ambos os sistemas são mais bem explicados a partir da racionalidade 
estratégica, como também os resultados das interações interempresas e negócios (Zaccarelli 
ET AL., 2008, pp. 97-108). 
Diante do exposto é importante verificar o contexto dos negócios empresariais, em 
consequência da estratégia e da competitividade. E ainda, estas podem ser alcançadas pelas 
ações dos negócios, atuando como conjunto organizado, com o fim de obter melhores 
resultados se comparadas à atuação isolada e não articulada de outras empresas (Dutra ET 
AL., 2008; Jarillo, 1988; Miles and Snow, 1986; Thompson, 2003; Todeva, 2006; Zaccarelli 
ET AL., 2008). O poder competitivo se evidencia, portanto, como um fenômeno importante no 
ambiente das redes de negócios e empresas, o que leva a considerar a presença da estratégia 
desde o início de sua atuação. 
Por conseguinte, o entendimento do campo temático da estratégia é importante e possibilita 
convergência, uma vez que diversas áreas de conhecimento - e não somente a dos estudos 
organizacionais - contribuem para a sua compreensão. Porém, alguns autores criaram 
definições muito estritas a partir de abordagens que foram aceitas em dado período, e algumas 
delas acabaram por influenciar o senso comum. Ramos-Rodriguez and Ruiz-Navarro (2004) 
procuraram encontrar e mapear os estudos internacionais mais influentes ou relevantes no 
campo da pesquisa sobre a estratégia e sua evolução, a partir de publicações do Strategic 
Management Journal. Os autores mais citados, Prahalad and Hamel (1990) e Porter (1980; 
1985), auxiliaram o entendimento do conceito de estratégia para este estudo. Além deles, 
alguns estudos brasileiros como Machado-da-Silva and Fernandes (1998) e Machado-da-Silva 
and Barbosa (2002) e discorreram que as organizações devem aprender a conciliar 
competências em padrões de desempenho econômico. Em termos de metaestratégia, 
contribuíram Mintzberg (1987) e Mintzberg ET AL. (1998) que trataram do pensamento 
estratégico nas diversas correntes da estratégia. 
Nos apontamentos da concepção estratégica de Hax and Wilde II (1999), identificaram a 
‘solução integral’ e de ‘aprisionamento pelo sistema de negócios’ (denominada lock-in). 
Neste caso, compõe um conjunto de produtos ou serviços complementares que signifiquem 
economia como um todo para o cliente, e-ou continuidade na família de produtos ou serviços, 
o que chama a atenção porque se aproxima com estratégia de Rede de Negócios. Entretanto, é 
importante saber que aqui também existem diferentes escopos de atuação, escalas e vínculos, 
o que significa caminhos distintos para competir. Diante das discussões apresentadas a 
respeito do que é estratégia ou de como ela é realizada (Andrews, 1980; Ansoff, 2001; Hax 
and Wilde II, 1999; Mintzberg, 1987; Mintzberg ET AL., 1998; Porter, 1980; 1985; Prahalad 
6 
 
and Hamel, 1990; Selznick, 1957), foi observado que o ponto de concordância é a 
competitividade, utilizado como elemento para definir-se uma Rede de Negócios. 
Precisamente para o modelo teórico proposto, importa destacar que o entendimento de 
estratégia para uma empresa isolada é diferente do que para um conjunto de empresas que 
atuam num dado setor, por causa dos interesses que alinham os negócios em comum. Em 
termos de uma Rede de Negócios, Zaccarelli ET AL. (2008, pp. 124-140; pp. 207-222) 
destacam que a estratégia deve cuidar da competição do conjunto empresarial para com 
outras redes que se concentram no mesmo produto. Eles elevam o problema da estratégia do 
nível da empresa para o da rede. 
De acordo com esses últimos autores, entre os principais tipos de estratégias empresariais 
aplicadas aos Clusters e Redes de Negócios são diferentes daquelas conhecidas para empresas 
que atuam de modo isolado, por isso o estrategista de rede tem que pensar distintamente na 
atuação do conjunto. Desse modo, observa-se que, em face das discussões entre diversos 
estudos, há um novo caminho para discutir estratégia e o poder competitivo das Redes de 
Negócios, e consequentemente a Governança Supraempresarial. 
3. Perspectiva de Abordagem Sobre Redes de Negócios e Governança Supraempresas 
Como visto, a partir de uma perspectiva alternativa e distinta para o entendimento sobre as 
Redes de Negócios, buscou-se uma proposta do Modelo Teórico Conceitual Preliminar 
conforme objetivo do estudo. Um destaque para o grupo de estudiosos que definem as Redes 
de Negócios a partir da racionalidade estratégica se faz necessário. 
No estudo em que Zaccarelli ET AL. (2008, pp.21-23) apresentam a condução das formas de 
pensar, e estão essas racionalidades, encontra-se uma definição de Redes de Negócios a partir 
do pensamento estratégico, o que também poderia ser denominada Redes Estratégicas de 
Negócios. 
Em outro estudo, Håkansson and Snehota (1995) parecem perpassar por isso, quando 
apresentaram conceitos afins. Eles procuraram satisfazer a evidência de que, em rede de 
empresas, cada organização separada se especializa no que faz de melhor. E mais, que o seu 
conjunto conseguia as vantagens de ser um negócio menor e, ao mesmo tempo, de estar 
integrada a um conjunto empresarial mais competitivo. Contudo, a ênfase nos aspectos 
funcionais e nos resultados que solucionam problemas de natureza lógica, diferencia o estudo 
no modo de suas abordagens sobre tais redes. 
Neste ponto vale considerar que Thompson (2003) discorre sobre três ‘tipos ideais’ de papéis 
ou atuações organizacionais nas administrações, especialmente no ocidente, desde meados do 
século XX, como configuração de ‘governança’, o que possibilita a visão de coordenação ou 
auto-organização de redes interorganizacionais. 
No entanto, na perspectiva estratégica uma Rede de Negócios em configuração plena (quer 
dizer, que seja longeva e maturada, avançada ou completa), alguns efeitos foram encontrados 
em várias situações reais por Zaccarelli ET AL. (2008). Eles os classificaram como 
fundamentos desse tipo de conjunto empresarial pelos atributos de desempenho competitivo 
ou ‘performance competitiva de redes’. Distinguiram, ainda, esses fundamentos em dois 
grupos. O primeiro contém aqueles que podem ser viabilizados de maneira ‘não dirigida’, 
algumas vezes ‘precária’, denominada por ‘auto-organização’, ou seja, sem uma governança. 
Já o segundo grupo contém, conforme os autores, fundamentos que somente são viabilizados 
com a atuação de uma governança. Dessa maneira, esses fundamentos foram adotados como 
atributos componentes dessas redes e estão apresentados detalhadamente na seção5 que trata 
o modelo teórico. 
7 
 
A considerar essas redes nesta perspectiva, nota-se que a administração hierárquica 
tradicional não pode ser aplicada à administração de rede. A relação de autoridade entre as 
pessoas em uma organização hierarquizada é diferente daquela que ocorre em uma Rede de 
Negócios orientada para fins estratégicos, neste caso trata-se de governança. 
Repare-se que governança é uma denominação que abarca diversos conceitos que variam em 
amplitude ou profundidade, dependendo do campo do conhecimento e do foco que se dá, a 
exemplo da ‘governança pública’ na gestão inovadora no setor público com a introdução e 
estruturas de incentivo de concorrência de mercado; e da ‘boa governança’ resultante da união 
da gestão pública com a democracia liberal conforme propõe o Banco Mundial. Tem-se ainda, 
a ‘Governança sócio-cibernética’ como um sistema de interdependência entre atores sócio-
político-administrativos, ou a ‘Governança Corporativa’ com base nos padrões internacionais, 
que, portanto, diz respeito principalmente à transparência, integridade e responsabilidade 
organizacional por meio de controle, bem como a ‘Governança de Redes de Negócios’. Por 
isso que Torfing (2005) afirmou que todo mundo parece estar falando sobre ‘Governança’ e 
‘Redes’, em vista também da pluralização de atores sociais, econômicos e políticos, locais, 
processos e circunstâncias que, de certa maneira atuam de modo dirigido, o que tem 
estimulado significados ou metáforas associadas ou semelhantes a esses termos.Portanto, 
existem diversas definições de governança com naturezas distintas. 
No caso da Governança de Rede de Negócios, abordam-se as ações de forjar e organizar 
relações para a atividade em rede. Desse modo, possibilita que os atores ganhem acesso aos 
recursos e os utilizem para a redução da dependência ou, de outra maneira, para incrementar 
as estratégias ou posição competitiva, ou ainda, para a manutenção dos fundamentos e 
orientar a estratégia do conjunto. Abre-se, desta maneira, um manancial de possibilidades de 
estudos teóricos para a Governança das Redes de Negócios. 
Por outro lado, como exemplo de vertente teórica distinta daquela que propõe a estratégia 
definida pela Governança Supraempresas em Rede de Negócios, tem-se a abordagem do custo 
da transação (Williamson, 1985) a qual é utilizada por Håkansson and Snehota (1995) e Jones 
ET AL. (1997). Esses três últimos, ao proporem uma Teoria Geral de Governança de Redes 
que convergisse a Teoria de Custos de Transação com a Teoria de Redes Sociais, 
apresentaram diferentes definições de redes e sua governança. Aquelas condições de troca 
(incerteza, especificidade de ativos, e frequência), com ênfase na natureza ou componentes 
internos da rede são consideradas determinantes da forma mais eficiente de governança. [...] 
‘A incerteza ambiental desencadeia a adaptação, que é o ´problema central da organização 
econômica´ porque os ambientes raramente são estáveis e previsíveis’ (Jones ET AL. 1997, 
pp. 914-916, grifo do autor). 
Apesar dos mecanismos de governança na economia de custos de transação serem adotados 
na orientação de vários estudos que tratam das Redes de Negócios Estratégicas, foi verificado 
que tal abordagem é insuficiente para explicá-las. Isto é, no estudo dos fenômenos 
competitivos produzidos pelo conjunto de empresas, a lógica das partes não satisfaz a visão 
sistêmica (desse conjunto como um todo), dos seus resultados multidimensionais por meio de 
suas interações a produzirem benefícios comuns e interdependentes do ambiente (Dutra ET 
AL., 2008; Zaccarelli, 2004; Zaccarelli ET AL., 2008). 
Nota-se que a coordenação entre organizações tem, em grande parte, um caráter próprio de 
atuação, bem como do contexto em que está inserida. Consequentemente, é necessário 
satisfazer o entendimento dessas relações entre organizações (suas interações), com outras 
abordagens para além da economia de custos de transação. Com efeito, na coordenação 
interorganizacional, é preciso considerar não somente os atores da hierarquia, mas também 
aqueles que demandam ações críticas para um sucesso, além do contexto cultural e 
8 
 
econômico. Por isso há estudos nos campos teóricos da Institucionalização e Ecologia de 
organizações, conforme investigaram Baum and Oliver (1991), Meyer and Rowan (1977), e 
outros que os complementam, como Bronzo and Honório (2005). 
Por exemplo, Torfing (2005, p. 307) com base na sociologia administrativa e ciência política 
destaca que a ‘Governança de Redes’ ou ‘Governança em Rede’ pode ser definida por 
articulações horizontais de interdependência relativamente estáveis, mas com atores 
operacionalmente autônomos que interagem por meio de negociações. Então ocorre a 
autorregulação em quadro imaginário de caráter diretivo ou normativo, dentro de limites 
estabelecidos por forças externas, que contribui para a produtividade de utilidade pública. 
No caso da política ambiental da cidade de Helsinque, na Finlândia, Toika (2011) utiliza 
Governança de Redes como uma estrutura de organização, que se caracteriza por conceitos de 
autonomia, auto-organização, sendo que desenvolve estruturas como ferramentas de qualquer 
processo de tomada de decisão complexa. 
Ficou evidente que pesquisas sobre Governança de Redes podem ser realizadas, utilizando-se 
padrões de inter-relações, seus efeitos sobre a escolha de políticas, aplicando uma variedade 
de métodos de análise sociais de rede para descobrir características diferentes do processo em 
rede. Isso chama a atenção para novas possibilidades de pesquisas, ainda que, aquele estudo 
extrapole o campo dos negócios para o sociopolítico de comunidades. Ainda, o mesmo autor 
considerou que as preocupações iniciais de estudos avançaram, e uma segunda geração de 
pesquisas e estudos de Governança de Redes está em curso. 
Outros estudos desses contextos se verificam com base na sociologia, a exemplo da discussão 
de Ackroyd (1998) ou do trabalho de Schermerhorn Jr. (1975), e permite compreender as 
estruturas supraorganizacionais. Esse último pode convergir para o campo empresarial das 
Redes de Negócios. 
Com um enfoque relevante para este estudo, Schermerhorn Jr. (1975, p. 847, grifo do autor) 
discorre sobre quatros contextos em que ocorre a interdependência entre organizações para 
um ambiente de cooperação: 1) Escolha Social; 2) Coalizão; 3) Unitário; 4) Federativo. No 
contexto de ‘coalizão’, a cooperação e as interdependências são assuntos específicos e os 
participantes retêm o controle completo sobre seus envolvimentos no relacionamento. No 
‘federativo’, a atuação dessa autoridade é, em si, um assunto que é discreto para cada 
organização. 
De modo semelhante, porém em um ambiente de Rede de Negócios, Zaccarelli ET AL. (2008, 
pp. 40-52) destacam que a atuação de Governança Supraempresas ocorre de forma velada e 
discreta em prol de decisões invisíveis, que resultarão em benefícios, não apenas para uma 
empresa isoladamente, mas para o conjunto de todas elas, e ainda, em benefício da entidade 
supraempresas. A ‘invisibilidade’ dessa governança se justifica, pois os gestores não 
admitiriam uma interferência direta em suas empresas e, receber ordens diretas de uma rede 
de negócios não seria aceitável nas empresas, isoladamente. De acordo com esses autores: 
Governança Supra-Empresarial constitui o exercício de influência orientadora de caráter 
estratégico de entidades supra-empresariais, voltado para a vitalidade do agrupamento, compondo 
competitividade e resultado agregado e afetando a totalidade das organizações componentes do 
sistema supra-empresarial. (Zaccarelli ET AL., 2008, p.52). 
Ainda, ao voltar-se para o contexto ‘unitário’ de Schermerhorn Jr. (1975), a estrutura 
supraorganizacionalde inter-relações para as organizações em cooperação é de mesma 
natureza do ‘federativo’, porém procura atuar em nível mais específico, ou seja, nos elos ou 
interdependências. Portanto, pode ser verificada a diferença entre o contexto ‘federativo’ e 
9 
 
‘unitário’. O primeiro ocorre em uma atuação velada em um processo de organização natural 
e, no segundo, ela é visível ou enfática, com um processo de ação direta. 
Esses constructos teóricos, especialmente o de entidade supraempresas e governança 
supraempresarial de Redes de Negócios já foram utilizados por Guimarães ET AL. (2014) que 
estudou o caso particular dos negócios do vinho na região do Porto, em Portugal, e do Vale 
dos Vinhedos, no Brasil, sendo mais um indício que corrobora com a necessidade de pesquisa 
empírica de atributos que possa ser generalizável por metodologia robusta. Em suma, a 
Governança Supraempresarial em Redes de Negócios ainda continuam a sugerir estudos 
empíricos, com modelo teórico multidimensional e mais, que possam permitir visão sistêmica 
para analisar seus conceitos e atributos diante de métodos e ferramentas de pesquisa que os 
suportem, com a finalidade de melhor compreender e aplicar nas decisões e práticas de gestão 
de negócios, empresas e organizações que com elas se inter-relacionam. 
4. Método de Pesquisa 
Em termos metodológicos para as discussões conceituais, em primeiro realizou-se 
levantamento da literatura sobre o referencial teórico proposto nas bases de dados científicas e 
obras de autores relevantes nas temáticas. Foram selecionados, por julgamento de relevância 
dos pesquisadores, aqueles conteúdos significativos sobre conceitos e constructos 
relacionados com redes e relações interorganizacionais, e, convergindo para as Redes de 
Negócios. 
Esses conceitos e constructos serviram também de base para formulação de um modelo 
conceitual teórico preliminar de Rede de Negócios que foi aplicado a título de teste de 
validação, por meio de pesquisa de campo, junto aos dirigentes integrantes da Governança 
Supraempresarial de duas dessas redes: a Rede Smart, do setor alimentício no segmento 
varejista de serviços, e a rede da Região do Cerrado Mineiro®, anteriormente chamada de 
Café do Cerrado no setor agroindustrial de produção, transformação e comercialização e 
exportação dos cafés finos. 
Na pesquisa de campo, para realizar a identificação desses conjuntos, uma fase a priori foi 
executada: a identificação de indícios dos efeitos e características que estavam no modelo 
preliminarmente proposto e de alguma dinâmica decorrente de suas estratégias. 
Então, o primeiro passo foi de pré-investigação das redes reais, de maneira que listaram-se 
possíveis conjuntos empresariais e, então, foram verificas as características do grupo que não 
se enquadraram na proposta do modelo. Dois conjuntos de empresas com atividades 
econômicas distintas foram selecionados por apresentarem indícios de atuação na estratégia e 
por isso ganho de competitividade: um no segmento do comércio de alimentos, identificado 
pela Rede Smart® e outro, no de agronegócios, representado pelo que os seus atores 
inicialmente denominaram Sistema Café do Cerrado, com a utilização da marca Café do 
Cerrado®. Em 20 de abril de 2011 no município de Uberlândia no mesmo estado brasileiro, 
substituíram a marca do Café do Cerrado® pela nomenclatura oficial da indicação geográfica 
em certificação de origem com a marca Região do Cerrado Mineiro®
3
 acompanhada de ‘Café 
produzido com Atitude’ (Lara, 2011; Yoneya, 2011). 
Depois desse procedimento, foi aplicado um pré-teste do instrumento de coleta de dados 
(questionário), composto por questões estruturadas e não estruturadas. Isso possibilitou 
respostas de diferentes naturezas (qualitativas e quantitativas) nas entrevistas realizadas 
 
3
 Região do Cerrado Mineiro: registrada como Indicação Geográfica no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, sob o número 
IG990001 (espécie ‘IP’) na titularidade do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado – CACCER, RPI 1797, de 14/04/2005. 
Cerrado Mineiro: registrada no mesmo instituto sob o número IG201011 (espécie ‘DO’) na titularidade Federação dos Cafeicultores do 
Cerrado, RPI 2125, de 27/09/2011. (INPI, 2012b). 
10 
 
pessoalmente. Os resultados auxiliaram em sua revisão em aspectos de aplicabilidade e 
compreensão desse instrumento junto aos respondentes e para a sua adequação ao Modelo 
Conceitual Teórico Preliminar, além de confirmarem os indícios. 
Após essa etapa, aplicou-se o processo metodológico adotado com base nas escolhas de 
método e técnicas estatísticas. Efetivamente foi construída uma tabela contingencial de 
hipóteses por questões com a geração de fatores de impacto. Com isso, foram gerados 
resultados gráficos, os quais apontaram alguns resultados das entrevistas relativos às 
hipóteses, que significaram indícios de alguns efeitos. Esses fenômenos, também 
denominados ‘efeitos de rede’, são aqui entendidos como principais atributos de Rede de 
Negócios para a compreensão do modelo proposto, que são uma representação reduzida, 
aproximada e genérica que se objetivou da pesquisa. 
A amostragem foi considerada determinística ou não probabilística, em razão da necessidade 
de os elementos sofrerem um julgamento, visto serem típicos da população (Barbetta, 2008; 
Malhotra, 2006). Então, procuraram-se os atores mais relevantes do papel da tomada de 
decisões nas empresas e organizações, que foram identificadas como relevantes para os 
conjuntos e possuíssem as características determinantes das redes em estudo. No caso do 
conjunto Smart a amostra foi formada por 15 (quinze) dirigentes tomadores de decisões 
estratégicas por organizações nos estados brasileiros do Paraná e São Paulo, enquanto do 
conjunto do Café do Cerrado, foi composta de 27 (vinte e sete) dirigentes também tomadores 
de decisões em nível estratégico das diferentes organizações envolvidas, totalizando 42 
(quarenta e dois) respondentes. Do início dessas pesquisas até a elaboração final do modelo 
teórico compreendeu um período que durou 18 (dezoito) meses, incluindo a coleta de dados 
sobre as duas experiências de redes em operação mencionadas. 
De maneira a justificar as decisões sobre as técnicas empregadas, é importante destacar que a 
abordagem do Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA) conforme Bana e Costa (1992), 
Bana e Costa ET AL. (2002), e Bana e Costa ET AL. (2003), foi empregada como proposta 
conceitual e não para auxiliar no processo de tomada de decisão. De modo natural adotou-se a 
ferramenta estatístico-metodológica da Modelagem de Delineamentos Experimentais de 
Souza (1999), que alia a técnica de ‘preferência declarada’ (PD - conjoint analysis) ao MCDA 
de modo a se complementarem. 
Diante da necessidade de transformar os resultados qualitativos em quantitativos, com a 
finalidade de hierarquizar as questões, utilizou-se do método Mudge conforme Scilage 
(1996). Esse método, que é empregado para a análise de valor, permitiu a avaliação numérica 
de relações entre pares de questões por hipóteses, a determinar as funções mais importantes (à 
semelhança da técnica Macbeth utilizada no MCDA) (Bana e Costa ET AL., 2002; Bana e 
Costa ET AL., 2003). Diante do exposto a estatística aplicada foi não-paramétrica
4
. 
Devido à característica complexa desse tipo de estudo de característica multidimensional, e à 
convergência com as três abordagens estatísticas propostas, também foram adotados os 
conceitos da Lógica Fuzzy (lógica difusa), que serviram para interpretar as análises de doze 
hipóteses propostas conforme o Modelo Teórico Conceitual Preliminar (seção 5). Essa lógica 
se difereda Lógica Clássica pura (Aristotélica) pela maneira de tratar os atributos e os 
conjuntos deles que, no caso dessas redes, são seus efeitos, ou seja, fenômenos decorrentes da 
atuação conjunta de empresas e estão definidos por fronteiras difusas e conceitos qualitativos 
(ver Barros and Bassanezi, 2010; Lopes, 2005; Simões and Shaw, 2007). 
 
4
 Os testes paramétricos obrigam que as amostras envolvidas obedeçam a certas premissas; existem equações representadas por uma curva 
ou superfície que resultam de uma regra ou parâmetro explícitos e já conhecidos. Nos testes não-paramétricos as amostras não têm que 
obedecer a quaisquer premissas. 
11 
 
Em suma, isso permitiu analisar dados oriundos de métodos estatísticos de triangulação 
(qualitativo e quantitativo), que se justifica em Jick (1979). A partir dos resultados 
encontrados foi possível identificar os efeitos fenômenos, que neste estudo chamou-se de 
atributos componentes de Rede de Negócios, bem como constatar o diferencial de poder de 
competitividade. 
Em termos de limitações iniciais, considerou-se que a precisão dos atributos estudados esteve 
limitada às redes pesquisadas. Ressalta-se que as descrições deles, ainda que bem delineadas, 
são complexas e a aplicação de método e técnicas estatísticas apresenta resultados que podem 
ser considerados parciais sobre a complexidade e interdependência do ambiente, estratégia e 
estrutura das Redes de Negócios pesquisadas. 
5. Proposta de Modelo Conceitual Teórico de Rede Negócios Orientada Para Fins 
Estratégicos 
Esta seção tem a finalidade de trazer a proposta de Modelo Conceitual Teórico de Rede de 
Negócios, orientada para fins estratégicos, que foi utilizada na pesquisa dos dois conjuntos de 
empresas. A partir da discussão nas seções anteriores, obtiveram-se todos os elementos 
necessários para elaboração do modelo e a definição Rede de Negócios orientada para fins 
estratégicos, cuja definição é: - Conjunto de empresas que estão integradas por interesses de 
negócios e orientadas por estratégia comum, independente de estarem ou não em uma 
aglomeração geográfica, para a atuação em dado setor econômico e determinado tipo de 
produto ou serviço. A sua constituição e funcionamento estão originados na maneira ou forma 
de pensar estratégica, aquela de vencer a competição gerada a partir das empresas, conforme 
Zaccarelli ET AL. (2008). 
Tais interesses motivam as empresas para uma complementação de competências e decisões 
supraempresariais, as quais geram efeitos que podem produzir um maior poder competitivo. 
Para a definição operacional, esse conjunto empresarial é reconhecido num ambiente setorial 
por dez efeitos sistêmicos, que neste estudo foram considerados como sendo seus atributos, 
em função dos interesses de negócios. Os cinco primeiros atributos são em síntese 
denominados: 1) A abrangência de negócios significativos no conjunto; 2) A compra de 
insumos sem intermediários para a otimização dos canais de fornecimento; 3) A 
especialização das empresas; 4) A agilidade na substituição das empresas; 5) A 
fidelização como orientação nas transações de negócios. Eles podem ocorrer por auto-
organização do conjunto de empresas. 
Segundo os autores, apesar desses atributos ocorrerem por auto-organização do conjunto de 
empresas, a Governança Supraempresas poderia contribuir para a evolução desses cinco 
primeiros efeitos de rede. 
Entretanto, no caso dos outros atributos restantes ocorreriam somente com o exercício dessa 
governança, que são: 6) A homogeneização da intensidade do fluxo de produtos/serviços, 
com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as empresas; 7) A 
introdução de inovações para o alinhamento entre os negócios da rede; 8) A introdução de 
novas tecnologias nas empresas da rede para a competitividade; 9) O compartilhamento de 
investimentos, riscos e lucros; 10) A existência da estratégia da rede para competir com 
outras redes de negócios ou empresas. 
Já que esses atributos não estavam comprovados por pesquisa empírica generalizável, eles 
foram adotados como pressupostos, para fins do modelo conceitual teórico (preliminar) de 
Rede de Negócios, caracterizada pela atuação em dado ambiente de negócios setorial, 
representada em um determinado momento, conforme a Figura 1. 
12 
 
Figura 1 - Modelo Conceitual Teórico Para Estudo de Rede de Negócios Orientada por Estratégia 
Definida por Governança Supraempresas 
 (aqui o journal fará a inserção da figura) 
No centro da Figura 1 há três esferas de forma espiral, mas apresentadas sob um ângulo 
lateral para que possibilite a visualização das configurações de evolução (a partir da esquerda 
para a direita) da Rede de Negócios no tempo, que são observáveis nos efeitos de 
competitividade. Esse tipo de apresentação do modelo em espiral não é comum, mas busca 
um olhar de profundidade, que permita a visão evolucionária de perspectiva sistêmico-
estratégica da rede com todos os seus atributos em torno de um ponto central, que funciona 
como um ‘atrator’ de negócios. 
No modelo proposto, assumiu-se como premissa que o poder competitivo da Rede de 
Negócios decorre da interação e integração entre as empresas, que somam forças e 
competências distintas e complementares. Do mesmo modo, devido à especialidade de cada 
empresa agregada à rede, é possível esperar que a produtividade e a velocidade de produção 
aumentem com a experiência e expansão da sua cobertura ou âmbito de atuação, pela adesão 
de novas empresas participantes. Com o passar do tempo, a rede sofre um processo evolutivo 
para chegar a um ponto cujos ‘efeitos’ (atributos) ou resultados permitirão que a governança 
se torne mais fácil. 
Em consequência, poderá, então, ocorrer outro fenômeno sistêmico, que é a possibilidade de 
um ou mais atributos se transformarem em causas de outros atributos, sendo, dessa maneira, 
fatores (fenômenos) influenciadores ou influenciados As diversas etapas de evolução da rede 
determinarão uma configuração diferente. 
Considerou-se a fase em que a rede estaria em uma situação ideal em determinado ambiente 
setorial, estágio que pode ser definido como uma ‘rede completa’, quer dizer, rede que se 
desenvolveu e amadureceu, e que apresenta uma configuração plena. Na figura, a perspectiva 
da competitividade representa um aumento conforme a rede evolui até chegar a uma 
configuração avançada ou plena, que contenha todos os efeitos de competitividade. Dessa 
maneira, a rede também pode sofrer uma involução, e para evitar isso, seria necessária o 
exercício de uma Governança Supraempresarial. 
No caso da Governança Supraempresas, propõe-se que a principais ações estratégicas são a 
de impulsionar ou gerar os efeitos competitivos que dela dependem, tais como: a) fidelizar as 
empresas e negócios do conjunto; b) homogeneizar a intensidade do fluxo de 
produtos/serviços com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as 
empresas; c) introduzir inovações para alinhamento dos negócios; d) introduzir novas 
tecnologias nas empresas da rede; e) atuar no compartilhamento de investimentos, riscos e 
lucros; f) estabelecer a estratégia para competir como rede. Observa-se que essas ações, são, 
estritamente, exercidas nos atributos da Rede de Negócios e têm características ‘supra’, quer 
dizer, sobre ou acima, e assim são apresentadas num nível superior que exerce atuação na 
configuração da rede. 
O modelo é apresentado como se fosse uma ‘fotografia da rede’, já que o conjunto 
empresarial está em constante dinâmica, pode evoluir ou involuir. 
6. Resultados de Teste e Validação do Modelo Teórico a Partir das Hipóteses 
Na validação do modelo e diante da situação-problemae dos objetivos apresentados, 
definiram-se as hipóteses iniciais, em que H0 é hipótese nula (hipótese negativa ou de 
negação), e representa a situação de nulidade na geração do fenômeno da rede em questão, 
sendo que H1 é hipótese alternativa (terminologia adotada devido às técnicas estatísticas de 
13 
 
método utilizadas), e representa a efetiva geração dos fenômenos que são os efeitos de Redes 
de Negócios propostos em configuração plena. 
De maneira sintética, as hipóteses se relacionam com os atributos pela seguinte definição: 
H0.1 – (não gera), a ‘fidelização’ entre organizações participantes; H0.2 – (não gera), a 
‘especialização das empresas’; H0.3 – (não gera),o exercício da ‘compra de insumos ou de 
serviços diretamente dos produtores/prestadores’, sem intermediários puros; H0.4 – (não 
gera), uma ‘abrangência de negócios’ relevantes; H0.5 – (não gera) a ‘agilidade na 
substituição seletiva de empresas’; H0.6 - A Governança Supraempresarial (GSE), (não 
gera), uma ‘homogeneização da intensidade dos fluxos’ entre as empresas; H0.7 – A GSE 
(não gera), a ‘introdução de inovações para o alinhamento’ entre os negócios; H0.8 - A GSE 
(não gera), ‘introdução de novas tecnologias’; H0.9 - A GSE (não gera), o 
‘compartilhamento de investimentos, riscos e lucros’; H0.10 - A GSE (não gera), como efeito, 
a ‘estratégia’ deste como um todo para competir em rede; H0.11 - A atuação de um conjunto 
de empresas como em Rede de Negócios estratégica não gera um ‘efeito rede’, com pelo 
menos cinco dos seguintes efeitos elencados; H0.12 - A GSE não existe sobre o conjunto de 
empresas que atuam como em Rede de Negócios de negócios estratégica, a não ser que haja 
alguma ação decorrente de atuação indireta ou informal em prol dos interesses em comum, 
que busque gerar algum dos efeitos definidos no Modelo Conceitual Teórico Preliminar. 
Dentre alguns procedimentos estatísticos, procurou-se saber como estão o Conjunto de 
Negócios do Sistema Café do Cerrado, já denominado (CN1) e o Conjunto de Negócios da 
Rede Smart (CN2), na comparação de seus comportamentos em resultados obtidos. Então, foi 
realizado o teste Qui-quadrado, a fim de verificar a existência ou não de diferença 
significativa entre os dois conjuntos. No teste Qui-quadrado, foram utilizados os dados de 
CN2 em relação ao CN1, para determinar o quão as distribuições das médias de suas 
hipóteses estão próximas umas da outras. No resultado o valor calculado de 2.0191 foi 
inferior ao valor tabelado de 2.16 . Desse modo, evidenciou que existe boa aderência na 
distribuição das médias das hipóteses entre o CN1 e o CN2. 
Pôde-se observar que os dois conjuntos empresariais se ajustam em comportamentos 
semelhantes, ainda que seus valores médios individuais sejam diferentes. Dessa maneira, 
justificou-se o tratamento dos dados consolidados, para que os pesquisadores fizessem uma 
análise geral de padrão do comportamento dos dois conjuntos. 
Assim, a partir dos dados globais por hipóteses (de CN1 e CN2 juntos), geraram-se as médias, 
desvio-padrão e intervalo de confiança com os dados do intervalo inferior e do superior que 
foram calculados. Todos esses dados representaram o comportamento geral. Na Tabela 1, 
apresentam-se esses resultados finais, com a posição média considerada como a graduação de 
‘pertinência Fuzzy’ das hipóteses. A partir deles, geraram-se vários resultados, entre eles a 
Figura 2 que resumiu o comportamento global das duas Redes de Negócios em termos 
matemáticos. 
Tabela 1 - Resultados do Comportamento de CN1 e CN2 por Hipóteses 
Nota 1. Nível de Significância em 0.05 
Na Figura 2 as hipóteses iniciais de nulidade (H0.) estão representadas na linha horizontal do 
nível zero (Nível Base = NB) e as hipóteses alternativas (H1.) estão representadas na linha 
horizontal do nível cinco (Nível Superior = NS). As médias das hipóteses que indicam os 
graus de pertinência Fuzzy, estão numa posição definida, representada conforme a sua 
HIPÓTESES H.1 H.2 H.3 H.4 H.5 H.6 H.7 H.8 H.9 H.10 H.11 H.12 
Intervalo Inferior 1.4971 3.3350 2.3816 3.5510 4.0804 3.2487 3.1921 3.1275 0.2941 2.4319 2.1774 1.6564 
Média/Hipótese 1.5842 3.5982 2.5976 3.7946 4.4072 3.6429 3.5000 3.3571 0.3960 2.5481 2.2533 1.7356 
Intervalo Superior 1.6714 3.8615 2.8137 4.0383 4.7341 4.0370 3.8079 3.5868 0.4979 2.6642 2.3293 1.8149 
Desvio Padrão 0.2881 0.8704 0.7144 0.8056 1.0808 1.3033 1.0181 0.7594 0.3370 0.3840 0.2511 0.2622 
14 
 
legenda, assim como estão os dados dos intervalos inferiores e superiores de cada hipótese. 
As linhas pontilhadas são traçados que não representam resultados; elas têm uma finalidade 
única de permitir uma visualização do caminho entre os resultados das hipóteses para a 
observação. 
Figura 2 - Resultados do Comportamento Padrão dos Dois Conjuntos Empresariais Pesquisados (CN1 e 
CN2) nas Hipóteses Propostas 
Barros and Bassanezi (2010), Gomide and Gudwin (1994), Lopes (2005), Simões and Shaw 
(2007) enfatizam que, no uso da Lógica Fuzzy, reconhece-se que uma multivalência, sendo 
diferente da lógica clássica Aristotélica, que é bivalente (admite somente o verdadeiro ou 
falso). Assim as análises foram realizadas, a fim de interpretar o grau de pertinência Fuzzy das 
hipóteses e, então, oferecer condições para indicar as tendências de aceitação ou de rejeição 
para as hipóteses nulas e também predominância dos efeitos. 
Para isso, buscou-se o intervalo confiabilidade dos níveis de pertinências Fuzzy de todas as 
hipóteses consolidadas. Sendo que esses níveis são as médias da amostra global para cada 
hipótese, então, calculou-se a média das médias e, depois, o seu desvio-padrão (), que foi de 
1.0997. Com esse desvio (), num nível de significância () de 0.05 e valor tabelado t (da 
distribuição t de Student) de 1.96, calculou-se o intervalo de confiança que foi de 0.6222, com 
o qual foram encontrados o intervalo mínimo global de 2.1624 e máximo global de 3.4068. 
Dessa maneira, esses dois dados foram adotados, com a finalidade de indicar a faixa de 
tendência das hipóteses, o que permitiu elaborar a Figura 3 do comportamento global das 
redes para análises, como uma representação simplificada, contendo o grau de pertinência de 
cada hipótese dentro da escala Fuzzy, de zero a cinco (NB e NS). O traço pontilhado em 
laranja é uma linha posicionada no nível de referência em 2.1624, no valor calculado do 
intervalo de confiança mínimo global. O traço pontilhando em azul se posiciona no nível de 
referência em 3.4068, no valor calculado de confiança máximo global. 
Figura 3 - Comportamento Global dos Conjuntos e Grau de Pertinência e Faixa de Tendência 
Faz-se necessário destacar que, nesses intervalos mínimo e máximo foram adicionadas a 
denominação ‘global’, porque se referem à média de todas as pertinências das hipóteses 
(média das médias) e, portanto, distinguem-se dos intervalos inferiores e superiores 
específicos e singulares da pertinência de uma hipótese isolada. 
Esses níveis de referência definiram três áreas de interpretação dos resultados das hipóteses 
dentro dos valores da escala adotada. Para a interpretação dessa escala enfatiza-se que diante 
dos valores de pertinência de generalização da Lógica Fuzzy destacado em Barros and 
Bassanezi (2010), Gomide and Gudwin (1994) o Nível Base (NB) está para o valor zero, que 
significa a inexistência da pertinência, assim como o Nível Superior (NS) está para o valor 
um, que significa a completa pertinência. De maneira equivalente na pesquisa, a escala de 
pertinência pelas hipóteses está entre NB que é zero e representa o completo aceite da 
hipótese nula, e NS que é cinco e representa a completa rejeição da hipótese nula e aceite da 
hipótese alternativa. Então, os valores entre NB e o intervalo de confiança mínimo globalcompõe a primeira área que definiram os resultados de hipóteses com tendência a aceitarem a 
H0 (hipótese nula). Portanto, nas análises, esse efeito pode ser emergente ou não. 
Ainda no entendimento do método, entre o intervalo de confiança mínimo global e o intervalo 
de confiança máximo global ficou evidenciada uma área intermediária, enquanto que a 
terceira área foi definida pela faixa entre o intervalo de confiança máximo global e o NS. 
Nessa última área, os resultados de pertinência das hipóteses foram considerados pela a 
geração de seus efeitos com a tendência em rejeitar a H0 (hipótese nula) e aceitação da 
hipótese alternativa.No propósito de identificar, no mínimo, cinco efeitos quaisquer que 
15 
 
tivessem posição Fuzzy com tendência de rejeição de suas hipóteses nulas, para que os 
conjuntos de negócios fossem considerados uma Rede de Negócios, constatam-se oito deles. 
As suas denominações genéricas são: a) a especialização; b) a compra direta; c) os negócios 
significativos; d) a substituição seletiva; e) a homogeneização de fluxos; f) as inovações; g) as 
novas tecnologias; h) a estratégia de rede. 
7. Achados 
Os conceitos extraídos da teoria, notadamente de Redes Interorganizacionais que convergirma 
para Redes de Negócios (Castells, 2000; Jarillo, 1988; Human and Provan, 1997; Marcon and 
Moinet, 2001; Miles and Snow, 1986; Thompson, 2003; Todeva, 2006; Oliver and Ebers, 
1998) e Governança Supraempresarial (Schermerhorn Jr., 1975; Zaccarelli ET AL., 2008), 
permitiram elaborar ao modelo teórico desse tipo de rede proposto e apresentado no estudo. 
Em termos práticos, o modelo foi testado nos conjuntos empresariais citados com abordagens 
e técnicas metodológicas diferenciadas. Ao longo da investigação surgiram vários 
questionamentos, sendo que as seguintes questões foram inicialmente interessantes: 1) os 
atributos de Redes de Negócios sem ou com a Governança Supraempresas, da visão 
multidimensional na perspectiva sistêmico-estratégica conforme Zaccarelli ET AL. (2008), 
poderiam ser comprovados, se adotada metodologia e técnicas estatísticas adequadas? 2) O 
ferramental de pesquisa adotado e utilizado de modo inter-relacionado e em 
complementaridade funcionariam, com as qualidades triangulação propostas por Jick (1979)? 
3) Possibilitariam identificar, definir confirmar ou não esses atributos? 
Ao final obtiveram-se resultados que respondem positivamente para essas três questões. 
Constatou-se que essa multiplexidade de ferramentas metodológicas atendeu as necessidades 
de pesquisa na perspectiva multidimensional. Verificou-se que isso foi exequível na validação 
do Modelo Teórico Conceitual, ao possibilitar a geração do mapa estatístico que configurou o 
conjunto, e que também significou visualizar a condição dos atributos de rede, ou seja, dos 
efeitos sistêmicos. 
Portanto, da maneira empregada, registra-se uma inovação, no uso de quatro abordagens 
conceituais por Barros and Bassanezi (2010), Csillag (1995), Ensslin ET AL. (2001), Souza 
(1999), Simões and Shaw (2007) , Zaccarelli ET AL. (2008). Elas foram reunidas nesse 
complexo tipo de problema de pesquisa e suportaram o método de investigação. 
Por ser uma aplicação em dois conjuntos empresariais de negócios e atuações setoriais 
distintos, obteve-se certo grau de generalização. Logo, abre-se essa alternativa inovadora de 
metodologia de avaliação para atributos, fenômenos ou fundamentos de Redes de Negócios 
Estratégia e Governança Supraempresas, bem como suas influências sobre a competitividade, 
a ser aplicada por pesquisadores, estudiosos e gestores de negócios. 
Notaram-se outros achados. Primeiramente, na H0.1, que referiu-se à geração do efeito 
‘fidelização’, obtendo-se um desvio-padrão de 0.2881 correspondente à baixa variabilidade 
das opiniões dos respondentes, o grau de pertinência Fuzzy foi de 1.5842, uma posição que 
não alcança o intervalo mínimo global (de 2.1624). Isso pode ser entendido que existe o efeito 
como uma tendência de aceitar essa hipótese nula. Em concordância, observou-se que nos 
dados qualitativos em geral, existiram vínculos que levaram às parcerias restritas, 
particularmente no curto prazo, mas sem fidelização efetiva, se considerado Zaccarelli ET AL. 
(2008). No entanto, esse resultado esteve estrito ao âmbito das relações entre negócios dentro 
do conjunto. 
Por outro lado, em alguns casos específicos constatou-se forte vínculo de empresas aos 
conjuntos, e nessas situações ficou explicado que existem mais oportunidades e condições de 
negociar nos termos do ‘ganha-ganha’, pois que foram reveladas por seus dirigentes conforme 
16 
 
dados qualitativos. Isso confirmou Zaccarelli ET AL. (2008) e os arcabouços teóricos de que a 
cooperação interrelacionada no conjunto dá uma estrutura dinâmica, mais competitiva ao 
passo que flexível na adequação do ambiente, significando potência e flexibilidade 
organizacional (Jarillo, 1988; Human and Provan, 1997; Thompson, 2003). 
Além disso, no propósito de investigar a existência de no mínimo cinco atributos, o que seria 
comprovado pela posição Fuzzy com tendência de rejeição de suas hipóteses nulas, foram 
encontrados oito atributos, aqueles citados anteriormente. 
Dessas oito hipóteses, encontraram-se cinco hipóteses com desvios-padrão abaixo de 1.0000 
(um), e, de acordo com o pressuposto adotado no modelo, essa confiabilidade estatística em 
cinco ou mais hipóteses, confirma o que denominou ‘efeito rede’, este último considerado 
fundamental para caracterizar uma Rede de Negócios. 
No caso da três hipóteses restantes, ainda que tenham apresentado desvios-padrão acima de 
1.0000 (um), indicando alta heterogeneidade das respostas, pode-se considerar que seus 
efeitos também foram gerados, porque a variabilidade mínima de confiança ficou acima do 
intervalo mínimo global de 2.1624, conforme pode-se observar na Figura 3. Isso confirmou a 
existência efetiva de oito atributos de rede, o que, por si já confirma a existência da rede. 
Até esse ponto, já são duas criteriosas e diferentes confirmações da existência de Rede de 
Negócios. Contudo, pelo desenho do modelo e da inserção de teste específico de hipótese do 
‘efeito rede’ (H0.11), os investigadores tiveram mais uma condição de critério. Sendo que 
nesse teste o ‘intervalo mínimo global’ (ambas os conjuntos empresariais) indicou a tendência 
para rejeitar essa hipótese nula, e isso significou que o ‘efeito rede’ é existente, e 
consequentemente é uma reconfirmação da caracterização de Rede de Negócios. Neste ponto 
é importante reconhecer que a adoção dos intervalos globais mínimo e máximo (esses não são 
os intervalos mínimo e máximo de hipóteses), também como linhas de inferências 
visualizadas na Figura 3, foram fundamentais para que se pudesse reconhecer o ‘efeito rede’, 
e por si é um achado metodológico e do ponto de vista dos resultados. 
Também do ponto de vista ontológico, no que se diz aos fenômenos e interações, os 
fundamentos e constructos de Zaccarelli ET AL. (2008) foram aceitos e confirmados. Esses 
resultados obtidos, no maior rigor metodológico foram validados, o que contribui para o 
avanço com e para a abordagem sistêmico-estratégica de Redes de Negócios e Governança 
Supraempresas. Por outro lado, deve-se observar que por observações qualitativas observadas 
nos dados, o acervo dessa abordagem ainda está em formação. 
Os estudos anteriores a Zaccarelli ET AL. (2008) e com essa abordagem, não traziam 
condições de fazer essa inferência. Por essa razão o resultado da pesquisa produziu novas 
condições e oportunidades de estudiosos e gestores ou estrategistas para reconhecer uma rede, 
quer dizer, de identificarem se um conjunto empresarial é ou não é Rede de Negócios (Rede 
de Negócios Estratégica).Além disso, permitir ir adiante, como por exemplo, aferir o estágio 
evolucionário de uma dada rede objeto, algo que, até então, não fora encontrado nesse 
domínio de abordagem. 
Também, abre-se também possibilidades de fazer estudos longitudinais, que possa contemplar 
décadas, em teorias de base macroambientais, especialmente a Ecologia das Organizações 
(Fischmann, 1972; Hannan, 1976; Hannan and Freeman, 1977; Zaccarelli, 1971; Zaccarelli 
and Fischmann, 1977; Zaccarelli ET AL., 1980), e também para contraposições ou não da 
Teoria Contingencialista (Donaldson, 2003) 
A governança, como um exercício de coordenação na interdependência implícita dos 
competidores, observada em autores da fundamentação teórica, esteve presente nos conjuntos, 
mas em concepções mais distintas. Ela foi considerada como no contexto conceitual de 
17 
 
Schermerhorn Jr. (1975), de atuação ou ações veladas ou ‘federativa’, o que significou a sua 
similaridade com o conceito ‘supraempresarial’ de Zaccarelli ET AL. (2008). De outra 
maneira, nas analises qualitativas também se identificou um nível de governo coordenado, 
que se fez em ações mais explícitas ou intervenções diretas como no conceito do contexto 
‘unitário’ de Schermerhorn Jr. (1975). Então a Governança Supraempresarial foi evidenciada 
nas redes pesquisadas, num estágio emergente, mas seus mecanismos e variáveis não foram 
objeto desse estudo, e necessitam de novas pesquisas. Com essa compreensão pôde ser 
validado o conceito de rede em ‘configuração plena’ como pressuposto para o modelo teórico, 
o que também contribui conceitualmente para entender os atributos de Rede de Negócios. 
8. Conclusão 
Foi possível constatar diante de muitos estudos no campo, que há diversidade nas discussões 
em torno dos conceitos originários para caracterizar a rede de negócios. Oriundos de 
diferentes correntes teóricas, pesquisadores de várias especialidades que obtiveram diferentes 
resultados de pesquisa, inclusive nos estudos no campo da Administração (Oliver and Ebers, 
1998; Balestrin ET AL., 2010; Balestrin and Vargas, 2004). Ainda assim, houveram avanços, 
que permitem considerar a formação de primeira geração de estudos de Redes e Governança, 
conforme Torfing (2005). 
Diante de conceitos principais, foi necessária uma visão genérica de modo multidisciplinar, 
para a aplicação em múltiplos setores ou mercados de atuação. Bem como um esquema que 
represente a natureza estratégica e as configurações de uma Rede Negócios ao longo do 
tempo, diante da Governança Supraempresarial. Novos modelos mentais e padrões são 
necessários para os estudos e pesquisa no tema, no alcance dessa abordagem, na 
homogeneização de conceitos e critérios científicos. 
Dessa maneira propôs-se um modelo que procurou atender a essas necessidades, e permitir 
comparabilidade e adaptabilidade de diferentes ambientes setoriais. Na aplicação do modelo 
buscaram-se informações que permitam identificar os atributos componentes desse tipo de 
rede, analisar o seu estágio conforme o seu poder de competição, avaliar o seu nível de 
maturidade, e buscar ações estratégicas que façam sinergia com a sua natureza competitiva. 
Comprovou-se o modelo proposto. Porém, é importante observar que não está definitivo, 
apesar de ter sido utilizado para pesquisar dois conjuntos empresariais de negócios diferentes 
em setores de negócios distintos, o que permite um grau de generalização como resultado de 
pesquisa e a possibilidade de seu uso pelos gestores e estrategistas de Redes de Negócios. 
Por outro lado considera-se que é um pré-modelo esquemático, visto que necessita de mais 
pesquisas para se tornar um modelo a ser adotado. Naturalmente, há necessidade de que 
surjam outros modelos para confrontá-lo, e a perspectiva adotada permite isso, a fim de que 
os conceitos e o próprio tema avancem em bases científicas ao longo do tempo. 
Contudo, a investigação e os resultados atenderam à finalidade de orientar os conceitos 
propostos sobre essas redes em representação genérica e de modelo, e serviu para o estudo e 
avaliação dos seus atributos. Auxiliaram satisfatoriamente para que os objetivos da pesquisa 
fossem alcançados, tanto para a identificação dos conjuntos empresariais e na presença do 
grau de importância dos efeitos, que são os atributos das Redes de Negócios e a Governança 
Supraempresas, como para a verificação da alteração do poder competitivo e da contribuição 
metodológica para o objeto de estudo. 
Por fim, algumas questões emergiram para linhas de pesquisas, utilizando-se esse modelo: 
Existem mais atributos ou efeitos de Rede de Negócios do que esses estudados? Como está a 
evolução de Redes de Negócios estratégicas no Brasil e no mundo? Em que estágio elas 
estão? Nesse caso, quais seriam seus atributos? Existem outras configurações de redes 
18 
 
competitivas? Quais seriam aqueles determinantes para a sua constituição mínima desse tipo 
de rede? Outras ferramentas e métricas podem surgir para comparar com a adotada: quais as 
melhores para definir os atributos dessas redes? Além disso, os estudos precisam avançar em 
comparação com outras redes internacionais, sejam na aplicação dos métodos e técnicas aqui 
utilizados, ou de outras metodologias. 
References 
Ackroyd, S., 1998. How organizations act together: interorganizational coordination in theory 
and practice – book reviews. Administrative Science Quarterly, 43 (1): 217-220. 
Andrews, K. R., 1980. The concept of corporate strategy. Richard D. Irwin, Homewood, IL, 
USA. 180pp. 
Ansof, H. I. , 2001. Corporate strategy. McGraw-Hill, New York, USA. 256pp. 
Balestrin, A. and L. M. Vargas, 2004. A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: 
teorizações e evidências. Revista de Administração Contemporânea, Special Edition: 203-
227. 
Balestrin, A., J. R. Verschoore and E. Reyes Jr., 2010. O campo do estudo sobre as Redes de 
Cooperação Interorganizional no Brasil. Revista de Administração Contemporânea (RAC), 
14 (3): 458-477, 
Bana e Costa, C. A., 1992. Struturacion, construction ET exploitation d’un modèle 
Multicritère d’Aide à La Décision (PhD Thesis). Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 
Portugal. 
Bana e Costa, C. A., E. C. Corrêa, J. M. De Corte and J. C. Vansnick, 2002. Facilitating bid 
evaluation in public call for tenders: a socio-technical approach. The International Journal 
of Management Science, 30(3): 227-242. 
Bana e Costa, C. A., E. C. Corrêa, J. M. De Corte and J. C. Vansnick, 2003 . ‘Macbeth’. 
Working Paper. London School Of Economics, London, UK. 
Barbetta, P. A, 2008. Estatística aplicada às Ciências Sociais. Editora da UFSC, Florianópolis, 
Brazil. 315pp. 
Barros, L. C. and R. C. Bassanezi, 2010. Tópicos de Lógica Fuzzy e Biomatemática. 
IMECC/UNICAMP, Campinas, Brazil. 344pp. 
Baum, J. A. C. and C. Oliver, 1991. Institutional linkages and organization mortality. 
Administrative Science Quarterly, 36 (2): 187-232. 
Bovet, D., Martha, J., Bovet, D., & Martha, J. (2012). Strategy & Leadership. 
Bronzo, M. and L. O. Honório, 2005. O institucionalismo e a abordagem das interações 
estratégicas da firma. Revista de Administração de Empresa - Eletrônica, 4 (1): Art. 5. 
Caglio, A., 1998. Networks and information technology: competing through extranets. In: III 
CEMS- Community of European Management Schools. Louvain-la-Neuve, Belgium,3,7-9. 
Castells, M., 2000. The rise of The Network Society: the Information age - economy, society 
and culture. John Wiley & Sons, New Jersey, USA.624pp. 
Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (EXPOCACCER). Website EXPOCACCER, 
Brazil. Available at: http://www.expocaccer.com.br/cafecerrado.html . Accessed 02 
August 2012. 
Csillag, J. M, 1995. Análise do valor. Atlas, São Paulo, Brazil. 376pp.19 
 
Denolf, J. M., Trienekens, J. H., van der Vorst, J. G. a. J., & Omta, S. W. F. (2015). The role 
of governance structures in supply chain information sharing. Journal on Chain and 
Network Science, 15(1), 83–99. doi:10.3920/JCNS2014.0004 
Donaldson, L., 2003. Organization Theory as a Positive Science. In: Tsoukas, H. and C. 
Knudsen. The Oxford Handbook of Organization Theory: meta-theoretical perspectives. 
Oxford University Press, Oxford, UK, pp. 39-62. 
Dutra, I. S., S.B. Zaccarelli and S. A. Santos, 2008. As redes empresariais de negócios e o seu 
poder competitivo: racionalidade lógica ou estratégica? Revista de Negócios, 13(1): 11-17. 
Ensslin, L., G. Montibeller Neto anda S. M. Noronha, 2001. Apoio à decisão - Metodologia 
para estruturação de problemas e avaliação multicritério de alternativas. Insular, 
Florianópolis, Brazil. 
Fischmann, A. A., 1972. Algumas Aplicações de Ecologia de Empresas (Thesis Masters 
degree). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São 
Paulo, São Paulo, Brazil. 
Gomide, F. A. C. and R. R. Gudwin, 1994. Modelagem, controle, sistemas e Lógica Fuzzy. 
Revista Controle & Automação da Sociedade Brasileira de Automática, 4 (3): 97-115. 
Guimarães, A. T. R., 2009. Empresas instaladas em Clusters com orientação estratégica dual, 
originadas na governança de Clusters e Redes de Negócios: uma busca focada no negócio 
do vinho das regiões do Porto, em Portugal e do Vale dos Vinhedos, no Brasil (PhD 
Thesis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São 
Paulo, São Paulo, Brazil. 165pp. 
Guimarães, A., Santos, S., Zaccarelli, S., Kuniyoshi, M., & Gaspar, M. (2014). Um estudo no 
setor de vitivinicultura no Brasil e em Portugal. Revista Portuguesa E Brasileira de 
Gestão, 13(4), 56–72. 
Hannan, M. T., 1976. Modeling stability and complexity in networks organizations. In: 
Annual Meeting of The ASA, New York, USA. 
Hannan, M. T. and J. Freeman, 1977. The population ecology of organizations. American 
Journal of Sociology, 82 (5): 929-964. 
Hax, A. C. and D. L. Wilde II, 1999. The Delta Model: adaptive management for a changing 
World. Sloan Management Review, 40 (2): 11-28. 
Håkansson, H and I. Snehota, 1995. Developing relationships in business networks. 
Routledge, London, UK. 418pp. 
Hendrikse, G. W. J. (2008). Governance of chains and networks: A research agenda. Journal 
on Chain and Network Science, 3(1), 1–6. doi:10.3920/JCNS2003.x025 
Human, S. and K. Provan, 1997. An emergent theory of structure and outcomes in small-firm 
strategic manufacturing networks. Academy of Management Journal, 40 (2): 368-403. 
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)a, 2012. Portal INPI, Brazil. Available at: 
http://www.inpi.gov.br . Accessed 02 August 2012. 
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)b, 2012. Lista de IGs nacionais e 
estrangeiras registradas no Brasil atualizada em 31/07/2012. Brazil. Available at: 
20 
 
http://www.inpi.gov.br/images/stories/downloads/indicacao_geografica/excel_31_07_2012
.pdf . Accessed 02 August 2012. 
Jarillo, J. C., 1988. On Strategic Networks. Strategic Management Journal, 9 (1): 31-41. 
Jick, T. D, 1979. Mixing qualitative and quantitative methods: triangulation in action. 
Administrative Science Quarterly, 24 (4): 602-611. 
Jones, C., W. S. Herstely and S. P. Borgatti, 1997. A General Theory of Network 
Governance: exchange conditions and social mechanisms. The Academy of Management 
Review, 22 (4): 911-945. 
Lara, M., 2012. Produtores da Região do Cerrado Mineiro lançam nova marca de café. 
20/04/2011. Revista Cafeicultura® (website). Brazil. Available at: 
http://revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=39076#. Accessed 04 July 2012. 
Lopes, M. R. C. M., 2005. Uso de Metodologias Promethee e F-Promethee na Avaliação de 
Clientes (Thesis Masters degree). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brazil. 80pp. 
Machado-Da-Silva, C. L. and S. L. Barbosa, 2002. Estratégia, fatores de competitividade e 
contexto de referência das organizações: uma análise arquetipa. Revista de Administração 
Contemporânea, 6(3): 07-32. 
Machado-Da-Silva, C. L. and B. H. R. Fernandes, 1998. Mudança ambiental e reorientação 
estratégica: estudo de caso em instituição bancária. Revista de Administração de Empresas, 
38(4): 46-56. 
Malhotra, N. K., 2006. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Bookman, Porto 
Alegre, Brazil. 720pp. 
Marcon, C. and N. Moinet, 2001. Estratégia-Rede. EDUCS, Caxias do Sul, Brazil. 214pp. 
Marchi, J. J., Cassanego Junior, P., & Wittmann, M. L. (2012). Troca e criação de valor: 
possibilidades Competitivas advindas de estratégia de redes. Revista de Administração, 
47(2), 180–196. doi:10.5700/rausp1033 
Meyer, J. W. and B. Rowan, 1977. Institucionalized organizations: formal structure as myth 
and ceremony. The American Journal of Sociology, 83(2): 340-363. 
Miles, R. and C. Snow, 1986. Organizations: new concepts for new forms. California 
Management Review, 28 (3): 62-73. 
 
Mintzberg, H., 1987. The Strategy concept: five ´ps´ for strategy. California Management 
Review, 30(1): 11-24. 
Mintzberg, H., B. Ahlstrand and J. Lampel, 1998. Strategy Safari: a guided tour the wilds of 
strategic management. Free Press, New York, USA. 416pp. 
Moura, P. T., & Chaddad, F. . (2012). Collective Action and the Governance of 
Multistakeholder Initiatives: A Case Study of Bonsucro. Journal on Chain and Network 
Science, 12(1), 13–24. doi:10.3920/JCNS2012.x002 
O’Farrell, P. N. and P. A. Wood, 1999. Formation of strategic alliances in business services: 
towards a new client-oriented conceptual framework. The Service Industries Journal, 
19(1): 133-151. 
21 
 
Oliver, A. L. and M. Ebers, 1998. Networking network studies: an analysis of conceptual 
configurations in the study of inter-organizational relationships. Organization Studies, 
19(4): 549-583. 
O’Reilly, S., Haines, M., & Arfini, F. (2008). Food SME networks: Process and governance - 
The case of Parma ham. Journal on Chain and Network Science, 3(1), 21–32. 
doi:10.3920/JCNS2003.x027 
Porter, M. E., 1980. Competitive strategy: techniques for analyzing industries and 
competition. Free Press, New York, USA. 397pp. 
Porter, M. E., 1985. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. 
Free Press, New York, USA. 557pp. 
Porter, M. E., 1990. The competitive advantage of nations. Free Press, New York, USA. 
885pp. 
Prahalad, C. K. and G. Hamel, 1990. The core competence of the corporation. Harvard 
Business Review, 68(31): 79-91. 
Ramos-Rodriguez, A. R. and J. Ruiz-Navarro, 2004. Changes in the Intellectual Structure of 
Strategic Management Research: a bibliometric study of the Strategic Management 
Journal, 1980-2000. Strategic Management Journal, 25 (10): 981-1004. 
Rede Smart (SMART), 2012. Brazil. Available at: http://www.redesmart.com.br . Accessed 
02 August 2012. 
Schermerhorn Jr., J. R., 1975. Determinants of interorganizational cooperation. Academy of 
Management Journal, 18(4): 846-856. 
Selznick, P., 1957. Leadership in administration: a sociological interpretation. Harper & Row 
Publishers, New York, USA. 162pp. 
Simões, M. G. and I. S. Shaw, I. S. 2007. Controle e modelagem Fuzzy. Edgard Blücher, São 
Paulo, Brazil. 180pp. 
Souza, O. A., 1999. Delineamento experimental em ensaios fatoriais utilizados em preferência 
declarada (PhD Thesis). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brazil. 179 
pp. 
Thompson, G. F., 2003. Between hierarchies and markets: the logics and limits of network 
forms of organization. Oxford University Press, Oxford, UK. 284 pp. 
Todeva, E, 2006. Business Networks: strategy and structure. Routledge, London, UK. 262 pp.

Outros materiais