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1 Redes de Negócios Orientadas por Estratégia Definida por Governança Supraempresas: proposta e confirmação de um Modelo Teórico 1) Ivan de Souza Dutra - Universidade Estadual de Londrina, Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA/UEL, Brazil. Rua Fernando Lisboa Júnior, 44, Guarapuava, Paraná, Brazil. CEP 85015-060. E-mail: ivandutra@uel.br 2) Sílvio Aparecido dos Santos- Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - PPGA/FEA/USP, Brazil. Rua Professor Luciano Gualberto, 908, Sala E-189, Cidade Universitária, São Paulo, Brazil. CEP 05508-900. E-mail:sadsanto@usp.br 3) Sérgio Baptista Zaccarelli - Universidade de São Paulo, Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEA/USP, Brazil. Rua Professor Luciano Gualberto, 908, Sala E-189, Cidade Universitária, São Paulo, Brazil. CEP 05508-900. E-mail: sbzacca@uol.com.br RESUMO Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa empírica para verificação da presença dos atributos descritos no modelo conceitual proposto por Zaccarelli ET AL. (2008). Para verificar a presença e os efeitos de uma ou mais ações exercidas sobre as empresas organizadas em rede foi realizada uma pesquisa, de natureza qualitativo-quantitativa, em duas redes empresariais brasileiras, a rede de agribusiness do café, a Rede Café do Serrado Mineiro® e a Rede Smart®, que reúne pequenos supermercados varejistas que atuam no mercado brasileiro. Essas duas redes abrigam, também, outras empresas que dão suporte, adicionando valor à atividade principal de cada rede. Em principio, as ações descritas no modelo podem ser realizadas por mecanismos formais ou informais de governanças supraempresas. Para análise dos dados foi utilizado o método de Multicritérios de Apoio à Decisão (MCDA) e Modelagem de Delineamentos Experimentais com método Mudge e interpretação por Lógica Fuzzy (Lógica Difusa). Com base nos dados coletados nessas duas redes, foi possível confirmar a presença das ações de empresas que atuam em rede, orientadas pela governança supraempresas, validando assim empiricamente o modelo de redes de negócios orientadas por estratégia definida por governança supraempresas proposto por Zaccarelli (2008). Os achados mais importantes dizem respeito à identificação de ações típicas de rede realizadas pelos líderes, voluntários em princípio, sem a existência de uma governança coletiva. Na medida em que a rede se expande e necessita de uma estratégia comum para o conjunto de empresas, surge a necessidade da institucionalização da governança supraempresarial para que a mesma possa alcançar o “efeito-rede”. Entende-se por efeito-rede, a capacidade do conjunto de empresas associadas atenderem melhor seus clientes e conquistar novos mercados, os quais não seriam alcançados sem a atuação conjunta e cooperada, orientada por uma estratégia comum ditada pela respectiva governança supraempresarial de cada uma delas. Palavras-chave: redes estratégicas, supraempresarial, conjunto de empresas, Fuzzy. 2 1. Introdução O modelo de redes de negócios entendido como um agrupamento de empresas que decidem cooperar e competir orientadas por uma estratégia comum formulada por uma governança supraempresarial, formal ou informal, foi o objeto de teste de validação empírica descrita neste artigo. Nesse modelo de rede estratégica de negócios proposto por Zaccarelli (2008), as empresas que participam da rede devem agregar valor, em uma ou mais etapas do processo de fabricação e comercialização dos produtos ou das operações de serviços objetos de cada rede. Reconhece-se ainda que outras empresas, também, podem participar da rede propiciando suporte, desde que adicionem valor a operação principal da rede. A estruturação de uma rede estratégica de negócios pode ser feita por ações voluntárias de líderes empresariais, tendo como atrator, interesses de negócios comuns para as empresas integrantes. Na medida em que rede evolui e que diferentes ações conjuntas são empreendidas, o surgimento de uma governança supraempresarial, que conduza uma série de ações estratégicas adicionais que envolvam todas as empresas da rede, torna-se imperativo para garantir o “efeito rede”. Além de apresentar o modelo conceitual de operação de redes estratégicas de empresas, os autores deste artigo validaram as ações típicas da existência componentes da rede. Por meio de estudo de duas redes de negócios foi identificado o que se denominou de “efeito rede” resultante da ação da governança da rede, ou seja, aquela que define a estratégia conjunta para ser seguida por todos os stakeholders integrantes da rede. Segundo Guimarães ET AL. (2014), a rede de negócios são orientadas por estratégias definidas pela governança coletiva da mesma rede. Denolf, Trienekens, van der Vorst, & Omta (2015) estudaram a função de governança das redes no compartilhamento das informações entre os integrantes da mesma. A ação coletiva e a governança dos stakeholders integrantes da rede foi estudada por Moura & Chaddad (2012). A atuação das empresas em rede pressupõe que agindo em conjunto se tornam mais competitivas quando comparadas com a atuação isolada. Bovet & Martha (2012) estudaram a operação das redes, revelando que elas são orientadas de acordo com demanda dos clientes. É com base nas necessidades explicitadas por estes clientes que os demais stakeholders componentes da rede se alinham à estratégia comum definida pela governança de rede. A operação das empresas em rede propicia a possibilidade de criação e troca de valor por diferentes atores econômicos conforme estudado por Marchi, Cassanego Junior, & Wittmann (2012). Gray, Boehlje, & Preckel (2007) destacaram ainda que os atores da rede instalados em diferentes elos da cadeia de valor compartilham riscos e recompensas gerenciados pela estrutura de governança da rede. Especialmente em pequenas e medias empresas de alimentos, o processo de formação de redes e de governanças das mesmas foi estudado por O’Reilly, Haines, & Arfini (2008). Esses fenômenos foram discutidos por Zaccarelli ET AL. (2008) propondo um ensaio conceitual em perspectiva distinta, a sistêmico-estratégica, em que uma Rede de Negócios é um tipo de sistema, composto por empresas, que oferece produtos e serviços, com qualidade diferenciada, em função de uma estratégia orientada por uma entidade supraempresarial. A pesquisa que originou este artigo considera que os fenômenos sistêmicos de redes de negócios do ensaio de Zaccarelli ET AL. (2008), em que a rede é um conjunto organizacional de negócios que pode se auto-organizar e produzir efeitos, tais como, a abrangência de 3 negócios, a especialização de empresas, a agilidade na substituição seletiva delas, a eliminação de intermediários puros, e a ‘fidelização’ entre organizações participantes. Além deles, conforme os autores também são atributos a geração pela rede dos seguintes efeitos: de compartilhamento dos riscos, de investimentos e lucros entre as empresas, da capacidade de homogeneizarem a intensidade de fluxo de seus recursos (entre empresas), da introdução de inovações para o alinhamento dos negócios, da introdução de novas tecnologias, e da ‘estratégia de conjunto’ deste como um todo para competir em rede. Esses últimos foram considerados possíveis de ocorrerem somente por uma atuação de uma ‘Governança Supraempresas’ no conceito de Zaccarelli ET AL. (2008, p. 52).Tal governança tem um conceito diferenciado e diferente daquele de Governança Corporativa em gestão de negócios, e de outros conceitos de governança em Ciências Políticas, mas semelhanteao de Governança Supraorganizacional de Schermerhorn Jr. (1975, pp. 846-847). Dessa maneira, a geração de os efeitos dessas redes que aumentam o poder competitivo, por auto-organização ou por governança supraempresas foram neste estudo considerados como atributos de Rede de Negócios. Na pesquisa que originou este artigo, procurou-se verificar e-ou confirmar empiricamente os atributos que geram ou não maior competitividade para as Redes de Negócios, por Auto- organização ou por Governança Supraempresarial, conforme Zaccarelli ET AL. (2008). Com isso, também trazer um ferramental metodológico que permita reconhecer esse tipo de rede a partir desses atributos sistêmicos. Portanto, o estudo traz o resultado da investigação de duas experiências reais em destacados conjuntos de empresas articuladas e alinhadas para o mesmo fim. O primeiro conjunto (CN1) do sistema Café do Cerrado1 atuando em âmbito nacional e internacional no setor agroindustrial exportador de café. O outro (CN2), a Rede Smart2 atua no setor varejista do segmento supermercadista do Brasil. Ambos propiciaram os subsídios para o teste empírico da proposta de modelo organizacional, com abordagens estatísticas de Multicritérios de Apoio à Decisão (MCDA) e Modelagem de Delineamentos Experimentais com método Mudge, e interpretação por Lógica Fuzzy (lógica difusa). Todo esse arcabouço teórico e empírico o leitor encontrará sintetizado neste estudo. 2. As Redes Interorganizacionais, as de Negócios, seus Contextos e a Estratégia No escopo das Ciências Sociais, há uma ampla variedade de estudos sobre o tema das relações e redes interorganizacionais. Observa-se, porém, que as suas fronteiras estão mal definidas. Abrangem diferentes focos e estudam uma multiplicidade de aspectos que não estão numa ordem lógica de sequência e nem de completude de abordagem do fenômeno. Além disso, a cada dia surgem novos estudos dirigidos para lacunas teóricas, tais como as Redes de Negócios e Governança Supraempresarial. Ao tratar do nível de análise das Redes de Negócios, Todeva (2006) estabelece que a complexidade em estudo pode variar dependendo de três tipos de micro ou macro dimensões: o ator, a relação (elo) e a rede como um todo. Num estudo em fins da década de 1990, os 1 Café do Cerrado é uma marca do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado – CACCER, registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI nas classes 41 : 50 em 27/07/1993 e 30 : 10 em 02/12/1994 (INPI, 2012a), que autorizou a sua menção neste estudo. Segundo EXPOCACCER (2012) [...] ‘A marca Café do Cerrado reconhecida mundialmente pelo sabor diferenciado e pela alta qualidade faz parte de um sistema, o Sistema Café do Cerrado, cuja gestora e mantenedora da marca é a Federação dos Cafeicultores do Cerrado.’ Esse sistema representa, 7 associações de produtores, 8 cooperativas, e mais empresas de armazéns, torrefadoras, exportadoras e do comercio no mercado nacional e no exterior, que têm atuação conjunta no setor de negócios originários da região do Cerrado Mineiro. 2 Entre as empresas estão as lojas que compõem se identificam como pertencentes à mesma rede, mas têm gerenciamento independente. Em 2010 a rede contou 889 lojas filiadas, distribuídas em mais de 596 municípios brasileiros, em 19 dos principais estados brasileiros (SMART, 2012). A empresa Smart Varejos Ltda é a principal operadora da marca Rede Smart® que está registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI para Martins Comércio e Serviços de Distribuição S.A (INPI, 2012a), e autorizou a sua menção neste estudo. 4 autores Oliver and Ebers (1998) também fizeram constatações dessa diversidade no qual revelaram seis configurações teóricas derivadas da aplicação da técnica estatística de escalonamento multidimensional (MDS), sintetizadas num quadro (Oliver and Ebers, 1998, p. 564). Destas configurações, quatro foram possíveis de serem identificadas, pois, segundo esses autores, são distintas e independentes: 1) Redes Sociais; 2) Poder e Controle; 3) Institucionalista; 4) Economia Institucional e Estratégia. Em outros estudos, além de Balestrin ET AL. (2010), Balestrin and Vargas (2004) procuraram consolidar os resultados obtidos por Oliver and Ebers (1998) e também por Caglio (1998), e estabeleceram nove tradicionais correntes teóricas e por estudiosos; entre elas, a Abordagem Estratégica, dos autores Michel Porter, José Carlos Jarillo , James Brian Quinn ET AL., Christian Marcon e Nicolas Moinet, que serviu de orientação para este estudo. A proliferação de pesquisas na área dos temas das relações e redes interorganizacionais na Europa e Estados Unidos, principalmente, e também no contexto brasileiro conforme Balestrin ET AL. (2010). Porém, esse crescimento de estudos ainda não resultou num desenvolvimento ontológico teórico definitivo, ou então (por outro lado), as racionalidades tradicionais estão inadequadas. Uma característica teórico-multidisciplinar e complexa foi observada pelos autores, por se verificar a diversidade de conceitos, bem como as diferenças nos resultados de tais pesquisas, mesmo quando aplicadas cientificamente, visto que muitas questões primárias foram parcialmente respondidas, ou ainda não obtiveram respostas consensuais. O próprio conceito de rede ainda está em desenvolvimento. Também constata-se que essa situação, de certo modo, se estende para um campo mais particular dos estudos das empresas em rede e para as Redes de Negócios. Com o intuito de estabelecer uma noção de elementos componentes desse tipo de rede, a partir de importantes contribuições de autores para o tema, primeiramente, realizou-se uma compilação das suas definições e de suas características. Para a elaboração de Modelo Teórico Preliminar, partiu-se de vários estudos sobre redes interorganizacionais, afunilando para a rede de empresas ou negócios, entre os quais: Castells (2000), Jarillo (1988); Human and Provan (1997), Marcon and Moinet (2001), Miles and Snow (1986), Thompson (2003), Todeva (2006) Oliver and Ebers (1998). Dentro da vertente da Estratégia e da Economia para Negócios uma primeira questão motivou o estudo: que perspectiva e conceitos podem auxiliar a construção de um modelo organizacional e que melhor represente a configuração de uma Rede Estratégica Empresarial ou de Negócios? Um aspecto importante foi destacar fenômenos sistêmicos fundamentais que influenciam o poder de competitividade do conjunto de negócios em si. Em primeiro lugar é necessário uma visão diferenciada em perspectiva sistêmico-estratégica para entender a multidimensionalidade desse tipo de conjunto organizacional de negócios como ‘Rede de Negócios’, algo que não é fácil ou comum para os gestores especialmente no ocidente. Depois dispor essa visão num Modelo organizacional. Por isso, e ainda diante de uso do nome Rede de ‘Negócios’, é preciso buscar a definição clara e precisa para: ‘o que é negócio?’ (grifo dos autores). Por exemplo, há um engano por vezes encontrado no mundo dos negócios: o de entender ou confundir o que é empresa como sendo negócio. Zaccarelli ET AL. (2008, p. 41) explica que a empresa e o negócio não são sempre sinônimos. ‘[...] Uma empresa pode atuar em mais de um negócio’. No mesmo sentido, os autores enfatizam que empresas componentes de uma rede não são permanentes ao longo do tempo e ocorrem mudanças, introdução de novas empresas, fechamento ou saída de outras. Além disso, nos relacionamentos da rede ocorrem diversos vínculos e transações. Desse modo, adotou-se uma definição mais adequada para responder à questão anterior e oferecer condições de entender fenômenos sistêmicos de competitividadepara um conjunto de empresas: o negócio 5 é a realização de duas transações remuneráveis, uma de compra e outra de venda que viabilizam a empresa. Essa definição permite trabalhar de maneira ampla a possibilitar uma visão multidimensional para rede. Outro aspecto adjacente dessa abordagem de empresas, que formam conjuntos que atuam como em rede, é aquele em que elas se reúnem num sistema em Cluster (Porter, 1990) de Negócios. O ‘Cluster de Negócios’ pode ser definido como uma configuração de rede entre empresas, o que pode contribuir para alguma confusão no tema. Então, faz-se necessário distinguir as Redes de Negócios dos Clusters de Negócios. As qualidades de agrupamento regional de negócios destacadas por Porter (1990) – os Clusters - produzem fenômenos sistêmicos que os diferem daqueles outros, especialmente os conjuntos de negócios que não estão em agrupamentos de negócios em local, como é o caso das Redes de Negócios, e que possuem negócios dispersos alinhados por estratégias em comum. Além disso, é mais difícil evidenciar o efeito dessas sobre a competitividade do que daqueles. Dessa forma, não se pode afirmar que Clusters e Redes de Negócios são a mesma coisa. Ainda assim, ambos os sistemas são mais bem explicados a partir da racionalidade estratégica, como também os resultados das interações interempresas e negócios (Zaccarelli ET AL., 2008, pp. 97-108). Diante do exposto é importante verificar o contexto dos negócios empresariais, em consequência da estratégia e da competitividade. E ainda, estas podem ser alcançadas pelas ações dos negócios, atuando como conjunto organizado, com o fim de obter melhores resultados se comparadas à atuação isolada e não articulada de outras empresas (Dutra ET AL., 2008; Jarillo, 1988; Miles and Snow, 1986; Thompson, 2003; Todeva, 2006; Zaccarelli ET AL., 2008). O poder competitivo se evidencia, portanto, como um fenômeno importante no ambiente das redes de negócios e empresas, o que leva a considerar a presença da estratégia desde o início de sua atuação. Por conseguinte, o entendimento do campo temático da estratégia é importante e possibilita convergência, uma vez que diversas áreas de conhecimento - e não somente a dos estudos organizacionais - contribuem para a sua compreensão. Porém, alguns autores criaram definições muito estritas a partir de abordagens que foram aceitas em dado período, e algumas delas acabaram por influenciar o senso comum. Ramos-Rodriguez and Ruiz-Navarro (2004) procuraram encontrar e mapear os estudos internacionais mais influentes ou relevantes no campo da pesquisa sobre a estratégia e sua evolução, a partir de publicações do Strategic Management Journal. Os autores mais citados, Prahalad and Hamel (1990) e Porter (1980; 1985), auxiliaram o entendimento do conceito de estratégia para este estudo. Além deles, alguns estudos brasileiros como Machado-da-Silva and Fernandes (1998) e Machado-da-Silva and Barbosa (2002) e discorreram que as organizações devem aprender a conciliar competências em padrões de desempenho econômico. Em termos de metaestratégia, contribuíram Mintzberg (1987) e Mintzberg ET AL. (1998) que trataram do pensamento estratégico nas diversas correntes da estratégia. Nos apontamentos da concepção estratégica de Hax and Wilde II (1999), identificaram a ‘solução integral’ e de ‘aprisionamento pelo sistema de negócios’ (denominada lock-in). Neste caso, compõe um conjunto de produtos ou serviços complementares que signifiquem economia como um todo para o cliente, e-ou continuidade na família de produtos ou serviços, o que chama a atenção porque se aproxima com estratégia de Rede de Negócios. Entretanto, é importante saber que aqui também existem diferentes escopos de atuação, escalas e vínculos, o que significa caminhos distintos para competir. Diante das discussões apresentadas a respeito do que é estratégia ou de como ela é realizada (Andrews, 1980; Ansoff, 2001; Hax and Wilde II, 1999; Mintzberg, 1987; Mintzberg ET AL., 1998; Porter, 1980; 1985; Prahalad 6 and Hamel, 1990; Selznick, 1957), foi observado que o ponto de concordância é a competitividade, utilizado como elemento para definir-se uma Rede de Negócios. Precisamente para o modelo teórico proposto, importa destacar que o entendimento de estratégia para uma empresa isolada é diferente do que para um conjunto de empresas que atuam num dado setor, por causa dos interesses que alinham os negócios em comum. Em termos de uma Rede de Negócios, Zaccarelli ET AL. (2008, pp. 124-140; pp. 207-222) destacam que a estratégia deve cuidar da competição do conjunto empresarial para com outras redes que se concentram no mesmo produto. Eles elevam o problema da estratégia do nível da empresa para o da rede. De acordo com esses últimos autores, entre os principais tipos de estratégias empresariais aplicadas aos Clusters e Redes de Negócios são diferentes daquelas conhecidas para empresas que atuam de modo isolado, por isso o estrategista de rede tem que pensar distintamente na atuação do conjunto. Desse modo, observa-se que, em face das discussões entre diversos estudos, há um novo caminho para discutir estratégia e o poder competitivo das Redes de Negócios, e consequentemente a Governança Supraempresarial. 3. Perspectiva de Abordagem Sobre Redes de Negócios e Governança Supraempresas Como visto, a partir de uma perspectiva alternativa e distinta para o entendimento sobre as Redes de Negócios, buscou-se uma proposta do Modelo Teórico Conceitual Preliminar conforme objetivo do estudo. Um destaque para o grupo de estudiosos que definem as Redes de Negócios a partir da racionalidade estratégica se faz necessário. No estudo em que Zaccarelli ET AL. (2008, pp.21-23) apresentam a condução das formas de pensar, e estão essas racionalidades, encontra-se uma definição de Redes de Negócios a partir do pensamento estratégico, o que também poderia ser denominada Redes Estratégicas de Negócios. Em outro estudo, Håkansson and Snehota (1995) parecem perpassar por isso, quando apresentaram conceitos afins. Eles procuraram satisfazer a evidência de que, em rede de empresas, cada organização separada se especializa no que faz de melhor. E mais, que o seu conjunto conseguia as vantagens de ser um negócio menor e, ao mesmo tempo, de estar integrada a um conjunto empresarial mais competitivo. Contudo, a ênfase nos aspectos funcionais e nos resultados que solucionam problemas de natureza lógica, diferencia o estudo no modo de suas abordagens sobre tais redes. Neste ponto vale considerar que Thompson (2003) discorre sobre três ‘tipos ideais’ de papéis ou atuações organizacionais nas administrações, especialmente no ocidente, desde meados do século XX, como configuração de ‘governança’, o que possibilita a visão de coordenação ou auto-organização de redes interorganizacionais. No entanto, na perspectiva estratégica uma Rede de Negócios em configuração plena (quer dizer, que seja longeva e maturada, avançada ou completa), alguns efeitos foram encontrados em várias situações reais por Zaccarelli ET AL. (2008). Eles os classificaram como fundamentos desse tipo de conjunto empresarial pelos atributos de desempenho competitivo ou ‘performance competitiva de redes’. Distinguiram, ainda, esses fundamentos em dois grupos. O primeiro contém aqueles que podem ser viabilizados de maneira ‘não dirigida’, algumas vezes ‘precária’, denominada por ‘auto-organização’, ou seja, sem uma governança. Já o segundo grupo contém, conforme os autores, fundamentos que somente são viabilizados com a atuação de uma governança. Dessa maneira, esses fundamentos foram adotados como atributos componentes dessas redes e estão apresentados detalhadamente na seção5 que trata o modelo teórico. 7 A considerar essas redes nesta perspectiva, nota-se que a administração hierárquica tradicional não pode ser aplicada à administração de rede. A relação de autoridade entre as pessoas em uma organização hierarquizada é diferente daquela que ocorre em uma Rede de Negócios orientada para fins estratégicos, neste caso trata-se de governança. Repare-se que governança é uma denominação que abarca diversos conceitos que variam em amplitude ou profundidade, dependendo do campo do conhecimento e do foco que se dá, a exemplo da ‘governança pública’ na gestão inovadora no setor público com a introdução e estruturas de incentivo de concorrência de mercado; e da ‘boa governança’ resultante da união da gestão pública com a democracia liberal conforme propõe o Banco Mundial. Tem-se ainda, a ‘Governança sócio-cibernética’ como um sistema de interdependência entre atores sócio- político-administrativos, ou a ‘Governança Corporativa’ com base nos padrões internacionais, que, portanto, diz respeito principalmente à transparência, integridade e responsabilidade organizacional por meio de controle, bem como a ‘Governança de Redes de Negócios’. Por isso que Torfing (2005) afirmou que todo mundo parece estar falando sobre ‘Governança’ e ‘Redes’, em vista também da pluralização de atores sociais, econômicos e políticos, locais, processos e circunstâncias que, de certa maneira atuam de modo dirigido, o que tem estimulado significados ou metáforas associadas ou semelhantes a esses termos.Portanto, existem diversas definições de governança com naturezas distintas. No caso da Governança de Rede de Negócios, abordam-se as ações de forjar e organizar relações para a atividade em rede. Desse modo, possibilita que os atores ganhem acesso aos recursos e os utilizem para a redução da dependência ou, de outra maneira, para incrementar as estratégias ou posição competitiva, ou ainda, para a manutenção dos fundamentos e orientar a estratégia do conjunto. Abre-se, desta maneira, um manancial de possibilidades de estudos teóricos para a Governança das Redes de Negócios. Por outro lado, como exemplo de vertente teórica distinta daquela que propõe a estratégia definida pela Governança Supraempresas em Rede de Negócios, tem-se a abordagem do custo da transação (Williamson, 1985) a qual é utilizada por Håkansson and Snehota (1995) e Jones ET AL. (1997). Esses três últimos, ao proporem uma Teoria Geral de Governança de Redes que convergisse a Teoria de Custos de Transação com a Teoria de Redes Sociais, apresentaram diferentes definições de redes e sua governança. Aquelas condições de troca (incerteza, especificidade de ativos, e frequência), com ênfase na natureza ou componentes internos da rede são consideradas determinantes da forma mais eficiente de governança. [...] ‘A incerteza ambiental desencadeia a adaptação, que é o ´problema central da organização econômica´ porque os ambientes raramente são estáveis e previsíveis’ (Jones ET AL. 1997, pp. 914-916, grifo do autor). Apesar dos mecanismos de governança na economia de custos de transação serem adotados na orientação de vários estudos que tratam das Redes de Negócios Estratégicas, foi verificado que tal abordagem é insuficiente para explicá-las. Isto é, no estudo dos fenômenos competitivos produzidos pelo conjunto de empresas, a lógica das partes não satisfaz a visão sistêmica (desse conjunto como um todo), dos seus resultados multidimensionais por meio de suas interações a produzirem benefícios comuns e interdependentes do ambiente (Dutra ET AL., 2008; Zaccarelli, 2004; Zaccarelli ET AL., 2008). Nota-se que a coordenação entre organizações tem, em grande parte, um caráter próprio de atuação, bem como do contexto em que está inserida. Consequentemente, é necessário satisfazer o entendimento dessas relações entre organizações (suas interações), com outras abordagens para além da economia de custos de transação. Com efeito, na coordenação interorganizacional, é preciso considerar não somente os atores da hierarquia, mas também aqueles que demandam ações críticas para um sucesso, além do contexto cultural e 8 econômico. Por isso há estudos nos campos teóricos da Institucionalização e Ecologia de organizações, conforme investigaram Baum and Oliver (1991), Meyer and Rowan (1977), e outros que os complementam, como Bronzo and Honório (2005). Por exemplo, Torfing (2005, p. 307) com base na sociologia administrativa e ciência política destaca que a ‘Governança de Redes’ ou ‘Governança em Rede’ pode ser definida por articulações horizontais de interdependência relativamente estáveis, mas com atores operacionalmente autônomos que interagem por meio de negociações. Então ocorre a autorregulação em quadro imaginário de caráter diretivo ou normativo, dentro de limites estabelecidos por forças externas, que contribui para a produtividade de utilidade pública. No caso da política ambiental da cidade de Helsinque, na Finlândia, Toika (2011) utiliza Governança de Redes como uma estrutura de organização, que se caracteriza por conceitos de autonomia, auto-organização, sendo que desenvolve estruturas como ferramentas de qualquer processo de tomada de decisão complexa. Ficou evidente que pesquisas sobre Governança de Redes podem ser realizadas, utilizando-se padrões de inter-relações, seus efeitos sobre a escolha de políticas, aplicando uma variedade de métodos de análise sociais de rede para descobrir características diferentes do processo em rede. Isso chama a atenção para novas possibilidades de pesquisas, ainda que, aquele estudo extrapole o campo dos negócios para o sociopolítico de comunidades. Ainda, o mesmo autor considerou que as preocupações iniciais de estudos avançaram, e uma segunda geração de pesquisas e estudos de Governança de Redes está em curso. Outros estudos desses contextos se verificam com base na sociologia, a exemplo da discussão de Ackroyd (1998) ou do trabalho de Schermerhorn Jr. (1975), e permite compreender as estruturas supraorganizacionais. Esse último pode convergir para o campo empresarial das Redes de Negócios. Com um enfoque relevante para este estudo, Schermerhorn Jr. (1975, p. 847, grifo do autor) discorre sobre quatros contextos em que ocorre a interdependência entre organizações para um ambiente de cooperação: 1) Escolha Social; 2) Coalizão; 3) Unitário; 4) Federativo. No contexto de ‘coalizão’, a cooperação e as interdependências são assuntos específicos e os participantes retêm o controle completo sobre seus envolvimentos no relacionamento. No ‘federativo’, a atuação dessa autoridade é, em si, um assunto que é discreto para cada organização. De modo semelhante, porém em um ambiente de Rede de Negócios, Zaccarelli ET AL. (2008, pp. 40-52) destacam que a atuação de Governança Supraempresas ocorre de forma velada e discreta em prol de decisões invisíveis, que resultarão em benefícios, não apenas para uma empresa isoladamente, mas para o conjunto de todas elas, e ainda, em benefício da entidade supraempresas. A ‘invisibilidade’ dessa governança se justifica, pois os gestores não admitiriam uma interferência direta em suas empresas e, receber ordens diretas de uma rede de negócios não seria aceitável nas empresas, isoladamente. De acordo com esses autores: Governança Supra-Empresarial constitui o exercício de influência orientadora de caráter estratégico de entidades supra-empresariais, voltado para a vitalidade do agrupamento, compondo competitividade e resultado agregado e afetando a totalidade das organizações componentes do sistema supra-empresarial. (Zaccarelli ET AL., 2008, p.52). Ainda, ao voltar-se para o contexto ‘unitário’ de Schermerhorn Jr. (1975), a estrutura supraorganizacionalde inter-relações para as organizações em cooperação é de mesma natureza do ‘federativo’, porém procura atuar em nível mais específico, ou seja, nos elos ou interdependências. Portanto, pode ser verificada a diferença entre o contexto ‘federativo’ e 9 ‘unitário’. O primeiro ocorre em uma atuação velada em um processo de organização natural e, no segundo, ela é visível ou enfática, com um processo de ação direta. Esses constructos teóricos, especialmente o de entidade supraempresas e governança supraempresarial de Redes de Negócios já foram utilizados por Guimarães ET AL. (2014) que estudou o caso particular dos negócios do vinho na região do Porto, em Portugal, e do Vale dos Vinhedos, no Brasil, sendo mais um indício que corrobora com a necessidade de pesquisa empírica de atributos que possa ser generalizável por metodologia robusta. Em suma, a Governança Supraempresarial em Redes de Negócios ainda continuam a sugerir estudos empíricos, com modelo teórico multidimensional e mais, que possam permitir visão sistêmica para analisar seus conceitos e atributos diante de métodos e ferramentas de pesquisa que os suportem, com a finalidade de melhor compreender e aplicar nas decisões e práticas de gestão de negócios, empresas e organizações que com elas se inter-relacionam. 4. Método de Pesquisa Em termos metodológicos para as discussões conceituais, em primeiro realizou-se levantamento da literatura sobre o referencial teórico proposto nas bases de dados científicas e obras de autores relevantes nas temáticas. Foram selecionados, por julgamento de relevância dos pesquisadores, aqueles conteúdos significativos sobre conceitos e constructos relacionados com redes e relações interorganizacionais, e, convergindo para as Redes de Negócios. Esses conceitos e constructos serviram também de base para formulação de um modelo conceitual teórico preliminar de Rede de Negócios que foi aplicado a título de teste de validação, por meio de pesquisa de campo, junto aos dirigentes integrantes da Governança Supraempresarial de duas dessas redes: a Rede Smart, do setor alimentício no segmento varejista de serviços, e a rede da Região do Cerrado Mineiro®, anteriormente chamada de Café do Cerrado no setor agroindustrial de produção, transformação e comercialização e exportação dos cafés finos. Na pesquisa de campo, para realizar a identificação desses conjuntos, uma fase a priori foi executada: a identificação de indícios dos efeitos e características que estavam no modelo preliminarmente proposto e de alguma dinâmica decorrente de suas estratégias. Então, o primeiro passo foi de pré-investigação das redes reais, de maneira que listaram-se possíveis conjuntos empresariais e, então, foram verificas as características do grupo que não se enquadraram na proposta do modelo. Dois conjuntos de empresas com atividades econômicas distintas foram selecionados por apresentarem indícios de atuação na estratégia e por isso ganho de competitividade: um no segmento do comércio de alimentos, identificado pela Rede Smart® e outro, no de agronegócios, representado pelo que os seus atores inicialmente denominaram Sistema Café do Cerrado, com a utilização da marca Café do Cerrado®. Em 20 de abril de 2011 no município de Uberlândia no mesmo estado brasileiro, substituíram a marca do Café do Cerrado® pela nomenclatura oficial da indicação geográfica em certificação de origem com a marca Região do Cerrado Mineiro® 3 acompanhada de ‘Café produzido com Atitude’ (Lara, 2011; Yoneya, 2011). Depois desse procedimento, foi aplicado um pré-teste do instrumento de coleta de dados (questionário), composto por questões estruturadas e não estruturadas. Isso possibilitou respostas de diferentes naturezas (qualitativas e quantitativas) nas entrevistas realizadas 3 Região do Cerrado Mineiro: registrada como Indicação Geográfica no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, sob o número IG990001 (espécie ‘IP’) na titularidade do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado – CACCER, RPI 1797, de 14/04/2005. Cerrado Mineiro: registrada no mesmo instituto sob o número IG201011 (espécie ‘DO’) na titularidade Federação dos Cafeicultores do Cerrado, RPI 2125, de 27/09/2011. (INPI, 2012b). 10 pessoalmente. Os resultados auxiliaram em sua revisão em aspectos de aplicabilidade e compreensão desse instrumento junto aos respondentes e para a sua adequação ao Modelo Conceitual Teórico Preliminar, além de confirmarem os indícios. Após essa etapa, aplicou-se o processo metodológico adotado com base nas escolhas de método e técnicas estatísticas. Efetivamente foi construída uma tabela contingencial de hipóteses por questões com a geração de fatores de impacto. Com isso, foram gerados resultados gráficos, os quais apontaram alguns resultados das entrevistas relativos às hipóteses, que significaram indícios de alguns efeitos. Esses fenômenos, também denominados ‘efeitos de rede’, são aqui entendidos como principais atributos de Rede de Negócios para a compreensão do modelo proposto, que são uma representação reduzida, aproximada e genérica que se objetivou da pesquisa. A amostragem foi considerada determinística ou não probabilística, em razão da necessidade de os elementos sofrerem um julgamento, visto serem típicos da população (Barbetta, 2008; Malhotra, 2006). Então, procuraram-se os atores mais relevantes do papel da tomada de decisões nas empresas e organizações, que foram identificadas como relevantes para os conjuntos e possuíssem as características determinantes das redes em estudo. No caso do conjunto Smart a amostra foi formada por 15 (quinze) dirigentes tomadores de decisões estratégicas por organizações nos estados brasileiros do Paraná e São Paulo, enquanto do conjunto do Café do Cerrado, foi composta de 27 (vinte e sete) dirigentes também tomadores de decisões em nível estratégico das diferentes organizações envolvidas, totalizando 42 (quarenta e dois) respondentes. Do início dessas pesquisas até a elaboração final do modelo teórico compreendeu um período que durou 18 (dezoito) meses, incluindo a coleta de dados sobre as duas experiências de redes em operação mencionadas. De maneira a justificar as decisões sobre as técnicas empregadas, é importante destacar que a abordagem do Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA) conforme Bana e Costa (1992), Bana e Costa ET AL. (2002), e Bana e Costa ET AL. (2003), foi empregada como proposta conceitual e não para auxiliar no processo de tomada de decisão. De modo natural adotou-se a ferramenta estatístico-metodológica da Modelagem de Delineamentos Experimentais de Souza (1999), que alia a técnica de ‘preferência declarada’ (PD - conjoint analysis) ao MCDA de modo a se complementarem. Diante da necessidade de transformar os resultados qualitativos em quantitativos, com a finalidade de hierarquizar as questões, utilizou-se do método Mudge conforme Scilage (1996). Esse método, que é empregado para a análise de valor, permitiu a avaliação numérica de relações entre pares de questões por hipóteses, a determinar as funções mais importantes (à semelhança da técnica Macbeth utilizada no MCDA) (Bana e Costa ET AL., 2002; Bana e Costa ET AL., 2003). Diante do exposto a estatística aplicada foi não-paramétrica 4 . Devido à característica complexa desse tipo de estudo de característica multidimensional, e à convergência com as três abordagens estatísticas propostas, também foram adotados os conceitos da Lógica Fuzzy (lógica difusa), que serviram para interpretar as análises de doze hipóteses propostas conforme o Modelo Teórico Conceitual Preliminar (seção 5). Essa lógica se difereda Lógica Clássica pura (Aristotélica) pela maneira de tratar os atributos e os conjuntos deles que, no caso dessas redes, são seus efeitos, ou seja, fenômenos decorrentes da atuação conjunta de empresas e estão definidos por fronteiras difusas e conceitos qualitativos (ver Barros and Bassanezi, 2010; Lopes, 2005; Simões and Shaw, 2007). 4 Os testes paramétricos obrigam que as amostras envolvidas obedeçam a certas premissas; existem equações representadas por uma curva ou superfície que resultam de uma regra ou parâmetro explícitos e já conhecidos. Nos testes não-paramétricos as amostras não têm que obedecer a quaisquer premissas. 11 Em suma, isso permitiu analisar dados oriundos de métodos estatísticos de triangulação (qualitativo e quantitativo), que se justifica em Jick (1979). A partir dos resultados encontrados foi possível identificar os efeitos fenômenos, que neste estudo chamou-se de atributos componentes de Rede de Negócios, bem como constatar o diferencial de poder de competitividade. Em termos de limitações iniciais, considerou-se que a precisão dos atributos estudados esteve limitada às redes pesquisadas. Ressalta-se que as descrições deles, ainda que bem delineadas, são complexas e a aplicação de método e técnicas estatísticas apresenta resultados que podem ser considerados parciais sobre a complexidade e interdependência do ambiente, estratégia e estrutura das Redes de Negócios pesquisadas. 5. Proposta de Modelo Conceitual Teórico de Rede Negócios Orientada Para Fins Estratégicos Esta seção tem a finalidade de trazer a proposta de Modelo Conceitual Teórico de Rede de Negócios, orientada para fins estratégicos, que foi utilizada na pesquisa dos dois conjuntos de empresas. A partir da discussão nas seções anteriores, obtiveram-se todos os elementos necessários para elaboração do modelo e a definição Rede de Negócios orientada para fins estratégicos, cuja definição é: - Conjunto de empresas que estão integradas por interesses de negócios e orientadas por estratégia comum, independente de estarem ou não em uma aglomeração geográfica, para a atuação em dado setor econômico e determinado tipo de produto ou serviço. A sua constituição e funcionamento estão originados na maneira ou forma de pensar estratégica, aquela de vencer a competição gerada a partir das empresas, conforme Zaccarelli ET AL. (2008). Tais interesses motivam as empresas para uma complementação de competências e decisões supraempresariais, as quais geram efeitos que podem produzir um maior poder competitivo. Para a definição operacional, esse conjunto empresarial é reconhecido num ambiente setorial por dez efeitos sistêmicos, que neste estudo foram considerados como sendo seus atributos, em função dos interesses de negócios. Os cinco primeiros atributos são em síntese denominados: 1) A abrangência de negócios significativos no conjunto; 2) A compra de insumos sem intermediários para a otimização dos canais de fornecimento; 3) A especialização das empresas; 4) A agilidade na substituição das empresas; 5) A fidelização como orientação nas transações de negócios. Eles podem ocorrer por auto- organização do conjunto de empresas. Segundo os autores, apesar desses atributos ocorrerem por auto-organização do conjunto de empresas, a Governança Supraempresas poderia contribuir para a evolução desses cinco primeiros efeitos de rede. Entretanto, no caso dos outros atributos restantes ocorreriam somente com o exercício dessa governança, que são: 6) A homogeneização da intensidade do fluxo de produtos/serviços, com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as empresas; 7) A introdução de inovações para o alinhamento entre os negócios da rede; 8) A introdução de novas tecnologias nas empresas da rede para a competitividade; 9) O compartilhamento de investimentos, riscos e lucros; 10) A existência da estratégia da rede para competir com outras redes de negócios ou empresas. Já que esses atributos não estavam comprovados por pesquisa empírica generalizável, eles foram adotados como pressupostos, para fins do modelo conceitual teórico (preliminar) de Rede de Negócios, caracterizada pela atuação em dado ambiente de negócios setorial, representada em um determinado momento, conforme a Figura 1. 12 Figura 1 - Modelo Conceitual Teórico Para Estudo de Rede de Negócios Orientada por Estratégia Definida por Governança Supraempresas (aqui o journal fará a inserção da figura) No centro da Figura 1 há três esferas de forma espiral, mas apresentadas sob um ângulo lateral para que possibilite a visualização das configurações de evolução (a partir da esquerda para a direita) da Rede de Negócios no tempo, que são observáveis nos efeitos de competitividade. Esse tipo de apresentação do modelo em espiral não é comum, mas busca um olhar de profundidade, que permita a visão evolucionária de perspectiva sistêmico- estratégica da rede com todos os seus atributos em torno de um ponto central, que funciona como um ‘atrator’ de negócios. No modelo proposto, assumiu-se como premissa que o poder competitivo da Rede de Negócios decorre da interação e integração entre as empresas, que somam forças e competências distintas e complementares. Do mesmo modo, devido à especialidade de cada empresa agregada à rede, é possível esperar que a produtividade e a velocidade de produção aumentem com a experiência e expansão da sua cobertura ou âmbito de atuação, pela adesão de novas empresas participantes. Com o passar do tempo, a rede sofre um processo evolutivo para chegar a um ponto cujos ‘efeitos’ (atributos) ou resultados permitirão que a governança se torne mais fácil. Em consequência, poderá, então, ocorrer outro fenômeno sistêmico, que é a possibilidade de um ou mais atributos se transformarem em causas de outros atributos, sendo, dessa maneira, fatores (fenômenos) influenciadores ou influenciados As diversas etapas de evolução da rede determinarão uma configuração diferente. Considerou-se a fase em que a rede estaria em uma situação ideal em determinado ambiente setorial, estágio que pode ser definido como uma ‘rede completa’, quer dizer, rede que se desenvolveu e amadureceu, e que apresenta uma configuração plena. Na figura, a perspectiva da competitividade representa um aumento conforme a rede evolui até chegar a uma configuração avançada ou plena, que contenha todos os efeitos de competitividade. Dessa maneira, a rede também pode sofrer uma involução, e para evitar isso, seria necessária o exercício de uma Governança Supraempresarial. No caso da Governança Supraempresas, propõe-se que a principais ações estratégicas são a de impulsionar ou gerar os efeitos competitivos que dela dependem, tais como: a) fidelizar as empresas e negócios do conjunto; b) homogeneizar a intensidade do fluxo de produtos/serviços com a integração dos procedimentos informalmente instituídos entre as empresas; c) introduzir inovações para alinhamento dos negócios; d) introduzir novas tecnologias nas empresas da rede; e) atuar no compartilhamento de investimentos, riscos e lucros; f) estabelecer a estratégia para competir como rede. Observa-se que essas ações, são, estritamente, exercidas nos atributos da Rede de Negócios e têm características ‘supra’, quer dizer, sobre ou acima, e assim são apresentadas num nível superior que exerce atuação na configuração da rede. O modelo é apresentado como se fosse uma ‘fotografia da rede’, já que o conjunto empresarial está em constante dinâmica, pode evoluir ou involuir. 6. Resultados de Teste e Validação do Modelo Teórico a Partir das Hipóteses Na validação do modelo e diante da situação-problemae dos objetivos apresentados, definiram-se as hipóteses iniciais, em que H0 é hipótese nula (hipótese negativa ou de negação), e representa a situação de nulidade na geração do fenômeno da rede em questão, sendo que H1 é hipótese alternativa (terminologia adotada devido às técnicas estatísticas de 13 método utilizadas), e representa a efetiva geração dos fenômenos que são os efeitos de Redes de Negócios propostos em configuração plena. De maneira sintética, as hipóteses se relacionam com os atributos pela seguinte definição: H0.1 – (não gera), a ‘fidelização’ entre organizações participantes; H0.2 – (não gera), a ‘especialização das empresas’; H0.3 – (não gera),o exercício da ‘compra de insumos ou de serviços diretamente dos produtores/prestadores’, sem intermediários puros; H0.4 – (não gera), uma ‘abrangência de negócios’ relevantes; H0.5 – (não gera) a ‘agilidade na substituição seletiva de empresas’; H0.6 - A Governança Supraempresarial (GSE), (não gera), uma ‘homogeneização da intensidade dos fluxos’ entre as empresas; H0.7 – A GSE (não gera), a ‘introdução de inovações para o alinhamento’ entre os negócios; H0.8 - A GSE (não gera), ‘introdução de novas tecnologias’; H0.9 - A GSE (não gera), o ‘compartilhamento de investimentos, riscos e lucros’; H0.10 - A GSE (não gera), como efeito, a ‘estratégia’ deste como um todo para competir em rede; H0.11 - A atuação de um conjunto de empresas como em Rede de Negócios estratégica não gera um ‘efeito rede’, com pelo menos cinco dos seguintes efeitos elencados; H0.12 - A GSE não existe sobre o conjunto de empresas que atuam como em Rede de Negócios de negócios estratégica, a não ser que haja alguma ação decorrente de atuação indireta ou informal em prol dos interesses em comum, que busque gerar algum dos efeitos definidos no Modelo Conceitual Teórico Preliminar. Dentre alguns procedimentos estatísticos, procurou-se saber como estão o Conjunto de Negócios do Sistema Café do Cerrado, já denominado (CN1) e o Conjunto de Negócios da Rede Smart (CN2), na comparação de seus comportamentos em resultados obtidos. Então, foi realizado o teste Qui-quadrado, a fim de verificar a existência ou não de diferença significativa entre os dois conjuntos. No teste Qui-quadrado, foram utilizados os dados de CN2 em relação ao CN1, para determinar o quão as distribuições das médias de suas hipóteses estão próximas umas da outras. No resultado o valor calculado de 2.0191 foi inferior ao valor tabelado de 2.16 . Desse modo, evidenciou que existe boa aderência na distribuição das médias das hipóteses entre o CN1 e o CN2. Pôde-se observar que os dois conjuntos empresariais se ajustam em comportamentos semelhantes, ainda que seus valores médios individuais sejam diferentes. Dessa maneira, justificou-se o tratamento dos dados consolidados, para que os pesquisadores fizessem uma análise geral de padrão do comportamento dos dois conjuntos. Assim, a partir dos dados globais por hipóteses (de CN1 e CN2 juntos), geraram-se as médias, desvio-padrão e intervalo de confiança com os dados do intervalo inferior e do superior que foram calculados. Todos esses dados representaram o comportamento geral. Na Tabela 1, apresentam-se esses resultados finais, com a posição média considerada como a graduação de ‘pertinência Fuzzy’ das hipóteses. A partir deles, geraram-se vários resultados, entre eles a Figura 2 que resumiu o comportamento global das duas Redes de Negócios em termos matemáticos. Tabela 1 - Resultados do Comportamento de CN1 e CN2 por Hipóteses Nota 1. Nível de Significância em 0.05 Na Figura 2 as hipóteses iniciais de nulidade (H0.) estão representadas na linha horizontal do nível zero (Nível Base = NB) e as hipóteses alternativas (H1.) estão representadas na linha horizontal do nível cinco (Nível Superior = NS). As médias das hipóteses que indicam os graus de pertinência Fuzzy, estão numa posição definida, representada conforme a sua HIPÓTESES H.1 H.2 H.3 H.4 H.5 H.6 H.7 H.8 H.9 H.10 H.11 H.12 Intervalo Inferior 1.4971 3.3350 2.3816 3.5510 4.0804 3.2487 3.1921 3.1275 0.2941 2.4319 2.1774 1.6564 Média/Hipótese 1.5842 3.5982 2.5976 3.7946 4.4072 3.6429 3.5000 3.3571 0.3960 2.5481 2.2533 1.7356 Intervalo Superior 1.6714 3.8615 2.8137 4.0383 4.7341 4.0370 3.8079 3.5868 0.4979 2.6642 2.3293 1.8149 Desvio Padrão 0.2881 0.8704 0.7144 0.8056 1.0808 1.3033 1.0181 0.7594 0.3370 0.3840 0.2511 0.2622 14 legenda, assim como estão os dados dos intervalos inferiores e superiores de cada hipótese. As linhas pontilhadas são traçados que não representam resultados; elas têm uma finalidade única de permitir uma visualização do caminho entre os resultados das hipóteses para a observação. Figura 2 - Resultados do Comportamento Padrão dos Dois Conjuntos Empresariais Pesquisados (CN1 e CN2) nas Hipóteses Propostas Barros and Bassanezi (2010), Gomide and Gudwin (1994), Lopes (2005), Simões and Shaw (2007) enfatizam que, no uso da Lógica Fuzzy, reconhece-se que uma multivalência, sendo diferente da lógica clássica Aristotélica, que é bivalente (admite somente o verdadeiro ou falso). Assim as análises foram realizadas, a fim de interpretar o grau de pertinência Fuzzy das hipóteses e, então, oferecer condições para indicar as tendências de aceitação ou de rejeição para as hipóteses nulas e também predominância dos efeitos. Para isso, buscou-se o intervalo confiabilidade dos níveis de pertinências Fuzzy de todas as hipóteses consolidadas. Sendo que esses níveis são as médias da amostra global para cada hipótese, então, calculou-se a média das médias e, depois, o seu desvio-padrão (), que foi de 1.0997. Com esse desvio (), num nível de significância () de 0.05 e valor tabelado t (da distribuição t de Student) de 1.96, calculou-se o intervalo de confiança que foi de 0.6222, com o qual foram encontrados o intervalo mínimo global de 2.1624 e máximo global de 3.4068. Dessa maneira, esses dois dados foram adotados, com a finalidade de indicar a faixa de tendência das hipóteses, o que permitiu elaborar a Figura 3 do comportamento global das redes para análises, como uma representação simplificada, contendo o grau de pertinência de cada hipótese dentro da escala Fuzzy, de zero a cinco (NB e NS). O traço pontilhado em laranja é uma linha posicionada no nível de referência em 2.1624, no valor calculado do intervalo de confiança mínimo global. O traço pontilhando em azul se posiciona no nível de referência em 3.4068, no valor calculado de confiança máximo global. Figura 3 - Comportamento Global dos Conjuntos e Grau de Pertinência e Faixa de Tendência Faz-se necessário destacar que, nesses intervalos mínimo e máximo foram adicionadas a denominação ‘global’, porque se referem à média de todas as pertinências das hipóteses (média das médias) e, portanto, distinguem-se dos intervalos inferiores e superiores específicos e singulares da pertinência de uma hipótese isolada. Esses níveis de referência definiram três áreas de interpretação dos resultados das hipóteses dentro dos valores da escala adotada. Para a interpretação dessa escala enfatiza-se que diante dos valores de pertinência de generalização da Lógica Fuzzy destacado em Barros and Bassanezi (2010), Gomide and Gudwin (1994) o Nível Base (NB) está para o valor zero, que significa a inexistência da pertinência, assim como o Nível Superior (NS) está para o valor um, que significa a completa pertinência. De maneira equivalente na pesquisa, a escala de pertinência pelas hipóteses está entre NB que é zero e representa o completo aceite da hipótese nula, e NS que é cinco e representa a completa rejeição da hipótese nula e aceite da hipótese alternativa. Então, os valores entre NB e o intervalo de confiança mínimo globalcompõe a primeira área que definiram os resultados de hipóteses com tendência a aceitarem a H0 (hipótese nula). Portanto, nas análises, esse efeito pode ser emergente ou não. Ainda no entendimento do método, entre o intervalo de confiança mínimo global e o intervalo de confiança máximo global ficou evidenciada uma área intermediária, enquanto que a terceira área foi definida pela faixa entre o intervalo de confiança máximo global e o NS. Nessa última área, os resultados de pertinência das hipóteses foram considerados pela a geração de seus efeitos com a tendência em rejeitar a H0 (hipótese nula) e aceitação da hipótese alternativa.No propósito de identificar, no mínimo, cinco efeitos quaisquer que 15 tivessem posição Fuzzy com tendência de rejeição de suas hipóteses nulas, para que os conjuntos de negócios fossem considerados uma Rede de Negócios, constatam-se oito deles. As suas denominações genéricas são: a) a especialização; b) a compra direta; c) os negócios significativos; d) a substituição seletiva; e) a homogeneização de fluxos; f) as inovações; g) as novas tecnologias; h) a estratégia de rede. 7. Achados Os conceitos extraídos da teoria, notadamente de Redes Interorganizacionais que convergirma para Redes de Negócios (Castells, 2000; Jarillo, 1988; Human and Provan, 1997; Marcon and Moinet, 2001; Miles and Snow, 1986; Thompson, 2003; Todeva, 2006; Oliver and Ebers, 1998) e Governança Supraempresarial (Schermerhorn Jr., 1975; Zaccarelli ET AL., 2008), permitiram elaborar ao modelo teórico desse tipo de rede proposto e apresentado no estudo. Em termos práticos, o modelo foi testado nos conjuntos empresariais citados com abordagens e técnicas metodológicas diferenciadas. Ao longo da investigação surgiram vários questionamentos, sendo que as seguintes questões foram inicialmente interessantes: 1) os atributos de Redes de Negócios sem ou com a Governança Supraempresas, da visão multidimensional na perspectiva sistêmico-estratégica conforme Zaccarelli ET AL. (2008), poderiam ser comprovados, se adotada metodologia e técnicas estatísticas adequadas? 2) O ferramental de pesquisa adotado e utilizado de modo inter-relacionado e em complementaridade funcionariam, com as qualidades triangulação propostas por Jick (1979)? 3) Possibilitariam identificar, definir confirmar ou não esses atributos? Ao final obtiveram-se resultados que respondem positivamente para essas três questões. Constatou-se que essa multiplexidade de ferramentas metodológicas atendeu as necessidades de pesquisa na perspectiva multidimensional. Verificou-se que isso foi exequível na validação do Modelo Teórico Conceitual, ao possibilitar a geração do mapa estatístico que configurou o conjunto, e que também significou visualizar a condição dos atributos de rede, ou seja, dos efeitos sistêmicos. Portanto, da maneira empregada, registra-se uma inovação, no uso de quatro abordagens conceituais por Barros and Bassanezi (2010), Csillag (1995), Ensslin ET AL. (2001), Souza (1999), Simões and Shaw (2007) , Zaccarelli ET AL. (2008). Elas foram reunidas nesse complexo tipo de problema de pesquisa e suportaram o método de investigação. Por ser uma aplicação em dois conjuntos empresariais de negócios e atuações setoriais distintos, obteve-se certo grau de generalização. Logo, abre-se essa alternativa inovadora de metodologia de avaliação para atributos, fenômenos ou fundamentos de Redes de Negócios Estratégia e Governança Supraempresas, bem como suas influências sobre a competitividade, a ser aplicada por pesquisadores, estudiosos e gestores de negócios. Notaram-se outros achados. Primeiramente, na H0.1, que referiu-se à geração do efeito ‘fidelização’, obtendo-se um desvio-padrão de 0.2881 correspondente à baixa variabilidade das opiniões dos respondentes, o grau de pertinência Fuzzy foi de 1.5842, uma posição que não alcança o intervalo mínimo global (de 2.1624). Isso pode ser entendido que existe o efeito como uma tendência de aceitar essa hipótese nula. Em concordância, observou-se que nos dados qualitativos em geral, existiram vínculos que levaram às parcerias restritas, particularmente no curto prazo, mas sem fidelização efetiva, se considerado Zaccarelli ET AL. (2008). No entanto, esse resultado esteve estrito ao âmbito das relações entre negócios dentro do conjunto. Por outro lado, em alguns casos específicos constatou-se forte vínculo de empresas aos conjuntos, e nessas situações ficou explicado que existem mais oportunidades e condições de negociar nos termos do ‘ganha-ganha’, pois que foram reveladas por seus dirigentes conforme 16 dados qualitativos. Isso confirmou Zaccarelli ET AL. (2008) e os arcabouços teóricos de que a cooperação interrelacionada no conjunto dá uma estrutura dinâmica, mais competitiva ao passo que flexível na adequação do ambiente, significando potência e flexibilidade organizacional (Jarillo, 1988; Human and Provan, 1997; Thompson, 2003). Além disso, no propósito de investigar a existência de no mínimo cinco atributos, o que seria comprovado pela posição Fuzzy com tendência de rejeição de suas hipóteses nulas, foram encontrados oito atributos, aqueles citados anteriormente. Dessas oito hipóteses, encontraram-se cinco hipóteses com desvios-padrão abaixo de 1.0000 (um), e, de acordo com o pressuposto adotado no modelo, essa confiabilidade estatística em cinco ou mais hipóteses, confirma o que denominou ‘efeito rede’, este último considerado fundamental para caracterizar uma Rede de Negócios. No caso da três hipóteses restantes, ainda que tenham apresentado desvios-padrão acima de 1.0000 (um), indicando alta heterogeneidade das respostas, pode-se considerar que seus efeitos também foram gerados, porque a variabilidade mínima de confiança ficou acima do intervalo mínimo global de 2.1624, conforme pode-se observar na Figura 3. Isso confirmou a existência efetiva de oito atributos de rede, o que, por si já confirma a existência da rede. Até esse ponto, já são duas criteriosas e diferentes confirmações da existência de Rede de Negócios. Contudo, pelo desenho do modelo e da inserção de teste específico de hipótese do ‘efeito rede’ (H0.11), os investigadores tiveram mais uma condição de critério. Sendo que nesse teste o ‘intervalo mínimo global’ (ambas os conjuntos empresariais) indicou a tendência para rejeitar essa hipótese nula, e isso significou que o ‘efeito rede’ é existente, e consequentemente é uma reconfirmação da caracterização de Rede de Negócios. Neste ponto é importante reconhecer que a adoção dos intervalos globais mínimo e máximo (esses não são os intervalos mínimo e máximo de hipóteses), também como linhas de inferências visualizadas na Figura 3, foram fundamentais para que se pudesse reconhecer o ‘efeito rede’, e por si é um achado metodológico e do ponto de vista dos resultados. Também do ponto de vista ontológico, no que se diz aos fenômenos e interações, os fundamentos e constructos de Zaccarelli ET AL. (2008) foram aceitos e confirmados. Esses resultados obtidos, no maior rigor metodológico foram validados, o que contribui para o avanço com e para a abordagem sistêmico-estratégica de Redes de Negócios e Governança Supraempresas. Por outro lado, deve-se observar que por observações qualitativas observadas nos dados, o acervo dessa abordagem ainda está em formação. Os estudos anteriores a Zaccarelli ET AL. (2008) e com essa abordagem, não traziam condições de fazer essa inferência. Por essa razão o resultado da pesquisa produziu novas condições e oportunidades de estudiosos e gestores ou estrategistas para reconhecer uma rede, quer dizer, de identificarem se um conjunto empresarial é ou não é Rede de Negócios (Rede de Negócios Estratégica).Além disso, permitir ir adiante, como por exemplo, aferir o estágio evolucionário de uma dada rede objeto, algo que, até então, não fora encontrado nesse domínio de abordagem. Também, abre-se também possibilidades de fazer estudos longitudinais, que possa contemplar décadas, em teorias de base macroambientais, especialmente a Ecologia das Organizações (Fischmann, 1972; Hannan, 1976; Hannan and Freeman, 1977; Zaccarelli, 1971; Zaccarelli and Fischmann, 1977; Zaccarelli ET AL., 1980), e também para contraposições ou não da Teoria Contingencialista (Donaldson, 2003) A governança, como um exercício de coordenação na interdependência implícita dos competidores, observada em autores da fundamentação teórica, esteve presente nos conjuntos, mas em concepções mais distintas. Ela foi considerada como no contexto conceitual de 17 Schermerhorn Jr. (1975), de atuação ou ações veladas ou ‘federativa’, o que significou a sua similaridade com o conceito ‘supraempresarial’ de Zaccarelli ET AL. (2008). De outra maneira, nas analises qualitativas também se identificou um nível de governo coordenado, que se fez em ações mais explícitas ou intervenções diretas como no conceito do contexto ‘unitário’ de Schermerhorn Jr. (1975). Então a Governança Supraempresarial foi evidenciada nas redes pesquisadas, num estágio emergente, mas seus mecanismos e variáveis não foram objeto desse estudo, e necessitam de novas pesquisas. Com essa compreensão pôde ser validado o conceito de rede em ‘configuração plena’ como pressuposto para o modelo teórico, o que também contribui conceitualmente para entender os atributos de Rede de Negócios. 8. Conclusão Foi possível constatar diante de muitos estudos no campo, que há diversidade nas discussões em torno dos conceitos originários para caracterizar a rede de negócios. Oriundos de diferentes correntes teóricas, pesquisadores de várias especialidades que obtiveram diferentes resultados de pesquisa, inclusive nos estudos no campo da Administração (Oliver and Ebers, 1998; Balestrin ET AL., 2010; Balestrin and Vargas, 2004). Ainda assim, houveram avanços, que permitem considerar a formação de primeira geração de estudos de Redes e Governança, conforme Torfing (2005). Diante de conceitos principais, foi necessária uma visão genérica de modo multidisciplinar, para a aplicação em múltiplos setores ou mercados de atuação. Bem como um esquema que represente a natureza estratégica e as configurações de uma Rede Negócios ao longo do tempo, diante da Governança Supraempresarial. Novos modelos mentais e padrões são necessários para os estudos e pesquisa no tema, no alcance dessa abordagem, na homogeneização de conceitos e critérios científicos. Dessa maneira propôs-se um modelo que procurou atender a essas necessidades, e permitir comparabilidade e adaptabilidade de diferentes ambientes setoriais. Na aplicação do modelo buscaram-se informações que permitam identificar os atributos componentes desse tipo de rede, analisar o seu estágio conforme o seu poder de competição, avaliar o seu nível de maturidade, e buscar ações estratégicas que façam sinergia com a sua natureza competitiva. Comprovou-se o modelo proposto. Porém, é importante observar que não está definitivo, apesar de ter sido utilizado para pesquisar dois conjuntos empresariais de negócios diferentes em setores de negócios distintos, o que permite um grau de generalização como resultado de pesquisa e a possibilidade de seu uso pelos gestores e estrategistas de Redes de Negócios. Por outro lado considera-se que é um pré-modelo esquemático, visto que necessita de mais pesquisas para se tornar um modelo a ser adotado. Naturalmente, há necessidade de que surjam outros modelos para confrontá-lo, e a perspectiva adotada permite isso, a fim de que os conceitos e o próprio tema avancem em bases científicas ao longo do tempo. Contudo, a investigação e os resultados atenderam à finalidade de orientar os conceitos propostos sobre essas redes em representação genérica e de modelo, e serviu para o estudo e avaliação dos seus atributos. Auxiliaram satisfatoriamente para que os objetivos da pesquisa fossem alcançados, tanto para a identificação dos conjuntos empresariais e na presença do grau de importância dos efeitos, que são os atributos das Redes de Negócios e a Governança Supraempresas, como para a verificação da alteração do poder competitivo e da contribuição metodológica para o objeto de estudo. Por fim, algumas questões emergiram para linhas de pesquisas, utilizando-se esse modelo: Existem mais atributos ou efeitos de Rede de Negócios do que esses estudados? Como está a evolução de Redes de Negócios estratégicas no Brasil e no mundo? Em que estágio elas estão? Nesse caso, quais seriam seus atributos? Existem outras configurações de redes 18 competitivas? Quais seriam aqueles determinantes para a sua constituição mínima desse tipo de rede? Outras ferramentas e métricas podem surgir para comparar com a adotada: quais as melhores para definir os atributos dessas redes? Além disso, os estudos precisam avançar em comparação com outras redes internacionais, sejam na aplicação dos métodos e técnicas aqui utilizados, ou de outras metodologias. References Ackroyd, S., 1998. How organizations act together: interorganizational coordination in theory and practice – book reviews. Administrative Science Quarterly, 43 (1): 217-220. Andrews, K. R., 1980. The concept of corporate strategy. Richard D. Irwin, Homewood, IL, USA. 180pp. Ansof, H. I. , 2001. Corporate strategy. McGraw-Hill, New York, USA. 256pp. Balestrin, A. and L. M. Vargas, 2004. 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