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Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Case Surgery II BR na Unilever (F): Comportamentos sob Pressão Surgery II chegara ao mercado havia algumas semanas. Tratava-se de um projeto estratégico para a Unilever: de um lado, pelo processo de renovação da marca e, de outro, por conta dos complexos desafios que as equipes envolvidas naquele lançamento tinham enfrentado. Quer dizer: continuavam enfrentando. A equipe de Finanças ainda era questionada sobre o aumento de preços da inovação, o que poderia causar uma queda no volume de Seda. Os executivos de BD também se sentiam pressionados: a comunicação estava convencendo sobre a nova filosofia da marca? Ao mesmo tempo, havia dúvidas sobre o engajamento dos gerentes de vendas na promoção de Surgery II junto aos clientes. Especialmente na área de SC, problemas durante a produção das embalagens ecoavam na companhia. Por pouco, Seda não chegara ao mercado. Apesar de a inovação já estar nas prateleiras, ainda haviam discussões e desentendimentos entre executivos de diferentes áreas. Os altos níveis de pressão e entropias gerados durante o projeto criavam problemas de interface, competição interna, busca de culpados. O foco limitado ao curto prazo impedia a visão de futuras oportunidades. A equipe de RH vinha acompanhando os desafios e as decisões tomadas desde o início de Surgery II. Naquele momento, era preciso conseguir gerenciar o aumento de pressão que advinha de uma cultura de performance mais exigente em situações críticas, como naquela ocasião. Os “Comportamentos Vitais e Inaceitáveis” ganhavam projeção na companhia, especialmente com o push do presidente. Comportamentos ligados aos desafios de projetos e as prioridades de RH no Compass impactariam, como nunca, na avaliação das pessoas. Enquanto as consumidoras de Seda experimentavam os benefícios que a inovação trazia a seus cabelos, a equipe de RH se descabelava diante de novos desafios: Como garantir que, mesmo em um processo de pressão crescente e necessidade de entrega impecável, as áreas da companhia mantivessem mindset de trabalho em equipe e cultura de performance? Como aumentar a conexão do time e reduzir entropia para as interfaces? De que maneira se poderia utilizar o Congruence Model para analisar desempenho em Surgery II? O que priorizar na avaliação anual de desempenho do PDP? Que caracteríticas deveriam ter os líderes envolvidos? As entregas atuais e futuras deveriam ser extraordinárias e sustentáveis. Conhecer os processos e estruturas da organização poderiam ajudar neste desafio. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Modelo Organizacional de RH na Unilever O modelo organizacional de RH na Unilever estruturava-se da seguinte maneira: • Business Partners: Profissionais em estrutura local. Tratavam do relacionamento com as áreas de negócio, atendendo suas necessidades, prestando contas pelas questões de RH das áreas e garantindo a entrega de soluções adequadas de RH para o negócio. Isso incluía liderança e capabilities organizacionais, clima, cultura e direcionamento de processos de RH. • Shared Services: Profissionais em estrutura regional. Eram responsáveis pelas atividades transacionais e entrega dos serviços de RH com eficiência operacional, ótima qualidade e baixo custo, de acordo com as especificações exigidas. • Centers of Expertise: Profissionais em estrutura regional e global. Tinham a missão de inovar nas soluções de RH para o negócio, desenhando e mantendo processos e políticas, maximizando o compartilhamento do conhecimento acumulado pela empresa e garantindo as melhores soluções de fornecedores externos. (Ver Anexo 1) Congruence Model Historicamente, a Unilever tinha sido uma companhia em constante adaptação estratégica, o que sempre ensejou mudanças organizacionais. Para ajudar seus líderes a entender e analisar o desempenho da sua organização de maneira integral e objetiva, estruturando um diagnóstico organizacional e propondo as transformações necessárias, a companhia decidiu utilizar uma ferramenta prática, chamada Congruence Model*. Essa ferramenta enxergava a empresa como um sistema, com entradas (o entorno competitivo, os recursos da organização e sua história), um processo de transformação (as pessoas e suas características, os processos de trabalho e a organização formal e informal da empresa) e as saídas (produtos, serviços e resultados corporativos, divisionais e individuais), que deveriam entregar as metas estratégicas da empresa. O Anexo 2 detalha os itens analisados em cada elemento do modelo. A ideia central do modelo era garantir o alinhamento entre a estratégia da empresa, as pessoas, o trabalho, a organização e a cultura. A interação entre esses elementos – ainda mais importante que os elementos em si mesmo – quando bem orquestrada (tendo “encaixe”, ou “fit”), levaria a empresa ao pleno êxito em seus objetivos. Na tabela 1 (abaixo), observamos os principais pontos de encaixe que precisavam ser avaliados para alcançar o perfeito “encaixe” entre as peças do modelo. ______________________________ * O Congruence Model foi desenvolvido pelos professores David Nadler (Mercer), Michael Tushman (Harvard Business School) e Charles O’Reilly (Stanford Graduate School of Business), e transformado em uma ferramenta gerencial pela consultoria Mercer, que orientou a Unilever em sua aplicação. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Figura 1. Congruence Model Em consequência do modelo, a organização da Unilever deveria ser vista como um sistema social, e não apenas técnico, gerador de valor por meio das interações entre sua gente. Além disso, reconhecia que não havia uma forma “correta” e única para organizar o trabalho na empresa, já que cada momento ou circunstância competitiva e estratégica ensejaria arranjos possivelmente diferentes dos elementos do processo de transformação – que, por sua vez, deveriam estar totalmente alinhados. A equipe de RH reconhecia a importância do Congruence Model para compreender adequada e objetivamente os pontos fortes e fracos ao longo do projeto Surgery II. A ferramenta poderia ajudar a lançar luz sobre todos os episódios que tinham acontecido nos meses anteriores, e traria fortes sugestões de ações, aprendizados e fortalezas organizacionais. Uma análise efeciente do Congruence Model ajudaria, por exemplo, a desenhar um diagnóstico e propor soluções a desafios - como o de manter o mindset de trabalho em equipe e a cultura de performance em um processo de pressão crescente e necessidade de entrega - que era o caso de Surgery II. Tabela 1. Encaixe no Congruence Model Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Além disso, oito passos recomendados pela companhia poderiam ajudar a tornar o diagnóstico e as ações para Surgery II mais objetivos, independentes dos vieses individuais e da subjetividade. 1. Identificar os sintomas de desempenho insuficiente 2. Especificar os inputs relacionados com o ambiente (entorno), os recursos, e alguns aspectos críticos da história, assim como a estratégia do negócio 3. Analisar o output nas dimensões de indivíduos, grupos e níveis organizacionais, estabelecendo comparações entre o output desejado e o obtido (gaps) 4. Determinar os problemas associados aos gaps de desempenho 5. Descrever os componentes organizacionais, enfocando a análise das causas dos gaps 6. Avaliar o grau de congruência entre os diferentes componentes organizacionais 7. Gerar hipóteses sobre as causas dos problemas 8. Identificarações a desenvolver Gestão de Performance – PDP Nas reuniões da equipe de RH, discutia-se muito sobre que aspectos deveriam ser priorizados nos PDPs Summaries dos executivos da Unilever. Em especial, para o caso de Surgery II: o momento era de forte comunicação do Compass e os “Comportamentos Vitais e Inaceitáveis” ganhavam projeção na companhia, com o push do presidente. Comportamentos ligados aos desafios de projetos e as prioridades de RH no Compass impactariam, como nunca, na avaliação das pessoas. (Ver Anexo 3) O processo de PDP (Performance and Development Planning) na Unilever assegurava que todos realizassem uma avaliação anual de desempenho com seus chefes imediatos, incluindo a atualização e discussão de competências, skills, plano de desenvolvimento e de carreira. O PDP devia incluir a revisão do QUE havia sido realizado (de acordo com os objetivos preestabelecidos) e COMO havia sido realizado e contemplar a definição de metas e um plano de desenvolvimento para o ano seguinte. Os principais passos do PDP estão apresentados na figura a seguir. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Goal Setting Phase: • Definição do Plano de Trabalho Individual para o ano, sob a Luz do Compass • Um dos mais importantes documentos do PDP era o ―PDP Summary, construído em consenso pelo avaliado e o avaliador, considerando: o Metas alcançadas e contribuições efetivas para a organização; o Qualidade dos resultados alcançados; o Habilidades utilizadas; o Comportamentos e atitudes demonstradas na execução das atividades; o Áreas fortes e áreas a serem desenvolvidas • Definição do Performance Rating pelo avaliador. Interim Review Phase: • Revisão do Plano de Trabalho End of the Year Phase (Manager End of the Year Review y Employee End of the Year Review) • Resultados do Workplan • Resultados alcançados nos objetivos individuais, planos de trabalho e responsabilidades do dia-a-dia • O que foi alcançado e como foi alcançado • Resultados do Plano de Desenvolvimento: progresso em função dos objetivos de desenvolvimento estabelecidos Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com End of the Year Phase (Managers Manager Approves PDP) • Plano de Desenvolvimento, incluindo habilidades gerais (comuns a várias áreas, como negociação, trabalho em equipe, etc.), habilidades profissionais (específicas da área, como demand planning, customer development, etc) e comportamentos (ver Anexo 4). • Plano de Carreira: o Own Wishes: interesses pessoais do funcionário em termos de oportunidades de desenvolvimento profissional. o Company View: direção que pode ser indicada para a carreira do funcionário (permanecer na mesma área, mudar de área ou possíveis próximos passos). Sign Off Phase • Fechamento do Processo Anual de Desenvolvimento Performance Rating Todos os WL2 ou acima, deveriam ser avaliados com uma nota de 5 a 1, a “Performance Rating”, relacionada a seu desempenho individual no ano anterior. A nota deveria ser necessariamente relativa (“ranking forçado”), e obedecer aproximadamente a seguinte distribuição: 5 – Sempre supera as expectativas (5% dos avaliados) 4 – Supera algumas expectativas (25%) 3 – Atinge as expectativas (55%) 2 – Atinge algumas expectativas (10%) 1 – Não atinge as expectativas (5%) Essa política almejava: • Reafirmar a importância da diferenciação de desempenho dos funcionários, baseada em uma avaliação com critérios comuns e claros • Implementar um instrumento que alinhasse as avaliações de desempenho com as decisões de remuneração (Salary Increase, Variable Pay e Incentivos de Longo Prazo) • Oferecer aos funcionários um claro entendimento sobre como a companhia avalia seu desempenho • Minimizar a subjetividade e garantir a consistência nas avaliações de desempenho, através de reuniões de calibração entre gerentes e BPs de RH Para definir o performance rating, cada avaliador deveria considerar não apenas as responsabilidades usuais do dia-a-dia de cada avaliado, como também as ações realizadas para entregar as metas do seu Plano de Trabalho (alinhado com o Compass) e o desenvolvimento das Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com habilidades e comportamentos pactuados em seu último Plano de Desenvolvimento. Os performance ratings finais precisavam ser discutidos entre avaliadores de work level superior e o superior do superior na Calibration Meeting, que acontecia após a discussão com os avaliados sobre todos os pontos do PDP Summary (menos a Performance Rating). Nessa reunião, em que os BPs de RH tinham uma importante atuação como facilitadores, as avaliações dos subordinados passavam por uma discussão cabal, para alinhar os critérios usados. A partir daí, classificavam todos os subordinados e distribuíam-nos em uma escala relativa. Remuneração Base Pay Os salários base da Unilever haviam sido definidos para garantir que a empresa fosse capaz de atrair, reter e motivar seus funcionários. O processo começava com a definição de um ponto salarial central (“Pay Point”) para cada degrau de work level (WL 2A, 2B, 2C etc). O Pay Point equivalia à mediana dos salários em cargos semelhantes nas empresas que competiam pelos mesmos talentos. A partir daí, as faixas de remuneração eram construídas, variando de 80% a 125% de cada Pay Point. O salário base de cada gestor, dentro da faixa equivalente ao seu work level, era definido pelo mérito. Normalmente, após uma promoção, o gestor passava a receber um salário de 80% do Pay Point, e a partir daí ganhava aumentos anuais de acordo com sua performance (Performance Rating) – o chamado “mérito”, seguindo as diretrizes apresentadas na tabela 1 – e com o orçamento da empresa. Tabela 2: Diretrizes para Mérito A maioria dos gestores ficava entre 80% e 110%, como resultado dos méritos acumulados desde sua última promoção. A faixa de 110% a 125% chamada “zona premium”, ficava reservada para gestores classificados como “high potential” ou “sustained high performance”. O aumento salarial, assim, poderia ser dado tanto de acordo com o mérito dentro de uma faixa, como no momento de uma promoção para uma nova faixa (ex: de 2A para 2B). Aumentos fora dessas circunstâncias só poderiam acontecer em três situações: quando um talento crítico Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com estivesse quase saindo da empresa (com aprovação do VP de RH, em um mercado local inusitadamente alterado), colocando em risco a estabilidade de um grupo de talentos, e em situações em que as leis de trabalho locais assim o exigissem. Variable Pay (VPA) O cálculo da remuneração variável de cada gestor começava com o “target payout”, de acordo com o work level: Work Level 4: 50.0% Work Level 3: 35.0% Work Level 2: 20.0% O VPA era composto por duas partes. Uma das partes, que representava 70% do target era paga de acordo com o nível dos resultados alcançados (crescimento e contribuição) da região ou categoria em que o trabalho era desenvolvido (Ex: Américas ou Hair Global). Os outros 30% eram uma combinação do resultado da companhia operacional, do business group em que se realizava o trabalho e da performance individual de cada gerente, comparada com seus pares. Para a definição final do VPA individual, utilizava-se, fatores individuais de performance (IPF) relacionados aos “Performance Ratings” descritos no tópico sobre o PDP. Esses IPF variavam de 0 a 2, considerando que, aqueles que estivessem qualificados com performance rating 4 ou 5 deveriamter atribuído um IPF acima da média, aqueles que estivessem qualificados com performance rating 1 ou 2 deveriam ter atribuído um IPF abaixo da média e quem estivesse com performance rating 3 deveria ter atribuído um IPF de acordo com a média das pessoas, conforme tabela 3. Tabela 3: IPF e Performance Rating Para a composição final do VPA, a companhia estabelecia um índice de contribuição de cada tipo de negócio (por país, por categoria, dependendo da formatação vigente de cada negócio) denominado Differentiation Factory. Esse índice é calculado sobre o total do VPA de cada indivíduo, podendo variar de 0 a 2. Isso pode reduzir ou aumentar o bônus do indivíduo. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Resource Committee Os executivos de RH se aprofundavam em discussões sobre o potencial humano envolvido no projeto Surgery II, tanto do ponto de vista de liderança como de comportamentos. Era preciso garantir “a pessoa certa no lugar certo”, como os executivos costumavam afirmar. Em especial, por conta da complexidade deste projeto atual, de projetos futuros e da necessidade de assegurar recursos excepcionais em todas as ocasiões. Para assegurar o acompanhamento e o desenvolvimento dos recursos humanos da companhia ao longo do projeto de Surgery II, foram constituídos os Resource Committees**. Durante essas reuniões, os executivos envolvidos discutiam os desafios estratégicos da organização e que recursos seriam necessários para garantir seu sucesso. Analisavam o estado atual das capacidades organizacionais e identificavam possíveis gaps. Com base nisso, definiam as ações para que a empresa construísse as capacidades necessárias para o curto e longo prazo, o que envolvia o desenvolvimento das pessoas em suas atuais funções e a construção de um pipeline sólido de talentos. Os RCs eram liderados pelos heads funcionais, e apoiados pelos HR Business Partners. Usualmente se reuniam duas vezes por ano, com a seguinte pauta. • Em Q2: definir as capabilities futuras baseadas na revisão da estratégia do negócio, atualizar o plano de construção de capabilities (skill capability building plan), acompanhar a estratégia de desenvolvimento do pipeline de talentos e liderança, debater sobre a performance, planos de carreira e potencial de pessoas chave. • Em Q4: rever uma vez mais a performance, planos e potencial, preparar inputs informais para os processos de indicação de “High Potentials” y “Sustained High Performance” y LDT assessment. Leadership Differentiation Tool A matriz LDT, apresentada na Figura 3, proporcionava uma revisão do desempenho nos três anos anteriores de cada empregado, de acordo com duas dimensões: o QUE (resultados das metas individuais) e COMO (comparação com comportamentos desejados). Tratava-se da principal ferramenta para identificar talentos chave na organização, provendo direcionamento para decisões de promoção e sucessão. A orientação era para que 25% dos avaliados estivessem nos boxes verdes, 50% nos brancos e 25% nos âmbar e vermelho. __________________________ ** No nível nacional, os RC eram compostos pelos line managers de uma mesma função. Existiam também RCs para o nível regional, com VPs da mesma função, e global, com Sênior VPs. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Figura 3: Leadership Differentiation Tool Ainda que existisse uma sugestão de que 25% dos avaliados estivessem em boxes verdes, 60% nos brancos e 15% nos âmbar e vermelho, os line managers, responsáveis pelo preenchimento da matriz a partir dos inputs dos RCs, tendiam a concentrar grande parte nos boxes verdes. A posição de cada empregado na matriz determinava ações que precisariam ser tomadas (conforme Anexo 5). Claramente, o objetivo primário das ações deveria ser o de oferecer oportunidades de desenvolvimento, seja por meio do acompanhamento individual (coaching e feedback), ou com novas oportunidades de carreira (especialmente para aqueles nos boxes verdes). Em todos os casos, isso deveria constar do plano de desenvolvimento de cada um. Neste caso, no plano de desenvolvimento dos executivos envolvidos em Surgery II. Um Desafio de Arrepiar os Cabelos O ano de 2009 chegava ao fim. Os meses anteriores tinham sido intensos para todos os executivos que trabalharam no projeto de Surgery II. Finalmente, o novo Seda já ocupava as prateleiras e as consumidoras começavam a experimentar os benefícios que a inovação trazia para seus cabelos. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com O projeto tinha sido estratégico para a Unilever: tanto pelo processo de renovação da marca como pelos complexos desafios que os executivos da companhia tinham enfrentado naquele lançamento. Ou melhor: continuavam enfrentando. Isso porque, no mercado, Seda ainda passaria por algumas provas – como o aumento no volume de vendas, a conquista de novas consumidoras e o ganho de facing nas gôndolas. Enquanto isso, dentro da companhia, executivos de diferentes áreas questionavam seus pares sobre decisões que tinham sido tomadas no desenvolvimento de Surgery II. A equipe de Finanças, por exemplo, era questionada sobre o aumento de preços da inovação, o que trazia riscos de uma queda no volume de Seda já no curto prazo. Os executivos de Brand Development também se sentiam pressionados: estavam realmente entregando o melhor mix de produto com a melhor qualidade e os preços mais competitivos? A comunicação convencia sobre a nova filosofia e a nova estratégia definida para a marca? Na área de Customer Development, muitos executivos duvidavam do engajamento dos gerentes de vendas na promoção de Surgery II junto aos clientes. Especialmente em Supply Chain, os problemas com fornecedores e as dificuldades iniciais na produção das embalagens ainda ecoavam na companhia. Por pouco, Seda não tinha chegado ao mercado como previsto. Na percepção da equipe de RH, os altos níveis de pressão e entropia gerados durante o desenvolvimento de Surgery II haviam criado dificuldades de relacionamento nas interfaces, resistências que se fortaleciam a cada dia e uma acirrada competição interna. Buscavam-se culpados para os problemas mais corriqueiros. E, muitas vezes, o foco se limitava ao curto prazo, sem qualquer visão do futuro ou da construção de possíveis oportunidades que poderiam se descortinar. Aquele contexto já atrapalhava o desenrolar de novos projetos na companhia. Desde os primeiros steps de Surgery II, a equipe de RH tinha acompanhado todos os desafios e decisões tomadas pelas equipes envolvidas – especialmente por se tratar de um dos projetos mais complexos lançados no Brasil até então. No entanto, ao longo do processo, as equipes envolvidas começaram a mostrar dificuldades para gerenciar o aumento de pressão que advinha de uma cultura de performance mais exigente em situações críticas. Problemas inesperados e prazos apertadíssimos contribuíram para elevar o estresse a níveis extremos. Naquele momento, enquanto as consumidoras de Seda começavam a experimentar os benefícios que a inovação trazia a seus cabelos, a equipe de RH – em conjunto com os líderes do projeto - se descabelava diante de novos desafios: Como garantir que, mesmo em um processo de pressão crescente e necessidade de entrega impecável, as áreas da companhia mantivessem o mindset de trabalho em equipe e a cultura de performance? Como aumentar a conexão do time e reduzir entropia para todas as interfaces? De que maneira a equipe de RH poderia utilizar o Congruence Model para analisar seu desempenho em Surgery II? Que aspectospriorizar para a avaliação anual de desempenho do PDP? Que caracteríticas deveriam ter os líderes envolvidos nesse desafio? Era preciso revisar estruturas e processos da organização? Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com A comunicação do Compass e dos “Comportamentos Vitais e Inaceitáveis” ganhavam ainda mais projeção na companhia, em particular com o push do presidente. Comportamentos ligados aos desafios de projetos e as prioridades de RH no Compass impactariam, como nunca, na avaliação das pessoas. Falava-se em determinar metas claras e os jobs to be done. Ao mesmo tempo, era preciso investir no processo de transformação cultural e no desenvolvimento de um novo mindset: “energia”, “entusiasmo”, “engajamento”, “time único” e “fortalecimento da organização” eram os termos mais citados. A equipe de RH ainda precisava construir planos individuais de crescimento, resgatar a confiança entre as pessoas e motivá-las. Afinal, a companhia era feita de pessoas, e só com o engajamento de todo o time, as entregas futuras alcançariam os níveis excepcionais tão esperados. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Anexo 1 HR TRANSFORMATION RELATIONSHIP MODEL Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com Anexo 2 CONGRUENCE MODEL 1. A ESTRATÉGIA Seleção de Clientes: Quem são nossos clientes e p orque nós os elegemos? Proposta de Valor: Por que esses clientes compram de nós? Captura de Valor: Como geramos utilidade? Controle Estratégico: Como protegemos o negócio da concorrência e o poder dos clientes? Alcance: Em que atividades da cadeia e valor nós nos envolveremos? 2. AS SAÍDAS SISTEMA TOTAL: Volumes produzidos, ingressos, utilidades, rentabilidade, etc. UNIDADE DO SISTEMA: Desempenho das divisões, departamento e equipes que se conformam com a organização INDIVÍDUOS: Desempenho e conduta das pessoas na organização Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com 3. OS PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO a. O TRABALHO: as tarefas básicas e inerentes que devem ser realizadas pela organização e suas partes: • Tarefas comuns de criação de valor • Requerimentos de habilidades e conhecimentos • Recompensas intrínsecas que entrega o trabalho • Incerteza associada ao trabalho, incluindo fatores tais como a interdependência, etc. • Restrições/ exigências sobre o desempenho - requerimentos inerentes ao trabalho, dado o design do negócio. b. AS PESSOAS: As características dos indivíduos que são membros da organização: • Conhecimento, atitudes e habilidades • Percepções e expectativas • Necessidades individuais e preferências • Demográficas c. A ORGANIZAÇÃO FORMAL: As estruturas, processos e sistemas formais que facilitam que as pessoas realizem suas tarefas: • Unidades e relações organizacionais básicas • Estrutura organizacional e relações de informação • Modelo e processos de gestão e governabilidade • Processo de tomada de decisões • Processos de administração • Sistemas e processos de comunicação • Tecnologias de informação e administração de conhecimento • Processos de recursos humanos • Administração do desempenho e dos sistemas de compensação • Desenho do cargo • Papéis e responsabilidades • Ambiente físico de trabalho d. A ORGANIZAÇÃO INFORMAL: Convênios emergentes, incluindo estruturas, processos, papéis e relações: • Convênios informais de trabalho • Modelos de tomada de decisões • Modelos de comunicacação e influência • Relações intergrupais • Relações intragrupais • Cultura organizacional — valores, crenças, e normas de comportamento • Comportamento de liderança Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com ANEXO 3 COMPORTAMENTOS Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com ANEXO 4 THE STANDARDS OF LEADERSHIP GROWTH MINDSET This is competitive leadership. Taking the lead in the marketplace versus following. It's about the company's future – glass half-full – but it's realistic. It's passion for winning. Winning defined as gaining market share. It's placing a fresh emphasis on innovation – challenging the status quo. CONSUMER AND CUSTOMER FOCUS This is purpose-driven leadership. It's externally focused – on consumers, on customers. First take care of consumers and customers; financial performance will follow. It's a heightened passion for the consumer. "I firmly believe in improving the lives of consumers." It's bringing the voice of the consumer and the customer into everything we do. It's seeing our brands through their eyes. BIAS FOR ACTION This is action-driven leadership: “This is what I will do." It's speed and sense of urgency in making decisions. But it needs to be thoughtful action; intelligent risk-taking. Also it’s not wasting time on bureaucracy – it’s output that counts. And it's simplifying my agenda, carefully choosing priorities – and not taking on too much. ACCOUNTABILITY AND RESPONSIBILITY This is performance-driven leadership: "I will deliver against KPls, holding myself to the highest Standards.” I will also hold other people accountable – first by setting clear expectations and then by telling them if they are on the right path. It's staring reality in the eye – doing it with numbers. It's taking responsibility for Unilever's overall performance, not just by delivering my resuits but by helping other people deliver their results. Finally, it's personaily driving change and using operational discipline to deliver on the promise. BUILDING TALENT AND TEAMS This is people-driven leadership. It's passion for people. it's having the best people in the right positions, whatever the person's gender or background. It's giving people plenty of room to do their part, and recognizing them for their contributions. It's investing in people's development – giving them feedback and challenging work. It's also constantly challenging myself to grow and improve. And it’s building aligned, cohesive teams that pull together to win. Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com ANEXO 5 AÇÕES PARA LDT Talent Expertise Team Unilever Brasil Et.talent@unilever.com ANEXO 6
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