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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO – UNIRP ELIS REGINA DA SILVA TERRERI | 20181436 MARCELA BORGES PRADO | 20144503 TAINÁ DE CÁSSIA MASCHIO MAZZA | 20125723 VICTÓRIA CRISTINA WANDERLEY | 20164516 PROJETO INTERDICIPLINAR VI: UM ESTUDO DE CASO DA BAMBINELLA CONFECÇÕES INFANTIS São José do Rio Preto - SP 2020 ELIS REGINA DA SILVA TERRERI | 20181436 MARCELA BORGES PRADO | 20144503 TAINÁ DE CÁSSIA MASCHIO MAZZA | 20125723 VICTÓRIA CRISTINA WANDERLEY | 20164516 PROJETO INTERDICIPLINAR VI: UM ESTUDO DE CASO DA BAMBINELLA CONFECÇÕES INFANTIS Trabalho Acadêmico apresentado às disciplinas de Administração da Produção e Operações II, Administração Financeira e Orçamentária II, Administração de Recursos Humanos II, Administração Mercadológica II, Economia e Comércio Internacional, Legislação e Planejamento Tributário, Ética e Responsabilidade Profissional do Curso de Administração de Empresas do terceiro ano, quinto período, do Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP, como requisito de avaliação semestral dos docentes do curso. Docentes: Prof. M.Sc. Luiz Orlando Iozzi, Prof. Esp. Amilton do Prado, Prof.ª Esp. Rosana Aparecida Frêire de Souza, Prof. Esp. Cássio Henrique Lopes, Prof. Esp. Anderson Golfi Andreazi, Prof. Esp. Ailton Barcelos de Paula, M.Sc Juliana Prado Ferrari Spolon e Prof.ª M.Sc. Rosa Maria Furlani. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2020 TERRERI, Elis Regina da Silva; PRADO, Marcela Borges; MAZZA, Tainá de Cássia Maschio; WANDERLEY, Victória Cristina. PROJETO INTERDICIPLINAR VI: UM ESTUDO DE CASO DA BAMBINELLA CONFECÇÕES INFANTIS Trabalho Acadêmico apresentado às disciplinas de Administração da Produção e Operações II, Administração Financeira e Orçamentária II, Administração de Recursos Humanos II, Administração Mercadológica II, Economia e Comércio Internacional, Legislação e Planejamento Tributário, Ética e Responsabilidade Profissional do Curso de Administração de Empresas do terceiro ano, sexto período do noturno, do Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP, como requisito de avaliação semestral dos docentes do curso. Aprovado em: ___ / ___ / _____ Banca Examinadora Prof. Dr. ____________________ Instituição: __________________ Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________ Prof. Dr. ____________________ Instituição: __________________ Julgamento: ____________________ Assinatura: __________________ RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar criticamente uma grande empresa de confecções de artigos para crianças, a “Bambinella Confecções Infantis” tomando como ponto questões sobre a administração da produção e operações organizacionais, administração financeira e orçamentária, administração de recursos humanos, administração mercadológica, economia e comercio internacional, legislação e planejamento tributário, ética e responsabilidade profissional. Para a análise foram levados em conta os seguintes aspectos que dizem respeito à organização: como a empresa trabalha com as questões produtivas e operacionais, o funcionamento da sua área financeira, como estão organizados os departamentos de recursos humanos e marketing e a sinergia dessas áreas no contexto em que ela está inserida. A análise e reflexão foram feitas por meio da leitura do texto e da resposta de perguntas que levaram à reflexão dos integrantes sobre toda a da empresa, visando identificar toda a estrutura da organização, seus aspectos positivos e negativos, proporcionando, assim, uma reflexão e um posicionamento crítico perante as análise das informações apresentadas bem como identificando pontos positivos e/ou pontos positivos da organização e apresentando sugestões de melhorias. Palavras-chave: Administração de empresas. Administração da Produção e Operações II, Administração Financeira e Orçamentária II, Administração de Recursos Humanos II, Administração Mercadológica II, Economia e Comércio Internacional, Legislação e Planejamento Tributário, Ética e Responsabilidade Profissional. Bambinella. ABSTRACT This article aims to critically analyze an important of children's clothing manufacturing, “Bambinella Confecções Infantis”, by answering questions regarding the following aspects: production management and organizational operations, financial and budget management, human resources management, marketing management, economics and international trade, legislation and tax planning, ethics and professional responsibility. For the analysis, the following aspects regarding the organization were taken into account: how the company deals with productive and operational issues, the functioning of its financial area, how the human resources and marketing departments are organized and the synergy of these areas in the context in which the company is inserted. The analysis and reflection where made by reading the text and answering questions that led to the reflection of the members about the company, how to identify its structure, its positive and negative aspects, thus providing a reflection and a critical positioning towards the analysis of the information presented, providing a reflection and a critical position in the analysis of the information presented as well as identifying positive and/or negative points of the organization and presenting suggestions for improvements. Keywords: Administration. Production and operations management. Budget and financial management. Human resources management. Marketing. Economics and international trade, legislation and tax planning, ethics and professional responsibility. Children’s clothing manufacturing. Bambinella. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9 2. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES II ............................. 14 3. ADMINISTRAÇÃO RECURSOS HUMANOS II ............................................ 18 4. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II ......................... 51 RSA = 1.152.823,00 / 9.200.982,00 x 100 = 12,5293% ............................................. 53 RSPL = Lucro Depois DF / Patrimônio Líquido x 100 ......................................... 53 5. ADMINISTRAÇÃO MERCADOLÓGICA II ................................................... 57 6. ECONOMIA E COMÉRCIO INTERNACIONAL ........................................... 61 7. LEGISLAÇÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ...................................... 63 8. CONCLUSÃO .................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 65 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Etapas do processo produtivo ...................................................................... 31 Figura 2 – PDI da Bambinella – metodologia 70/20/10 ............................................... 41 Figura 3- Funções gestor e colaborador no PDI ........................................................... 42 Figura 4- Metodologia 70/20/10 ................................................................................... 43 Figura 5 – processo de melhoria contínua .................................................................... 49 Figura 6 - critérios básicos para implementação do SGSST ........................................ 49 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725763 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725764file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725766 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725767 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Previsão de demanda para o ano 2019 - média móvel simples ................... 18 Tabela 2- Etapas da implementação da avaliação de desempenho ............................... 27 Tabela 3- Pontuações - Avaliação de desempenho ....................................................... 29 Tabela 4- Avaliação de desempenho ............................................................................ 29 Tabela 5- Curva de crescimento da Bambinella ........................................................... 30 Tabela 6- Valores da Bambinella ................................................................................. 31 Tabela 7- Plano de ação ................................................................................................ 39 Tabela 8- Feedback semestral ....................................................................................... 39 Tabela 9 – Método de aprendizagem - costureira ......................................................... 43 Tabela 10 - Método de aprendizagem - vendedor ........................................................ 44 Tabela 11- Método de aprendizagem - supervisor........................................................ 44 Tabela 12 - Mapa de riscos NR 9 ................................................................................. 47 Tabela 13 - Riscos ambientais da Bambinella .............................................................. 47 Tabela 14 – Alavancagem financeira ........................................................................... 52 Tabela 15 - Indicadores ................................................................................................ 54 Tabela 16- Abrangência mix de produtos ..................................................................... 58 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725843 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725844 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725845 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725846 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725847 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725848 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725849 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725850 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725851 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725852 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725853 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725854 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725855 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725856 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725857 file:///C:/Users/USER/Downloads/Interdisciplinar%20VI.docx%23_Toc56725858 9 1. INTRODUÇÃO O mundo está em constante transformação. Faz parte da natureza humana a busca pelo novo, pelo desenvolvimento, por aquilo que lhe traga mais satisfação, conhecimento, habilidades, praticidade; é intrínseco da humanidade a sede pela evolução, independentemente do contexto em que ela esteja inserida. A evolução humana está diretamente ligada com a sua forma de produzir. Por meio da produção, o homem conquistava não só sua evolução, mas também a sua subsistência, sua forma de retirar o seu sustento. Sendo assim, entender a evolução dos sistemas de organização do homem ao longo do tempo é entender a história da humanidade, uma vez que desde o seu surgimento, o homem procurava formas no próprio ambiente em que existia para atender suas necessidades. O homem passou e sobreviveu a diversas situações e delas saiu mais forte; é um ser adaptável por natureza e tem a habilidade de tirar o melhor de si e do ambiente em que vive e transformar em algo melhor e mais evoluído. Nos primórdios, quando ainda nômade, utilizava os recursos naturais de um local para sobreviver; quando se esgotavam, ele se mudava e procurava novas oportunidades para sobreviver. Posteriormente, ele passou a se fixar em um território e utilizar-se de técnicas e instrumentos, ainda que rudimentares, para garantir a sua vida. Com o passar dos séculos, o homem evoluiu, aprendeu a viver em sociedade e foram surgindo relações de trabalho. No começo, a produção era estritamente artesanal e o artesão era responsável pelo processo de transformação. Com a Revolução Industrial, tudo mudou; as relações de consumo e produção, bem como a forma de produzir, se alteraram; esta deixou de ser artesanal e passou-se a utilizar máquinas no processo produtivo. Então, os processos de produção foram evoluindo, bem como a relações de trabalho, a padronização de produtos e processos, treinamento da mão de obra, etc. Com a especialização das máquinas e com a racionalização do trabalho, surgem novas técnicas de gestão de produção; novas teorias sobre a evolução da produção também foram surgindo com essas mudanças, sendo apresentadas por teóricos e estudiosos da administração da produção Frederick Taylor, Henri Fayol e Henry Ford. 10 O rápido e intenso fenômeno da maquinização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores e que, aos poucos, foram crescendo e se transformando em fábricas. O operário foi substituído pela máquina nas tarefas em que se podia automatizar e acelerar pela repetição. Com o aumento dos mercados, decorrente da redução de preços e popularização dos produtos, as fábricas passaram a exigir grandes contingentes humanos. A mecanização do trabalho levou à divisão do trabalho e à simplificação das operações, substituindo os ofícios tradicionais por tarefas automatizadas e repetitivas que podiam ser executadas por operários sem qualificação e com facilidade de controle. A unidade doméstica de produção - a oficina e o artesanato em família - desapareceu com a súbita e violenta competição, surgindo um enorme contingente de operários nas fábricas (CHIAVENATO, 2003, p. 34-35) A produção artesanal, a partir de então, já não atendia mais a demanda do período. A força de trabalho de um único artesão passou a ser mecânica e fabril. Surgiu a necessidade de se criar postos de trabalhos, produtos e processos padronizados. Além disso, a mão de obra passou a ser treinada para utilização do maquinário e a produção passou a ser planejada e controlada para acompanhar todo o processo produtivo e se descobrir possíveis falhas que atrapalhariam a criação do produto e, consequentemente, do resultado. Ao longo da história, o conceito de produção foi se diversificando, conforme as necessidades do homem foram se modificando. Taylor, Ford e Fayol dentre outros foram responsáveis por essas mudanças na linha de produção e, consequentemente, nas organizações como um todo até que elas chegassem nos moldes atuais. Este processo, solidificado no período da Segunda Guerra Mundial, criou facilidades no que diz respeito à quantidade de produtos fabricados já para as pessoas formam inseridas em processos padronizados e com divisão distinta de tarefas na formação do produto final. (...) Foi neste período pós-guerra e apoiado por um cenário econômico mais positivo que o sistema de produção ganhou força, contudo essa gestão era ainda baseada em qualidade de larga escala, ou seja, a qualidade existia mais a diversidade era muito pequena, pois se trabalhava com estoques e lotes de produção elevados. Por exemplo, produzia-se um lote com 50 Fords - todos pretos. (A EVOLUÇÃO, 2012) A estrutura proporcionada pelo Fordismo não era favorável para países como o Japão,por exemplo, uma vez que eram necessários muitos investimentos e grande quantidade de mão- de-obra. Por ser um país com pouca matéria-prima e um mercado consumidor reduzido, o país teve que procurar uma outra forma de produção, o que permitiu o surgimento do Toyotismo, criado nas fábricas da Toyota. Esse processo apresentava como elemento principal, a flexibilização da produção e a qualidade total do produto. Ao contrário do modelo fordista, que produzia muito e estocava o 11 toyotismo só produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Neste sentido, durante a década de 90, quando se buscou por produtos de melhor tecnologia e qualidade agregada a preço competitivo, difundiram-se técnicas japonesas que se baseavam em manter um fluxo contínuo dos produtos produzidos. Como exemplo, destacou-se o sistema Kanban integrado com a técnica Just-in-time. Técnicas hoje largamente difundidas quando se fala em administração da produção e de estoque. (A EVOLUÇÃO, 2012) Segundo FRANCIO (2008) após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos foram responsáveis pela reestruturação da Europa e do Japão por meio do Plano Marshall e o Plano Mac Arthur, proporcionando aos eles um novo sistema de produção. Após a II Guerra Mundial, os Estados Unidos ajudaram os japoneses e os europeus a recuperarem suas economias arruinadas pela guerra. O Plano Marshall para a ajuda econômica na Europa e no Mac Arthur Plano no Japão ajudou a reconstruir os países em infra-estruturas industriais. Não só os fabricantes americanos fornecedoras de bens através destes planos, a virtual ausência de concorrência aberta nos mercados do resto do mundo para produtos americanos. Dentro dos Estados Unidos, uma população cansada pela guerra e privação era demasiado disposta a comprar qualquer produto. Ao aperfeiçoar a sua fabricação, os americanos alcançaram espantosos feitos de produção e inovação. Foi através da produção em massa, e aperfeiçoando a tecnologia para proporcionar a gestão eficiente em termos de custos de produção de alta qualidade padronizada nas mercadorias. Por sua vez o cliente comprou o que foi oferecido, o mercado poderia ser considerado um bem adquirido. Esta situação no mercado é um sistema de produção dirigido. Qualquer produto que tenha sido fabricado iria vender, permitindo que o cliente pouca voz ou influência tivesse. Eficiência da produção foi de todo importante. (FRANCIO, 2008, p.3) No entanto, a partir dos anos 1970, eles passaram a perder a competitividade dos produtos com o surgimento de novas técnicas de produção implantadas pelo Japão. Já a partir dos anos 80, a produção se modifica e passa a ser impulsionada e os clientes é que passam a determinar as linhas de produção e não o contrário, ou seja, as empresas deixaram de determinar os produtos para os mercados e os consumidores é que passaram a determinar o tempo, custo e qualidade. Nesse período, a preocupação era com qualidade e produtividade. Por fim, na década de 90, as empresas sofreram mudanças na produção e na forma de produzir, se preocupando com a economia de escopo, a flexibilidade, variabilidade, simplicidade e melhoria contínua. América entrou na década de 1970 complacentemente e sem reconhecer o impacto das transformações em curso nos mercados mundiais. Empresas americanas continuaram a produzir de forma eficiente padronizando bens em massa, quando os produtos com diferentes níveis de qualidade e preço já exigiam. No início de 1980 algumas empresas americanas começaram a responder ao emergente mercado global. Estas respostas dinâmicas e essas empresas inscritas na década de 1990 percebendo que a importância da produção maciça tinha diminuído. Embora a produção em massa ainda fosse utilizada, o rendimento da produção já não é a única a ser considerado. A filosofia de fabricar por excelência, o fabricar ou classe mundial, é substituir a filosofia produção em massa. (FRANCIO, 2008, p.3) 12 Também na década de 90 o mundo começou a entrar em uma nova fase, a Era da Informação. Nessa época, a tecnologia passou a reger o próprio processo produtivo, a forma como o mundo se relacionava e as interações entre as organizações. Essa era baseia-se no conhecimento como principal recurso produtivo em que o produto é resultado de conhecimento agregado e não de matéria-prima transformada; mundo globalizado, integrado pela tecnologia de informação, cheio de mudanças rápidas, profundas, imprevisíveis. Ela traz foco no cliente como sucesso de uma organização e a produção do produto deve ser atrelada por serviços correlatos, produzir somente o produto não é mais suficiente. Além disso, questões como responsabilidade social e qualidade de vida no trabalho são extremamente importantes para o contexto empresarial (CHIAVENATO, 2014, p.22-23). A partir de então, o mundo se tornou um mercado global heterogêneo, baseado na tecnologia para impulsionar a produção e segmentado pela dinâmica populacional. A grande concorrência fez com que a fabricação de produtos visasse a satisfação das necessidades e das expectativas dos consumidores individuais que passaram a demandar qualidade elevada e com produtos/serviços exclusivos, puxando a produção e fazendo com que ela deixasse de ser em massa e passasse a ser dirigida aos desejos dos clientes que tem cada vez mais o poder de escolha e buscam por qualidade e preço baixo. A tecnologia mudou a forma de se relacionar e fazer o negócio: novos produtos, novos processos de produção, novos processos materiais e, obviamente, cada vez mais novas tecnologias estão presentes na dinâmica organizacional trazendo inovação, variedade de produtos, ciclo de vida e volumes de produtos cada vez menores com qualidade aliada à baixo custo. A revolução tecnológica redesenhou os sistemas de produção de modo que inovação e informação se tornaram essenciais e parte do fluxo contínuo e crítico no processo de produção de uma organização. Nesse contexto, as empresas passaram a se adequar e se modificar para atender o mercado e conquistar os clientes, que estão cada vez mais exigentes. No contexto da Era do Conhecimento, as organizações se pautam por uma postura de aprendizagem, buscando melhor perceberem o ambiente de negócios, adaptarem-se, evoluírem e renovarem-se continuamente, de forma a conquistarem maior longevidade, na medida em que concentram seus diversos interessados no crescimento da capacidade de transformar ativos intangíveis em resultados organizacionais desejados. Nesse caminho, o sucesso sustentável passa pelo domínio das questões relativas à gestão do conhecimento, dos ativos intangíveis, da mudança, do alinhamento e da aprendizagem organizacional, em bases eminentemente sociais. (BASES, p. 37) 13 É importante denotar que durante toda a história, as inconstâncias e mudanças sempre fizeram parte da humanidade; elas foram extremamente importantes e fazem parte da evolução do homem como ser social e seu crescimento, sua adaptabilidade, resiliência e a forma como ele, destrutivamente, se organizava, criava e recriava o ambiente em que vivia. O homem sobreviveu em ambientes sem qualquer tipo tecnologia, sobreviveu ao frio, ao calor, à escassez de alimento; às doenças, duas grandes guerras e crises econômicas. Diante de tudo isso, buscou superar as adversidades, se adaptar, ser disruptivo e inovar e, assim, sobreviver. Atualmente, a humanidade passa por grandes mudanças e transformações. Problemas políticos, sociais, ambientais, econômicos, de saúde, de segurança e de educação, sem contar os problemas internacionais que existem em relações não tão amistosas entre países e chefes de governos como, por exemplo, a guerra comercial entre China e Estados Unidos em que as sobretaxas aplicadas pelos dois países acabam afetando a economia global. Além de tudo isso, o mundo vive a sua maior crise sanitária desde GripeEspanhola em 1918, a pandemia do novo coronavírus. São tempos em que se pede cautela, mas também são oportunidades de inovar e fazer a diferença. Partindo desse ponto, o presente trabalho procurará entender como as grandes mudanças são importantes e relevantes e impactam o contexto empresarial e organizacional e como elas devem ser consideradas no processo decisório das organizações, especificamente no de uma indústria especializada na confecção e comercialização de roupas infantis, localizada na cidade de São José do Rio Preto, interior do Estado de São Paulo, a “Bambinella Confecções Infantis", uma das empresas do Grupo Righetti. Objetivos O objetivo desse trabalho é analisar e diagnosticar como está a estratégia empresarial realizada na forma de estrutura organizacional, métodos e processos de administração da empresa está alinhada com as ações tomadas nas áreas de Marketing, Recursos Humanos, bem como nas financeiras, econômicas, orçamentárias e, principalmente, na produção e suas operações, flexibilidade ou crescimento, fazendo uma análise crítica da tomada de decisões e a forma de atuação da organização. Justificativa Por meio dessa análise, busca-se colocar em prática muitas das questões teóricas levantadas durante o curso de Administração de Empresas do Centro Universitário de Rio Preto 14 – UNIRP, com enfoque nas disciplinas pertencentes ao 6º período. Tendo como referência seus objetivos empresariais, será feito um diagnóstico do atual gerenciamento da empresa para verificar como estão as ações tomadas no que diz respeito às áreas citadas anteriormente para que se possa entender cada vez mais o funcionamento de uma organização e preparação para o que o administrador irá enfrentar no desempenho de sua função. Metodologia No que se refere aos aspectos metodológicos, o presente trabalho valeu-se das fontes de pesquisa bibliográfica, ou seja, de autores que versam sobre a as referidas temáticas, realizada por meio de consultas a livros, publicações, anais, artigos científicos, matérias em periódicos disponíveis em sites, além dos conceitos absorvidos nas aulas do curso de administração de empresa, visando analisar e refletir sobre a situação da empresa de forma analítica e estratégica por meio da resolução das perguntas abaixo. 2. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES II 2.1. Dimensionar o tamanho dos lotes de produção para os processos terceirizados de costura. TN FT Tc 1= 70+77+81+69+75+72= 74x1,1= 81,4X1,15= 93,61 6 Tc 2= 45+55+42+51+48+50= 48,5x1,1= 53,35x1,15= 61,35 6 Tc 3= 102+110+99+101+115+108= 105,83x0,95=100,53x1,15=115,60 6 Tc4= 155+164++171+148+159+175= 162x1,1=178,2x1,15= 204,93 6 Tc 5= 88+77+81+92+68+79= 80,83x0,95=76,78x1,15=88,29 6 Tc 6= 66+68+55+69+71+58= 64,5x0,95= 61,27x1,15=70,46 6 Tc7= 44+42+52+50+48+49= 47,5x0,95=45,12x1,15=51,88 15 6 Tc8= 125+122+138+129+135+120=128,16x0,95=121,75x1,15=140,01 6 TC9= 75+69+81+60+92+87= 77,33x0,90=69,59x1,15=80,02 Overlock: Tc1= 93,61 Tc2= 61,35 Tc4= 204,93 Tp Total= 359,89 segundos Tp Total= 359,89x60= 21,59= 22 minutos Produção por hora: 1 un - 22 min X um - 60 min X= 60/22= 2,72 UN Capacidade dia: 1h - 2,72 8h – X X= 21,76 UM Capacidade Semana: 1 dia – 21,76 5 dias – X X= 108,75 UN Reta: Tc3= 115,80 Tc5= 88,49 Tc6= 71,87 Tc7= 51,88 Tp Total=334,04 seg Tp Total= 334,04x60= 20,04 minutos Produção por hora: 1 un - 20,04 X - 60 X=60/20,04=2,99 = 3 Capacidade dia: 1h - 3 8h – X X= 24 UM Capacidade semanal= 1 dia – 24 16 5 dias – X X= 120 UM Manual: Tp Total= 80,02 segundos Tp Total= 80,02x60= 4,80 minutos Produção por hora: 1 un – 4,8 X um – 60 X= 60/4,8= 12,5 UM Capacidade dia: 1h – 12,5 8 h – X X= 100 UM Capacidade semanal: 1 dia – 100 5 dia – X X= 500 Un. Diante do exposto, realizou-se um estudo de cronoanálise e determina-se que a capacidade semanal de uma costureira terceirizada: Máquina overlock : 108,75 UN. Reta: 120 Un. Manual: 500 UM. 2.2. Calcular a variação da produtividade semestral considerando o ano fiscal de 2018. a) A produtividade total da Bambinela, com periodicidade trimestral, considerando os dados apontados no DRE de 2017, apontando as variações ocorridas. Mediante os dados de variações encontrados, faça uma análise das principais razões que levaram a obtenção dos respectivos resultados e aponte, com base nos processos operacionais, algumas ações que possam melhorar a produtividade da empresa; b) A produtividade parcial da mão de obra operacional, também com a periodicidade trimestral, com base nos dados de 2017. Vale ressaltar, que esse indicador parcial, será de grande valia para uma futura análise da decisão de terceirização, tomada 17 no ano de 2018, sobre o processo de terceirização, nas operações de costura da empresa. Essa futura análise permitirá ao gestor, verificar se a decisão tomada, sob a ótica operacional, gerou ganhos à empresa. A- P1=? P1= Vendas liquidas/ CMV 2017 35.802.982/17.817.820= 2,0093 2018 31.846.433/17.112.398= 1,8610 2019 29.723.360/16.589.749= 1,7916 B- Vendas liquidas/Salários e encargos 2017 35.802.982/6.398.542= 5.5954 2018 31.846.433/6.242.556= 5.1015 2019 29.723.360/6.402.896= 4.6421 Pode-se perceber uma variação em queda nos dados considerados dos anos 2017, 2018 e 2019. Para melhorar a produtividade, deve-se investir em maquinários com a taxa de juros dada pela BNDES, alavancando melhor produção de qualidade em máquina reta e overlock, além de também criar um cronograma com vida útil desse bem no qual se poderá identificar o desperdício de matérias e redução de custos desnecessários, assim como no estoque e também identificar gargalos que podem ser reduzidos, como tempo da realização da confecção de uma peça. 2.3. Calcular a previsão de demanda para o ano 2019 através do método da média móvel simples. 18 3. ADMINISTRAÇÃO RECURSOS HUMANOS II O mundo está mudando a uma velocidade estonteante, cada vez mais intensamente. Mudanças sempre fizeram parte da evolução humana, mas não aconteciam da forma como acontecem hoje, com tamanha rapidez, impacto, intensidade e profundidade; elas acontecem de diversas formas, em diversas áreas da sociedade e sofrem influência de fatores sociais, culturais, geográficos, econômicos, demográficos, entre outros e atuam em conjunto de forma sinérgica trazendo transformações, incertezas e resultados imprevisíveis para a sociedade no geral e, especialmente, para as organizações; o que acontece no mundo externo tem um impacto muito grande para as empresas; então, é mister que elas tenham uma visão holística e visualizem o Tabela 1- Previsão de demanda para o ano 2019 - média móvel simples Fonte: elaborada pelos autores 19 contexto externo para adequar suas condutas em direção à essas mudanças e ao futuro que também virá repleto de desafios e cada vez mais diferente do que é vivenciado hoje. Esse complexo ambiente, repleto de mudanças, inovação, novas tecnologias trazem clientes cada vez mais exigentes. Hoje, não mais se produz em larga escala e não só se produz por produzir. Todo o processo organizacional e produtivo é pensado visandoalcançar objetivos organizacionais, tais como sustentabilidade, lucratividade, produtividade, qualidade nos produtos/serviços, redução de custos, maior participação no mercado, competitividade etc. Para alcançar os objetivos organizacionais, as empresas têm que estar sempre em constante ação, desenvolvimento e crescimento; para tanto, elas acabam se tornando mais complexas, uma vez que todas as suas áreas acabam crescendo e, como o objetivo é produzir mais e melhor, é necessário um aumento no capital, nas instalações, nas tecnologias utilizadas. Isso tudo, consequentemente, leva à necessidade de um aumento do número de pessoas para abarcar todas as atividades realizadas. Consequentemente, se faz necessário aumentar os conhecimentos, habilidades e competências para manter a organização, dar continuidade e aumentar a continuidade do negócio, assegurando, assim, a boa alocação de recursos financeiros, tecnológicos e materiais tão indispensáveis para a eficiência e eficácia da empresa. Portanto, as pessoas passam a se tornar o principal ativo de uma empresa, o diferencial competitivo que as tornam relevantes e bem sucedidas. Nesse contexto cada vez mais complexo, é de extrema importância uma gestão de capital humano cada vez mais alinhada com os objetivos da organização e do capital humano; para tanto, a área de recursos humanos, uma que mais sofre mudanças, precisa estar sempre preparada. As organizações que entendem a importância do capital humano passam a adotar novas práticas gerenciais no que diz respeito à área de recursos humanos visando mobilizar, engajar e utilizar as pessoas para a realização das atividades, ao invés de só investir nos produtos e clientes, elas passam a investir em pessoas, pois elas são elas que fazem os produtos/serviços serem o diferencial da organização com seus conhecimentos, habilidades e atitudes. A gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência de organizações bem- sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da informação. Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloquente constante na maioria das organizações: o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham. Surge, portanto, uma nova visão: as pessoas como agentes proativos e empreendedores. São as pessoas que geram e fortalecem a inovação e que produzem, vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das empresas. Dirigem inclusive outras pessoas, pois não pode haver organizações sem 20 pessoas. E, no fundo, as organizações são conjuntos de pessoas. (ANDRADE, 2009, p.3). Por outro lado, as organizações são a forma que os indivíduos adquirem conhecimentos, se desenvolvem, crescem e alcançam o sucesso, além de conquistar seus sonhos e objetivos, tanto profissionais, quanto pessoais. Sendo assim, as pessoas dependem das empresas para alcançar aquilo que almejam, então, para tanto, seu crescimento está intrinsecamente ligado à sua atuação e desenvolvimento na empresa. Há, então, uma relação de interdependência entre empresa e funcionário, na qual um depende do outro e há benefícios para ambos; se o colaborador cresce, a empresa cresce e vice-versa. É, então, nesse contexto, que está situada a Gestão de Pessoas, pois ela não existiria sem nenhum dos dois. "As organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto. Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria GP. (CHIAVENATO, 2014, p.8). É mister dizer que essa área “permite a colaboração eficaz das pessoas – colaboradores, empregados, funcionários, recursos humanos, talentos ou qualquer denominação que seja utilizada – para alcançar os objetivos organizacionais e individuais A GP nada mais é do que atividades integradas entre si visando obter efeitos sinérgicos e multiplicadores para as empresas e pessoas que trabalham nela. Dentro das organizações, o administrador tem a função de planejar, organizar, dirigir e controlar e é exatamente a gestão de pessoas que o ajuda a desempenhar essas funções, uma vez que ele não trabalha sozinho, mas sim com as pessoas que formam sua equipe e, todos em conjunto, alcançam metas, objetivos e resultados. (CHIAVENATO, 2014, p. 13) Para que tanto organização e funcionários alcancem seus objetivos, se faz necessário que a gestão de pessoas esteja bem estruturada e alinhadas com o objetivo das organizações; visando obter efeitos sinérgicos e multiplicadores tanto para as organizações quanto para as pessoas que nelas trabalham para que ambas alcancem seus objetivos e resultados, a GP tem atividades dinâmicas, interativas e integradas entre si inseridas dentro de seis processos básicos: processos de agregar, de aplicar, de recompensar, de desenvolver, de manter e de monitorar pessoas. Nas argumentações a seguir, serão analisados os processos de aplicar pessoas, desenvolver pessoas e manter pessoas da Bambinella Confecções Infantis. 3.1. Considerando o contexto atual de mercado e a necessidade de implementação de políticas de RH no Grupo Empresarial Righetti, faça um diagnóstico da importância da implantação das políticas de Avaliação de Desempenho e Potencial e 21 Treinamento e Desenvolvimento (T&D). Qual o reflexo dessa mudança nos setores e resultados da empresa? Uma das formas de colocar em prática a Gestão de Pessoas nas organizações é por meio dos processos de aplicar pessoas e de desenvolver pessoas. Quando se fala do primeiro, uma das atividades é a da avaliação de desempenho e potencial; já quanto ao segundo, uma delas é a do treinamento e desenvolvimento. O método de avaliar não é algo novo; desde que o homem surgiu, ele passou a avaliar tudo a sua volta e isso ajudou – e muito – na sua sobrevivência. Avaliar algo ou alguém faz parte da essência do ser humano; a todo momento se avalia as circunstancias, o que acontece ao nosso redor e os diversos assuntos da vida cotidiana; avalia-se a economia, as bolsas de valores, a temperatura, qual o melhor produto em detrimento de outro, qual lugar é melhor para ir, qual carro é melhor do que outro, etc. Com o desenvolvimento e o crescimento da humanidade, surgiram relações de trabalho e as fábricas e a necessidade de se avaliar também passou a ser parte da realidade das empresas e seu uso foi aumentando e hoje são se tornaram essenciais e indispensáveis ao crescimento das organizações; nelas, avalia-se o desempenho financeiro, operacional, de vendas, da qualidade do produto, da produtividade da empresa, da operação, dos lucros e, principalmente, o desempenho humano dos seus funcionários, esses últimos que são a peça chave de qualquer negócio e que devem ter um ótimo desempenho para que as empresas tenham, assim, competitividade e, consequentemente, bons resultados. A avaliação de desempenho e avaliação de potencial são formas que a empresa tem de avaliar o desempenho de uma pessoa em relação às atividades que ela exerce, ao alcance de metas e resultados, às suas competências desenvolvidas e a desenvolverem e do seu potencial, ou seja, da capacidade, dos seus conhecimentos, habilidades e aptidões e o seu querer aprender para se entender até onde ele pode e deve chegar. A diferença entre elas, segundo CALIPER (2019?) A avaliação de potencial ajuda a empresa a identificar e melhor alocar seus talentos, pois analisa a possibilidade de sucesso do avaliado no exercício de determinado cargo, a partir da identificação dos motivadores, pontos fortes e competências que necessitam ser aprimoradas no avaliado. Já a avaliação do desempenho fornece uma visão global de como o profissional é vistopor outros no que se refere aos seus pontos fortes e às suas oportunidades de desenvolvimento, com base na análise da sua performance em um determinado período de tempo, anterior à avaliação. Dessa forma, a avaliação de potencial é um prognóstico sobre o futuro e a avaliação de desempenho é baseada em informações e percepções sobre o presente e o passado. 22 A avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas extremamente importante; ela envolve gestores, funcionários e os seus relacionamentos e é uma técnica extremamente importante na gestão de pessoas de uma organização. Por meio dela, é possível identificar problemas de gestão e supervisão, problemas de integração de pessoas na empresa, gaps nos treinamentos ou falta deles e uma forma para identificar desempenho em relação às atividades e metas e as competências de cada funcionário para que, assim, se estabeleçam meios e ações para melhorar o desempenho e a capacidade de cada colaborador. Com ela, pode-se identificar que comportamentos se deve manter, quais devem ser melhorados, aumentando, assim, a qualidade do trabalho e de vida das pessoas e, consequentemente, melhorando o resultado da organização. A avaliação de potencial também é extremamente importante pois ajuda a empresa e os gestores a conhecer sua força de trabalho nos pontos de excelência e insuficiência, identificando e retendo talentos por meio do planejamento de carreira, além de identificar compatibilidade entre funcionários e cargos a serem ocupados o que possibilita que a empresa atinja seus resultados; ela também fornece subsídios importantes para a criação de programas de desenvolvimentos com redução de custos em treinamentos desnecessários e um aumento na motivação dos colaboradores com base no autoconhecimento proporcionado pela avaliação e programas de desenvolvimento. Quando se realiza uma avaliação de potencial na empresa, identifica-se competências e ajuda a compreender melhor a curva de amadurecimento e tendência de capacidade potencial futura de cada funcionário. Para as empresas e, em específico para a empresa do estudo em questão, implantar um sistema de avaliação de desempenho e potencial trará resultados positivos não só para a companhia, mas também para os gestores e funcionários. A implantação do processo de aplicar pessoas por meio da avaliação de desempenho e de potencial trará à Bambinella um aumento da produtividade de cada setor, pois ela terá as pessoas certas nos lugares certos, alinhadas com os seus objetivos pessoais e potencializando competências já adquiridas e desenvolvendo novas; esse aumento da produtividade e desenvolvimento de competências irá melhorar a motivação dos trabalhadores da Bambinella e o comprometimento de cada um com os resultados esperados para a empresa, melhorando, assim, a qualidade do trabalho e impactando, também, na satisfação dos clientes e aumento de produtividade. Além disso, funcionários alinhados, motivados e alocados em áreas que sejam mais aderentes ao seu perfil trabalham com mais eficiência e eficácia e são capazes de gerar informação, melhorando a comunicação verticalmente entre níveis hierárquicos, bem horizontalmente com os pares e pessoas de outros departamentos, gerando um clima positivo, 23 com confiança, motivação e cooperação entre os membros de cada área, aumento da produtividade, melhores resultados e, consequentemente, maior competitividade e resultados financeiros para a organização. Através do programa de avaliação deve ser possível estabelecer os resultados esperados das pessoas na organização, sendo estas orientadas constantemente sobre seus desempenhos tornando claro que os resultados são conseguidos através da atuação de todo o corpo empresarial. Um programa formal de Avaliação de Desempenho deve servir como importante instrumento coadjuvante em decisões de carreira, salários e participação nos resultados da empresa, para levantamento de necessidades de treinamento e desenvolvimento e como instrumento propagador de programas de qualidade e conforme o método adotado, do próprio instrumento de gestão de qualidade (PONTES, 1999, p. 26) 3.2. Perante a necessidade da implantação das políticas de Avaliação de Desempenho e Potencial, descrevam como poderá ser implantado o Programa de Avaliação na empresa e elaborem o cronograma com as ações a serem desenvolvidas. Deverão desenvolver e apresentar formulários de avaliação para as áreas gerencial, comercial e operacional. A avaliação de desempenho e potencial faz parte da gestão de desempenho das organizações; ela, segundo AGUINIS (2009 apud BRAVO, 2018), é um processo que realiza um diagnóstico, uma -intervenção e o desenvolvimento dos funcionários com destaque para a necessidade do alinhamento do desempenho individual com os objetivos organizacionais. Além de validar o recrutamento e seleção realizado, a gestão de desempenho é responsável por medir a contribuição do colaborador no alcance dos objetivos da empresa, além de auxiliar questões relativas à administração do salário, à facilitar a identificação do potencial das pessoas e identificar necessidades de formação. (CÂMARA, 2015, apud BRAVO, 2018). Segundo AGUINIS (2009 apud BRAVO, 2018) o sistema de gestão de desempenho é um processo contínuo e apresenta as seguintes fases: a) requisitos, na qual define-se a missão, objetivos, ambições a serem atingidos e a forma para alcança-los, bem o que cada funcionário deverá fazer para que se chegue até os resultados, ou seja, alinhamento entre as partes; b) planejamento do desempenho, feito no início do ciclo para que se acordem o que e como vai ser feito; c) execução do desempenho, processo que ocorre ao longo do ciclo de desempenho do indivíduo, aquele que o funcionário apresenta os resultados definidos no planejamento; d) avaliação de desempenho, aquela que a empresa e o funcionário avaliam a medem os resultados atingidos em relação ao que foi acordado; e) revisão do desempenho, aquela em que as partes 24 se reúnem e analisam a avaliação e o funcionário recebe o feedback sobre o seu desempenho; f) renegociação do desempenho, realização dos ajustes necessários ao desempenho do funcionário sem perder o que já foi feito anteriormente, realizando, se necessário, o redesenho de objetivos próximos que serão analisados na próxima avaliação de desempenho. Esse ciclo de desempenho proporciona desenvolvimento contínuo do funcionário, alinhamento entre ele e a gestão, o comprometimento, motivação, produtividade e formação na empresa. É importante enfatizar que a gestão de desempenho e, também, a própria avaliação de desempenho, não são métodos engessados e padrões utilizados por todas as empresas; cada organização irá se adaptar de acordo com o seu modelo de negócio, à sua realidade, suas atividades e estrutura; todavia, é mister pontuar que as fases da gestão de desempenho e a própria etapa de avaliar o colaborador não devem ser menosprezadas para que não gerem desmotivação no funcionário e o processo acabe se perdendo. A avaliação de desempenho bem conduzida tem a capacidade de melhorar o desempenho individual e organizacional e é assente nessa premissa que as boas práticas conduzem a uma gestão de desempenho eficaz sem deixar de focar na importância de todos no processo que envolve toda a comunidade organizacional. É por meio da avaliação de desempenho que se criam condições para uma melhoria gradual e sustentada da forma como os funcionários exercem suas funções. É importante desenvolver e implementar um sistema de avaliação baseado na proximidade do funcionário e não de controle e acompanhamento, servindo para ser usado como potenciador do sucesso coletivo; a avaliação de desempenho deve ser usada como ferramenta de gestão e não de retaliação ou fazer uso da sua importância como forma de condicionar funcionários. (CÂMARA,2015, apud BRAVO, 2018). Segundo CHIAVENATO (2014, p. 212), a avaliação de desempenho tem que trazer benefícios tanto para empresa quanto para as pessoas e, para tanto, deve atender as seguintes premissas: • A avaliação deve cobrir o desempenho atual nas atividades, como também o alcance de metas e objetivos: desempenho e objetivos devem ser tópicos inseparáveis da avaliação do desempenho. • A avaliação deve enfatizar o colaborador no cargo: e não a impressão a respeito dos hábitos pessoais observados no trabalho. Deve se concentrar em uma análise objetiva do desempenho e não em uma avaliação subjetiva de hábitos pessoais. Empenho e desempenho são coisas distintas. • A avaliação deve ser aceita por ambas as partes: avaliador e avaliado. Ambos devem estar de acordo de que a avaliação deve trazer benefícios para a organização e para o colaborador. • A avaliação do desempenho deve melhorar a produtividade do colaborador: tornando-o mais bem equipado para produzir com eficácia e eficiência. 25 A avaliação de desempenho é um processo que possibilita redução de incerteza e, ao mesmo tempo, uma busca por consonância. Ao permitir a retroação sobre o desempenho, ela reduz as incertezas dos funcionários; na medida em que proporciona troca de ideias e concordância de conceitos entre funcionário e gerente, ela alcança a consonância. Esse método mostra ao funcionário o que pensam a respeito do seu trabalho, sua contribuição para a empresa, para os clientes e stakeholders. (CHIAVENATO, 2014, p. 211) Existem vários métodos de avaliação de desempenho disponíveis para serem utilizados pelas organizações. Embora exista uma gama de oportunidades, avaliar o desempenho de várias pessoas usando critérios de equidade e justiça e, ao mesmo tempo, estimulando-as não é uma tarefa fácil. Por isso, muitas empresas constroem seus próprios sistemas de avaliações ajustados às suas características peculiares e os desdobram em pessoal nos níveis estratégicos, táticos e operacionais. Os métodos mais utilizados são: escalas gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos e listas de verificação (CHIAVENATO, 2014, p. 217) No presente artigo, se descreverá o processo formal de avaliação de desempenho feito de forma estruturada e embasada nas metas claras e objetivas apresentada aos colaboradores durante o início do semestre. No caso da Bambinella, optou-se por seguir um modelo de avaliação por competências utilizando o método de escala gráfica. RABAGLIO (2004), define as competências como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que são os diferenciais de cada indivíduo e impactam o seu desempenho e, consequentemente, os resultados atingidos. As competências são divididas em: técnicas e comportamentais. A primeira refere-se aquilo que o profissional precisa saber para desempenhar sua função; já as segundas são aquelas que demonstram o diferencial competitivo do profissional e têm impacto em seus resultados (LEME, 2005). Os profissionais que conseguirem utilizar seus conhecimentos, habilidade e atitudes de forma adequada visando solucionar problemas que aparecerão devido às mudanças contínuas nas organizações se destacarão e serão vistos e considerados competentes (DANTAS, 2004). Nesse cenário, então, surge a gestão por competências que serve como base para os gestores lidarem com os problemas decorrentes das grandes mudanças, buscando encontrar soluções de forma rápida para, assim, garantir a competitividade da organização. Parafraseando ALVARÃES (2007) é por meio do modelo de gestão por competências que se orienta as ações das pessoas visando alcançar uma organização eficaz, ou seja, aquela que atinge metas e objetivos. Esse modelo é mais do que apenas administrar, é uma filosofia de talentos nas organizações. Nesse sentido, segundo ORNELAS (2007), o grande desafio dessa gestão é a busca e preparo das pessoas que vão fazer com que a empresa atinja seus resultados, 26 identificando as competências que irão garantir a manutenção do sucesso atual e futuro dela. Por meio dessa gestão, segundo ele, as empresas alcançarão seus objetivos alinhados com a missão, visão e valores, a estratégia do negócio e a estratégia do capital humano. A gestão por competências deve administrar e trabalhar, de forma equilibrada, com os dois tipos apresentados por LEME (2005), as comportamentais e técnicas. É um processo que precisa do envolvimento de toda a organização, compartilhado pelos colaboradores e partindo da direção da empresa. Por meio dela, a organização pode se conhecer melhor, descobrir quais as competências precisam desenvolver para se tornar mais competitiva. Fischer (1998 apud SILVA, 2005), pontua que as empresas que utilizam esse modelo de gestão estão preocupadas com o desenvolvimento de competências essenciais da organização, adotam novas formas de remuneração e avaliação baseadas nas competências e buscam pessoas que querem se autodesenvolver. É um formato que permite ao colaborador deixar claro para si mesmo e para a empresa as competências que possui e quais deve desenvolver. Dentro desse modelo de gestão aqui apresentado, a avaliação de desempenho é uma forma de mensurar as competências dos funcionários, além de sinalizar para possíveis treinamentos e desenvolvimentos que devem ocorrer. É por meio dessa avaliação que se verifica se os empregados apresentam ou não as competências para o cargo e o quanto delas eles possuem; ela mensura de forma específica essas competências já com padrões pré-estabelecidos pela organização, identificando os potencias dos funcionários, melhorando o desempenho das equipes e a qualidade de relações entre colaboradores e gestores, além de estimular aos primeiros à assumir responsabilidades pelo seu crescimento e excelência nos resultados pessoais e organizacionais. Esse método, além de focado, é objetivo utiliza de vários modelos desde que os cargos tenham definidos o perfil de competências e a ferramenta usada seja responsável por identificar as que já existem e as que precisam de desenvolvimento e aperfeiçoamento. Por meio da identificação dos indicadores que o colaborador não está bem desenvolvido, pode-se traçar um plano de ação para que ele melhore aquele indicador e, consequentemente, eleve o seu nível nessa competência. (RABAGLIO, 2004). Além disso, esse método é muito importante para os processos de recursos humanos de desenvolvimento de pessoal, aprendizagem, recrutamento e seleção, carreiras, sucessões e remunerações. No quadro à seguir serão apresentadas as etapas a serem seguidas na implantação da avaliação de desempenho por competências dentro de uma organização. 27 No mapeamento, serão escolhidas as competências necessárias para o desenvolvimento das atividades, bem como o perfil de competências desejadas para a função. Aqui, além das competências técnicas, é importante também que a empresa tenha definido missão, visão e valores para selecionar as competências comportamentais, além das técnicas, necessárias para o desempenho da função e o consequente alcance das metas e estratégias da empresa. Conforme apontado por LEME (2005), esses indicadores de desempenho são retirados das informações a acerca dos cargos para identificar quais conhecimentos, habilidades e atitudes são imprescindíveis para o sucesso. No mapeamento, busca-se uma forma da empresa trabalhar competências comportamentais, reunindo-as em pequenos grupos que permitam criar ferramentas de avaliação. Cria-se, então, um modelo admitindo que conhecimentos e habilidades são as competências técnicas do cargo e as atitudes as comportamentais (RABAGLIO, 2004). Na mensuração, escolhe-se a pontuação e o peso, ou seja, os índices que serão atribuídos a cada competência exigida para o cargo, se fazendo, então, necessário escolher uma ferramenta quepossa medir essas competências de forma prática, eficiente, eficaz. Depois da avaliação, os resultados servirão para sugestões de melhorias nos processos, nas áreas e, também, no trabalho do colaborador para o atingimento de resultados. Posteriormente, escolhe-se o tipo de ferramenta que será utilizado para aplicação da avaliação de desempenho; essa escolha deve ser feita de acordo com a estrutura da empresa, seus objetivos e sua forma de ação, sempre visando satisfazer da melhor forma possível as necessidades de avaliação e mensuração de resultados, bem como pontos de melhoria em que ela precisa desenvolver. Quanto mais se avaliar, melhor e mais observações se tem sobre a empresa, além de identificar mais e melhor os talentos da organização. Por fim, chega-se ao feedback, ou seja, a retroinformação, parte extremamente importante do processo de avaliação de desempenho, pois é ela que mostra ao funcionário e a Tabela 2- Etapas da implementação da avaliação de desempenho Fonte: elaborada pelos autores 28 empresa como está o desenvolvimento dele, permitindo uma autocrítica e identificação de pontos a melhorar, além de permitir o estabelecimento de ações de melhoria e fazer com que a empresa identifique gaps nas áreas, nos colaboradores possibilitando realocações, evitando desligamentos desnecessários e contribuindo com a satisfação do funcionário e o atingimento de resultados. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA BAMBINELLA Como se bem sabe, existem diversos métodos de avaliação de desempenho. No caso da empresa em questão, optou-se por elaborar uma avaliação no método de escala gráfica, sendo que tanto gestor e colaborador irão avaliar o desempenho; o primeiro de todos os colaboradores diretos e os segundos de si mesmos, ou seja, realizarão, também, autoavaliação. O semestre se inicia com a definição de metas de cada colaborador. Os critérios da função permanecem os mesmos a cada semestre para avaliar o desempenho e evolução. Porém, a cada período de avaliação, alguns critérios podem ser variados, a depender de critérios como novas coleções, campanhas de incentivo, etc. Então, no começo do semestre, o funcionário saberá o que se espera dele. No final do período, vem o período de avaliação que acontece a cada seis, sempre nos meses de janeiro e julho, após o fechamento de cada semestre. A duração é de duas semanas e acontece na empresa toda; posteriormente, o gestor tem uma semana para realizar a avaliação e marcar um feedback com o colaborador para discorrer sobre as pontuações. O fechamento de cada avaliação será feito após o feedback. É importante enfatizar que, durante todo o processo de avaliação de desempenho, o gestor conta com o apoio do departamento de recursos humanos da Bambinella na figura dos BPs (Business Partners), profissionais do departamento de RH que são responsáveis por atender as necessidades do clientes internos, ou seja, dos colaboradores de cada área, servindo de apoio, direcionamento e propondo soluções, além de serem a ponte entre as áreas e o departamento de RH e gestão de pessoas. A avaliação é feita no site da intranet da empresa com o login e senha de cada usuário nos computadores disponibilizados na sala de informática da empresa. O colaborador entrará na intranet e irá se auto-avaliar, salvando os seus resultados. Posteriormente, o gestor também irá entrar nesse site e realizar a avaliação do colaborador. As duas ficam separadas em duas colunas, uma do lado da outra. É importante enfatizar que a finalização da avaliação só será feita no dia do feedback; o gestor poderá salvar em rascunho as notas decididas e apresenta-las ao colaborador e discutir com ele, antes de finalizar a avaliação. Os números para cada nota a 29 ser aplicada sobre o desempenho se dão conforme abaixo. É importante enfatizar que esses números ficam disponíveis ao final da avaliação como legenda. No final de cada frente, é feita a média das pontuações tanto da avaliação do funcionário, quanto para o gestor e o resultado final da avaliação é a média da pontuação final de cada frente, chegando, assim, à uma média final do gestor e uma média final do avaliado, conforme abaixo: REAVALIAR / MELHORAR 1 2 3 4 5 Não há a presença ou desenvolvimento da competência em questão Presença ou desenvolvimento da competência em questão, ainda a ser melhor desenvolvida Atende a competência em questão Atende e é bom na competência em questão Atende e supera a competência em questão PRIORIDADE DE AÇÃO MANTER / APRIMORAR AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DIMENSÃO CATEGORIA QUESITO AUTO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO FINAL | GESTOR Quesito 1 4 3 Quesito 2 2 3 Quesito 3 3 2 Quesito 4 2 3 Quesito 5 2 2 Quesito 1 2 2 Quesito 2 1 1 Quesito 3 4 2 Quesito 4 3 3 Média habildades técnicas 2,56 2,33 DIMENSÃO CATEGORIA QUESITO AUTO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO FINAL | GESTOR Quesito 1 2 2 Quesito 2 2 2 Quesito 3 2 2 Quesito 4 3 3 Quesito 5 2 2 Quesito 6 3 2 Quesito 7 2 2 Quesito 8 2 2 Média habildades comportamentais 2,25 2,13 DIMENSÃO CATEGORIA QUESITO AUTO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO FINAL | GESTOR Quesito 1 2 2 Quesito 2 2 2 Quesito 3 2 2 Quesito 4 2 3 Quesito 5 2 3 Quesito 6 2 3 Quesito 7 2 3 Média habildades Bambinella 2 2,57 Média autoavaliação 2,27 Média avaliação gestor 2,34 Classificação manutenção Classificação do comitê manutenção HABILIDADES COMPORTAMENTAIS CARACTERÍSTICAS E ATITUDES COMPORTAMENTAIS DOMÍNIO DA FUNÇÃO ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES HABILIDADES TÉCNICAS HABILIDADES BAMBINELLA COLABORAÇÃO E SINERGIA DE EQUIPE PRINCÍPIOS E VALORES Tabela 3- Pontuações - Avaliação de desempenho Fonte: elaborada pelos autores Tabela 4- Avaliação de desempenho Fonte: elaborada pelos autores 30 Cada colaborador, mediante a pontuação obtida nas notas, é classificado em uma curva de crescimento, conforme abaixo: Após a finalização do período de avaliação de desempenho, os gestores cujos colaboradores tem média acima de três podem indicar os funcionários para um prêmio de entrega diferenciada. Essa indicação é passada para um comitê que avalia e indica quem serão os colaboradores que receberão esse prêmio de destaque. Os 5% dos funcionários que tiverem entrega diferenciada, irão receber um 1,5 salário a mais e os 15% também com entrega diferenciada receberão 1 salário a mais. Após o encerramento do comitê e divulgação dos premiados, o sistema fecha com todas as informações, ficando disponível para o colaborador acessar sempre que quiser. Na Bambinella, optou-se por realizar a avaliação em três frentes: habilidades técnicas, habilidades comportamentais e habilidades da Bambinella. Cada colaborador irá avaliar o seu desempenho e o gestor também irá avalia-lo nos critérios em cada uma delas. A primeira avalia-se os quesitos relacionados ao domínio da função e os de estruturação e organização das atividades; avalia-se tudo relacionado a função, como está o desempenho do funcionário no desempenho do cargo, nas funções específicas relacionadas a ele; sendo assim, é uma frente que varia de cargo para cargo. Já a segunda, avalia-se os quesitos relacionados às habilidades comportamentais pertinentes e necessários a cada função, então, também é uma frente que varia de cargo para cargo, pois a habilidade comportamental vai variar, também, de acordo com a função exercida. Por fim, a terceira e última frente diz respeito às habilidades Bambinella, ou seja, como se dá o comportamento do funcionário mediante a colaboração e sinergia de equipe e como ele é diante os princípios e valores da empresa; essa frente é a única que é igual para todos os colaboradores, pois trata sobre o alinhamento do perfil comportamental do funcionário em relação à colaboração e aos valores da empresaque são: CONCEITO CLASSIFICAÇÃO 1 a 2,3 Recuperação 2,3 a 3 Manutenção 3 a 5 Superação Fonte: elaborada pelos autores Tabela 5- Curva de crescimento da Bambinella 31 Para se entender os critérios de avaliação no setor produtivo, é preciso entender como funciona a produção em uma empresa de confecções e manufatura, como é o caso da Bambinella. Figura 1 - Etapas do processo produtivo Fonte: BIERMANN (2007) Inovação Buscar, imaginar, criar, divertir fazem parte de quem somos: buscamos o inesperado, estimuamos um ambiente de inovação e compartilhamento de ideias Paixão Comprometimento, entrega de corpo e alma, ao nosso negócio, à inovação, a novas oportunidades, vontade de fazer e realizar cada vez mais Colaboração Acreditamos na força da união, da sinergia de equipe e da participação e, por isso, incentivamos e proporcionamos o talento coletivo. Valorizamos a diversidade, estamos conectados globalmente e dividimos os méritos dos nossos resultados e do nosso sucesso Qualidade Excelência e qualidade é o cerne de toda a nossa empresa e é visto em todas as nossas áreas. Não há limites para atingir a excelência, mantendo sempre tudo na melhor qualidade e, cada vez mais, estabelecer altos padrões para os nossos produtos, nosso pessoal e nosso desempenho VALORES DA BAMBINELLA Fonte: elaborada pelos autores Tabela 6- Valores da Bambinella 32 Na Bambinella, além da função básica de costureira, analisada no anexo I, estruturou- se um sistema de remuneração de modo que elas passassem a ser remuneradas por habilidade para que, assim, se formassem profissionais multifuncionais, que saibam operar todo e qualquer tipo de máquina, que trabalhem em equipe e que vejam propósito no próprio desenvolvimento. Assim, dividiu-se o cargo de costureira em níveis no qual a distribuição em cada nível depende dos conhecimentos que cada uma tem em operação de um tipo de máquina, conforme pode-se conferir no anexo IV. Esse sistema de remuneração também é utilizado para a avaliação de desempenho. Inicialmente, a costureira começa por um nível mais básico e, posteriormente, vai agregando conhecimentos com treinamentos e a prática e se desenvolvendo com o passar do tempo. Normalmente, as costureiras contratadas que tem apenas um conhecimento básico de máquina entram na etapa de risco que é a marcação na folha de papel de largura do tecido e do comprimento da mesa de corte. Posteriormente, passa-se a fase do enfesto na qual o tecido é estendido em camadas planas e alinhadas e cortadas em pilhas, na mesa de corte, realizado pela máquina enfestadeira. Logo depois, sobre o enfesto posiciona-se o risco marcador para o qual foi programado. O operador de corte vai se guiar pelos traços do molde feitos e irá efetuar o corte do enfesto através de uma máquina de corte. É uma das etapas mais importantes para a produção, uma vez que tem influência direta no custo e na qualidade do produto, então, a profissional responsável por essa etapa tem que ter um bom treinamento e experiência e ser cuidadosa na utilização do maquinário, uma vez que qualquer deslize pode inutilizar todo o trabalho feito de risco e enfesto, ficando inutilizável e trazendo danos consideráveis Em seguida, começam as etapas que darão forma ao produto. A preparação para o corte é a primeira delas; nela são feitas as primeiras operações de costura nas partes componentes ainda separadas e é uma etapa imprescindível para a produtividade e qualidade da costura, por isso, pede uma profissional com conhecimento mais amplo, destreza e atenção aos detalhes. Logo depois, uma das partes mais importantes, que é a costura, na qual as partes principais serão montadas e costuradas, reunindo todas as outras etapas em uma só, dando forma ao produto; é uma operação complexa e, para cada tipo de costura, existe uma máquina certa, é necessário utilizar a máquina certa, regulada e com acessórios próprios para a produção desse tipo de costura de forma mais eficaz e com menor tempo. É uma das etapas mais importantes e o gargalo da produção, uma vez que exige maior quantidade de máquinas e equipamentos e, portanto, precisa de pessoas qualificadas e bem treinadas. 33 Para as empresas, é interessante capacitar cada vez mais os seus funcionários, uma vez que isso pode proporcionar a ela um aumento de produtividade, pois todos os seus colaboradores podem operar o maior número possível de máquinas, o que faz com que a produção não se reduza ou pare por conta de algum problema, além de poder utilizar mais de uma pessoa por função, caso ela venha a ser um gargalo. Após entender melhor como funciona todo o processo de avaliação e, também, da produção, foram elaborados três tipos de avaliação de desempenho baseado nos cargos de costureira, vendedor e supervisor da produção. Essa elaboração se baseou na descrição de cargos nos anexos I, II e III e, também, nos valores da Bambinella apresentados anteriormente, compondo, assim, as competências técnicas e comportamentais, além de, é claro, o alinhamento do funcionário com os valores organizacionais, podendo ser, então, encontradas nos anexos VII, VII e VIII 3.3. A retro-informação, mais conhecida com feedback, tem a finalidade de revisar o desempenho passado com vistas no desempenho futuro, fazendo uma análise construtiva, possibilitando o maior aproveitamento do potencial do funcionário. Descrevam como deverá ser realizado o feedback, inclusive, com as possibilidades de ações corretivas ou de reforço a serem oferecidas ao funcionário. Estruturar um programa de T&D para as áreas gerencial, comercial e operacional. As empresas estão inseridas em um cenário altamente competitivo e desafiador; isso faz com que elas se precisem se desenvolver cada vez mais para se tornarem competitivas no mercado. Para tanto, além dos investimentos em inovações e tecnologias, o investimento no capital humano é muito importante. Dentro dessa perspectiva, as organizações devem dar uma maior atenção com seus colaboradores, investindo neles como também se investe em inovação, além de priorizar o estabelecimento de uma comunicação eficiente e efetiva entre líderes e liderados, proporcionando aprimoramento e desenvolvimento profissional de ambos. Para que isso aconteça, é necessário a existência de uma ferramenta que aperfeiçoe os relacionamentos, a satisfação do funcionário e, principalmente, a sua performance, o chamado feedback, inserido dentro de um processo de avaliação de desempenho. O feedback, ou retro-informação, é uma etapa muito importante para o sucesso do processo de avaliação de desempenho. É neste momento que o avaliador e o avaliado conversam sobre o resultado da avaliação e tem a oportunidade de organizar um plano de ação para o desenvolvimento das competências que necessitam ser aprimoradas. 34 O feedback consiste no provimento de informação à uma pessoa sobre o seu desempenho, sua conduta ou ação executada por ela com o objetivo de orientar, reorientar e/ou estimular uma ou mais ações de melhoria em seus conhecimentos, habilidades e atitudes sobre as ações futuras ou, também, nas executadas anteriormente. Segundo NOVO; CHERNICHARO; BARRADAS (2008) apud LEITE, NASCIMENTO e MATTEU (2018), o feedback é um processo de comunicação que fornece informações cruciais que auxiliam na mudança ou aperfeiçoamento de atitudes e comportamentos das pessoas, tendo relação direta com o desempenho delas e, quando concedida de forma eficaz, nos ajuda no progresso da eficiência interpessoal. Esse processo facilita o estabelecimento de uma comunicação entre gestor e funcionário, além de fornecer a informações sobre o seu desempenho profissional e condições para melhorar seu trabalho e suashabilidades, além de explicar as razões dos indicadores e padrões de desempenho, permitindo ao gestor a oportunidade de aconselhar o funcionário no que tange a sua atuação profissional e a discutir os caminhos futuros no que tange às ferramentas e ações que podem ser tomadas para melhorar o desempenho profissional do colaborador, transmitindo a ele maior segurança, confiança e diminuindo medos, incertezas e ansiedades. Segundo WILIANS (2005) apud TAVARES e TAVARES (2017) existem 4 tipos de feedback: Positivo: Tem por objetivo reforçar um comportamento que tencionamos a repetição. Deve ser aplicado continuamente, mesmo que as pessoas tenham atitudes e ações que esperamos. Isso fará com que elas estejam sempre motivadas a agirem adequadamente. Corretivo: Tem a função de modificar um comportamento, ou seja, quando uma pessoa apresenta atitudes negativas ou não está agindo de forma conveniente, deve-se concedê-la um feedback, mas sendo cuidadoso para não ofender o receptor. É um desafio para o emissor saber fazer essa distinção. Insignificante: Esse é um tipo de feedback vazio, que não se especifica, sem propósito e causa confusões na compreensão do receptor. Não gera a reação esperada. Ofensivo: É um feedback não construtivo e não permite ensinamentos. Além disso, desmotiva e geralmente causa conflitos (p. 4) O feedback é essencial na busca de metas, pois habilita os profissionais a ajustarem seus esforços e decidir quais as metas a querem perseguir e quais abandonar, pelo menos por um período. Dependendo do tipo de feedback – positivo ou negativo – e do contexto inserido, pode haver um resultado diferente sobre o comportamento de quem o recebe. Assim, ele pode trazer como um resultado tanto na persistência em metas quanto no desengajamento ou mudança de metas. O feedback positivo é o que se refere às conquistas, pontos fortes e comportamentos 35 adequados, já o negativo está relacionado a fracassos, fraquezas e respostas incorretas. FISHBACH e FINKELSTEIN (2012) apud TAVARES e TAVARES (2017) O feedback positivo sobre ações de sucesso faz com que os indivíduos a invistam a realizar ações similares. Ele, também, eleva o senso de auto eficácia, estimulando novos esforços na conquista de objetivos. Além disso, gera sentimentos bons que, de forma implícita, associam-se ao alcance de objetivos, estimulando a busca de novas conquistas. Já o feedback negativo pode levar a sentimentos ruins, acabando com a motivação do colaborador; mas também pode, em contrapartida, ampliar os esforços do colaborador na busca pelo resultado almejado (FISHBACH e FINKELSTEIN, 2012, apud TAVARES e TAVARES, 2017) Não existe uma resposta universal que indique qual tipo é o mais correto de ser utilizado, uma vez que a reação de uma pessoa depende das suas crenças, da forma com que ela pensa e lida com as metas e, também, com o próprio processo de feedback. (FISHBACH e FINKELSTEIN, 2012, apud TAVARES e TAVARES, 2017) ALEXANDER (2006) apud TAVARES e TAVARES (2017), pontua que o estado emocional gerado por um processo de feedback determina se o indivíduo vai mudar o comportamento ou não. Há funcionários que irão apresentar sentimentos negativos após a crítica e vão resistir à mudança de comportamento, impactando negativamente a empresa, pois podem vir a ter atitudes negativas e queda na motivação. Em contrapartida, outros funcionários irão buscar mudar os seus comportamentos para que não recebam novas críticas. Sendo assim, cabe ao líder identificar a personalidade e forma como agem os seus funcionários, encontrando a melhor forma de dar feedback para cada um deles e em cada situação. Para um feedback ser eficaz, segundo MOSCOVICI (2003) apud TAVARES e TAVARES (2017), ele precisa ser a) descritivo ao invés de avaliativo, ou seja, descrever comportamentos e não julgá- los; b) específico ao invés de geral, o que significa que deve-se descrever um comportamento específico e não um modo de comportar-se; c) compatível com as necessidades de ambas as partes, ou seja, deve ter um propósito de desenvolvimento para quem o recebe; d) dirigido a comportamentos passíveis de serem modificados; e) oportuno, isto é, o mais próximo possível do momento em que o comportamento ao qual o feedback se refere ocorreu; f) e esclarecido, ou seja, deve-se ter certeza de que a pessoa que recebeu o feedback tenha entendido e interpretado de forma correta. A avaliação de desempenho culmina no momento em que supervisor e o funcionário a revisam fazem planos para remediar as deficiências e reforçar o bom desempenho. Esse momento pode ser incômodo porque algumas pessoas não gostam de receber ou dar feedback negativo. Sendo assim, é essencial uma preparação adequada e a implementação efetiva. 36 Avaliar requer planejamento e estratégias que estimulem o funcionário a refletir e a fazer proposições para alcançar melhores resultados, já que sua utilização prática deve levar à melhoria do desempenho do funcionário e alinhamento aos objetivos da empresa. (DESSLER, 2005). A estratégia que deve ser utilizada no feedback é a da comunicação construtiva, ou seja, deve acontecer uma abordagem de forma positiva (posicionando com simpatia, cortesia, respeito e sensatez) buscando consolidar canais de compreensão e cooperação (com confiança) e customização da comunicação (adaptada ao estilo do interlocutor). Além disso, por tratar-se de um processo de comunicação em que o emissor transmite a mensagem ao receptor, é necessário clareza e objetividade para que a informação seja bem compreendida. (ARREDONDO, 2007). Segundo DESSLER (2005), Uma avaliação geralmente culmina em uma entrevista de avaliação, na qual o supervisor e o funcionário revisam a avaliação e fazem planos para remediar as deficiências e reforçar o bom desempenho. Essas entrevistas podem ser incômodas porque poucas pessoas gostam de receber – ou dar – feedback negativo. A preparação adequada e a implementação efetiva são, portanto, essenciais. Nesse processo, é necessário uma preparação para que situações desconfortáveis aconteçam, prejudicando não só a empresa, mas também o próprio funcionário. O gestor não pode chegar e apenas jogar as informações para o colaborador; é um processo que tem que ser feito de forma pensada e preparada para que aconteça uma comunicação eficiente, eficaz e direta do real desempenho do funcionário. Para que esse processo aconteça de forma satisfatória, o gestor tem que ter toda atenção e cuidados possíveis, não só no preparo, no jeito de falar, mas também ao local, à adoção de um bom controle emocional, da capacidade de ouvir conseguindo, assim, retornos esperados e necessários ao desenvolvimento do colaborador e da empresa, também. Segundo PONTES (2010), para a preparação, deve-se levar em conta algumas pontuações e ações, a saber a) Analisar os desacertos de desempenho do liderado, bem como suas forças e fraquezas; b) Supor o desempenho do funcionário e averiguar se seus comportamentos contribuíram ou não para o desenvolvimento do mesmo e da empresa; c) Fazer uma comparação entre as convenções estabelecidas pela organização e as do colaborador; d) Dar exemplos relevantes e construtivos durante a entrevista; e) Investigar possíveis fatores que tenham prejudicado ou auxiliado no desenvolvimento do subordinado; f) Verificar o nível técnico do profissional, assim como a competência para o trabalho destinado, o treinamento que lhe foi oferecido, os relacionamentos interpessoais, a proatividade e outras aspectos cruciais para o desempenho do cargo do empregado; g) Analisar o futuro do colaborador na organização. 37 Na Bambinella, os gestores irão, durante o período de avaliação de desempenho, analisar de forma criteriosa e imparcial, cada um dos seus colaboradores, sempre contando com o apoio e acompanhamento do BP da área. Ele irá ponderar as
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