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Financiamento de Empresas e Mercado de Capitais

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MERCADO DE CAPITAIS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alfredo Beckert Neto 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à nossa terceira rota de aprendizagem. Vamos iniciar 
mais um assunto: “financiamento de empresas e o mercado acionário”. 
Sabemos que as empresas precisam de capital para investir ou mesmo 
para fazer suas operações “girar”. Por isso, nesta rota veremos os aspectos que 
envolvem do financiamento de empresas até sua captação de recursos no 
mercado de capitais, por meio de debêntures e ações. Além disso, esses 
produtos podem ser formas de investimento, tanto para empresas quanto para 
pessoas físicas compradoras. 
Iniciaremos pelo detalhamento sobre o mercado de capitais, para assim 
conversarmos sobre o financiamento de empresas. Depois disso, abordaremos 
as debêntures e ações de empresas. Para finalizar a rota, discutiremos sobre o 
mercado primário e mercado secundário. 
Aproveite para parar e refletir durante os pontos que considerar 
interessantes durante a aula, pois podemos criar associações e, 
consequentemente, gerar novas ideias. 
Desejamos a você um ótimo estudo! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Sabemos que diariamente o mercado de capitais movimenta bilhões de 
reais no Brasil. Com o aumento da complexidade das operações de capitais 
devido à globalização e à maior competição nos mercados, o maior desafio se 
encontra em proporcionar o acesso às informações e a comercialização dos 
produtos, de forma rápida e eficiente. Porém, isso não é tarefa fácil. E quais 
seriam esses principais produtos do mercado de capitais? 
As debêntures e as ações de empresas. Caso uma empresa necessite de 
capital para realizar sua expansão e investir em suas operações, estes dois 
produtos possibilitam essa captação de capital. O primeiro por meio de títulos de 
dívida, e o outro por meio da venda do capital da empresa. Por outro lado, uma 
pessoa física ou jurídica poderá adquirir essas ações e debêntures como forma 
de investimento, visando tanto à valorização das ações e o recebimento de 
dividendos, como à remuneração de juros das debêntures. Diante disso, é 
interessante que o gestor financeiro conheça todos os produtos existentes no 
 
 
3 
mercado financeiro, tanto de captação de recursos como de investimento, para 
selecionar o mais adequado à sua realidade e aos seus objetivos, favorecendo 
assim sua estratégia e a melhora no resultado da organização. 
 
Pesquise 
Vamos buscar entender sobre como as empresas realizam seu 
financiamento: quais são os produtos mais acessados? E as empresas S.A. de 
capital aberto: como elas realizam a captação de recursos no mercado de 
capitais? Podemos também buscar o porquê de usar o mercado de capitais em 
ambos os lados: captador ou investidor. Isso nos fará compreender um pouco 
mais sobre esse mercado e seus produtos. 
 
TEMA 1 – FINANCIAMENTO DE EMPRESAS 
Imagine que você é o gestor financeiro de uma empresa, e está sendo 
indagado pelo presidente sobre se seria possível captar 10 milhões de reais para 
o desenvolvimento de um novo projeto. Você teria a obrigação de levantar as 
opções que a empresa possui para tal captação, assim como suas 
consequências, custo, prazos e exigibilidades. Percebeu a responsabilidade? 
Esse tipo de necessidade de captação é muito comum nas empresas, pois 
elas precisam investir constantemente, tanto em busca de expansão quanto para 
manter suas operações em funcionamento e capital de giro. 
O gestor financeiro possui dois tipos de recursos para captar: capital 
próprio ou capital de terceiros. Para captar capital próprio, ele terá que convencer 
e provar para os sócios da empresa quanto à necessidade desse capital e, ainda 
dependerá do fato de se estes sócios possuem capital disponível. Quanto ao 
capital de terceiros, o gestor financeiro pode buscar no mercado financeiro, tanto 
de crédito quanto de capitais. Podemos pensar que o capital de terceiros é pior, 
pois a empresa ficará endividada, mas nem sempre é assim, pois os proprietários 
dividem o risco da empresa com terceiros. E lembre-se, a empresa sempre 
estará endividada, tendo como credores os sócios e terceiros, ou você acha que 
os sócios não querem ser remunerados por meio de juros e de outras formas? 
Você, como gestor financeiro, deve compreender que as decisões de 
investimento devem estar associadas às decisões de financiamento e levantar 
possibilidades de captação é fundamental para obter o capital mais próximo dos 
 
 
4 
termos desejados, resultando assim em uma melhor gestão financeira e, 
consequentemente, em melhores resultados. 
Pensando em financiamento com capital de terceiros, o mercado de 
crédito oferece muitos produtos, como operações de compror, vendor, linhas de 
capital de giro, linhas subsidiadas pelo BNDES, financiamentos para exportação 
e importação, entre muitos outros produtos. 
Por outro lado, o mercado de capitais possibilita a captação de recursos 
por meio da emissão de títulos de dívida e a venda de ações da organização, 
resultando assim na diminuição da participação do capital da empresa dos 
acionistas. Normalmente, essas formas são acessíveis e utilizadas por empresas 
de grande porte. No entanto, já existem meios para que organizações menores 
consigam captar recursos com base no mercado de capitais. 
Claro que o gestor deve levar em conta os aspectos que envolvem o custo 
do capital (juros, impostos e taxas), prazos e formas de pagamento, garantias e, 
em alguns casos, o sistema de amortização. 
Existem também outros terceiros que podem facilitar ou até mesmo 
auxiliar no financiamento de empresas: o governo e fornecedores. 
Vamos imaginar que você, como gestor financeiro de uma nova operação, 
necessita levantar capital de acordo com a seguinte estrutura: 
 Capital de giro............................. R$ 900.000,00 
 Obras e máquinas.................... R$ 2.000.000,00 
 Pesquisa e desenvolvimento....... R$ 700.000,00 
 Marketing..................................... R$ 900.000,00 
 
Analisaremos o capital de giro. Essa rubrica é necessária, principalmente, 
para cobrir o ciclo financeiro, ou seja, se vendemos nossos produtos em até 90 
dias para o cliente pagar e pagamos o fornecedor em 60 dias, temos 30 dias de 
necessidade de capital de giro. Caso você consiga financiar esse capital de giro 
a um custo de 2,5% de juros a.m., vale a pena analisar com seus fornecedores 
se consegue negociar um prazo maior, tal como 90 dias, e inclusive, podemos 
oferecer pagar um valor de 1% a mais. Resumindo a ideia, se os fornecedores 
oferecem prazos para pagamento, significa que eles estão “emprestando” capital 
para sua operação, e quanto melhor for a negociação, menos capital de giro será 
necessário. 
 
 
5 
Com relação ao governo, devemos analisar a possibilidade de utilização 
de benefícios fiscais, e inclusive de linhas de capital não reembolsáveis. Isso 
poderia reduzir drasticamente a necessidade de capital na rubrica pesquisa e 
desenvolvimento. 
Em resumo, há uma certa complexidade para financiar os investimentos 
e operações das empresas, visto que existem diversas formas e produtos para 
realizar isso. O mercado oferece soluções de curto, médio e longo prazo que 
podem saciar as necessidades das organizações. Todavia, note que o gestor 
financeiro deve conhecer exatamente o montante de capital que necessita para 
seu projeto, pois a falta de capital pode fazer com que o projeto não se 
desenvolva e a sobra de capital financiado pode gerar uma redução nos 
resultados devido à despesa financeira, gerando assim uma menor rentabilidade 
para os sócios e/ou acionistas.TEMA 2 – O MERCADO DE CAPITAIS 
Mais uma vez nosso tema é mercado financeiro – mais especificamente, 
mercado de capitais. 
Imagine que você ou sua empresa estão com dinheiro em caixa 
"sobrando", ou seja, sem destinação; por isso, você pensa em investir no 
mercado de capitais. Logicamente, antes de realizar o investimento, é 
necessário conhecer o mercado, seus produtos e como as regras funcionam. Em 
alguns países a cultura de aplicar no mercado de capitais é bem difundida, 
inclusive entre pessoas físicas, como ocorre nos Estados Unidos. Nos últimos 
anos, com o crescente acesso à informação, o Brasil tem visto aumentar a 
procura pela compra de ações pela população em geral. 
Por outro lado, empresas que necessitam de capital para expandir suas 
operações. Podem, por exemplo, verificar a possibilidade de entrada no mercado 
de capitais para captar recursos financeiros. 
O mercado de capitais é o mercado no qual se comercializam valores 
mobiliários, como ações, debêntures, commercial papers, derivativos, opções de 
compra de valores mobiliários, quotas de fundos imobiliários, entre outros 
produtos, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento 
econômico. Pode ser definido, conforme BM&FBovespa (2010, p.7), como “um 
sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de 
 
 
6 
proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar o processo 
de capitalização”. 
Esse mercado é constituído pelas corretoras, bolsas, agentes de 
liquidação e custódia de títulos e outras instituições financeiras autorizadas. 
Segundo Pereira (2013, p. 82), os títulos de valores mobiliários são 
caracterizados por alterarem de nominação de um investidor para o outro, sendo 
considerados então como ativos móveis. O autor também menciona que o 
desenvolvimento do mercado de capitais foi impulsionado pela redução no custo 
de captação de recursos, visto que o mercado de crédito oferecia custos mais 
altos em relação ao mercado de capitais; inclusive, em alguns casos o credor se 
transforma em acionista da empresa. 
Ademais, o mercado de crédito permitiu a ascensão do mercado de 
capitais quando não atendeu às necessidades das empresas no que se refere a 
condições em termos de custos, prazos e outras exigências. 
Sendo assim, este mercado incentiva o crescimento da poupança, pois 
quanto maior o nível de poupança, maior será a disponibilidade para investir. Por 
isso, tanto pessoas físicas quanto jurídicas são consideradas como fontes do 
financiamento dos investimentos de uma nação. Com os investimentos, 
desenvolve-se o crescimento econômico, assim como se propicia o aumento de 
renda, gerando uma espécie de ciclo. 
Portanto, quanto mais as empresas crescem, mais recursos são 
necessários, sendo que esses recursos normalmente são captados por meio de 
empréstimos de terceiros, participação dos acionistas e reinvestimento de lucros. 
No mercado de capitais, temos como agente mais importante as 
sociedades anônimas (S.A.) de capital aberto, consideradas emissores. Como 
intermediários, por exemplo, existem os bancos de investimento, 
administradores de carteiras e corretores de mercadorias, de títulos e valores 
mobiliários. 
Neste mercado, os investidores dividem-se em duas categorias: 
 Individuais ou particulares: indivíduos ou empresas que atuam 
diretamente comprando e vendendo no mercado; 
 Institucionais: pessoas jurídicas que administram e movimentam 
grandes montantes de capital dentro do mercado financeiro, sendo esse 
capital de outras pessoas. Exemplos: fundos de investimento, sociedades 
 
 
7 
de capitalização, sociedades seguradoras, clubes de investimento e 
entidades de previdência privada. 
 
Há ainda um outro conceito importante, que é o de mercado de balcão, 
que se refere à comercialização dos valores mobiliários “por fora” da bolsa de 
valores. Ou seja, é o mercado em que são negociadas a compra e venda dos 
títulos e de outros produtos de forma direta, entre o comprador e o emissor ou 
vendedor, ou ainda existindo a intermediação de alguma instituição financeira, 
mas sem operações dentro da bolsa de valores. 
É importante ressaltar que o mercado de capitais, de um modo geral, ou 
seja, na maioria de seus produtos, não oferece ao investidor rentabilidade 
garantida. E como não oferecem garantia de retorno, devem ser considerados 
investimentos de risco. Outro ponto importante no mercado de capitais é que a 
rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. Por exemplo, se você 
comprou ações da Petrobrás no mês passado e seu valor subiu 10%, isso não 
garante em nada que no mês seguinte também ocorrerá um aumento, podendo 
inclusive existir a redução do valor. Por isso, esse tipo de aplicação é 
considerado como de renda variável. 
Vale lembrar que o mercado de capitais é supervisionado pela Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM) e seus produtos, em grande parte, são negociados 
pelas bolsas de mercadorias e futuros, assim como as bolsas de valores. Por 
isso, para uma organização ou mesmo pessoa física ter acesso ao mercado, são 
seguidas diversas normas e regras, que visam ao bom funcionamento do 
mercado. 
As empresas S.A. normalmente utilizam-se dos principais papéis 
mobiliários para captar recursos: as ações e as debêntures. Abordaremos estes 
dois papéis nos próximos temas. 
 
Leitura sugerida 
Livro da disciplina, páginas 82 a 83 
 
 
 
8 
TEMA 3 – DEBÊNTURES 
Imagine uma empresa de capital aberto listada na bolsa precisando captar 
recursos no mercado para desenvolver um novo segmento. Essa organização 
pode emitir títulos de dívida de médio e longo prazo. A empresa define as 
condições, juros de remuneração, prazos e coloca os títulos para 
comercialização. Quem tiver interesse nas condições definidas poderá comprar 
esses títulos – simples assim. Claro que esse título oferece risco, visto que a 
empresa poderá não pagar ao comprador no vencimento do título. Por isso, 
existem agências que classificam o risco das empresas, sendo as três principais: 
Standard & Poor's, Fitch e Moody's. 
Contudo, vamos seguir com as definições de debêntures. De acordo com 
Kerr (2011, p. 87), “[...] debêntures são valores mobiliários representativos de 
dívida de médio e longo prazos, com privilégio geral sobre os bens sociais ou 
garantia real sobre determinados bens emitidos por sociedades anônimas no 
mercado de capitais”. É uma emissão de título privado que tem por intuito 
financiar projetos de investimento ou reestruturar e alongar o perfil da dívida da 
organização. 
Para ficar claro, a debênture gera o direito ao comprador de receber uma 
remuneração do emissor (normalmente juros) e, periodicamente ou quando o 
título vencer, receber também o valor investido (principal). Ela pode ser emitida 
por S.A. de capital aberto ou fechado. Ademais, as especificações das 
debêntures constam em sua escritura de emissão, que inclusive poderá citar a 
destinação dos recursos captados. É interessante salientar que as debêntures 
são uma das formas mais antigas de captação de recursos via títulos no Brasil. 
Mesmo assim, ela não é massivamente difundida. 
Cada empresa pode fazer diversas emissões, sendo que cada emissão 
pode ser classificada em séries. Quando mencionamos debêntures da mesma 
série, significa que elas possuem o mesmo valor nominal, assim como 
disponibilizam os mesmos direitos aos titulares. 
Outro ponto interessante é que as debêntures podem ter o prazo de 
vencimento determinado, antecipado ou indeterminado. Como as demais 
informações, o prazo de vencimento e as condições de antecipação do 
vencimento devem constar na escritura de emissão.As debêntures podem ser negociadas em mercado de balcão e na bolsa 
de valores. 
 
 
9 
Podemos listar algumas vantagens desses títulos: 
 Normalmente possui custos de captação menores para os emissores; 
 É uma alternativa aos financiamentos bancários; 
 Para o investidor, é um investimento em renda fixa, possibilitando a 
previsão do fluxo de caixa e uma boa rentabilidade em comparação com 
outros produtos de renda fixa. 
 
Além disso, a empresa pode incluir alguns itens para motivar mais 
compradores, como as debêntures com participação nos lucros e conversíveis 
em ações. 
Portanto, existem diversas categorias de debêntures: conversíveis, 
permutáveis e simples (ou não conversíveis). 
No caso das debêntures conversíveis em ações, se o emissor não pagar 
o que consta na escritura de emissão, a garantia são as próprias ações da 
empresa, ou seja, o comprador ficará com ações dessa no valor e formas 
estipuladas na escritura. 
As debêntures não conversíveis ou simples não podem ser convertidas 
em ações da empresa emissora. As debêntures conversíveis, por sua vez, em 
sua escritura possuem cláusulas possibilitando que elas sejam convertidas em 
ações tanto ao término de prazo estipulado quanto a qualquer tempo, caso esteja 
determinado na escritura de emissão. Já as debêntures permutáveis dizem 
respeito aos títulos que podem ser transformados em ações de emissão de outra 
empresa, e não em títulos da empresa que emitiu a própria debênture. 
Além de tudo isso, as debêntures podem ser incentivadas. A Lei nº 
12.431, de 24 de junho de 2011, menciona sobre a incidência do imposto de 
renda nas operações de debêntures de infraestrutura. Esses títulos são emitidos 
por S.A. em que os recursos captados visem à implementação de projetos de 
investimento na área de infraestrutura ou de produção maciça em pesquisa, 
desenvolvimento e inovação, determinados como prioritários pelo Governo 
Federal. 
Ademais, uma debênture pode ser classificada, quanto à sua forma, como 
nominativa ou escritural. As nominativas se referem a certificados emitidos em 
nome do titular, e são registradas em livro próprio retido pela empresa. As 
escriturais, por sua vez, não possuem certificados representativos, e uma 
 
 
10 
instituição financeira depositária designada pela empresa mantém em nome do 
titular em conta de depósito. 
Por fim, existe um conceito utilizado no mercado e que é necessário 
conhecermos. São os commercial papers. Segundo Kerr (2011, p. 87), 
commercial papers ou ainda, notas promissórias comerciais, são títulos de dívida 
para obtenção de capital de curto prazo, podendo existir garantias oferecidas 
pela empresa emissora ou não, e sua remuneração pode ser prefixada (mais 
usual) ou pós-fixada. 
 
Leitura sugerida 
KERR, R. B. Mercado financeiro e de capitais (p. 88: visualizar o quadro 6.1.) 
 
#ficaadica 
Caso necessite conhecer o rating de alguma companhia ou governo, pesquise 
na internet. Alguns links sobre debêntures: 
 <http://www.debentures.com.br>; 
 <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/valores_
mobiliarios/debenture.html>. 
 
TEMA 4 – AÇÕES 
Agora vamos estudar as ações: aquelas que ou deixam pessoas 
milionárias, ou as fazem perder grande parte de seu patrimônio em poucos dias. 
Pereira (2013, p. 84) comenta que as ações são emitidas por companhias, 
e que são títulos de renda variável que representam a menor fração do capital 
de uma empresa. Diante disso, podemos apresentar um exemplo: caso 
pegássemos todo o capital de uma empresa e dividíssemos nas menores partes 
possíveis, cada parte seria uma ação, e cada parte torna uma pessoa acionista 
(proprietária) da empresa. Essa ação gera para o acionista o direito de participar 
dos resultados da empresa seguindo a proporção da quantidade de ações que 
cada acionista tem. Além disso, quanto mais ações de uma empresa uma pessoa 
tiver, mais influência ela terá nas decisões dessa empresa. 
Além disso, as ações podem ser classificadas em ordinárias (ON) e 
preferenciais (PN, PNA e PNB). Essas siglas são muito comuns e importantes. 
 
 
 
11 
As ações ordinárias, de acordo com Pereira (2013, p. 84), concedem 
direito a voto em assembleias da empresa, sendo que cada ação ordinária 
fornece o direito a um voto. Com isso, quanto maior a quantidade de ações, 
maior a influência nas votações em assembleias. Além disso, as ações ordinárias 
também fornecem o direito na participação dos lucros da empresa. Por outro 
lado, as ações preferenciais, ainda segundo Pereira (2013, p. 84), não fornecem 
o direito a voto, mas em contrapartida cedem prioridade no recebimento de 
dividendos, assim como, em caso de distrato da sociedade, no reembolso de 
capital. O autor ainda menciona que há uma regra peculiar: em caso de a 
companhia parar de pagar os dividendos fixos ou mínimos por um prazo 
estabelecido no estatuto e não superior a três exercícios consecutivos, os 
detentores de ações preferenciais passarão a ter direito a voto, e caso a empresa 
retorne o pagamento de dividendos, as ações voltam a não proporcionar direito 
a voto. 
Apenas como um exemplo, é interessante perceber que a Petrobrás está 
listada na bolsa de valores com as denominações PETR3 e PETR4. A PETR3 
se refere a ações ordinárias e a PETR4 são ações preferenciais. Ainda, as ações 
preferenciais podem ser finalizadas pelos números 5 e 6, por exemplo: VALE5 
(PNA), ELET6 (PNB). Além disso, existem as units, que podemos fazer uma 
analogia com “pacotes” de ações, e dentro desses pacotes existem ações 
preferenciais e ordinárias. O código para os pacotes de ações é o número 11, 
como o exemplo: BBTG11. Perceba o quanto o mercado de capitais é preparado 
e organizado. 
As ações podem ser emitidas por sociedades anônimas tanto de capital 
fechado quanto capital aberto. Todas as empresas de capital aberto devem estar 
registradas na CVM, e são obrigadas a disponibilizar inúmeras informações 
econômicas, financeiras e sociais para o mercado. Vale lembrar que, em 
qualquer período, as ações são conversíveis em dinheiro por meio da 
comercialização em bolsa de valores ou em mercado de balcão. 
Agora que já sabemos o que é uma ação, vamos para a “parte boa”: 
conhecer a rentabilidade de uma ação. 
Essa rentabilidade é variável, pois uma parte é composta de dividendos 
(participação nos resultados), assim como benefícios concedidos pela empresa 
– basta ter a posse da ação); outra parte resulta de um possível ganho de capital 
na venda da ação. A seguir listamos algumas das remunerações: 
 
 
12 
 Dividendos – São representados pela participação nos resultados por 
meio da distribuição de dividendos em dinheiro, sendo que esse 
percentual de distribuição dos lucros é definido pela empresa. 
Normalmente o lucro de uma empresa é dividido para algumas 
finalidades, como reserva legal, reinvestimentos e pagamento de 
dividendos. Por exemplo: se uma empresa apurou um lucro líquido de 100 
milhões de reais, isso não quer dizer que os acionistas dividirão esse 
montante entre si, mas sim uma parte dele. A Lei das S.A. determina que 
sejam distribuídos ao menos 25% do lucro líquido do exercício. 
 Juros sobre o capital próprio (JSCP) – As organizações podem 
escolher por distribuir resultados de outra forma para seus acionistas. 
Utilizando o pagamento de juros sobre o capital próprio, em vez de 
distribuir dividendos, a empresa remunera os acionistas desde que atenda 
às regras estabelecidas na regulamentação sobre JSCP. Para Pereira 
(2013, p. 85), o JSCP pode oferecer um benefício fiscal sobre os 
dividendos, visto que é uma despesa que pode ser abatida do lucro 
tributávelda companhia, e para o acionista tanto o recebimento de 
dividendos quanto o JSCP representam uma remuneração financeira do 
capital investido em ações. 
 Bonificação em ações – Ocorre quando existe um aumento de capital 
de uma companhia por meio de incorporação de reservas e lucros, e 
nesse caso, novas ações são distribuídas gratuitamente para os 
acionistas seguindo a proporção de ações de cada um. 
 Bonificação em dinheiro – De forma mais específica e não muito 
comum, essa bonificação ocorre quando, além dos dividendos, a 
companhia concede aos acionistas uma participação adicional nos lucros 
via bonificação em dinheiro. 
 Direito de subscrição – Representa o direito dos acionistas pela 
aquisição de um novo lote de ações, seguindo a proporção das ações já 
possuídas, com preferência na subscrição. 
 Venda de direitos de subscrição – Pelo fato de o exercício de 
preferência do direito de subscrição não ser obrigatório, o acionista 
poderá vendê-los a terceiros. 
 
 
 
13 
É importante conhecer também o conceito de lote padrão de ações, que 
é composto por 100 ações iguais. Por isso, é muito comum que as ordens de 
compra e venda sigam múltiplos de 100. Isso facilita a negociação das ações e 
gera maior liquidez. Mesmo assim, é possível comprar 70 ou 120 ações, 
entretanto, elas não serão um lote padrão. 
É interessante conhecermos também mais dois conceitos que podem 
alterar o preço da ação, mesmo mantendo o valor da riqueza para o acionista. 
São eles: os desdobramentos (splits) e os agrupamentos de ações (inplits). 
 Desdobramentos – Imagine que o preço de uma ação é de R$150,00. 
Para comprar um lote padrão de 100 unidades será necessário pagar R$ 
15.000,00. Isso pode dificultar a compra por pessoas físicas, 
diferentemente se a ação custasse R$ 20,00, e o lote padrão R$ 2.000,00. 
Por isso, quando o preço da ação está muito alto, podendo dificultar sua 
negociação, pois reduz a quantidade de possíveis compradores, a 
empresa realiza o desdobramento, distribuindo novas ações para cada 
ação em posse do acionista, gerando um aumento na quantidade de 
ações no mercado. Consequentemente, o valor da ação é reduzido na 
proporção do desdobramento. 
 Agrupamentos – Agora que conhecemos os desdobramentos, basta 
invertermos o conceito para chegarmos ao dos agrupamentos. Eles 
normalmente acontecem quando o preço da ação está reduzido, pois em 
alguns casos isso pode causar uma má impressão e aumentar a 
volatilidade. Por isso, como o próprio termo diz, existe um agrupamento 
de ações, ou seja, uma diminuição na quantidade de ações, fazendo com 
que seu preço aumente. 
 
Note que o mercado de capitais possui muitos conceitos a que não 
estamos acostumados. Por isso, é muito importante estudar e compreender seu 
funcionamento antes de iniciar as operações tanto de investimento, 1quanto de 
captação de recursos. Vale lembrar que o mercado acionário é administrado pela 
bolsa de valores. Por isso, em nossas próximas aulas analisaremos e 
aprenderemos como a bolsa de valores e suas negociações funcionam. 
 
 
 
14 
Leitura sugerida 
KERR, R. B. Mercado Financeiro e de Capitais. (p. 88 a 93) 
 
#ficaadica 
Antes de negociar ações, estude em blogs e nos sites oficiais da 
BM&FBovespa. 
 
TEMA 5 – MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO 
Existem vários mercados dentro do mercado de capitais, e muitos termos 
para os descrever. Agora estudaremos os mercados primário e secundário. 
O mercado primário, de acordo com Pereira (2013, p. 83), “existe quando 
o título ou valor mobiliário é lançado pela primeira vez ao mercado, e o emissor 
realiza a captação dos recursos pela venda do título”. Por exemplo, quando uma 
empresa fará sua primeira venda de ações ou emissão de debêntures ou ainda, 
emissão de notas promissórias, está caracterizado o mercado primário, pois os 
valores captados pelas vendas serão destinados à companhia. As companhias 
se utilizam do mercado primário para captar os recursos de que necessitam, com 
o intuito de financiar seus projetos de expansão ou outras atividades. 
Quanto ao mercado secundário, é por meio dele que acontecem as 
negociações dos títulos adquiridos no mercado primário, proporcionando a 
liquidez necessária. Em outras palavras, o mercado secundário é constituído 
pela negociação dos títulos entre investidores, e não mais pela companhia 
emissora e compradores. Por isso, os títulos são renegociados diariamente no 
mercado de ações ou no mercado de balcão, destacando o papel fundamental 
da bolsa de valores para realizar de forma organizada essas negociações. 
Conforme Kerr (2011, p. 95), o mercado primário tem sua importância para 
a capitalização das companhias, mas é o mercado secundário – a bolsa de 
valores – que possui a função de dar liquidez ao mercado primário. 
É interessante destacar alguns mecanismos que são utilizados no 
mercado secundário, principalmente na bolsa de valores. O tão falado pregão 
eletrônico (Mega Bolsa) se caracteriza pela possibilidade de o investidor realizar 
suas negociações por meio de um dispositivo com acesso à internet. Outro termo 
comum utilizado é o after market, que permite realizar ordens de negócio no 
mercado acionário mesmo depois do encerramento do pregão eletrônico. Além 
desses conceitos, quando ouvir falar de home broker saiba que é o sistema que 
 
 
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possibilita ao investidor realizar ordens de compra e venda por meio de um 
dispositivo com internet, ou seja, é um sistema que possibilita o acesso ao 
pregão eletrônico. 
Então, pensando “na prática”, o mercado primário propicia a captação de 
recursos para as empresas, que normalmente visam ao desenvolvimento de 
novos projetos e o capital necessário para sua expansão. Mesmo assim, uma 
companhia atingir o grau de maturidade para acessar o mercado primário é uma 
tarefa que exige um grande esforço, pois além da regulação, a empresa precisa 
publicar informações para que os acionistas tenham acesso, dentre várias outras 
atividades, as quais têm o objetivo de gerar valor para suas ações e despertar o 
interesse de compra nos investidores. 
Por outro lado, no mercado secundário, a negociação ocorre de investidor 
para investidor, sem que os ganhos ou as perdas realizadas com a negociação 
dos títulos afetem a empresa emissora, pois ficam restritos aos investidores, 
tornando o mercado, em parte, especulativo, sem contribuir com o 
desenvolvimento das empresas. Mesmo assim, as companhias emissoras de 
títulos devem desenvolver um bom relacionamento com o mercado e com seus 
acionistas. Inclusive, verifica-se em empresas de capital aberto que 
normalmente existe uma área ou um profissional responsável pelas relações 
com investidores (RI), cujo intuito é ser uma interface ou conexão entre a gestão 
da empresa e os acionistas e seus representantes, e com os demais agentes 
atuantes no mercado de capitais. 
Você, como gestor financeiro deve buscar como objetivo final de suas 
decisões a melhoria e aumento de três itens fundamentais na gestão financeira: 
o aumento do lucro, do caixa e do valor de mercado da empresa (valor das 
ações). 
 
TROCANDO IDEIAS 
O mundo está mudando e as empresas se adaptam a todo momento. Hoje 
algumas empresas e pessoas captam recursos por meio de sites de 
crowdfunding (financiamentos coletivos). 
Quando alguém ou alguma organização possui bons projetos, é possível 
a essas pedirem doações ou realizar uma espécie de “pré-venda” ou vendas de 
brindes com valor para financiar seus projetos. Para saber mais, pesquise na 
internet. 
 
 
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E não para por aí: pensando na mesma ideia, nos últimos anos surgiu o 
equity crowdfunding, queé permitido pela CVM. Ele possibilita que investidores 
pessoa física participem do capital de micro e pequenas empresas. Conheça 
mais em <https://eqseed.com/br>. 
Além disso, como sugestão para você conhecer mais os produtos do 
mercado financeiro, recomendamos acessar o site da BM&FBovespa e verifique 
no menu listagem, e no menu produtos, e selecione cada um dos produtos para 
conhecê-los melhor. O link é: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm>. 
Outra informação interessante é que normalmente nos livros consta que 
o home broker necessita de um computador, mas hoje já existem apps para 
smartphones que realizam esse papel, possibilitando a compra e venda de 
títulos. 
 
SÍNTESE 
Nesta Rota de Aprendizagem, vimos que o mercado de capitais possui 
inúmeros produtos, mas sua organização e eficiência transmitem segurança e 
credibilidade para os investidores. Esse mercado é uma alternativa para as 
empresas captarem recursos com o intuito de expansão e manutenção de suas 
operações. 
Um dos títulos que possibilita essa captação de recursos para a empresa 
é a debênture, que é um título privado de dívida da companhia emissora, e em 
sua escritura de emissão constam todas as informações necessárias para o 
investidor, como: remuneração (juros), prazos, formas de pagamento, entre 
outras. Outra forma de uma sociedade anônima captar recursos é por meio da 
emissão e venda de suas ações. Cada ação representa a menor fração do capital 
social da empresa, e fornece direitos no resultado da empresa, assim como em 
votações em assembleias. Quando uma empresa emite ações, ela fará a 
comercialização no mercado primário, pois a negociação ocorre entre 
companhia e investidor. Os recursos captados entrarão no caixa da empresa 
para que ela possa se desenvolver. Todavia, para garantir liquidez ao comprador 
das ações, existe o mercado secundário, que possibilita a negociação das ações 
entre investidores, normalmente por meio da bolsa de valores e do mercado de 
balcão. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BM&FBOVESPA. Disponível em: 
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm>. Acesso em: 25 abr. 2017. 
CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Disponível em: 
<www.cvm.gov.br>. Acesso em: 25 abr. 2017. 
DEBENTURES.COM.BR. Disponível em: <http://www.debentures.com.br>. 
Acesso em: 25 abr. 2017. 
INTRODUÇÃO ao mercado de capitais. BM&FBOVESPA, 2010: Disponível em: 
<https://corretora.miraeasset.com.br/global/bz/po/downloads/cursosOnline/Intro
du%C3%A7%C3%A3o_ao_Mercado_de_Capitais.pdf>. Acesso em: 25 abr. 
2017. 
KERR, R. B. Mercado financeiro e de capitais. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2011. 
PEREIRA, C. L. Mercado de capitais. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
PORTAL DO INVESTIDOR. Disponível em: 
<http://www.portaldoinvestidor.gov.br>. Acesso em: 25 abr. 2017.

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