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COMPORTAMENTO MOTOR EM INDIVÍDUOS COM ESCOLIOSE PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO Evelyn Priscila Nantes Nunes Cabral Francineide de Carvalho Granjeiro Acadêmicas do 6º sem. Curso de Educação Física, Licenciatura/UCDB Luciane Coelho Rabel Docente no Curso de Educação Física/UCDB. Mestre em Educação Física / RGAFKA - Rússia. Membro do Grupo de Pesquisa NUPEF/UCDB RESUMO É cada vez maior o número de pessoas com desvios posturais, determinados na maioria das vezes por diversos fatores como postura inadequada, mudanças ou má formação na estrutura óssea, dentre outros fatores que afetam o desenvolvimento postural. Percebendo a predominância de pessoas com esses agravantes dentro de nossa área de atuação, propusemo-nos a estudar como o desvio postural escoliose pode interferir na biomecânica dos movimentos de crucifixo invertido na polia, desenvolvimento com halteres e elevação lateral. O estudo teve como finalidade verificar se os indivíduos que possuem o desvio postural realizam os movimentos de musculação de forma diferenciada do que é proposto na literatura, para isso foi aplicado em três indivíduos do sexo masculino uma avaliação postural, com utilização da ficha de avaliação postural para que houvesse a identificação dos indivíduos que possuem o desvio postural escoliose. Os sujeitos realizaram 3 séries de oito a doze repetições de ambos os exercícios, sendo coletadas imagens através de vídeo durante a sua execução, em plano posterior. As mesmas passaram por uma edição em fotos às quais correspondem ao princípio e ao término do movimento, e ao inicio e fim de cada serie de exercícios. As imagens foram submetidas a um traçado de uma linha nos eixos das articulações do ombro, cotovelo e algumas no punho, para visualização do alinhamento postural durante o movimento e para posteriormente serem comparadas com o encontrado na literatura. Concluiu-se que a incidência do desvio postural escoliose influenciou na execução correta dos movimentos propostos. PALAVRAS - CHAVE: musculação, biomecânica, cinesiologia, escoliose torácica. INTRODUÇÃO Desvios posturais e musculação possuem uma ampla relação quando se trata do bom funcionamento da postura e melhora de resultados, tanto em prevenção de lesões como em correção da postura, melhora na execução de movimentos, equilíbrio, dentre outros aspectos que estão ligados entre si. 2 Detsch (2001) define postura como a posição que o corpo assume no espaço em função do equilíbrio dos quatro constituintes anatômicos da coluna vertebral: vértebras, discos, articulações e músculos. Sendo assim podemos considerar que o trabalho realizado na musculação está diretamente relacionado com o equilíbrio musculoesquelético e na manutenção da postura, pois os músculos trabalham conjuntamente, tanto para sua estática quanto para sua dinâmica, e consequentemente, qualquer alteração postural causará a retração de suas cadeias musculares posturais e vice-versa. Qualquer agressão nestas cadeias causará uma alteração de alinhamento ósseo (PACCINI apud SILVA, 2001). Os desvios posturais são classificados como: cifose, escoliose e lordose, sendo a cifose definida como a acentuação da convexidade para trás da coluna vertebral; a lordose como a acentuação da convexidade para frente da coluna lombar; e a escoliose como o surgimento de uma curvatura vista no plano frontal, de acordo com Fraccaroli, (1981). Nesta pesquisa focaremos no desvio postural escoliose que segundo Cailliet (1979) é especificada pela sua localização anatômica na coluna vertebral e implica uma curvatura observada ântero-posteriormente, que deve ser considerada patológica. Ainda segundo ele, uma curvatura torácica tem seu ápice entre T2 e T12. Portanto, não podemos observar esse desvio postural no plano sagital, e suas curvaturas localizadas na região da coluna torácica é que determina a característica da escoliose.Segundo Hebert e Xavier, (1998) a terminologia para a localização da curvatura é feita ás custas do local onde se encontra o ápice da curvatura, já que a curvatura é chamada de torácica. A direção da curvatura é aquela da convexidade da curva. Considerando que grande parte das pessoas busca a pratica de exercícios físicos não apenas pela saúde, como também pela estética, pela melhora na qualidade de vida, melhora da postura, dentre outros, percebemos dentro da área de atuação dos profissionais de Educação Física poucos estudos relacionados à musculação em sujeitos com desvios posturais, especificamente os que tratam de escoliose torácica e cifose. Supõe-se que a escassez dos estudos ocorra devido o tema tratar de um processo longo de degradação da coluna. Deste modo justifica-se o estudo, por ser cada vez maior o número de pessoas com desvios posturais, determinados na maioria das vezes por diversos fatores, como postura inadequada, mudanças ou má formação na estrutura óssea, problemas neuromusculares, dentre outros fatores que afetam o desenvolvimento postural. 3 Outra questão, é a percepção dos profissionais de Educação Física durante as sessões de exercícios físicos, ao grande número de pessoas com esses agravantes posturais, por isso, detectamos a importância de analisar se a incidência destes desvios pode interferir na realização dos movimentos, para que possamos em nossa área de atuação contribuir com esses indivíduos, e com os demais profissionais de Educação física com futuras e eventuais elaborações de propostas de intervenção e de novas pesquisas. Portanto, buscamos estudar a possível interferência que o desvio postural escoliose provoca na biomecânica dos movimentos de musculação, pretendendo-se responder a seguinte questão: o desvio postural escoliose torácica provoca interferência na biomecânica dos movimentos crucifixo invertido na polia, desenvolvimento com halteres e elevação lateral? Este trabalho tem como objetivos verificar a execução do movimento de três exercícios de musculação realizados por portadores de desvios posturais, e averiguar se os indivíduos que possuem o desvio postural realizam corretamente os movimentos crucifixo invertido na polia, desenvolvimento com halteres e elevação lateral. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para se discutir coluna vertebral é importante descrever alguns dos aspectos anatômicos desta estrutura para que assim possamos ter o entendimento global da importância desta para manutenção da postura e movimentação do ser humano. A coluna normal é composta por 33 ossos, denominados vértebras, estas que são separadas por discos intervertebrais justapostos, formando a coluna vertebral, apoiada sobre o sacro em alinhamento vertical, formando quatro curvaturas fisiológicas. Estas quatro curvaturas ou regiões são classificadas como: lordose cervical ou região cervical (pescoço) composta de 7 vértebras; Cifose torácica ou dorsal, com 12 vértebras; Lordose lombar ou região lombar com 5 vértebras; A cifose sacral ou região sacral composta de 5 vértebras, que segundo Knoplich (1989), se fundiram formando um só osso chamado de sacro e a região do coccix. (CAILLIET, 1979; KNOPLICH, 1989). Merczrio (1973) considera que existem após a região do sacro 3, 4, ou 5 vértebras denominadas coccigeas (ou coccígeanas) que formam a região do coccix. Bradford (1994) por sua vez, corrobora com o autor anterior sobre a explicação das regiões que formam a coluna, 4 onde afirma que na coluna vertebral, as 5 vértebras lombares são conectadas as vértebras sacrais fundidas e esta são articuladas com vértebras coccígeas vestigiais. 1 A partir destes conceitos, podemos considerar em suma a coluna vertebral formada por quatro curvaturas normais: cifose torácica, cifosesacral, lordose cervical, e lordose lombar, reunidas em 33 ossos os quais chamamos vértebras, e separadas por discos intervertebrais. Segundo Santos (1996) a coluna vertebral adaptou-se a nova condição ereta na raça humana, processo o qual chama de ortostatismo. Ela caracteriza-se como uma estrutura dinâmica da engenharia mecânica, que, por estar ainda mal adaptada, sofre todas as pressões consequentes a nova posição. Dessa maneira, pondera-se de acordo com Knoplich (2003) que a coluna tem de desempenhar duas ações completamente antagônicas, como eixo de sustentação do corpo e ao mesmo tempo como fulcro 2 do movimento de um animal de sustentação bípede. Assim, segundo Pope et al (1991) apud Santos (1996), a coluna vertebral pode ser considerada multiflexivel, que exige equilíbrio biomecânico e tem quatro funções maiores, sendo elas, suportar, mobilizar, controlar (guiar o movimento) e proteger, sendo também um modelo importante de absorção de energia e proteção contra impacto. Por outro lado Knoplich (2003) defende que a coluna vertebral tem três funções biomecânicas definidas, sendo ela o eixo de suporte do corpo, ela age para proteger a medula e as raízes nervosas, além de ser o eixo de movimentação do corpo. Hamill (1999) complementa enfatizando que a mesma tem papel de oferecer suporte e flexibilidade ao tronco. Clarkson (1991) apud Santos (1996), concomitantemente delineia que a função de estabilidade da coluna inclui forças compressivas de resistência, suporte da maior parte do peso corporal, suporte da cabeça, dos membros superiores e do tronco contra a força da gravidade, absorção de choque, proteção da medula espinhal e provisão de uma estrutura estável para os movimentos dos membros. Sendo assim, seus movimentos são permitidos, de acordo com Hamill (1999), pelos pequenos espaços existentes entre vértebras e preenchidos pelos discos intervertebrais, que possibilitam movimentos de grande amplitude, pois as ações se combinam entre as vértebras que ocorrem em cada segmento móvel, além disso, mesmo sendo restringidas pelos discos e pelo arranjo das facetas, as ações podem ocorrer em três planos pela inclinação e controle muscular 1 Vestigiais são estruturas atrofiadas sem função evidente e por isso desprovidas de significado fisiológico. As s estruturasvestigiais fazem sentido, numa perspetiva evolucionista, como órgãos que foram úteis a um ancestral. 2 Fulcro é o ponto de apoio. 5 ativo. Por este motivo, Kendall (1990), considera que a falta de mobilidade está estreitamente associada com o alinhamento defeituoso persistente com o fator causador de compressão indevida. Em função desta arquitetura da coluna vertebral que possibilita vários movimentos, as suas estruturas podem ser comprometidas em função de ações repetitivas ou por gestos de alta compressão, como os movimentos de rotação e flexão lateral, que danifica os discos intervertebrais provocando um mau alinhamento postural e consequentemente uma diminuição da capacidade de tolerar esforços oriundos, à medida que esse defeito aumenta (KENDALL, 1990). Com isso, encontramos evidentes relatos de doenças e deformidades posturais adquiridos por uma má utilização destas estruturas. Os hábitos sedentários da sociedade, adquiridos pelas facilidades que a tecnologia permite, esta levando o ser humano a permanecer cada vez mais inativo e a falta de atividade física, o predomínio da posição sentada, grandes esforços físicos em atividades profissionais pesadas ou repetitivas, posturas inadequadas, levam à fraqueza muscular, à frouxidão ligamentar, a hábitos defeituosos e até mesmo à obesidade (SANTOS, 1996). Estes são apenas alguns dos fatores, mas existem outros que são associados a questões psicológicas, emocionais, mal-estar, que levam à sobrecarga discal, articular, ligamentar, muscular, desencadeando sofrimento tecidual e dor, além de acarretar outras deformidades as quais denominam-se, desvios posturais (SANTOS, 1996; KNOPLICH, 1995). Mas afinal, o que é postura? Knoplich (1989) define como a posição que o corpo assume no espaço em função do equilíbrio desses quatro constituintes anatômicos: vértebras, discos intervertebrais, articulações e músculos. Molinari (2000) concorda, afirmando que a postura é o resultado de um equilíbrio harmonioso entre as solicitações impostas aos músculos, aos ligamentos e aos discos intervertebrais. Já Ascher apud Knoplich (2003) define como posição do corpo no espaço a que dá um bom relacionamento entre as partes, com o menor esforço, evitando a fadiga. A postura, segundo Kendall apud Molinari (2000) é composta das posições de todas as articulações do corpo em um dado momento, além disso, considera como a posição do corpo que envolve o mínimo de estiramento e de “stress” das estruturas do corpo, e com o menor gasto de energia para se obter o máximo de eficiência no uso do corpo, tanto por trás como pela frente, 6 pode-se ter um alinhamento básico que corresponde a uma postura padrão específica (KNOPLICH, 2003). A Academia Americana de Ortopedia definiu postura como sendo um arranjo relativo das partes do corpo e a define, como critério de boa postura, o equilíbrio entre as estruturas, músculos e ossos, que o protegem contra uma agressão (acidente) ou deformidade progressiva (KNOPLICH, 2003). Em contrapartida, Roaf apud Knoplich (2003), afirma que a postura é a posição que o corpo assume na preparação do próximo movimento. A posição de pé, não seria uma verdadeira postura, porque segundo ele postura envolve o conceito de balanço (equilíbrio), coordenação neuromuscular e adaptação e deve ser aplicado a um determinado momento corporal, e para uma determinada circunstancia seja ela para andar, para jogar tênis ou dar a partida para uma disputa de natação. Além deste, Molinari (2000) defende que a palavra postura remete a um entendimento de atitude global do corpo, quer esteja de pé, sentado, em movimento ou no trabalho, pois é a base real, muscular e concreta de cada indivíduo. Portanto, podemos considerar como boa postura o alinhamento harmonioso entre repouso e movimento, e entre as solicitações impostas às estruturas do corpo, induzindo ao mínimo de stress destas e o menor gasto de energia, proporcionando interação entre anatomia e ação, evitando a fadiga. (KENDALL, 2007; MOLINARI, 2000; KNOPLICH, 2003). Logo, uma má postura seria aquela que induz a um aumento da agressão às estruturas de suporte ou que resulta em equilíbrio menos eficiente do corpo sobre suas bases de apoio. Evidentemente, o fato de o individuo adquirir um posicionamento errôneo das estruturas corporais, está ligado a fatores inadequados e, provavelmente a problemas emocionais segundo Knoplich (2003), que ainda ressalta que existem fatores mecânicos relacionados com posições impróprias, repetitivas, de trabalho ou repouso, que com o passar dos anos, podem causar distúrbios musculoesqueléticos. Esta agressão frequente da má postura é um dos principais fatores que levam ao surgimento das deformidades na coluna, às quais vem sendo muito incidentes nos dias atuais, principalmente os desvios no tronco, devido a ações de agentes estressores externos no cotidiano dos indivíduos (CARNEIRO, 2005, HAMILL, 1999). 7 Segundo Bradford (1994) existem três tipos básicos de deformidade da coluna: escoliose, cifose e lordose, classificadas de acordo com sua localização na curvatura da coluna, o foco deste estudo é a escoliose e, portanto faremos o aprofundamento neste tema. Escoliose é conceituada por Souchard e Ollier (2003), como uma deformação morfológica tridimensional da coluna vertebral. Fraccaroli(1989) e Merczrio (1973) a explicam como a acentuação da curva vista no plano frontal. Em contrapartida, Knoplich (2003), pontua que a escoliose mecanicamente, é definida como uma torção dos elementos básicos da coluna em torno do eixo vertical. Cailliet (1979) por sua vez determina que a escoliose seja especificada por sua localização na coluna vertebral. Evidenciando as definições acima, Merczrio (1973), traz a escoliose caracterizada por vários aspectos e alterações que a compõem, como, a elevação de um ombro em relação a outro, a proeminência de uma escápula (omoplata) em relação à outra, a diferença entre os braços ou entre as pernas, a cifose, a lordose, a presença de pés planos, a diferença entre um quadril e outro com um lado da cintura mais alto e mais fundo que outro, uma nádega mais proeminente que a outra, o sulco sub-glúteos assimétricos e a presença de desnível das mamas. Além da citada anteriormente má postura e ações que a promovem, Knoplich (1989), coloca que existem inúmeras alterações e doenças na coluna que podem causar escoliose, dentre elas, alterações congênitas, doenças dos músculos, doenças complexas, tumores, radiações, dentre outros. É neste contexto que se encontra a escoliose idiopática, que é definida por Bradford (1994) como uma curvatura estrutural da coluna cuja causa não se conhece. Segundo ele, a escoliose idiopática é a mais comum de todas as formas de desvio lateral da coluna. Knoplich (2003) corrobora, afirmando que quando não conseguimos explicar a origem da escoliose, isto é, afastadas todas as suas possíveis causas, ela é dita idiopática, e nela inclui-se a grande maioria das escolioses. A palavra idiopática é usada pelos médicos para designar qualquer doença habitual, ou genuína, desvio postural ou problema congênito que tem causa desconhecida ou obscura, portanto considera-se escoliose idiopática aquela sem causa determinada e incógnita a maneira como surge e piora nos jovens (Knoplich, 2003). A escoliose também pode ser caracterizada pela localização da curvatura na coluna, sendo estas denominadas curvaturas lombar e torácica. 8 A curvatura lombar é uma curva primária localizada na região lombar, e que seu ápice pode atingir as ultimas torácicas, onde a crista ilíaca fica alterada, mas os ombros não são modificados e não há envolvimento das costelas, nem rotação vertebral (KNOPLICH, 1989). Por sua vez a curva torácica que é o tipo mais frequente nas meninas adolescentes, é considerada a de pior diagnostico, principalmente se não tratado. Sua evolução é incrivelmente rápida podendo em um ano chegar a 110 graus, e em 25% dos casos, somente um terço consegue chegar ao fim do crescimento com menos de 70 graus de escoliose (KNOPLICH, 1989). Bradford (1994), cita alguns padrões de curvatura, destes, selecionamos o Padrão De Curva Torácica Alta Maior simples, (grifo do autor) em que a circunflexão desta curva em geral é T1 ou T2, mas raramente pode ocorrer na C7. E o Padrão De Curva Torácica Maior Simples, (grifo do autor) onde o ápice localiza-se dentro da coluna torácica e a vértebra terminal e superior é T4, T5 ou T6 e a vértebra terminal inferior é T11, T12, L1 ou L2. Possuem como vértebras terminais mais comuns T5 e T12. A fim de delimitar nosso estudo optamos por seguir estas perspectivas, e utilizar os padrões de curvatura citados a cima. Dessa maneira, como este estudo se baseia na investigação de alguns movimentos realizados na musculação, consideramos, portanto, imprescindível que se descreva a estreita ligação que existe entre cinesiologia e biomecânica para o entendimento das ações do corpo humano. Cinesiologia é entendido por Hamill (1999) e Thompson (1997), como o estudo científico do movimento humano, e pode ser um termo genérico usado para descrever qualquer forma de avaliação anatômica, fisiológica, psicológica ou mecânica de um movimento humano, portanto a biomecânica esta inserida neste contexto – definição, mas hoje é tratada pelos pesquisadores como uma ciência à parte da cinesiologia, mas interligada a mesma, pois seu estudo está voltado à questão mecânica dos movimentos. Os estudos na área da cinesiologia e biomecânica são importantes para determinar se um movimento é realizado de forma correta a ponto de melhorar a performance ou se este não poderá futuramente causar lesões, assim como através de sua associação ao estudo da antropometria é responsável pelo desenvolvimento de inúmeros equipamentos ligados a prática do exercício físico. 9 A maioria das analises cinesiologicas são consideradas qualitativas porque envolve a observação de um movimento, a quebra em partes das habilidades e a identificação das contribuições musculares para os movimentos. Já as análises que advém do estudo da biomecânica dos organismos vivos podem ser de caráter qualitativo e/ou quantitativo. Esta análise é essencial para a compreensão da prevenção, do diagnostico, do tratamento e para o desenvolvimento apropriado de programas de exercícios. Os conhecimentos ligados a estas duas ciências são largamente utilizados na prática de musculação, as quais juntamente com a coluna vertebral são foco deste estudo. Mesmo sendo vulnerável às decorrentes condições ocasionadas por uma má conduta corporal e postural, a coluna vertebral é a principal estrutura óssea e muscular do corpo humano. Sem seus músculos a coluna seria totalmente instável, considerando, que é a coluna quem prevê a flexibilidade e estabilidade do corpo, e os músculos quem mantém a postura e ativa os seus movimentos (KNOPLICH, 2003; HAMILL, 1999). De acordo com Knoplich (2003), os músculos envolvidos na movimentação da coluna vertebral podem ser distribuídos em, pré-vertebral, anterolateral (psoas), músculo profundo (eretor da coluna), músculos superficiais, abdominais (Reto abdominal, obliquo interno, obliquo externo e transverso), e glúteos. Dessa maneira, pondera-se que em uma postura defeituosa, encontram-se desequilíbrios musculoesqueléticos, pois os músculos em posições ligeiramente encurtadas tendem a ser mais fortes, e aqueles em posições ligeiramente alongados tendem a ser mais fracos do que os músculos que trabalham em oposição a eles (KENDALL, 1990). Por outro lado, podemos definir, então que a função de sustentação da coluna é realizada por elementos como o corpo vertebral, discos, ligamentos longitudinais anteriores e posteriores, enquanto os arcos neurais e articulares são responsáveis pela sua movimentação (KNOPLICH, 2003). A partir deste conhecimento, percebe-se que para a manutenção de uma boa saúde da coluna vertebral são necessários, fortalecimento da musculatura e a adesão de hábitos saudáveis no cotidiano, até porque, segundo Santos (1996), o exercício tem papel primordial na prevenção e no tratamento das dores inerentes ao mau uso da coluna vertebral. 10 O fortalecimento da musculatura pode ocorrer através dos exercícios de resistência (musculação), os quais melhoram o equilíbrio muscular, resultando em estabilidade, além da melhora na postural (AABERG, 2001). Neste contexto, apresenta-se a definição de exercício resistido como sinônimo de treinamento com pesos. São exercícios executados contra resistência, seja ela imposta por um aparelho, por isometria, entre outros. Também denominado como exercício de força, exercício com pesos, exercício localizado, exercício de resistência muscular, e musculação (FORJAZ, REZK, et all, 2006). Estes exercícios são realizados através de contração muscular, com ou sem a utilização de acessórios, pesos, dentre outros, e segundo Câmara et all (2007), a principal vantagem desse método são as melhoras expressivas da aptidão física e qualidade devida da população de faixa etária variada. Os exercícios contra resistência atuam permitindo aumento da força e massa muscular, fortalecimento do corpo, prevenção e tratamento da osteoporose, prevenção de lesões, melhoria das doenças degenerativas osteoarticulares, possibilitando melhor desempenho nas atividades aeróbicas, a melhora na qualidade de vida, da saúde, comportando a melhoria do equilíbrio musculoesquelético, evitando a ocorrência de problemas no alinhamento estrutural, como a má postura e os desvios da coluna, dentre outros inúmeros benefícios proporcionados pela prática (AABERG, 2001; FREITAS, 2006 apud PRADO, 2010). Por isso, o treinamento contra resistência esta rapidamente tornando-se o tipo de exercício mais praticado e conhecido entre todas as modalidades de treinamento, onde crianças, jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos, estão engajados em programas de treinamento de força com fins estéticos ou preventivos, e ainda com o intuito de melhorar o desempenho esportivo, considerando que através deste treino, podemos adaptar o próprio corpo a manter o posicionamento e a postura corretos na presença de uma força externa, pois esta é a chave para prepará-lo de maneira funcional para as atividades cotidianas e para a vida em geral (AABERG, 2001; LIMA E PINTO, 2006). Desta maneira, ponderamos sua importância, porque para manter uma posição de bom alinhamento estrutural, deve haver adequado equilíbrio muscular entre conjuntos oponentes de músculos. Neste aspecto Kendall (1990), delineia que os meios pelos quais o equilíbrio 11 muscular é restaurado através da realização de exercícios que fortalecem músculos fracos, e exercícios que alongam músculos curtos (KENDALL, 1990). Pode-se considerar que a pratica da musculação é de suma importância para a manutenção do equilíbrio musculoesquelético, uma vez que para lidar com posturas inerentes ao alinhamento defeituoso, é necessário conhecer o papel destas atividades e analisá-las para uma boa prescrição de treinamento. Ao prescrever exercícios de musculação deve-se estar atento a vários aspectos, como a ordem e seleção dos exercícios, intensidade e volume de carga, frequência de treino, intervalo entre os exercícios e entre as series, dentre outras características como a realização de uma anamnese e avaliação física para a detecção de eventuais lesões, limitações articulares, problemas de saúde,dentre outros. Consequentemente alguns aspectos biomecânicos manifestam-se de forma muito característica no treinamento, e um dos principais está relacionado aos sistemas de alavancas, representados tanto em segmentos corporais como em equipamentos (LIMA; PINTO, 2006). Este é apenas um dos motivos que deve-se ter cautela ao prescrever exercícios, tanto em aparelhos, quanto com pesos livres, uma vez que para isso devemos analisar detalhadamente o movimento articular e a musculatura envolvida, além disso, a descrição do movimento pode ser difícil em razão das variedades das movimentações possíveis do corpo humano (AABERG, 2001). Matheson e Cols (2001) apud Lima (2006) enfatizam que para uma boa organização e prescrição adequada de treino, se faz necessária a identificação da cadeia cinética nos diferentes exercícios, porque a partir daí, o equilíbrio articular, a postura corporal, o desempenho motor especifico ficam mais resguardados. O posicionamento e a estabilização correta da coluna, do pescoço e da pelve durante os exercícios do treinamento contra resistência também são especialmente importantes (AABERG, 2001). A partir destas considerações selecionaram-se alguns movimentos que envolvem a articulação do ombro, para eventuais analises, considerando a presença dos desvios posturais, entre os quais se encontram os movimentos de crucifixo invertido na polia (cabo/cross over), a elevação lateral com halteres e o desenvolvimento realizado com halteres (livre). Para a realização do exercício crucifixo invertido na polia, executado no cross over, que possui cabos (polias), é necessário segurar os pegadores presos a duas polias altas com os 12 polegares voltados para cima, com a mão direita, segurar o pegador esquerdo e vice versa. O executante manterá a posição de pé, no centro, com as polias à frente do corpo. Impulsione as mãos para trás, e ligeiramente para baixo, em um arco, até que as mãos estejam alinhadas com os ombros, formando um “T”. Retorne os pegadores de volta a posição inicial, de modo que a mão direita fique diretamente à frente do ombro esquerdo, e a mão esquerda diretamente à frente do ombro direito. As musculaturas envolvidas são o deltóide posterior, deltóide medial, trapézio, rombóides, infra-espinhal, e redondo menor. O movimento elevação lateral é realizado em pé com as pernas ligeiramente afastadas, tronco ereto, membros superiores ao longo do corpo com um halter em cada mão. O executante irá abduzir os ombros até a posição horizontal, com os cotovelos um pouco flexionados e retornar à posição inicial. Este exercício solicita o músculo deltóide, principalmente em sua parte acromial. (DELAVIER, 2006) E o movimento, desenvolvimento com halteres é realizado sentado sobre um banco, com o dorso aprumado e os halteres no nível dos ombros sustentados pelas mãos em pronação. O executante irá inspirar e realizar a abdução dos ombros e extensão dos cotovelos até o final do movimento verticalmente, retornar a posição inicial e expirar no final do movimento. Pode ser realizado também em pé alternando-se os membros superiores um após o outro. Este exercício solicita o deltóide, principalmente sua parte acromial, e clavicular assim como o trapézio superior e levantador da escapula, o serrátil anterior, o tríceps braquial e o ancôneo. Outros autores acrescentam, dizendo que solicita os músculos deltóide médio e anterior,e os sinergistas peitoral maior, e coracobraquial na abdução do ombro, serrátil anterior e trapézio parte descendente na rotação superior da escapula, e o tríceps braquial na extensão do cotovelo (DELAVIER, 2006; BOSSI, 2001; UCHIDA et all, 2006). Por meio destas informações, o referencial é a base principal para o desenvolvimento de nossa analise biomecânica com os indivíduos praticantes de musculação. METODOLOGIA Este estudo é do tipo experimental de natureza quantitativa. Gil (1991) apud Silva e Menezes (1991) define como experimental a pesquisa quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. E de acordo com ele, do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser a pesquisa classificada como pesquisa 13 quantitativa, onde se considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Os sujeitos formaram um grupo de três indivíduos em faixa etária entre 20 e 26 anos, que se encontram entre 6 meses e 1 ano de pratica de musculação, todos com o desvio postural escoliose,sendo que o sujeito A possui escoliose com convexidade torácica à direita e lombar à esquerda, o sujeito B, escoliose com convexidade torácica à esquerda e lombar à direita, e o sujeito C, possui escoliose torácica à esquerda . A coleta ocorreu na Academia Escola da Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande MS. Nesta pesquisa os equipamentos utilizados para a coleta de dados foram: equipamentos de musculação (cross over, banco e halteres), câmera filmadora da marca SONY/ Sports Pack – 5m /17 et, cimetógrafo da marca Sanny, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Ficha de Avaliação Postural Subjetiva Adaptada (Métodode Kendall). Para a realização da coleta de dados houve uma sequencia de procedimentos, relatados a seguir: os sujeitos assinaram o termo de consentimento de participação livre e esclarecido, conforme resolução 196/96 do CONEP que esclareceu os procedimentos da pesquisa e seus objetivos,foi realizada uma avaliação postural no laboratorio de avalição física da UCDB, para a definição dos sujeitos, realizaram 3 series de 8 a 12 repetições dos exercícios de crucifixo invertido na polia, desenvolvimento sentado com halteres e elevação lateral, e realizou-se a coleta de imagem através de vídeo durante a realização dos movimentos em plano posterior com a câmera posicionada a 1,50 metros de distancia. Decorrente da coleta de dados houve o processamento dos mesmos onde foi classificado o nível de escoliose dos indivíduos. As imagens de vídeo passaram por uma edição em fotos às quais correspondem ao princípio e ao término do movimento, e ao inicio e fim de cada serie de exercícios, totalizando 54 imagens. As fotos foram organizadas, em ordem de inicio e fim do movimento e no começo e final da realização da 1º, 2º e 3º serie respectivamente, para comparação do alinhamento entre principio e fim do movimento, e inicio e fim das series. Estas foram submetidas a um traçado de uma linha nos eixos das articulações do ombro, cotovelo e algumas no punho, tendo como referencia inicial o lado esquerdo, para visualização do alinhamento postural durante o movimento e posteriormente comparadas com o encontrado na literatura. 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os movimentos foram enumerados de acordo com a ordem de execução, e conforme os dados apresentados e analisados encontramos os seguintes resultados: Na realização do exercício um crucifixo invertido na polia, o sujeito A, o qual possui escoliose com convexidade torácica à direita e lombar à esquerda, não apresentou alterações em ambos os movimentos, tanto no começo, quanto no final das series. Foto1: Inicio do movimento no começo da 1º série do exercício crucifixo invertido na polia Sujeito A O sujeito dois possui escoliose com convexidade torácica à esquerda e lombar à direita, apresentou alteração no movimento do ombro direito para baixo e cotovelo mais alto em relação ao lado esquerdo na 1ª série, na 2º série apresentou ombro direito mais alto que no lado esquerdo. E na 3ª série ombro e cotovelo para baixo em relação à linha destas articulações entre o lado direito e esquerdo. O sujeito três, o qual possui escoliose torácica à esquerda, apresentou na realização do crucifixo na 1ª, 2ª e 3ª séries alteração da posição do ombro direito para cima. Na linha do cotovelo, as alterações foram relacionadas à flexão mais ou menos acentuada no lado direito, o que levou a uma movimentação para cima na linha na relação entre os cotovelos. 15 Tabela 1. Relação entre alterações de movimento e séries realizadas para o exercício de Crucifixo invertido na Polia. Nota-se que apenas um dos indivíduos não apresentou alterações durante a execução das 3 séries propostas, enquanto os demais apresentaram alguma alteração em ambas as séries, sendo assim, de acordo com Delavier (2006), na realização do exercício crucifixo invertido na polia, se deve impulsionar as mãos para trás e ligeiramente para baixo, em um arco, até que as mãos estejam alinhadas com os ombros, formando um “T”, portanto, compreende-se que dois sujeitos não conseguem efetivar o movimento do começo ao final de forma correta, conforme determina a literatura. A elevação lateral foi o segundo movimento observado. Para interpretação da realização do movimento foram traçadas no fim do mesmo, três linhas nas articulações: ombro, cotovelo e punho. Na analise do exercício encontrou-se para o sujeito um no inicio das três series, alteração na linha do cotovelo e ombro direito para baixo em relação ao lado esquerdo no inicio do movimento, e punho mais alto no final do movimento. O sujeito dois no inicio das três séries, apresentou alterações significativas no ombro e cotovelo direitos para baixo no final do movimento, sendo que na 1º e 2º serie, o punho se manteve mais alto em relação ao lado esquerdo, já na terceira o punho se encontra mais baixo que no lado esquerdo. No final das 3 séries apresentou alterações no ombro direito em função de maior ou menor flexão do cotovelo no inicio do movimento e no final do movimento, apresentou alterações no ombro, cotovelo e punho direitos mais baixos em relação ao lado oposto. CRUCIFIXO INVERTIDO Nº DE SUJEITOS (n=3) Nº SÉRIES SEM ALTERAÇÃO 1 3 ALTERAÇÃO NO OMBRO E/OU COTOVELO 2 6 16 Foto 2: fim do movimento no inicio da 1º série do exercício elevação lateral, sujeito B O sujeito três apresentou no fim do movimento, nas três séries, alterações no cotovelo, e ombro direito para baixo e punho para cima. Observou-se que em todos os movimentos do exercício, o individuo apresenta mais flexão no cotovelo esquerdo, talvez para compensar o desvio da postura. Nesta perspectiva, a tabela 2, demonstra a quantidade de indivíduos que apresentaram alterações em quaisquer angulações de articulação, se comparado com a execução correta do exercício elevação lateral, onde o executante deveria abduzir os ombros até a posição horizontal, com os cotovelos um pouco flexionados e retornar à posição inicial, segundo Delavier (2006), porém a maioria apresentou desalinhamento de ombros, cotovelos e punhos. Tabela 2. Relação entre alterações de movimento e séries realizadas para o exercício de Elevação Lateral ELEVAÇÃO LATERAL Nº DE SUJEITOS (n=3) Nº SÉRIES SEM ALTERAÇÃO 0 0 ALTERAÇÃO NO OMBRO, COTOVELO E/OU PUNHO 3 9 17 Durante a realização do exercício três, desenvolvimento sentado com halteres, o sujeito um apresentou na execução do começo e fim das três séries, cotovelo direito mais baixo que no lado esquerdo no inicio do movimento. O sujeito dois apresentou no inicio das três séries cotovelo direito mais alto em relação ao lado oposto no começo do movimento, e ombro direito mais baixo em relação ao lado esquerdo no fim do movimento. Porém no final da 1º serie, apresentou cotovelo mais alto no inicio do movimento e na 3º série apresentou, ombro e cotovelo mais baixo no inicio do movimento, e alteração de ombro para baixo no final do movimento. Enquanto isso o sujeito três exibiu no começo da 1º série, alteração no cotovelo direito para cima no inicio do movimento, e no ombro e punho para cima no fim do movimento. No começo da 2 ª série ocorreu uma alteração cotovelo e punho direitos para cima, observadas no começo e fim do movimento, e no fim da mesma série apresentou alteração no cotovelo direito para cima no início do movimento. Na 3º série, apresentou alteração no ombro, punho e cotovelos direitos para cima. Foto 3: inicio do movimento no começo da 1ª série do exercício desenvolvimento, sujeito C. Deste modo, de acordo com Delavier (2006), o exercício desenvolvimento sentado com halteres é realizado com o dorso aprumado e os halteres no nível dos ombros sustentados pelas mãos em pronação, observa-se que ambos os sujeitos tiveram alteração no alinhamento do 18 ombro e/ou no cotovelo. Podemos relacionar estas alterações dos movimentos ás especificidades de suas curvaturas escolioticas, pois nota-se que na maioria dos casos, notou-se a necessidade de compensar o lado mais encurtado pelo desvio postural, através da elevação do ombro ou cotovelo com a intenção de alinhar as articulações,vistos em todos os exercícios propostos. A tabela a seguir apresenta as alterações para realização do exercício de desenvolvimento sentado com halteres Tabela 3. Relação entre alterações de movimento e séries realizadas para o exercício de Desenvolvimento sentado com halteres. DESENVOLVIMENTO Nº DE SUJEITOS (n=3) SÉRIES SEM ALTERAÇÃO 0 0 ALTERAÇÃO NO OMBRO E/OU COTOVELO 3 9 . CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluiu-se por meio deste estudo que a incidência do desvio postural escoliose influenciou na execução correta dos movimentos propostos, considerando que em apenas um dos exercícios, não houve alteração na execução correta, por apenas um dos indivíduos. Os demais apresentaram na maioria das series de todos os exercícios algum tipo de alteração no alinhamento das articulações, se comparado com o desempenho satisfatório de execução do mesmo, de acordo com o recomendado pelo referencial utilizado. O experimento embasado com a literatura utilizada, evidencia que a presença do desvio postural escoliose, interfere na biomecânica desses movimentos, sendo imprescindível que os profissionais de educação física trabalhem estabelecendo programas de treinamento para correção destas posturas inadequadas através de exercícios que fortaleçam os músculos fracos, e alongam os músculos que se encontram encurtados, para que sejam reestabelecidos o equilíbrio muscular, e postural. Além disso, é incontestavelmente importante que em todo treinamento, o aluno seja submetido a uma avaliação física completa que inclua a avaliação postural, tanto para inicio,como para acompanhamento, melhorando assim o trabalho ideal do profissional de acordo com as limitações e particularidades do aluno. Por fim, sugerimos que sejam aplicados em pesquisas posteriores, os mesmos métodos que utilizamos no presente estudo, porém com maior numero de sujeitos, ou com 19 variadas populações, em níveis diferentes de treinamento no exercício resistido, mostrando novos resultados com continuidade, uma vez que são escassos estudos como este na área de atuação dos profissionais de educação física. REFERENCIAS AABERG,Everett. Musculação: biomecânica e treinamento. São Paulo: Manole, 2001. AMADIO, LOBO DA COSTA ET AL. Introdução à Biomecânica para Análise do Movimento Humano: Descrição e Aplicação dos Métodos de Medição. 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