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EAE0207: Matemática Aplicada à Economia Aula 23: Sistemas de Equações Diferenciais (Cont.) e Equações a Diferenças Marcos Y. Nakaguma 27/10/2017 1 Aviso Não haverá aula nos dias 17/11 (sexta), 22/11 (quarta) e 24/11 (sexta). Haverá reposição nos dias 6/11 (segunda) e 13/11 (segunda) às 7h30 na sala G-3. A prova nal será realizada no dia 1/12 (sexta). 2 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Na última aula, vimos como resolver, pelo método da substituição, sistemas de equações lineares do seguinte tipo: � y1 = a11y1 + a12y2 � y2 = a21y1 + a22y2 ou, em termos matriciais:" � y1 � y2 # = � a11 a12 a21 a22 � | {z } A � y1 y2 � Vimos também que existe uma relação bastante próxima entre os autovetores e autovalores da matriz de coe cientes A e a solução do sistema de equações diferenciais... 3 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Em particular, considere o sistema:" � y1 � y2 # = � a11 a12 a21 a22 � � y1 y2 � Sejam λ1 e λ2 dois autovalores reais distintos e v1 = � v11 v12 � e v2 = � v21 v22 � os seus respectivos autovetores. Neste caso, a solução geral do sistema é dada por:� y1 (t) y2 (t) � = k1 � v11 v12 � eλ1t + k2 � v21 v22 � eλ2t 4 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Considere novamente o seguinte sistema de equações lineares: � y1 = y1 + 4y2 � y2 = y1 + y2 Mostramos que a solução geral do sistema é dada por: y1 (t) = k1e 3t + k2e �t y2 (t) = 1 2 k1e 3t � 1 2 k2e �t ou, em forma matricial:� y1 (t) y2 (t) � = k1 � 1 1 2 � e3t + k2 � 1 � 12 � e�1t 5 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares As possíveis trajetórias das variáveis y1 (t) e y2 (t) podem ser reprepresentadas conjuntamente através do seguinte grá co: 6 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Exemplo 2: Encontre a solução geral do seguinte sistema de equações lineares: � y1 = y1 � 5y2 (1) � y2 = 2y1 � 5y2 (2) Além disso, obtenha a solução particular que satisfaz y1 (0) = 1 e y2 (0) = 0. I Re-escreva a equação (6) como: y2 = � 1 5 � � y1 � y1 � (3) Da expressão acima, segue que: � y2 = � 1 5 � �� y 1 � � y1 � 7 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares (Cont.) I Substituindo y2 e � y2 na equação (2), obtemos: � 1 5 � �� y 1 � � y1 � = 2y1 + � � y1 � y1 � Re-arranjando, obtemos a seguinte equação de segunda ordem em y1: �� y 1 + 4 � y1 + 5y1 = 0 (4) I As raízes da equação característica associadas a esta equação diferencia são: λ = �2� i Logo, a solução geral da equação acima é dada por: y1 (t) = e �2t [k1 cos (t) + k2sen (t)], (5) com � y1 = �2e �2t [k1 cos (t) + k2sen (t)] + e �2t [�k1sen (t) + k2 cos (t)] 8 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares (Cont.) I Substituindo as duas expressões acima na equação (3), obtemos: y2 = 1 5 � 3e�2t [k1 cos (t) + k2sen (t)]� e�2t [�k1sen (t) + k2 cos (t)] � ) y2 (t) = e �2t h� 3 5k1 � 1 5k2 � cos (t) + � 1 5k1 + 3 5k2 � sen (t) i I Portanto, a solução geral do sistema é: y1 (t) = e �2t [k1 cos (t) + k2sen (t)] y2 (t) = e �2t �� 3 5 k1 � 1 5 k2 � cos (t) + � 1 5 k1 + 3 5 k2 � sen (t) � 9 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares (Cont.) I Dada as condições iniciais y1 (0) = 1 e y2 (0) = 0, temos que: y1 (0) = k1 = 1 y2 (0) = 3 5 k1 � 1 5 k2 = 0 Logo, k1 = 1 e k2 = 3. I Portanto, a solução particular do sistema é: y1 (t) = e �2t (cos (t) + 3sen (t)) y2 (t) = e �2t (2sen (t)) 10 Equações a Diferenças 11 Equações a Diferenças Nas aulas anteriores, assumimos que o tempo (t) era uma variável contínua, de modo que o padrão da variação de uma variável qualquer y poderia ser capturado pelas suas derivadas dy dt , d 2y dt2 , etc. Nesta parte do curso, analisaremos o caso em que o tempo é uma variável discreta, de forma que a noção de derivada não será mais apropriada. Neste caso, estaremos interessados em encontrar uma sequência de valores fy0, y1, y2, ..., yt , ...g que satisfaça uma relação com a seguinte forma: yt+n = F (t, yt , yt+1, ..., yt+n�1) Esta equação relaciona os valores da variável y em diferentes períodos e é denominada equação a diferenças. 12 Equações a Diferenças São exemplos de equações a diferenças: yt+1 = yt + 2 e yt+1 = 0, 9yt Note que essas equações podem ser expressas de maneira equivalente como: ∆yt = 2 e ∆yt = �0, 1yt�1, onde de nimos ∆yt � yt � yt�1 como a primeira diferença da variável y em t. 13 Equações a Diferenças É importante notar também que o índice de tempo de uma equação a diferenças se refere a qualquer período t = 0, 1, 2, ... . Assim, por exemplo, no caso da equação yt+1 = yt + 2 valem as seguintes relações: y1 = y0 + 2 y2 = y1 + 2 ... yt+1 = yt + 2 yt+2 = yt+1 + 2 ... 14 Equações a Diferenças de Primeira Ordem Considere a seguinte equação a diferenças (autônoma) de primeira-ordem: yt+1 = ayt + b I Note que, neste caso, podemos escrever: y1 = ay0 + b y2 = ay1 + b = a (ay0 + b) + b = a 2y0 + b+ ab y3 = ay2 + b = a(a 2y0 + b+ ab) + b = a 3y0 + b+ ab+ a 2b ... yt = ayt�1 + b = a ty0 + b+ ab+ ...+ a t�1b 15 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I Logo, a solução geral é dada por: yt = a ty0 + b+ ba+ ...ba t�1| {z } P.G. I Se a 6= 1, a expressão acima pode ser escrita como: yt = a ty0 + b 1� at 1� a ) ) yt = � y0 � b 1�a � at + b1�a I Se, por outro lado, a = 1, então temos que: yt = y0 + bt 16 Equações a Diferenças de Primeira Ordem Exemplo 1: Resolva a seguinte equação: yt+1 + 2yt = 10 com y0 = 7. I Primeiro, re-escreva a equação acima como: yt+1 = �2yt + 10 Vimos pelo método iterativo que a solução dessa equação tem forma geral dada por: yt = � y0 � 10 3 � (�2)t + 10 3 I Substituindo y0 = 7, obtemos: yt = 11 3 (�2)t + 10 3 17 Equações a Diferenças de Primeira Ordem (Cont.) I A solução acima determina a seguinte trajetória: Neste caso, dizemos que a trajetória é divergente e oscilatória. 18 Trajetórias Temporais Considere uma equação a diferenças de primeira ordem: yt+1 = ayt + b, com b 6= 0. Vimos que a solução deste problema é dada por: yt = � y0 � b 1�a � at + b1�a , se a 6= 1 e yt = y0 + bt, se a = 1 19 Trajetórias Temporais Suponha que y0 6= b1�a , com b 6= 0. Neste caso, dizemos que: i . Se jaj < 1, a trajetória de yt é convergente; ii . Se jaj > 1 ou a = 1 com b 6= 0, a trajetória de yt é divergente. iii . Se a = �1, a trajetória de yt é neutramente estável. Além disso, dizemos que: i . Se a < 0, a trajetória de yt é oscilatória; ii . Se a > 0, a trajetória de yt é não-oscilatória. 20
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