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bq II 2ª prova teórica

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Biossínteses
Vias anabólicas que usam energia química na forma de ATP ou NADH ou NADPH para sintetizar os componentes celulares a partir de moléculas precursoras simples.
O primeiro princípio da biossíntese é que a via de síntese de uma biomolécula é diferente da via de degradação. Embora essas duas vias possam compartilhar muitas reações reversíveis, sempre há um passo enzimático exclusivo de cada uma. Se as vias fossem catalisadas pelo mesmo conjunto de enzimas atuando reversivelmente, o fluxo de carbono seria governado pela lei das massas e não pelas necessidades energéticas das células. 
O segundo princípio é que as vias catabólicas e anabólicas correlacionadas são controladas pela regulação de uma ou mais das reações exclusivas de cada via. Assim, as vias oponentes são reguladas de maneira coordenada e recíproca de forma que a estimulação da via da biossíntese é acompanhada pela inibição da via degradativa correspondente e vice-versa.
Terceiro, os processos biossintéticos que consomem energia são acoplados à quebra de ATP de forma que eles são essencialmente irreversíveis.
OBS: 
Regulação enzimática
Existem duas grandes classes de enzimas reguladoras:
Enzimas alostéricas: funcionam por meio da ligação não covalente reversível de compostos chamados moduladores alostéricos.
As proteínas alostéricas são proteínas que possuem outras conformações induzidas pela ligação dos moduladores. O mesmo ocorre para as enzimas alostéricas que são mais ativas ou menos ativas de acordo com a indução dos moduladores (que podem ser inibidores ou ativadores)
Enzimas reguladas por modificação covalente da molécula da enzima:
As fosforilações representam a grande maioria das modificações reguladoras conhecidas. Os grupos fosfato afetam a estrutura e a atividade catalítica das proteínas. A ligação do fosfato é catalisada por proteínas quinases e a remoção é catalisada pelas fosfatases. O grupo fosfato pode alterar a atividade catalítica através da formação de sítios mais ativos (Ex: resíduos serina-fosfato na fosforilase a) ou através da alteração da afinidade ao substrato (repulsão eletrostática da isocitrato desidrogenase).
Algumas enzimas que possuem uma regulação mais fina podem ser ativadas/ desativadas alostericamente e através da ligação covalente.
Ciclo das Pentoses-Fosfato
 O ciclo das pentoses é uma via alternativa da glicose (além da glicólise) necessária para a formação de produtos necessários na biossíntese.
Fontes redutoras: NADPH
Intermediários metabólicos (nucleotídeos e aminoácidos)
Açúcares de diferentes cadeias (promove interconversão das oses: 3C, 4C, 5C, 6C e7C)
Nos mamíferos, a função redutora do NADH é largamente utilizada em tecidos que realizam ativamente a biossíntese de ácidos graxos e esteróides, particularmente a glândula mamária, o tecido adiposo, o córtex adrenal e o fígado. É importante nas hemácias também, pois os seus componentes precisam estar reduzidos e também precisam evitar formas reativas do O (através da glutationa), e, para isso, precisam do NADPH. 
Esse ciclo faz o desvio da glicose-6-fosfato da glicólise e pode ser dividido em 2 fases:
Fase oxidativa:
O ramo oxidativo começa com a glicose-6-fosfato (glicose-6P), que é desviada da via glicolítica, sendo convertida a uma pentose-fosfato. A glicose-6P deve perder 1 carbono, o que ocorre através de uma reação de descarboxilação.
Conversão da glicose-6P em 6-fosfoglucono-δ-lactona pela enzima glicose-6P desidrogenase (especifica para NADP+).
6-fosfoglucono-δ-lactona é hidrolisada formando 6-fosfogluconato catalisada pela 6-fosfogluconolactanase
6-fosfogluconato sofre a descarboxilação oxidativa catalisada pela enzima fosfogluconato desidrogenase, levando à redução de NADP+, à liberação de CO2 e à formação da pentose ribulose-5P (reação irreversível)
Saldo por molécula de glicose-6P: 2 NADPH 
 1 ribulose-5-fosfato
Fase não-oxidativa: 
Conversão de moléculas de ribulose-5P em duas outras pentoses: a ribose-5P ou a xilulose-5P
A ribose-5P é um componente dos nucleotídeos, podendo ser usada na formação destes compostos. Entretanto, nem sempre o requerimento de poder redutor para as reações de biossíntese coincide com a necessidade de ribose-5P. Assim, as reações do ramo não-oxidativo são responsáveis pela conversão das pentoses formadas em intermediários comuns do metabolismo, que podem ser usados em outras vias metabólicas.
As pentoses-fosfato são convertidas em intermediários da via glicolítica através de uma série de reações de rearranjo. Essas reações consistem na clivagem e na formação de ligações C – C. 
Duas moléculas de xilulose-5P e uma molécula de ribose-5P são convertidas em 2 frutose-6P e 1 gliceraldeído-3P, ambos intermediários da glicólise. 
Assim, os 15 carbonos presentes nas três pentoses são rearranjados como duas moléculas de 6 carbonos (2 frutose-6P) e uma molécula de 3 carbonos (o gliceraldeído-3P), somando 15 carbonos.
Regulaçao
O fluxo através da via das pentoses-fosfato e, conseqüentemente, a taxa de redução de NADP+ a NADPH são regulados essencialmente pela atividade da glicose-6P desidrogenase. Esta enzima é regulada pelos níveis de NADP+, um de seus substratos. Quando a célula consome NADPH, quando começa a sintetizar lipídeos, por exemplo, a concentração de NADP+ aumenta, favorecendo a atividade da glicose-6P desidrogenase, regenerando o NADPH.
Obs:
 NADH x NADPH
O NADH participa indiretamente da síntese do ATP, transferindo os elétrons liberados nas reações de oxidação dos nutrientes para a cadeia transportadora de elétrons. 
O NADPH está envolvido na utilização da energia livre das reações de oxidação para as reações de biossíntese redutivas. Esta diferenciação é possível graças à especificidade das enzimas por suas coenzimas.
Biossíntese de Lipídios
Os lipídios são a forma principal de armazenamento de energia na maioria dos organismos e são os principais constituintes das membranas celulares. Logo, a capacidade de sintetizar uma grande variedade de lipídios é essencial para todos os organismos.
A biossíntese dos ácidos graxos e a sua oxidação ocorrem por vias totalmente diferentes, são catalisadas por conjuntos diferentes de enzimas e ocorrem em compartimentos distintos da célula.
Primeiramente ocorre a formação de um intermediário de 3C, o malonil –CoA a partir do acetil-CoA, através da adição de um grupo carboxila (derivado do bicarbonato) catalisada pela acetil-CoA carboxilase.Utiliza-se 1 ATP.
As longas cadeias carbônicas dos ácidos graxos são montadas em uma seqüência repetitiva de reações com 4 passos. O grupo acila saturado produzido durante esse conjunto de 4 reações se transforma no substrato de uma nova condensação com o grupo malonil ativado. Cada uma das passagens através do ciclo aumenta a cadeia em 2C e quando o comprimento da cadeia atinge 16C, o produto formado (palmitato) abandona o ciclo.
Todas essas reações são catalisadas pelo complexo multienzimático ácido graxo sintase. As proteínas do complexo agem em conjunto para catalisar a formação de ácidos graxos a partir de acetil-CoA e malonil-CoA. Os grupos tióis do complexo são carregados com acetil e ao malonil nas posições corretas. 
Esses dois grupos ficam muito próximos um do outro sendo ativados para o processo de alongamento:
Condensação: ocorre a formação do grupo acetoacetil-ACP e a produção de uma molécula de CO2.
O átomo de carbono presente no CO2 é o mesmo átomo de carbono introduzido no malonil - CoA a partir de bicarbonato.Essa adição aparentemente desnecessária para a formação de malonil ativado faz com que a reação de condensação seja mais favorável termodinamicamente ( é mais fácil malonil+acetil do que acetil+ acetil).
OBS: acetato ativado -> degradação
Malonil ativado -> síntese
Essa diferença de grupos ativos faz com que ambas as reações, embora sejam inversas, sejam favoráveis.
Redução do grupo carbonila: O acetoacil-ACP sofre redução do grupo carbonila para formar β-hidroxibutiril-ACP.O doador de elétrons é o NADPH.Desidratação: retirada de H2O formando trans-Δ2-butenoil-ACP
Redução da dupla ligação: formação do butiril-ACP e o NADPH é o doador de e-.
OBS: ACP (proteína transportadora de acila): É uma região de ligação dos grupamentos acila.
O grupo butiril é agora transferido para outra região do complexo e outro grupo malonil se liga na região desocupada pelo butiril para iniciar o próximo ciclo das 4 reações. No final de 7 ciclos de condensação o palmitato é liberado da ACP. O palmitato é o precursor de outros ácidos graxos de cadeia longa, formados por meio da ação de sistemas de alongamento dos ácidos graxos presentes no REL e na mitocôndria.
Fonte de acetil:
Quase todo o acetil-CoA empregado na síntese de ácidos graxos é oriundo da oxidação do piruvato nas mitocôndrias e do catabolismo dos esqueletos carbônicos dos aminoácidos. O acetil-CoA originado da oxidação de ácidos graxos não é uma fonte representativa, pois as duas vias são reguladas de forma recíproca.
Como a membrana mitocondrial é impermeável ao acetil-CoA, o acetil intramitocondrial reage com o oxaloacetato para formar citrato que será transportado para fora da mitocôndria. No citosol o citrato é clivado para regenerar o acetil-CoA. Como o oxaloacetato não possui transportador na membrana mitocondrial para voltar à mitocôndria, ele é reduzido a malato que é transportado por um simporte que troca por citrato. Na matriz, o malato é oxidado para regenerar o oxaloacetato. Ou ao invés de ser transportado para amitocondria, o malato pode ser utilizado para gerar NADPH citosólico.
Regulação:
 	Quando uma célula ou organismo tem em disponibilidade combustível metabólico mais que suficiente pra suprir suas necessidades energéticas de momento, o excesso em geral é convertido em ácidos graxos e armazenado como lipídios. 
A acetil- CoA carboxilase é regulada por retroalimentação pelo palmitoil-CoA e por citrato alostericamente ou também por fosforilação.
Quando há o aumento nas concentrações mitocondriais de acetil e de ATP, o citrato é transportado para fora da mitocôndria e transforma-se tanto no precursor de acetil citosólico, como em um sinal alostérico para a acetil- CoA carboxilase .
A fosforilação é acionada pelos hormônios glucagon e epinefrina e provoca a inativação da enzima, diminuindo a síntese de ácidos graxos.
(figura acetil coa carboxilase)
O malonil-CoA bloqueia a β-oxidação inibindo a carnitina aciltransferase I (não há transporte de acetil-carnitina para a mitocôndria).Portanto, não há desperdício de energia pelo ciclo síntese -degradação
Biossíntese de carboidratos (gliconeogênese)
É a formação da glicose a partir de precursores diferentes das hexoses.Ocorre principalmente no fígado nos animais superiores. Os precursores importantes da glicose nos animais são o lactato, o piruvato, o glicerol e a maioria dos aminoácidos. Porém, os intermediários do ciclo de Krebs (citrato, isocitrato, succinato...) podem ser oxidados a oxalacetato e ser utilizados nesta via. Além disso, alguns aminoácidos (chamados aminoácidos glicogênicos) são convertidos em piruvato ou intermediário do ciclo, também podendo participar (alanina e glutamina em especial, pois são as principais moléculas empregadas no transporte de grupo amino para o fígado). Não é possível utilizar ácidos graxos.
A biossíntese da glicose é uma necessidade absoluta nos mamíferos porque o cérebro e o restante do sistema nervoso,assim como os eritrócitos, a medula renal, os testículos e os tecidos embrionários, necessitam da glicose fornecida por meio do sangue como principal ou única fonte de energia.
A conversão do piruvato em glicose é uma via central da gliconeogênese e ocorre principalmente no citosol. Embora a glicólise e gliconeogênese compartilhem vários passos intermediários, elas não são idênticas. 
Três passos da glicólise são essencialmente irreversíveis e não podem ser utilizadas na gliconeogênese:
Conversão de glicose em glicose-6-bifosfato (hexoquinase)
Fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato (fosfofrutoquinase-1-PFK1)
Conversão de fosfoenolpiruvato (PEP) em piruvato (piruvato quinase)
Esses três passos são contornados por um conjunto separado de enzimas que catalisa a reações irreversíveis na direção da síntese da glicose. Concluindo, a glicose e a gliconeogênese são processos irreversíveis nas células, regulados de forma independente por controles exercidos por enzimas especificas de cada via.
Conversão do piruvato em PEP (1º contorno)
A fosforilação do piruvato é conseguida por uma seqüência de reações que requer tanto enzimas presentes no citosol quanto no interior das mitocôndrias.
O piruvato é transportado do citosol para a mitocôndria (ou gerado na mitocôndria por transaminação da alanina). Então o piruvato é convertido em oxaloacetato pela piruvato carboxilase (enzima mitocondrial ativada alostericamente por acetil-CoA). Utiliza-se 1 ATP.
O oxaloacetato formado é reversivelmente reduzido a malato pela malato desidrogenase mitocondrial com o consumo de NADH.
A seguir, o malato abandona a mitocôndria por meio do transportador presente na membrana interna . No citosol o malato é reoxidado em oxaloacetato, com produção de NADH citosólico (isso é uma forma de aproveitamento do NADH mitocondrial para a formação de NADH citosólico-> fornece equilíbrio entre a produção e consumo de NADH no citosol durante a gliconeogênese)
O oxaloacetato então é convertido em PEP pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase por meio de uma reação dependente de Mg+2 e o GTP é o doador. Libera CO2 (mesma molécula que foi adicionada no piruvato na formação de oxaloacetato).
OBS: Quando o lactato é precursor: 
A conversão do lactato a piruvato no citosol do hepatócito libera NADH, portanto não é necessária a exportação do malato da mitocôndria para o citosol. O piruvato é transportado para o interior da mitocôndria, e convertido em oxaloacetato, porém esse oxaloacetato é convertido diretamente em PEP por uma fosfoenolpiruvato carboxiquinase mitocondrial . O PEP é então transportado para o citosol para continuar a via.
Conversão da frutose-1,6-bifosfato em frutose-6-fosfato: é catalisada pela frutose-1,6-bifosfatase dependente de Mg+2 que promove a hidrolise do fosfato (sem a incorporação do fosfato pelo ADP -> não forma ATP e sim Pi)
Conversão da glicose-6-fosfato em glicose livre: desfosforilação da glicose-6-fosfato pela glicose-6-fosfatase liberando apenas Pi (sem a formação de ATP, que faria a reação se tornar desfavorável termodinamicamente). A reação é dependente de Mg+2 . Essa enzima só está presente no fígado e no rim, portanto a gliconeogênese ocorre somente nesses tecidos.
Saldo Total:
Gasto (por molécula de glicose formada) de: 4 ATP
2 GTP
2 NADH (redução do 1,3-bifosfoglicerato)
Regulação
Para assegurar que as necessidades metabólicas serão satisfeitas e que ciclos fúteis não ocorram em condições normais, a gliconeogênese e a glicólise são reguladas separada e reciprocamente.
O primeiro ponto de controle é o destino do piruvato que pode ser convertido em oxalacetato (piruvato carboxilase - gliconeogênese) ou acetil-CoA (piruvato desidrogenase - ciclo de Krebs). O acetil-CoA é modulador positivo da piruvato carboxilase e negativo da piruvato desidrogenase, portanto, favorece a gliconeogênese. 
Necessidades energéticas supridas-> fosforilação oxidativa desacelera-> acúmulo de NADH (inibição do ciclo de Krebs) -> aumento da concentração de acetil-CoA-> inibição da piruvato desidrogenase (diminui a formação de acetil-CoA proveniente de piruvato) E ativação da piruvato carboxilase-> excesso de piruvato convertido em glicose
O segundo ponto de controle é a reação catalisada pela frutose-1-6-bifosfatase que é fortemente inibida pelo AMP. E a fosfofrutoquinase-1 (PFK1) é ativada por AMP e ADP, porém inibida por ATP ou citrato. Portanto, em altas concentrações de ATP ou citrato a gliconeogênese é favorecida.
No fígado, a regulação hormonal (pelo glucagon) é mediada pela frutose-2,6-bifosfato. Essa enzima quandose une ao seu sitio alostérico na PFK1 aumenta a afinidade dela pelo seu substrato e reduz a afinidade pelos seus inibidores, ou seja, ATIVA a PFK1, favorecendo a glicólise. Ao mesmo tempo inibe a frutose-1,6-bifosfatase (FBPase 1), desacelerando a gliconeogênese.
A concentração da frutose-2,6- bifosfato reflete o nível de glucagon no sangue. É formada pela fosforilação da frutose-6-fosfato catalisada pela fosfofrutoquinase 2(PFK2)e é destruída pela frutose-2,6-bifosfatase (FBPase 2).
A FBPase 2 e a PFK2 são duas atividades de uma mesma enzima. Quando fosforilada, aumenta a atividade FBPase 2 e inibe a PFK 2, portanto, o glucagon (que promove a fosforilação de uma série de proteínas) diminui o nível celular de frutose-2,6-bifosfato inibindo a glicólise e estimulando a gliconeogênese.
Formação do Glicogênio (reserva)
	Quando há glicose livre em excesso, ela é convertida em formas poliméricas para armazenamento. Nos vertebrados, a principal forma de armazenamento da glicose é o glicogênio. A síntese de glicogênio é feita especialmente no fígado (funciona como reservatório de glicose de fácil conversão em glicose sanguínea para a distribuição para outros tecidos) e nos músculos esqueléticos (reservatório de energia para a contração muscular).
Muitas das reações nas quais as hexoses são transformadas ou polimerizadas (que é o caso da formação do glicogênio) envolvem os nucleotídeos de açúcar, compostos no qual o açúcar é ativado através de uma ligação a um nucleotídeo. Isso é feito pois os nucleotídeos de açúcar tornam a reação de formação do glicogênio irreversível, servem como marcação das hexoses de diferentes destinos (glicose+ nucleotídeo= síntese de glicogênio, glicose-nucleotídeo = outros destinos - glicólise por exemplo-).
O ponto de início da síntese do glicogênio é a glicose-6-fosfato que é convertida a glicose-1-fosfato pela fosfoglicomutase.
Depois ocorre a formação da UDP-glicose (nucleotídeo de açúcar) pela ação da UDP-glicose pirofosforilase.
A UDP-glicose é o doador imediato de resíduos de glicose para a formação enzimática do glicogênio através da glicogênio sintase (promove a transferência do resíduo glicosil da UDP-glicose para uma extremidade da molécula ramificada do glicogênio). A glicogênio sintase precisa de um molde preexistente da cadeia de poliglicose. Há também outra enzima que adiciona grupamento glicosil nas ramificações da cadeia poliglicose chamada glicosil-(4→6)-transferase. A ramificação faz com que a molécula do glicogênio seja mais solúvel, o que a torna mais acessível às enzimas.
Formação de um molde prévio através da glicogenina que serve de molde inicial ao primeiro resíduo de glicose e também serve como catalisadora da reação de formação do glicogênio nascente.
Ligação covalente do primeiro resíduo de glicose à glicogenina
Formação de um complexo firme com a glicogênio sintase
A cadeia nascente é aumentada pela adição seqüencial de até mais 7 resíduos
Glicogênio sintase dissocia-se da glicogenina e continua a estender a cadeia
A ação combinada da glicogênio sintase e da enzima de ramificação completa a estrutura de cada partícula de glicogênio
Integração e Regulação do Metabolismo
Os tecidos e os órgãos de organismos complexos possuem funções especializadas. Estas apresentam requerimentos energéticos e padrões de metabolismo característicos. Sinais hormonais integram e coordenam as atividades metabólicas dos diferentes tecidos e realizam a alocação otimizada de combustíveis e precursores para cada órgão.
A manutenção da concentração norma da glicose no sangue é uma alta prioridade do organismo e, uma variedade de mecanismos reguladores surgiu para isso. Entre os hormônios mais importantes da glicose sanguínea estão o glucagon, a insulina e adrenalina.
Adrenalina
A adrenalina é liberada no sangue para preparar os músculos, os pulmões e o coração para um surto de atividade. Quando um animal sofre uma situação estressante que requer atividade aumentada (lutar ou fugir, por exemplo), os sinais neurais do cérebro desencadeiam a liberação de adrenalina que aumenta a velocidade e força dos batimentos cardíacos e elevam a pressão sanguínea, aumentando, portanto o fluxo de O2 e combustíveis para tecidos e dilatando as passagens respiratórias facilitando a captação do O2.
A adrenalina age primariamente no músculo, tecido adiposo e fígado. 
Ela ativa a glicogênio fosforilase e inativa a glicogênio sintase através da fosforilação dependente do cAMP das enzimas, estimulando a degradação do glicogênio hepático em glicose sanguínea (para trabalho muscular aeróbico).
Também promove a degradação anaeróbica do glicogênio do músculo esquelético em lactato estimulando a formação glicolítica do ATP. A estimulação da glicólise é acompanhada pela elevação da frutose-2,6-bifosfato que também inibe a gliconeogênese.
Além disso, estimula a mobilização de gorduras no tecido adiposo ativando (pela fosforilação dependente de cAMP) a lipase dos triagliceróis. 
Finalmente a adrenalina estimula a secreção do glucagon e inibe a secreção da insulina, reforçando o seu efeito na mobilização dos combustíveis inibindo o seu armazenamento
Resultado: (+) glicogênio fosforilase
 (-) glicogênio sintase
↑lactato
↑frutose-2,6-bifosfato (estimula glicólise e inibe gliconeogênese)
(+) lipase (quebra de gordura)
↑Glucagon
↓insulina
Glucagon
	O glucagon carrega a mensagem que a glicose sanguínea está muito baixa. Mesmo na ausência de atividade física significante ou de estresse, várias horas após a ingestão de dieta de carboidratos, a glicose sanguínea cai por causa da oxidação da glicose pelo cérebro e outros tecidos. A diminuição da glicose no sangue desencadeia a secreção do glucagon e diminui a liberação de insulina.
O glucagon induz o aumento da glicose sanguínea de varias maneiras
Estimula a degradação do glicogênio hepático ativando a glicogênio fosforilase e inativando a glicogênio sintase por fosforilação (desencadeada pelo cAMP) no fígado
Diminui a concentração da frutose-2,6-bifosfato inibindo a glicólise e ativando a gliconeogênese no fígado. (contrário da adrenalina)
Inibe a piruvato quinase bloqueando a conversão do PEP em piruvato e evitando a oxidação do piruvato pelo ciclo de Krebs. O acumulo de PEP favorece a gliconeogênese no fígado
Ativa a lipase dos triagliceróis que libera os ácidos graxos que, por sua vez, são exportados para o fígado e outros tecidos como combustível poupando a glicose para o cérebro.
Estimulando a degradação do glicogênio hepático, evitando a utilização da glicose no fígado pela glicólise e promovendo a gliconeogênese, o glucagon capacita o fígado a exportar glicose para o sangue, restaurando a glicose em seu nível normal.
Resultado: (+) glicog. fosforilase
 (-) glicogênio sintase
 (-) piruvato quinase
 ↑PEP
 ↓frutose-2,6-bifosfat
 (+)lipase
 (-) pir. desidrogenase
 (-)ac-CoA carboxilase
 
Jejum curto
Em jejum curto, a concentração sanguínea da glicose começa a cair, a secreção de insulina diminui e a de glucagon é estimulada. A reserva de glicogênio no fígado é degradada, formando a glicose que será exportada para os outros tecidos. No músculo ocorre a degradação de algumas proteínas que são exportadas na forma de alanina, e também ocorre a fermentação formando lactato que também será exportado para o fígado onde será convertido em glicose que, por sua vez, será distribuída.
Não há mobilização do tecido adiposo, e não há degradação das proteínas hepáticas.
Jejum prolongado
Depois de um jejum noturno, quase todo o glicogênio hepático e a maioria do glicogênio muscular foram utilizados. Dentro de 24h, a concentração sanguínea da glicose começa a cair, a secreção de insulina diminui e a de glucagon é estimulada. Esses sinais hormonais levam à mobilização dos triagliceróis, que se tornam os combustíveis primários para o músculo e o fígado.
Para fornecer glicose para o cérebro, o fígado degrada certas proteínas e seus grupos aminos sãoconvertidos em uréia e os esqueletos carbônicos dos aminoácidos glicogênicos são convertidos em piruvato ou intermediários do ciclo de Krebs. Esses intermediários, o piruvato, assim como o glicerol (derivado dos triagliceróis) fornecem o material inicial para a gliconeogênese no fígado produzindo glicose para o cérebro.
Eventualmente, o uso dos intermediários do ciclo de Krebs acaba com o oxaloacetato, evitando a entrada de acetil-CoA no ciclo. Ocorre então o acúmulo de acetil-CoA( produzido pela oxidação de ácidos graxos) favorecendo a formação de corpos cetônicos (estrutura para transporte de acetil pelo sangue) no fígado. Depois de alguns dias de jejum, os níveis de corpos cetônicos no sangue aumentam à medida que esses combustíveis são exportados do fígado.
O jejum prolongado pode levar a uma superprodução de corpos cetônicos e talvez a morte. Quando as reservas de gordura se esgotam, inicia-se a degradação de proteínas funcionais, o que leva a perda das funções cardíacas, hepáticas e à morte.
Insulina
A insulina sinaliza aos tecidos que a concentração de glicose sanguínea é maior que a necessária. A insulina estimula a captação da glicose pelo tecido muscular, em que a glicose é convertida em glicose-6-fosfato. Também ativa a glicogênio sintetase e inativa a glicogênio fosforilase (através da desfosforilação), de forma que a maior parte da glicose-6-fosfato seja canalizada para o glicogênio. 
Em conseqüência da captação acelerada da glicose no sangue, a concentração da glicose cai, diminuindo a taxa de liberação de insulina pelo pâncreas.
Também estimula o armazenamento do excesso de combustível como gordura ativando as enzimas da glicólise e a piruvato desidrogenase (piruvato→acetil-CoA). O acetil-CoA não oxidado na produção de energia é usado para síntese de acido graxo no fígado que são transportados
Resultado: (+) glicogênio sintase
 (-) glicogênio fosforilase
 (+) piruvato desidrogenase
 (+) piruvato quinase
 (+) acetil-CoA carboxilase

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