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Rafaela Pamplona Gliconeogênese Síntese da glicose Importante para a manutenção da glicose sanguínea durante o jejum e a inanição, através do qual precursores não glicídicos formam glicose. Após uma refeição rica em carboidratos, os níveis de glicose se elevam. Nesse momento, a insulina é liberada facilitando a captação de glicose pelas células, sendo fosforilada para seguir três caminhos. Um desses caminhos é o armazenamento e forma de glicogênio, que durante os intervalos das refeições, será degradado para fornecimento de energia com o auxílio da liberação de glucagon. Porém, esse glicogênio se esgota em um prazo de 18 a 24 horas. No jejum prolongado, é um processo fundamental para a homeostase, pois o organismo lança mão de outro meio para buscar energia, como a gliconeogênese ou a lipólise (β-oxidação). A gliconeogênese é a formação de glicose a partir de substâncias que não são carboidratos: piruvato, lactato, alanina, glicerol e AA. A alanina utilizada na gliconeogênese é garantida pela dieta (resultado da degradação protéica), pois o organismo dificilmente utiliza proteínas armazenadas no corpo, uma vez que elas são essenciais para inúmeras outras funções. Cérebro: usa apenas glicose como fonte de energia (120g/dia). As enzimas cerebrais possuem ↓Km pela glicose, ou seja, ↑afinidade. Rapidamente deve haver a conversão de glicose para glicose-6-fosato, para que ela permaneça no meio intracelular. Outros tecidos que necessitam do suprimento contínuo de glicose: hemácias, cristalino, testículos e os m esquelético em exercício. → Lactato: produzido pelas cel vermelhas e músculos O lactato é produzido pela glicólise anaeróbica em tecidos como músculo em exercício ou hemácias, assim como por adipócitos durante o estado alimentado, sendo convertido em piruvato pela enzima lactato- desidrogenase. → Aminoácidos: proteínas musculares, particularmente a alanina Aminoácidos provém principalmente do tecido muscular, onde podem ser obtidos pela degradação de proteína muscular. Todos os aminoácidos, exceto a leucina e a lisina, podem originar glicose ao serem metabolizados em piruvato ou oxaloacetato. A alanina, principal aminoácido gliconeogênico, é produzida no músculo a partir de outros aminoácidos e de glicose. → Glicerol: triglicerídeos (lipólise no tecido adiposo) Glicerol é liberado das reservas adiposas de triacilglicerol e entra na rota gliconeogênica como diidroxiacetona fosfato (DHAP). A maioria dos precursores deve entrar no ciclo de Krebs para se convertido em oxalacetato. O oxalacetato é o material de partida para a gliconeogênese. O principal precursor é a proteína muscular durante o jejum e inanição. A gordura é usada para as necessidades energéticas e para a gliconeogênese. A excreção de nitrogênio na urina (ureia) também é aumentada. glicólise X gliconeogênese: são vias opostas de oxidação e redução, com (7) reações reversíveis comuns e (3) pontos de regulação específicos. A gliconeogênese não é simplesmente o inverso da glicólise. Três passos são diferentes da glicólise: 1 – Piruvato para fosfoenolpiruvato (PEP) 2 – Frutose-1,6-bifosfato para frutose-6-fosfato 3 – Glicose-6-fosfato para glicose Elementos envolvidos Glicólise (sobe) Gliconeogênese (desce) Glicose Glicose-6-fosfato Hexoquinase Glicose-6-fosfatase Frutose-6-fosfato Frutose-1,6-bifosfato Fosfofrutoquinase Frutose-1,6- bisfosfatase Fosfoenolpiruvato Piruvato Piruvatoquinase PEPCK Piruvato-carboxilase Rafaela Pamplona Para contornar as três reações irreversíveis na glicólise, o fígado usa quatro enzimas - Piruvato carboxilase – na mitocôndria (oxalacetato para PEP) Fosfoenolpiruvato carboxilase (PEPCK) – no citoplasma para desviar da reação da piruvato quinase - Frutose – 1,6 – bifosfatase para desviar da fosfofrutoquinase - Glicose – 6 – fosfatase para desviar da hexoquinase OBS: A via da gliconeogênese é termodinamicamente desfavorável, pois ela consome AT|P, mas a glicose sintetizada vai para as células que estão precisando para produzir ATP. A energia utilizada é proveniente da β-oxidação, que nos dá uma boa produção de ATP. A regulação do funcionamento das duas vias é feita pelo ATP e seu derivado (AMP) que atuam em enzimas alostéricas e por frutose 1,6 bisfosfato. Lembrar que na célula quando a concentração de ATP é elevada, a concentração de AMP é baixa, e vice-versa. A Fosfofrutoquinase (Glicólise) é inibida por ATP e estimulada por AMP. A Frutose 1,6-bisfosfatase (Gliconeogênese) é inibida por AMP. Reações de controle - enzima reguladora = piruvato carboxilase. 1 - Presente na mitocôndria, é a enzima que transforma o piruvato em oxaloacetato. Ela catalisa a formação do oxalacetato a partir de piruvato e CO2, com gasto de ATP. Essa enzima requer biotina como cofator. 2 - A PEP carboxiquinase (PEPCK) converte oxalacetato em PEP e usa GTP como agente fosforilador. Indivíduos que tem deficiência na enzima biotinase, vão sofrer de hipoglicemia por não acontecer a gliconeogênese. Essa enzima é responsável por manter constante os níveis glicêmicos (homeostase). O exame desta enzima é parte do “teste do pezinho”. O piruvato não forma o fosfoenolpiruvato (reação irreversível), ele primeiro penetra na mitocôndria e sofre uma carboxilação pela ação da piruvato carboxilase, formando oxaloacetato. Essa enzima requer biotina como cofator. O oxaloacetato não pode ser transportado direto para o citosol, sendo transformado em malato pela malato desidrogenase, o malato através de transportadores de membrana é transportado para o citosol. No citosol, o malato é transformado em oxaloacetato pela malato desidrogenase citosólica. O oxalacetato é descarboxilado pela fosfoenolpiruvato carboxicinase, formando o fosfoenolpiruvato. O fosfoenolpiruvato, através das reações da gliconeogênese, forma a glicose-6-Pfosfato, que pela ação de glicose-6-fosfatase, forma a glicose via gliconeogênese. O piruvato (3C) sai do citosol para a mitocôndria, sofrendo ação da enzima piruvato carboxilase associada ao coenzima biotina para formar oxalacetato (4C). O oxalacetato por não possuir transportador para o citosol, sendo convertido para malato (4C), que possui transportador para o citosol. No citosol o malato (4C) é convertido em oxalacetato (4C), que via fosfoenolpiruvato carboxilcinase é convertido em fosfoenolpiruvato (3C). O piruvato não é transformado direto em oxalacetato no citosol porque a enzima responsável pela conversão está presente dentro da mitocôndria. E o oxalacetato precisa ser convertido em malato porque só o malato é permeável, podendo ser transportado para o citosol. No citosol há enzimas que transformam malato em oxalacetato. Controle Hormonal A gliconeogênese ocorre na contramão da via glicolítica – sua regulação se dá pelos hormônios que regulam as taxas de açúcar no sangue. → Insulina (células β pancreáticas): age durante o estado alimentado, promovendo a compartimentalização dos nutrientes. → Glucagon (células α pancreáticas): age no estado de jejum, estimulando a liberação de substratos energéticos armazenados, estimulando a gliconeogênese A insulina estimula o transporte de glicose para certas células (músculos e tecido adiposo) alterando também a atividade de enzimas-chave que regulam o metabolismo, estimulando o armazenamento de combustível. O glucagon contra – regula os efeitos da insulina, estimulando a liberação dos combustíveis armazenados e a conversão de lactato, aminoácidos e glicerol em glicose. Rafaela Pamplona Ciclo de Cori ou Via Glicose – lactato – glicose (músculo) O lactato é formado a partir de piruvato quando a via glicolítica segue na ausência de oxigênio, como no músculo em atividade intensa. O glicogênio é quebrado pela via glicolíticaaté formar piruvato (muscular), que será transformado em lactato pela enzima lactato desidrogenase. O lactato cai na corrente sanguínea para ser novamente transformado em piruvato no fígado pela mesma enzima (reação reversível), para seguir a via da gliconeogênese, transformando-se em glicose-6-fosfato para ser disponibilizada para os diversos tecidos para obtenção de energia. Ao chegar aos hepatócitos, o piruvato entra nas mitocôndrias, pois só está organela possui enzimas capazes de transformar o piruvato em uma substância gliconeogênica. Durante um curto período de intenso esforço físico, a distribuição de oxigênio aos tecidos musculares pode não ser suficiente para oxidar totalmente o piruvato. Nestes casos, a glicose é convertida a piruvato e depois a lactato, através da via da fermentação láctica, fornecendo ATP para os músculos, sem recorrer ao oxigênio. Este lactato acumula-se no tecido muscular e difunde-se na corrente sanguínea. Quando o esforço físico termina, o lactato é convertido a glicose através da gliconeogênese, no fígado. Para isso o indivíduo continua a ter uma respiração acelerada por algum tempo: o O2 extra consumido neste período promove a fosforilação oxidativa no fígado e, consequentemente, uma produção elevada de ATP. O ATP é necessário para a gliconeogênese, formando-se então a glicose a partir do lactato, e esta glicose é transportada de volta aos músculos para armazenamento sob a forma de glicogênio. O ciclo evita que o lactato se acumule na corrente sanguínea, o que poderia provocar acidose láctica. Embora o sangue se comporte como uma solução tampão, o seu pH poderia diminuir (tornar-se mais ácido) com um excesso de lactato acumulado. Além de manter a glicemia constante durante o período de elevada atividade física. Ciclo da Alanina ou Via Glicose – Alanina Os aminoácidos também são utilizados para a produção de glicose. Os principais são alanina e glutamina. A alanina desempenha um papel essencial no transporte dos grupos amino para o fígado, em forma não tóxica, através do ciclo glicose – alanina. Ocorre somente nos músculos esqueléticos, onde os aminoácidos são degradados como combustíveis, os grupos amino são coletados por transaminação, sob a forma de glutamato, que pode então ser convertido em glutamina, para ser transportado até ao fígado, ou então ainda no músculo, pode transferir o seu grupo amina para o piruvato muscular e regenerar a alanina por meio da ação da enzima alanina aminotransferase (ALT). Assim, a alanina passa para a corrente sanguínea e é transportada até ao fígado. No fígado, a alanina é convertida novamente em piruvato, e este é usado para produzir glicose pela via gliconeogênese em um processo semelhante ao do lactato. FÍGADO GLICOSE MÚSCULO Glicose Glicose ↑ ↓ Gliconeogênese → Glicólise ↑ SANGUE ↓ Piruvato ← Piruvato ↑ ↓ Desaminação Transaminação ↑ ↓ Alanina Alanina Alanina Consiste na oxidação da glicose em piruvato, metabolização do piruvato em alanina (com intuito de retirar NH3 tóxico ao músculo), transporte para o fígado, onde será reconvertida em piruvato e o NH3 excretado como uréia. A Alanina atua como transportador dos íons amônio produzidos nos músculos para o fígado, pela aminação do piruvato em alanina, o posterior transporte desta para o fígado e a desaminação desta através da reação com o α-cetoglutarato (transaminação), formam como produtos o glutamato (que será usado no ciclo da uréia) e o piruvato novamente. Reação de transaminação: um aminoácido se liga a um α-cetoácido e seu grupo amino é transferido, tornando-se em outro aminoácido. Rafaela Pamplona Glicose – Glicerol Via lipídica A liberação a partir do tecido adiposo no plasma, é capturado pelo fígado e fosforilado (trifosfato) para entrar na via gliconeogênica (di- hidroxiacetona fosfato). O glicerol é produzido pela lipólise dos triglicerídeos no fígado. Ele é fosforilado pela glicerol-cinase, formando o glicerol-3-fosfato. Este se transforma em di-hidroxiacetona - fosfato, através da enzima glicerol-3- fosfato – desidrogenase. São necessárias 2 moléculas de glicerol (3C), uma forma di- hidroxiacetona-fosfato e a outra gliceraldeído-3-fosfato, elas se juntam pela ação da adolase e formam frutose-1,6-bifosfato, a partir daí segue as reações da gliconeogênese para a formação da glicose. Metabolismo do Etanol A ingestão de etanol inibe a gliconeogênese. Com isso, dependendo do estado alimentado, da quantidade de bebida ingerida, da qualidade do álcool e da resposta do organismo o indivíduo pode abrir um quadro de hipoglicemia. O etanol é metabolizado no fígado, primeiro oxidado em acetaldeído e depois a ácido acético (acetato). O álcool para ser metabolizado (sofrer oxidação) ele começa consumindo NAD+ e forma acetaldeído, liberando NADH. Esse desequilíbrio entre NAD+/NADH é que inibe a gliconeogênese, e consequentemente outras reações que também dependam do NAD+ ou que tenham interferência do H+ em excesso. Além disso, o acetaldeído é extremamente tóxico, o etanol tem alta solubilidade em água, consequentemente solúvel o sangue e absorvido em todas as vias do esôfago ao intestino. A toxicidade do acetaldeído é o que provoca os sintomas da ressaca. O acetaldeído pode ser oxidado em acetato (vinagre), também consome NAD+ e libera NADH + H+, que leva a acidose metabólica. O excesso de acetato também forma acetil-coA (precursor de lipídeo) que gera lipídeo, por isso etilistas crônico podem ter esteatose hepática (gordura no fígado). A inibição da gliconeogênese se dá porque quando o lactato vai formar piruvato, através da piruvato desidrogenase, ele precisa consumir NAD+, como etanol promove o excesso de NADH e pouco NAD+ a reação não acontece, favorecendo seu inverso (desvio), ou seja, a conversão de .piruvato em lactato. Isso acontece também com o ciclo da alanina. Todo esse desvio também favorece a acidose metabólica (láctica). O coma alcoólico se dá tanto pela inibição da gliconeogênese quanto pela acidose metabólica. 1⁰ Etapa: no citoplasma, é iniciada pela enzima álcool desidrogenase (ADH – captadora de H+) que converte o etanol em acetaldeído. 2⁰ Etapa: na mitocôndria, a enzima aldeído desidrogenase (ALDH) converte o aldeído em ácido acético (acetato), que é convertido em CO2 + H2O, liberando energia. A deficiência da ALDH é considerada “fator anti – alcoolismo”. : Ocorre o aumento porque não há regulação efetiva da oxidação do etanol, alterando todas as vias metabólicas do fígado: • Diminui via glicolítica devido a grande quantidade de NAD oxidado e o ciclo de Krebs • Inibe a β oxidação devido a grande quantidade de acetil-coA derivada de acetato. • Aumenta a síntese de triacilglicerol, uma vez que o acetil-coA forma TG causando esteatose hepática. • Aumenta a concentração de lactato, resultando em acidose láctica • Diminui a excreção de ácido úrico, promovendo a Gota. • Inibe a gliconeogênese, desviando substratos: piruvato, glicerol- fosfato e oxalacetato. Durante uma intoxicação aguda por álcool, grandes quantidades de NADH serão formadas e o quociente NADH/NAD+ se elevará demasiadamente. Nessa situação, várias reações que utilizam um desses dois cofatores serão afetadas: a) O aumento do NADH e a consequente baixa nos níveis de NAD+ agirão na desidrogenase láctica, favorecendo a formação do lactato a partir do piruvato Lactato + NAD+ ↔ Piruvato + NADH + H+ levando ao acúmulo de lactato na célula e no sangue (e a consequente diminuição do seu pH, uma acidose metabólica). Rafaela Pamplona b) Por outro lado, os baixos níveis de piruvato (na equação acima) levarão à diminuição dos níveis de oxaloacetato produzidos pela reação da piruvato carboxilase Piruvato + CO2 ↔ Oxaloacetato Portanto, diminuirão a gliconeogênese. Uma segundacausa da diminuição da gliconeogênese é devida aos deslocamentos do equilíbrio das reações causados pelos altos níveis de NADH (e NADPH) nas enzimas glicerol -3 -fosfato desidrogenase, malato desidrogenase e glutamato desidrogenase Questões 1) Nos longos períodos de jejum e na inanição, a glicose precisa ser formada a partir de outras fontes, sem ser carboidratos, por um processo conhecido como gliconeogênese. Qual das substâncias abaixo não atua como substrato para a gliconeogênese? A) Piruvato B) Ácido graxo X C) Lactato D) Glicerol E) Aminoácidos 2) Qual é o consumo de energia na síntese de glicose a partir de piruvato, medido em equivalentes de ATP. Indique as reações onde há consumo. Compare o rendimento da via glicolítica com o consumo da gliconeogênese, são iguais ou diferentes? • Na glicólise → degrada a glicose (conjunto de 10 reações: consome 2 ATP; forma 4ATP; saldo 2ATP) há consumo de 1 glicose + 2ADP + 2Pi + 2NAD+ para a produção de 2 piruvatos + 2ATP + 2NADH + 2H+ + H2O O piruvato é encaminhado para o ciclo de Krebs, cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa • Na gliconeogênese → forma a glicose (conjunto de 11 reações: consome 6 ATP; não produz ATP; forma glicose) há consumo de 2 piruvatos + 4ATP +2GTP + 2NADH + 4H20 para produção de 1 glicose + 4ADP + 2GDP + 6Pi + 2NAD + 2H+ 3) Um homem de 40 anos, com um longo histórico de abuso de álcool, queixa-se de dor no quadrante superior direito. Exame médico revela uma hepatomegalia delicada. Uma biópsia do fígado é feita e demonstra alteração de gordura nos hepatócitos (esteatose hepática) localizados ao redor da veia central. Analisando o metabolismo do álcool e seus efeitos, pode-se afirmar que: ( ) A conversão de piruvato em lactato é o primeiro passo na gliconeogênese. Esta reação está aumentada em indivíduos alcoolizados, aumentando a síntese de triglicerídeos. ( ) A conversão de fosfoenolpiruvato (PEP) em piruvato na glicólise, que é reversível na gliconeogênese, é catalisada pela piruvato quinase, esta reação produz uma perda de 2 ATP e contribui para a síntese de triglicerídeos no fígado. ( ) No metabolismo do álcool, o aumento de NAD+, e inibição do acetato e acetil Co-A eleva a síntese de triglicerídeos. ( ) O metabolismo do álcool inibe a gliconeogênese, pois o aumento de NADH e diminuição de NAD+, no processo de oxidação, provoca o desvio de precursores da glicose para outras reações. (X) A conversão de piruvato em lactato, catalisada pela lactato desidrogenase, é favorecido pelo aumento de NADH no metabolismo do álcool, levando a uma acidose metabólica como também à síntese de triglicerídeos, já que o lactato é importante precursor dessas substâncias. 4) Com relação à gliconeogênese e suas diferenças e semelhanças com a glicólise, assinale a opção correta. a) A gliconeogênese emprega as reações inversas da glicólise em suas etapas regulatórias. b) A enzima fosfofrutoquinase catalisa a conversão da glicose em glicose 1,6-bifosfato. c) Durante o jejum, a glicose pode ser sintetizada a partir de precursores como glicerol e alanina. X d) O glucagon promove aumento na velocidade da glicólise. e) A conversão de glicose-6-fosfato em glicose é catalisada pela enzima glicose-6-cinase. 5) Um homem de 55 anos de idade desenvolve choque hipovolêmico em decorrência de perda sanguínea por ruptura de aneurisma da aorta abdominal. Qual das seguintes reações bioquímicas é o processo primário para síntese de ATP? a) Glicólise anaeróbica X b) Ciclo do ácido cítrico Rafaela Pamplona c) β-oxidação de ácidos graxos d) Fosforilação oxidativa 6) Explique detalhadamente como o consumo de etanol pode inibir a gliconeogênese. A ingestão de etanol interfere no metabolismo hepático ao inibir a gliconeogênese. Quanto mais etanol é ingerido mais a enzima álcool desidrogenase (captadora de H+) converte NAD+ em NADH. O metabolismo de carboidratos necessita de NAD livre para converter piruvato em acetato. Devido ao etanol utilizar NAD e liberar mais NADH o piruvato é convertido em lactato, podendo gerar acidose láctica. 7) Um homem com 35 anos de idade com histórico de cinco anos de alcoolismo queixa-se de cansaço e desorientação aproximadamente seis horas após a alimentação. Análise laboratorial durante um destes episódios revela glicose sanguínea de 25mg/dL (70-110mg/dL). Qual das seguintes opções melhor explica o mecanismo de hipoglicemia? a) Secreção reduzida de glucagon e insulina b) Oxidação de ácidos graxos reduzida c) Reduzida a atividade de enzimas da glicogênese muscular d) Secreção reduzida de glucagon e) Gliconeogênese reduzida X 8) “Em overdose, o álcool provoca uma série de problemas. Além de aumentar muito as concentrações do seu metabolito tóxico, o acetaldeído, induz a hipoglicemia se largamente ingerido sem alimentação que o acompanhe, pois mantém atuando na sua própria via o NAD+ hepático...”. Explique como o álcool pode induzir a hipoglicemia, relacionando com a gliconeogênese. O álcool para ser metabolizado (sofrer oxidação) ele começa consumindo NAD+ e forma acetaldeído, liberando NADH. Esse desequilíbrio entre NAD+/NADH é que inibe a gliconeogênese, e consequentemente outras reações que também dependam do NAD+. O aumento do NADH e a consequente baixa nos níveis de NAD+ agirão na desidrogenase láctica, favorecendo a formação do lactato a partir do piruvato levando ao acúmulo de lactato na célula e no sangue (e a consequente diminuição do seu pH, uma acidose metabólica). Por outro lado, os baixos níveis de piruvato (na equação acima) levarão à diminuição dos níveis de oxaloacetato produzidos pela reação da piruvato carboxilase, portanto, diminuirão a gliconeogênese. Uma segunda causa da diminuição da gliconeogênese é devida aos deslocamentos do equilíbrio das reações causados pelos altos níveis de NADH (e NADPH) nas enzimas glicerol -3 -fosfato desidrogenase, malato desidrogenase e glutamato desidrogenase 9) A gliconeogênese ocorre na contramão da via glicolítica e possui alguns atalhos bioquímicos. Com base na afirmativa, identifique a alternativa FALSA: a) A primeira das reações a serem contornadas na gliconeogênese é a conversão do piruvato em fosfoenolpiruvato. b) A segunda reação do processo catabólico que não pode participar da gliconeogênese é a conversão de fosfoenolpiruvato em 2- fosfoglicerato. c) O segundo desvio é a geração de frutose-6-fosfato a partir de frutose-1,6-bifosfato que é catalisado por uma enzima diferente da via glicolítica. d) O terceiro desvio é a reação final da gliconeogênese, a desfosforilação da glicose-6-fosfato para liberar glicose livre 10) Dois ciclos importantes entre tecidos, que envolvem a gliconeogênese, são conhecidos. O ciclo de Cori e o ciclo da Alanina. Sobre os ciclos é FALSA a afirmativa: a) ambos os ciclos são mecanismos para suprir, continuamente, os tecidos que precisam de glicose como fonte primária de energia. b) Os ciclos só funcionam entre fígado e tecidos que não oxidam completamente a glicose a CO2 e H2O. c) Em contraste com o ciclo de Cori, oxigênio e mitocôndrias são necessários nos tecidos periféricos para participação no ciclo da Alanina. d) Os ciclos dependem da glicogênese no fígado, seguida pela liberação de glicose e seu uso em um tecido periférico 11) Em que consiste o processo denominado gliconeogênese e por que ele ocorre? A gliconeogênese é um Importante mecanismo para a manutenção da glicose sanguínea durante o jejum e a inanição, através do qual precursores não glicídicos formam glicose. No jejum prolongado, é o processo fundamental para a homeostase, pois o organismo lança mão de outro meio para buscar energia, como a gliconeogênese. A gliconeogênese é a formação de glicose a partir de substâncias que nãosão carboidratos: piruvato, lactato, alanina, glicerol e AA. 12) A via gliconeogênica transforma piruvato em glicose, no entanto, não é uma reversão da glicólise (processo pelo qual se transforma glicose em piruvato). Explique. A glicólise e a gliconeogênese são vias opostas de oxidação e redução, com (7) reações reversíveis comuns e (3) pontos de regulação específicos. A gliconeogênese não é simplesmente o inverso da glicólise. Os três passos que são diferentes da glicólise: 1 – Piruvato para fosfoenolpiruvato (PEP) 2 – Frutose-1,6-bifosfato para frutose-6-fosfato 3 – Glicose-6-fosfato para glicose Para contornar as três reações irreversíveis na glicólise, o fígado usa quatro enzimas - Piruvato carboxilase – na mitocôndria (oxalacetato para PEP) Rafaela Pamplona Fosfoenolpiruvato carboxilase (PEPCK) – no citoplasma para desviar da reação da piruvato quinase - Frutose – 1,6 – bifosfatase para desviar da fosfofrutoquinase - Glicose – 6 – fosfatase para desviar da hexoquinase 13) Como a alanina e lactato originam piruvato para a gliconeogênese? • O lactato é formado a partir de piruvato quando a via glicolítica segue na ausência de oxigênio, como no músculo em atividade intensa. O glicogênio é quebrado pela via glicolítica até formar piruvato (muscular), que será transformado em lactato pela enzima lactato desidrogenase. O lactato cai na corrente sanguínea para ser novamente transformado em piruvato no fígado pela mesma enzima (reação reversível), para seguir a via da gliconeogênese, transformando-se em glicose-6-fosfato para ser disponibilizada para os diversos tecidos para obtenção de energia. Ao chegar aos hepatócitos, o piruvato entra nas mitocôndrias, pois só está organela possui enzimas capazes de transformar o piruvato em uma substância gliconeogênica. • Consiste na oxidação da glicose em piruvato, metabolização do piruvato em alanina, com intuito de retirar NH3 tóxico ao músculo. A alanina é transportada para o fígado, onde será reconvertida em piruvato e o NH3 excretado como uréia. A Alanina atua como transportador dos íons amônio produzidos nos músculos para o fígado, pela aminação do piruvato em alanina, o posterior transporte desta para o fígado e a desaminação desta através da reação com o α- cetoglutarato (transaminação), formam como produtos o glutamato (que será usado no ciclo da uréia) e o piruvato novamente. 14) Descreva o ciclo de Cori O glicogênio é quebrado pela via glicolítica até formar piruvato (muscular), que será transformado em lactato pela enzima lactato desidrogenase. O lactato cai na corrente sanguínea para ser novamente transformado em piruvato no fígado pela mesma enzima (reação reversível), para seguir a via da gliconeogênese, transformando-se em glicose-6-fosfato para ser disponibilizada para os diversos tecidos para obtenção de energia. Ao chegar aos hepatócitos, o piruvato entra nas mitocôndrias, pois só está organela possui enzimas capazes de transformar o piruvato em uma substância gliconeogênica. Esqueminha gliconeogênese: Rafaela Pamplona Ciclo de Krebs Sinônimos: • Ciclo dos ácidos tricarboxílicos – devido ao longo do ciclo surgirem ácidos tricarboxílicos • Ciclo do ácido cítrico – o ácido cítrico ou citrato é o primeiro intermediário a ser formado. Conceito: Krebs descobriu que dentro das mitocôndrias havia uma reação cíclica. É chamado de ciclo por se tratar de uma reação cíclica em que o primeiro intermediário é refeito, reaparecendo na reação. Suas grandes funções são: • Fornecer grande quantidade de energia na forma de ATP • Fornecer seus intermediários para fora do ciclo para serem utilizados na biossíntese de novos compostos (nome: ) O ciclo é iniciado pelo acetil – CoA, fornecido pela alimentação, ou seja, carboidratos, lipídeos e proteínas que são degradados e o produto final é a molécula de acetil – CoA. É uma via catabólica cíclica de oxidação total da glicose a CO2 e H2O, acompanhada de grande liberação de energia na forma de ATP O processo só ocorre em condições aeróbicas, ou seja, na presença de oxigênio. O piruvato na presença de O2 forma o acetil – CoA, que entrará no ciclo de Krebs, onde ocorrerá a degradação total da glicose. Faz parte do processo conhecido como respiração celular. Respiração celular: respiração porque há troca gasosa, utiliza O2 e libera CO2 e celular porque ocorre dentro da mitocôndria. Fontes de acetil – CoA O ciclo só pode ser iniciado na presença de acetil – CoA. Uma grande molécula com vários constituintes (vitaminas, ATP, nucleotídeos etc.) que serve para conduzir moléculas no organismo. Que é obtida por meio da degradação de carboidratos (glicogênio), degradação de triglicerídeos e degradação de proteínas. O ciclo ocorre na matriz mitocondrial onde se encontram as enzimas necessárias para que ele ocorra. O ciclo de tricarboxílico libera CO2, mecanismo chamado de descarboxilação, e o que é produzido é levado para a cadeia transportadora de elétrons, onde ocorre a formação de ATP. Ao longo do ciclo são produzidos NADH e FADH, coenzimas, que serão os grandes fornecedores de energia na forma de ATP. A conversão do piruvato em acetil – CoA é a reação de preparação para o ciclo de Krebs, que fez a conexão metabólica entre este e a cadeia glicolítica (glicose – piruvato – acetil-CoA). A glicose, em ambiente anaeróbico (sem O2), produz lactato. Na presença do O2 (aeróbico), o piruvato é convertido em acetil-coA, sendo necessária a presença de duas enzimas: vitamina B1 e a CPD (complexo da piruvato – desidrogenase). A reação é catalisada por um complexo de três enzimas, denominado Complexo da Piruvato – Desidrogenase, um conjunto de enzimas alostéricas que sofrem regulação ou modulação. Esse complexo catalisa a transferência de H, para ser ativado precisa da molécula de NAD (atua como coenzima, vitamina B3), que será convertido em NADH. Além do NAD, para haver a ativação do CPD também é necessária a presença da vitamina B1 (coenzima = tiamina ou TPP = tiamina pirofosfato). - A reação: Piruvato + CoA-SH + NAD+ → CoA – S – acetil + CO2 + NADH + H+ Rafaela Pamplona → Deficiência do CPD é um erro genético detectado no teste do pezinho ampliado, em que não há a produção do complexo multienzimático da piruvato – desidrogenase (CPD). Com esse erro, o piruvato não consegue converter piruvato em acetil-coA, sendo acumulado e convertido em lactato ou ácido láctico, provocando uma acidose metabólica láctica. Quando a criança é diagnosticada com a ausência do CPD a solução imediata para evitar a acidose, devido ao acúmulo do lactato, deve ser a redução de ingestão da glicose, para evitar a formação de piruvato, ou seja, uma dieta com restrição de carboidratos e rica em lipídeos e proteínas. → Carência ou deficiência de vitamina B1 impede a ativação do CPD, o piruvato irá se acumular a nível cerebral, causando beribéri. O beribéri é um conjunto de sinais e sintomas, como ataxia (passo inseguro ao andar), perda da coordenação motora fina (não consegue abotoar a camisa) e oftalmoplegia (não consegue fixar o olhar) A carência de B1 normalmente ocorre em pessoas que fazem dietas muito restritivas e em alcoólatras. O NAD e o FAD sempre são repostos por meio da cadeia transportadora de elétrons, que reoxida o NADH e o FADH, permitindo que não haja carência dessas coenzimas, retornando para o ciclo. O acetil é o substrato principal para o ciclo de Krebs, ou seja, o ciclo só é iniciado na presencia do acetil – CoA. Descrição da via: O acetil – CoA doa o radical acetil para ser ligado a um composto denominado oxalacetato, enquanto a coenzima A retorna para formar mais acetil – CoA. A condensação do acetil com oxaloacetatogera como produto ácido cítrico ou citrato, o primeiro intermediário da via, a formação do ácido cítrico que dá o nome ao ciclo. A enzima responsável pela condensação do acetil com o oxaloacetato é a citrato – sintase (sintetiza citrato), essa é uma das enzimas que sofre regulação alostérica. O succinil – CoA é o intermediário necessário para a formação das hemoglobinas. A condensação do succinil com a glicina (aminoácido) é que forma o grupo heme da hemoglobina. A maioria dos outros intermediários podem ser usados para a síntese de glicose. Os 8 passos necessários para se completar uma volta no ciclo: 1. Síntese do citrato 2. Conversão do citrato a isocitrato, via cis – aconitato 3. Oxidação descarboxilativa do isocitrato a α–cetoglutarato (α–KG) 4. Oxidação descarboxilativa do α – KG a Succinil – CoA 5. Hidrolise do Succinil – CoA a Succinato 6. Oxidação do Succinato a Fumarato 7. Hidratação do Fumarato a Malato 8. Oxidação do Malato a Oxalacetato, que inicia um novo ciclo. Funções do Ciclo do Ácido Tricarboxílico • Quatro etapas oxidativas fornecem energia livre para a síntese do ATP: o produto final comum do metabolismo dos carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, é a acetil-CoA é oxidada no ciclo para produzir coenzimas reduzidas em quatro reações redox por volta. • O ciclo do TCA fornece uma base comum para a interconversão de combustíveis e metabólitos: participa da síntese da glicose a partir dos aminoácidos e de lactato durante a inanição e o jejum (gliconeogênese). Está envolvido também na conversão dos carboidratos em gordura após uma refeição rica em carboidratos. Ele é uma fonte de aminoácidos não essenciais, como o aspartato e glutamato, que são sintetizados diretamente a partir de intermediários do ciclo. Um intermediário do ciclo de Krebs, a succinil CoA, serve como precursor para as porfirinas (heme), em todas as células, mas especialmente na medula óssea e no fígado. As reações biossintéticas derivadas do ciclo Rafaela Pamplona necessitam da entrada de carbonos a partir de outros intermediários que não a acetil-CoA, são conhecidas como reações anapleróticas. • A acetil-CoA é um produto comum de várias vias catabólicas: o ciclo inicia-se com a acetil-CoA, que possui três precursores metabólicos principais. Os carboidratos sofrem glicólise gerando piruvato, que pode ser incorporado pela mitocôndria e descarboxilado oxidativamente para acetil-CoA pelo complexo piruvato desidrogenase. Durante a lipólise, os triacilgliceróis são convertidos em glicerol e ácidos graxos livres, que são captados pelas células e transportados para as mitocôndrias quando, então, sofrem oxidação a acetil-CoA. Finalmente, a proteólise das proteínas teciduais libera os aminoácidos constituintes, muitos dos quais são metabolizados a acetil-CoA e em intermediários do ciclo do TCA. • O ciclo do TCA está localizado na matriz mitocondrial: que é importante metabolicamente, pois permite que intermediários idênticos sejam utilizados dentro e fora da mitocôndria com propósitos diferentes. • Os defeitos metabólicos no ciclo do TCA são raros: porque o funcionamento do ciclo é absolutamente essencial para a manutenção da vida. Regulação do Ciclo de Krebs ► Regulação da entrada de acetil – CoA por meio de duas enzimas: • Complexo da Piruvato Desidrogenase (CPD) → regulação alostérica: ATP, acetil – CoA (feedback) e NADH → covalente: fosforilada (inativa) ou desfosforilada (ativa) • Citrato – sintase → regulação alostérica: citrato, succinil-CoA e NADH. → A concentração de oxalacetato também é um fator importante de regulação da atividade desta enzima. Isso ocorre devido a esta enzima condensar o acetil com o oxalacetato, se a [ ] de oxalacetato estiver baixa a enzima não terá como atuar. ► Regulação da via propriamente dita: • Isocitrato – desidrogenase: catalisa a terceira etapa do ciclo → regulação alostérica: ADP (ativa), NADH e NAPH2 (inativa) • Complexo da α-cetoglutarato – desidrogenase: catalisa a quarta etapa do ciclo → regulação alostérica: succinil – CoA (inibe) A velocidade global do ciclo do ácido cítrico é controlada pela taxa de conversão do piruvato a acetil-CoA e pelo fluxo pelas enzimas citrato- sintase, isocitrato-desidrogenase e α-cetoglutarato-desidrogenase. Esses fluxos são determinados pelas concentrações dos substratos e dos produtos: os produtos finais ATP e NADH são inibidores, e os substratos NAD1 e ADP são estimuladores. A produção de acetil-CoA para o ciclo do ácido cítrico pelo CPD é inibida alostericamente pelos metabólitos que sinalizam a suficiência de energia metabólica (ATP, acetil-CoA, NADH e ácidos graxos), sendo estimulada pelos metabólitos que indicam um suprimento de energia reduzido (AMP, NAD1, CoA). Os complexos formados por enzimas em sequência em uma via possibilitam a canalização do substrato entre essas enzimas. A importância do oxigênio O NADH e o FADH formado ao longo do ciclo de Krebs funcionam como enzimas que precisam ser reoxidadas, ou seja, perder o hidrogênio. Para isso elas entram na cadeia transportadora de elétrons, ao longo do transporte eles doam o H., que vai sendo transportado e conduzindo elétrons. O aceptor final dos elétrons provenientes do NADH e FADH é o oxigênio, que ao se ligar com o H forma H2O e regenera as coenzimas NAD+ e FAD+ que voltam para o ciclo., ou seja, embora o oxigênio não atue diretamente no ciclo de Krebs, ele participa da fosforilação oxidativa como receptor final de elétrons. Ao longo do transporte de NADH e FADH na cadeia transportadora de elétrons a energia vai sendo liberada, que é captada e convertida na formação de ATP. 1 NADH → 3 ATP 1 FADH → 2 ATP Funções Anfibólicas do Ciclo de Krebs A maioria dos intermediários podem sair para serem utilizados na biossíntese de novos compostos, sendo chamada de função anfibólicas do ciclo de Krebs. → Vias anapleróticas: fornecem intermediários do ciclo. São reações que repõe ou completam as concentrações dos intermediários do ciclo. Rafaela Pamplona Sua função é permitir que o ciclo não pare de acontecer, pois o organismo está constantemente repondo os intermediários. A reação anaplerótica mais importante ocorre no fígado e nos rins, quando o oxalacetato sai do ciclo para formar glicose, por meio da gliconeogênese. Nessa situação, o acetil – CoA não tem como se ligar ao oxalacetato para entrar no ciclo, então o piruvato é convertido em oxalacetato, através da enzima piruvato carboxilase, para repor o substrato e dar início ao ciclo. Somente nessa situação que o piruvato é convertido em oxalacetato ao invés de acetil – CoA. → Vias anabólicas: removem intermediários do ciclo para a síntese de glicose, ácidos graxos, aminoácidos e porfirinas. Intermediários do ciclo são desviados como precursores de muitas vias biossintéticas. (as setas em vermelho mostram 4 reações anapleróticas que repõem os intermediários do ciclo esgotados). Rafaela Pamplona Questões 1) Durante o jejum prolongado ou no diabetes não-controlado por tratamento, determinadas moléculas são retiradas do ciclo do ácido cítrico e empregadas na síntese de moléculas de glicose; quais são estas moléculas? a) moléculas de oxaloacetato. b) moléculas de acetoacetato. c) moléculas de acetil-CoA. d) moléculas de -cetoglutarato 2) No Ciclo de Krebs, ocorre fosforilação ao nível do substrato durante: a) a formação do isocitrato via cis-aconitato. b) a oxidação do -cetoglutarato à succinil-CoA e CO2. c) a conversão do succinil-CoA em succinato. d) oxidação do succinato a fumarato. 3) Cada volta do ciclo do ácido cítrico há produção de NADH, FADH2 bem como de GTP; CO2 é produzido nas reações de descarboxilaçãooxidativa. A sequência correta de NADH, FADH2, GTP e CO2 formado é: a) 3, 1, 1 e 2. b) 2, 1, 1, e 2. c) 3, 1, 1 e 1. d) 2, 1, 1 e 3. 4) Quais enzimas regulam a entrada de acetil-CoA no ciclo de Krebs? a) isocitrato desidrogenase e citrato sintase. b) complexo da piruvato desidrogenase e citrato sintase. c) citrato sintase e isocitrato desidrogenase. d) fumarase e complexo da piruvato desidrogenase. 5) A atividade do Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos é cuidadosamente regulada. Identifique a alternativa FALSA: a) A conversão de –cetoglutarato a succinil-CoA é catalisada pelo complexo multienzimático succinil-CoA carboxilase, que é quase idêntico ao complexo piruvato desidrogenase. Os nucleosídeos trifosfatos, NADH e succinil CoA inibem esse complexo enzimático. b) Influências regulatórias no complexo piruvato desidrogenase têm um efeito importante no ciclo. c) O suprimento de unidades acetil, tanto derivados de piruvato quanto de ácidos graxos, é um fator crucial na determinação da velocidade do ciclo. d) A reação da citrato sintase é um passo principal para modulação regulatória. 6) Identifique a alternativa FALSA em relação ao Ciclo de Krebs: a) O Ciclo de Krebs depende da cadeia de transporte de elétrons para a reoxidação das coenzimas e, portanto, o Ciclo de Krebs assim como a conversão de piruvato a acetil-CoA, só pode funcionar em condições aeróbias ao contrário da glicólise. b) Os compostos intermediários do Ciclo de Krebs podem ser utilizados como percursores em vias biossintéticas, e a retirada desses intermediários pode ser compensada por reações que permitem restabelecer o seu nível. c) A reação anaplerótica catalisada pela piruvato carboxilase é uma reação importante no fígado e rins dos mamíferos onde ocorre uma carboxilação reversível do piruvato por CO2 para formar oxaloacetato. d) Quando o acetil-CoA, que é o combustível para o Ciclo de Krebs, está ausente, estimula as reações do ciclo para produzir mais citrato, capacitando o ciclo para a reação da citrato sintase. 7) A atividade do Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos é cuidadosamente regulada. Identifique a alternativa FALSA: a) A conversão de –cetoglutarato a succinil-CoA é catalisada pela enzima málica. b) Influências regulatórias no complexo piruvato desidrogenase têm um efeito importante no ciclo. c) O suprimento de unidades acetil, tanto derivados de piruvato quanto de ácidos graxos, é um fator crucial na determinação da velocidade do ciclo. d) A reação da citrato sintase é um passo principal para modulação regulatória. 8) Os destinos do piruvato em condições anaeróbicas e aeróbicas, respectivamente, são: a) metanol, succinil-CoA e malonil-CoA. b) metanol e malonil-CoA. c) etanol, lactato e acetil-CoA. d) acetil-CoA e etanol, lactato. 9) A atividade do Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos é cuidadosamente regulada. Identifique a alternativa FALSA: a) A conversão de –cetoglutarato a succinil-CoA é catalisada pelo complexo multienzimático – cetoglutarato carboxilase, que é quase idêntico ao complexo piruvato desidrogenase. Os nucleosídeos trifosfatos, NADH e succinil CoA inibem esse complexo enzimático. b) Influências regulatórias no complexo piruvato desidrogenase têm um efeito importante no ciclo. c) O suprimento de unidades acetil, tanto derivados de piruvato quanto de ácidos graxos, é um fator crucial na determinação da velocidade do ciclo. d) A reação da citrato sintase é um passo principal para modulação regulatória. Rafaela Pamplona 10) Por que o Ciclo de Krebs é considerado uma rota aeróbica, se o oxigênio não aparece em nenhuma reação ? a) Durante as reações do ciclo de Krebs ocorre transferência de prótons e elétrons para coenzimas. Estas coenzimas (NAD+ e FAD) se encontram em grandes quantidades na célula em sua forma reduzida. b) Quando as coenzimas são reduzidas pelos intermediários do ciclo, precisam ser reoxidadas para receberem novos pares de elétrons. Isto ocorre na CTE onde o aceptor final de elétrons é o oxigênio. c) Embora o oxigênio não participe diretamente nas reações ele é essencial para a catálise das coenzimas. d) Nenhuma resposta é verdadeira. 11) O oxaloacetato é formado no último passo do ciclo do ácido cítrico pela oxidação do malato dependente de NAD+. Sobre a afirmativa é CORRETO se afirmar: a) A síntese líquida do oxaloacetato pode ocorrer a partir do acetil-CoA. b) Empregando enzimas e cofatores, sem que ocorra depleção dos intermediários do ciclo, podemos ter a síntese de oxaloacetato a partir de acetil-CoA. c) A síntese líquida de oxaloacetato ocorre, pela carboxilação do piruvato, uma reação anaplerótica. d) A carboxilação do piruvato para formar oxaloacetato é a reação anaplerótica mais importante do coração e músculo esquelético dos mamíferos. 12) A transferência dos elétrons, na cadeia transportadora de elétrons, para o O2 é : a) produtora de FADH. b) endergônica. c) nula. d) exergônica. 13) Se cianeto é adicionado a mitocôndrias fortemente acopladas que estão ativamente oxidando succinato: a) o fluxo de elétrons cessará, mas a síntese de ATP continuará. b) a subseqüente adição de 2,4-dinitrofenol restituirá a oxidação de succinato. c) a subseqüente adição de 2,4-dinitrofenol causará a hidrólise de ATP. d) o fluxo de elétrons cessará, mas a síntese de ATP poderá ser restituída pela subseqüente adição de 2,4- dinitrofenol. e) a subseqüente adição de 2,4-dinitrofenol e do inibidor de fosforilação oligomicina causará a hidrólise de ATP. Rafaela Pamplona Metabolismo de Aminoácidos São moléculas orgânicas que possuem em sua composição o grupo carboxílico e o grupo amino, por isso tem caráter anfótero (parte ácida e parte básica na mesma molécula). Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos naturais que formam as moléculas, com esqueleto igual, diferindo apenas a cadeia lateral. A glicina é o único dos 20 AA que não possui carbono quiral. Os outros 19 são L-aminoácidos. São blocos estruturais, unidade fundamental, de peptídeos e proteínas Atuam como neurotransmissores ou como precursores de neurotransmissores. Ex.: histidina – histamina; Tirosina – epinefrina. Síntese de pequenas moléculas nitrogenadas: porfirinas (grupo heme da hemoglobina), bases nitrogenadas (nucleotídeos, ac nucleicos, DNA e RNA), gerar energia etc. Não essenciais Essenciais 1 – Alanina 1 – Fenilalanina 2 – Arginina 2 – Histidina 3 – Aspargina 3 – Isoleucina 4 – Aspartato 4 – Leucina 5 – Cisteina 5 – Lisina 6 – Glicina 6 – Metionina 7 – Glutamato 7 – Treonina 8 – Glutamina 8 – Triptofano 9 – Prolina 9 – Valina 10 – Serina 11 - Tirosina Não essenciais: são os que o organismo é capaz de sintetizar Essenciais: são os que o organismo não é capaz de sintetizar, sendo necessária a ingestão por meio da dieta. Degradação oxidativa dos AA 1 – Síntese e degradação das proteínas celulares (Protein turnover ou renovação), alguns AA liberados durante a quebra sofrerão degradação oxidativa, caso não sejam necessários para a síntese de novas proteínas. 2 – Dieta rica em proteínas, quando os aminoácidos são ingeridos em excesso, com relação as necessidades corporais de biossíntese de proteínas. O excedente é catalisado, já que os AA livres não podem ser armazenados. 3 – Jejum prolongado ou diabetes não controlado, quando os carboidratos não inacessíveis ou não são utilizados adequadamente, as proteínas corporais são hidrolisadas e seus AA empregados como combustível energético. É importante enfatizar que os aminoácidos só serão utilizados como fonte de energia em casos de extrema necessidade energéticaou em exercícios físicos intensos. Em todas essas condições metabólicas, os AA perdem o grupo amino para formar α – cetoácidos, os “esqueletos de carbono” dos aminoácidos. Os α – cetoácidos sofrem oxidação até CO2 e H2O ou, geralmente mais importante, fornecem unidades de 3 a 4 carbonos que podem ser convertidas em glicose (gliconeogênese), para ser utilizada como combustível energético para o cérebro, músculo esquelético e outros tecidos. Destino dos aminoácidos No catabolismo ou metabolismo dos aminoácidos, a primeira etapa é a quebra com a saída do grupo amino (NH4+) e a formação do esqueleto carbônico. O NH4+ é extremamente tóxico, precisando ser convertida para ser excretada, sofrendo processos de transaminação ou desaminação, enquanto o esqueleto de carbono pode seguir por inúmeras vias, ao ser convertido em α – cetoácidos pode entrar no ciclo de Krebs, ir para a gliconeogênese ou oxidar direto até CO2 e H2O. Rafaela Pamplona 1 – Unidades monoméricas para a biossíntese de proteínas 2 – Metabolismo energético: oxidação dos aminoácidos → 10 – 15% das necessidades energéticas. 3 – Precursores de compostos nitrogenados: heme, aminas biologicamente ativas (ex,: serotonina), nucleotídeos e coenzimas (NADH). ♥ Por que converter amônia em ureia? Porque a amônia é muito tóxica e muito solúvel em água. Se a urina tivesse amina muita água seria perdida. ♥ Transaminação: é a retirada do grupo amina de uma molécula para outra, por meio da enzima transaminase. ♥ Desaminação: o grupo amina fica livre, por meio da enzima desidrogenase. Quase todos os 20 AA podem ser metabolizados no fígado. Etapas: 1 – Remoção do grupamento α – amino • Transaminação: transferência do grupo amino para um cetoácido aceptor adequado. • Desaminação oxidativa: remoção oxidativa do grupo amino, resultando em cetoácidos e amônia, obtendo como produto final a ureia. 2 – Esqueletos carbonados: convertido em α – cetoácido (na mesma posição onde tinha o grupo amino fica uma cetona) que será convertido em intermediários comuns das vias metabólicas produtoras de energia. Os aminoácidos podem ser glicogênicos ou cetogênicos: Dependendo do ponto no qual os carbonos de um aminoácido entram no metabolismo central, esse aminoácido pode ser considerado glicogênico ou cetogênico, isto é, possui a capacidade de aumentar as concentrações tanto de glicose quanto de corpos cetônicos. Aqueles aminoácidos que fornecem carbonos para o ciclo do TCA no nível do α-cetoglutarato, succinil-CoA, fumarato ou oxalacetato, e aqueles que produzem piruvato podem aumentar a síntese líquida de glicose via gliconeogênese e são, portanto, designados glicogênicos. Aqueles aminoácidos que fornecem carbonos para o metabolismo central no nível da acetil-CoA ou acetoacetato são considerados cetogênicos. São tanto glicogênicos quanto cetogênicos (5): tirosina, isoleucina, fenilalanina e triptofano. Os aminoácidos que produzem piruvato também são potencialmente cetogênicos. Apenas dois aminoácidos, lisina e leucina, são exclusivamente cetogênicos. Transaminação: ocorro no citosol dos hepatócitos → Aminoácido → α – cetoglutarato: possui papel central no metabolismo dos AA por ser o aceptor do grupo amino (é um α – cetoácido componente do ciclo de Krebs) Reação de dupla troca em que há a transferência do grupo amina, sendo substituído por uma cetona. Nessa reação, o aminoácido forma cetoácido e o cetoácido forma aminoácido. A síntese do glutamato é o produto mais comum na transaminação, pois a transferência do grupo α – amina para α – cetoglutarato forma glutamato. → Aminotransferase: que catalisa reações que são reversíveis, apresenta o grupo prostético piridoxal-fosfato (PLP), a forma de coenzima da piridoxina ou vitamina B6. A PLP funciona como carreador intermediário de grupos amino, no sítio ativo das aminotransferases. Ex.: alanina-aminotransferase – ALT (fígado) antiga TGP aspartato-aminotransferase – AST (fíg, músc, coração) antiga TGO Rafaela Pamplona As aminotransferases são, normalmente, enzimas intracelulares, de modo que os baixos níveis observados no plasma representam a liberação de conteúdos celulares durante a renovação celular normal. A presença de níveis plasmáticos elevados de aminotransferases indica lesão em células ricas nessas enzimas. Por exemplo, traumas físicos ou processos patológicos podem causar lise celular, resultando na liberação de enzimas intracelulares para o sangue. Duas aminotransferases – AST (mitocôndria) e ALT (citosol) – são de especial valor diagnóstico quando aparecem no plasma.: • Doença hepática: os níveis plasmáticos de AST e ALT estão elevados em quase todas as doenças hepáticas, mas estão especialmente altos em condições que causam ampla necrose celular, como hepatite virai grave, lesão tóxica e colapso circulatório prolongado. A ALT é mais específica que a AST para doenças hepáticas, mas esta última é mais sensível, pois o fígado contém maiores quantidades de AST. Medidas enzimáticas seriais são frequentemente úteis para a determinação da evolução do dano hepático. • Doença não hepática: as aminotransferases podem estar elevadas em doenças não hepáticas, como infarto do miocárdio e doenças musculares. Essas doenças, no entanto, são em geral clinicamente distintas das doenças hepáticas. Desaminação: ocorre na matriz mitocondrial Nos hepatócitos o Glutamato é transportado do citosol para a mitocôndria onde ocorre a desaminação oxidativa. ♥ O glutamato é singular: é o único aminoácido que sofre rápida desaminação oxidativa - uma reação catalisada pela glutamato- desidrogenase. Portanto, a ação sequencial da transaminação (resultando na coleta de grupos amino de outros aminoácidos, que são inseridos no a-cetoglutarato, produzindo glutamato), com a subsequente desaminação oxidativa desse glutamato (regenerando a-cetoglutarato), fornece uma via por meio da qual os grupos amino da maioria dos aminoácidos podem ser liberados como amônia. → Resulta na liberação do grupo amino como amônia livre (NH3). Fornece α-cetoácido, que pode entrar nas vias centrais do metabolismo energético, e amônia, fonte de nitrogênio na síntese de ureia. → Glutamato – desidrogenase: é a única enzima que utiliza tanto NAD+ quanto NADP+ como aceptor de equivalentes redutores. Possui modulação alostérica, sendo ativada com ADP e inibida com GTP. Desse modo, quando os níveis energéticos estão baixos na célula, a degradação dos aminoácidos pela glutamato-desidrogenase está aumentada, facilitando a produção de energia a partir dos esqueletos carbonados derivados dos aminoácidos. Metabolismo da Amônia • Transporte da amônia na circulação A glutamina e a Alanina são transportadores-chave dos gripo amino entre os vários tecidos e o fígado e estão presentes em maiores concentrações do que a maioria dos outros AA no sangue. → A amônia está presente no sangue em baixas concentrações. Para isso, a maior parte da amônia livre é convertida em um composto não tóxico antes de ser exportada dos tecidos extra-hepáticos para o sangue e transportada até o fígado ou rins. Para essa função de transporte, o glutamato é substituído pela L-glutamina. A amônia livre produzida nos tecidos combina-se com o glutamato, produzindo glutamina, pela ação da glutamina-sintetase. A glutamina é a forma de transporte não tóxico para a amônia. → A alanina também desempenha um papel especial no transporte dos grupos amino para o fígado em uma forma não tóxica, por meio de uma via denominada ciclo da glicose-alanina. No músculo e em outros tecidos que degradam aminoácidos como combustível, os grupos amino são coletados na forma de glutamato, por transaminação. O glutamato pode ser convertido em glutamina para transporte ao fígado ou pode transferirseu grupo amino para o piruvato, produto da glicólise muscular pela ação da alanina- aminotransferase. A alanina assim produzida passa para o sangue e segue para o fígado. No citosol dos hepatócitos, a alanina-aminotransferase (ALT) transfere o grupo amino da alanina para o a-cetoglutarato, formando piruvato e glutamato. O glutamato então entra na mitocôndria, onde a reação da glutamato-desidrogenase libera NH14, ou sofre transaminação com o oxaloacetato para formar aspartato, outro doador de nitrogênio para a síntese de ureia. Os músculos esqueléticos em contração vigorosa operam anaerobiamente, produzindo piruvato e lactato pela glicólise, assim como Rafaela Pamplona amônia pela degradação proteica. De algum modo, esses produtos devem chegar ao fígado, onde o piruvato e o lactato são incorporados na glicose, que volta aos músculos, e a amônia é convertida em ureia para excreção. O ciclo da glicose-alanina, em conjunto com o ciclo de Cori, realiza essa operação. O custo energético da gliconeogênese é assim imposto ao fígado e não ao músculo, e todo o ATP disponível no músculo é destinado à contração muscular. ♥ a determinação da AMÔNIA pode ser utilizada na avaliação das funções hepáticas e renais. A medida do nitrogênio ureico no sangue ajuda na monitorização de várias doenças metabólicas, nas quais o metabolismo dos AA pode estar afetado. • Hiperamonemia A capacidade do ciclo hepático da ureia excede as velocidades normais de produção de amônia. Quando a função hepática está comprometida, devido a defeitos genéticos no ciclo da ureia ou doença hepática, os níveis sanguíneos de amônia podem elevar-se acima de 1000 µmol/L. É considerada uma emergência médica, pois a amônia tem efeito neurotóxico por atravessar facilmente a barreira hematoencefálica. → principais causas: insuficiência renal, infecção urinária, hiperalimentação protéica., enfermidade hepática severa e defeitos nas enzimas do ciclo da ureia. → sinais e sintomas: tremor, sonolência, vomito, edema cerebral e visão borrada. Pode levar ao coma e a morte. Ciclo da Ureia Quando os grupo amino não é utilizado para a síntese de novos AA ou de outros grupos nitrogenados, eles são canalizados em um único produto final de excreção. A amônia depositada na mitocôndria dos hepatócitos é convertida em ureia no ciclo da ureia. A formação de ureia é exclusiva do fígado, sendo a via mais importante de eliminação da amônia. A ureia circula no sangue, do fígado para os rins, onde passa pela filtração glomerular. Qualquer que seja a fonte, o NH4+ presente na mitocôndria hepática é utilizado imediatamente, junto com o CO2 produzido pela respiração mitocondrial, para formar carbamoil-fosfato na matriz, sendo catalisada pela carbamoil-fosfato-sintase I, enzima reguladora. A amônia é condensada ao bicarbonato (HCO3-) para entrar no ciclo da ureia como carbamoil-fosfato, formado na matriz da mitocôndria, o outro grupo amino entra como aspartato, produzido na matriz pela transaminação entre oxalacetato e glutamato, catalisada pela aspartato- aminotransferase (AST). O carbamoil-fosfato, é um intermediário chave no metabolismo do nitrogênio. Ele funciona como doador ativado de grupos carbamoila, que entra no ciclo da ureia. O ciclo possui apenas quatro etapas enzimáticas, 2 moléculas de ATP são necessárias na formação do carbamoil-fosfato e 1 ATP para produzir arginino-succinato Etapas do ciclo 1 – Formação do carbamoil-fosfato: o carbamoil-fosfato doa seu grupo carbamoila para a ornitina, formando citrulina, com liberação de Pi. Essa reação é catalisada pela ornitina-transcarbamoilase. A citrulina produzida na mitocôndria passa para o citosol. 2 – Fonte do segundo grupo amino é o aspartato produzido na mitocôndria por transaminação e transportado para o citosol. A Rafaela Pamplona condensação entre o grupo amino do aspartato e a citrulina forma arginino-succinato, catalisada pela arginino-succinato-sintetase, via intermediário citrulil-AMP. 3 – A arginino-succinato é clivada pela arginino-succinase, formando arginina e fumarato. Esse é o único passo reversível do ciclo da ureia. ♥ fumarato é convertido em malato e entra na mitocôndria para unir- se aos intermediários do ciclo de Krebs. 4 – A arginina é clivada pela arginase, produzindo ureia e ornitina. Ureia: difunde no sangue em direção aos rins para ser excretada na urina. Ornitina: é reciclada e volta para o ciclo. Fumarato: é convertido em malato – oxalacetato para ser usado como intermediário no ciclo de Krebs. Denominado “bicicleta de Krebs”. As vias que unem o ciclo do ácido cítrico ao ciclo da ureia são conhecidas como lançadeira do aspartato- arginino-succinato. Elas unem efetivamente os destinos dos grupos amino e dos esqueletos de carbono dos aminoácidos. Algumas enzimas do ciclo do ácido cítrico, como a fumarase e a malato-desidrogenase, apresentam isoenzimas citosólicas e mitocondriais. O fumarato produzido no citosol pode ser convertido em malato, para ser utilizado no citosol ou transportado para a mitocôndria e entrar no ciclo do ácido cítrico. Esses processos são ainda interligados com a lançadeira do malato-aspartato, conjunto de reações que traz equivalentes redutores para a mitocôndria. ♥ o ciclo de Krebs fornece oxalacetato para a transaminação que gera aspartato e o ciclo da ureia libera fumarato que será convertido em malato → oxalacetato servindo como intermediário no ciclo de Krebs. A ureia sai do fígado por difusão para ser transportada no sangue até os rins, onde é filtrada e excretada na urina. Parte da ureia difunde do sangue para o intestino, onde é clivada em CO2 e NH3 pela urease bacteriana. Parte dessa amônia é perdida nas fezes e outra reabsorvida para o sangue. Pacientes com insuficiência renal, os níveis de ureia no plasma aumentam, promovendo maior transferência de ureia do sangue para o intestino. A ação da urease intestinal sobre essa ureia torna-se uma fonte clinicamente importante de amônia, contribuindo para a hiperamonemia frequentemente observada nesses pacientes. A administração oral de neomicina reduz o número de bactérias intestinais responsáveis pela produção de NH3. A primeira enzima da via (carbamoil-fosfato-sintase I) é ativada por N- acetil-glutamato, sintetizado a partir de acetil-CoA e glutamato pela N- acetil-glutamato-sintase. Os níveis de N-acetil-glutamato são determinados pelas concentrações de: • Glutamato e acetil-CoA: substratos da N-acetil-glutamato-sintase • Arginina: ativador da N-acetil-glutamato-sintase, portanto, ativador do ciclo da ureia. Rafaela Pamplona Fenilcetonúria É uma doença autossômica recessiva, que resulta da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase, que converte o AA essencial fenilalanina em um AA não essencial a tirosina, a qual é precursora de neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina. A deficiência enzimática implica no acúmulo de fenilalanina que inibe a entrada do triptofano (serotonina) no SNC e na ausência de tirosina. O diagnóstico é feito pelo teste do pezinho. Os principais sintomas são vômitos no período neonatal, deficiência intelectual e albinismo parcial (íris e cabelo). : Tem que tirar o grupo amino do AA para ser usado em outras vias metabólicas, com isso o AA é convertido em α – cetoácido. O α – cetoglutarato recebe o grupo amina, formando glutamato. O glutamato vai ou para a transaminação ou para a desaminação. Em ambos, ele volta a ser α – cetoglutarato para ser reutilizado. Se for uma transaminação o oxalacetato recebe o grupo amina e se transforma em aspartato. Se for uma desaminação o grupo amina sai livre na forma de NH4+ (amônio). Partes das reações do ciclo da ureia ocorrem dentro da mitocôndria, que terá o CO2 e a NH3+ que veioda desaminação. Eles se juntam e formam o carbamoil-fosfato, consumindo 2 ATP. O carbamoil sai da mitocôndria para o citosol, encontrando com o aspartato e forma a molécula de arginino-succinato, para isso é necessária muita energia, sendo hidrolisado o ATP, liberando 2 fosfatos, contabilizando como se tivesse sido consumido 2 ATP e não apenas 1. O arginino-succinato se quebra em fumarato e arginina. A arginina segue no ciclo, sendo quebrada em ureia e ornitina. Questões 1. Esquematize as reações de transaminação catalisadas pelas enzimas: aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase. Citar a coenzima que participa das reações . Qual é a importância dessas reações? Alanina → piruvato, ação da ALT Aspartato → oxalacetato, ação da AST As aminotransferases são importantes para a síntese do glutamato, que é o produto mais comum na transaminação, pois a transferência do grupo α – amina para α – cetoglutarato forma glutamato. O glutamato é singular: é o único aminoácido que sofre rápida desaminação oxidativa. 2. Testes laboratoriais medem os níveis séricos de AST e ALT. O que representam? Cite uma doença na qual os níveis das transaminases estão alterados. Importância nos diagnostico de lesões, a presença de níveis plasmáticos elevados de aminotransferases indica lesão em células ricas nessas enzimas. • Doença hepática: os níveis plasmáticos de AST e ALT estão elevados em quase todas as doenças hepáticas, mas estão especialmente altos Rafaela Pamplona em condições que causam ampla necrose celular, como hepatite virai grave, lesão tóxica e colapso circulatório prolongado. A ALT é mais específica que a AST para doenças hepáticas, mas esta última é mais sensível, pois o fígado contém maiores quantidades de AST. Medidas enzimáticas seriais são frequentemente úteis para a determinação da evolução do dano hepático. • Doença não hepática: as aminotransferases podem estar elevadas em doenças não hepáticas, como infarto do miocárdio e doenças musculares. Essas doenças, no entanto, são em geral clinicamente distintas das doenças hepáticas. 3. Esquematize a reação catalisada pela glutamato desidrogenase. Glutamato → α-cetoglutarato, pela ação da glutamato desidrogenase 4. Cite o principal produto de excreção de nitrogênio no homem e o órgão que o produz. Ureia 5. Quais os destinos dos esqueletos de carbono dos aminoácidos? O esqueleto de carbono pode seguir por inúmeras vias, ao ser convertido em α – cetoácidos pode entrar no ciclo de Krebs, ir para a gliconeogênese ou oxidar direto até CO2 e H2O. 6. Por que alguns aminoácidos são denominados cetogênicos e outros glicogênicos? Dependendo do ponto no qual os carbonos de um aminoácido entram no metabolismo central, esse aminoácido pode ser considerado glicogênico ou cetogênico, isto é, possui a capacidade de aumentar as concentrações tanto de glicose quanto de corpos cetônicos. 7. O que vem a ser a fenilcetonúria? Como é diagnosticada? Como pode ser tratada? Quais as consequências? É uma doença autossômica recessiva, que resulta da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase, que converte o AA essencial fenilalanina em um AA não essencial a tirosina, a qual é precursora de neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina. A deficiência enzimática implica no acúmulo de fenilalanina que inibe a entrada do triptofano (serotonina) no SNC e na ausência de tirosina. O diagnóstico é feito pelo teste do pezinho. Os principais sintomas são vômitos no período neonatal, deficiência intelectual e albinismo parcial (íris e cabelo). 8. Na oxidação de AA, qual o destino final do grupo amino? Quando os grupo amino não é utilizado para a síntese de novos AA ou de outros grupos nitrogenados, eles são canalizados em um único produto final de excreção. A amônia depositada na mitocôndria dos hepatócitos é convertida em ureia no ciclo da ureia 9. Que tipo de composto pode receber o grupo amino transferido de um AA? Cite exemplos através de uma reação. O α – cetoglutarato, possui papel central no metabolismo dos AA por ser o aceptor do grupo amino (é um α – cetoácido componente do ciclo de Krebs). Na transaminação há a transferência do grupo amina, sendo substituído por uma cetona. Nessa reação, o aminoácido forma cetoácido e o cetoácido forma aminoácido. 10. Como se dá o nome as transaminases? Quais os produtos da aspartato transaminase e da alanina transferase? Alanina → piruvato, ação da alanina-aminotransferase (ALT) Aspartato → oxalacetato, ação da aspartato-aminotransferase (AST) 11. Arginina é um AA essencial? Explique. Sim, é o precursor da ureia. 12. Qual a origem dos aminoácidos precursores de glicose na gliconeogênese? Aminoácidos glicogênicos 13. Qual a importância da Alanina e da Glutamina no ciclo da uréia? A glutamina e a Alanina são transportadores-chave dos gripo amino entre os vários tecidos e o fígado e estão presentes em maiores concentrações do que a maioria dos outros AA no sangue. Rafaela Pamplona Oxidação dos ácidos graxos ou β-oxidação Esse processo possui três pontos principais: → Lipídeo armazenado no tecido adiposo para ser degradado e fornecer energia → Na mitocôndria, que há a utilização da enzima carnitina → Formação dos corpos cetônicos. É um processo de quatro passos, chamado -oxidação, através do qual os ácidos graxos são convertidos em acetil-CoA, para ser usado no ciclo de Krebs. A oxidação dos ácidos graxos de cadeia longa em acetil- CoA é uma via central liberadora de energia. • Os ácidos graxos saturados e com número par de átomos de carbono são degradados até acetil-CoA • O acetil-CoA formado por -oxidação também tem como destino a produção de corpos cetônicos no fígado. Quando o acetil-CoA não consegue seguir para o ciclo ele é captado pelo fígado e convertido em corpos cetônicos, ou seja, os corpos cetonicos só serão formados quando o acetil-CoA não consegue ir para o ciclo cítrico. Isso só ocorre em duas situações: jejum prolongado e diabetes mellitus não controlada. Nessas duas situações o cérebro usa os corpos cetônicos como fonte de energia, pois eles atravessam a barreira hematoencefálica por serem hidrossolúveis. O prejudicial é quando os corpos cetônicos estão em excesso, por serem ácidos podem baixar o pH sanguíneo e gerar cetoacidose (acidose metabólica). Digestão, mobilização e transporte dos ácidos graxos Os ácidos graxos dos triacilgliceróis fornecem uma grande fração da energia oxidativa. Os triacilgliceróis da dieta são emulsificados no intestino delgado por sais biliares, hidrolisados pelas lipases intestinais, absorvidos pelas células epiteliais intestinais, reconvertidos em triacilgliceróis, e então transformados em quilomícrons pela combinação com apolipoproteínas específicas. Os quilomícrons distribuem os triacilgliceróis aos tecidos, onde a lipase lipoproteica libera ácidos graxos livres para a entrada nas células. Os triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo são mobilizados por uma lipase de triacilglicerol sensível a hormônio. Os ácidos graxos liberados se ligam à albumina sérica e são transportados no sangue para o coração, para musculatura esquelética e outros tecidos que utilizam ácidos graxos como combustíveis. Uma vez dentro das células, os ácidos graxos são ativados na membrana mitocondrial externa pela conversão em tioésteres de acil– CoA graxos. A acil-CoA graxo que será oxidada entra na mitocôndria em três passos, pelo ciclo da carnitina. O lipídeo da dieta é armazenado no tecido adiposo, para isso segue um caminho: 1 – os sais biliares, no intestino, emulsificam as gorduras da dieta na forma de micelas 2 – lipases intestinais degradam os triacilgliceróisliberando ácidos graxos 3 – os ácidos graxos são absorvidos pelo epitélio e reconvertidos em triacilgliceróis. 4 – os triacilgliceróis são incorporados ao colesterol e as lipoproteínas dentro do quilomícron para serem exportados para a circulação 5 – quilomícrons circulam através da linfa e do sangue 6 – lipoproteína lipase hidrolisa TAG nos capilares 7 – ácido graxo entra nas células 8 – ácidos graxos são oxidados ou reesterificados para o armazenamento na forma de triglicerídeos no adipócito. O triglicerídeo armazenado é chamado de gordura neutra, por ser armazenado sem nenhuma camada ao seu redor. Essa característica de armazenamento é que permite o maior rendimento energético. a) gorduras presentes na alimentação b) gorduras armazenadas nas células na forma de gotículas gordurosas c) gorduras recém sintetizadas em um órgão para ser exportada para outro. Lipoproteínas: LDL – transporta o colesterol do fígado para os tecidos HDL – transporta o colesterol dos tecidos para o fígado Rafaela Pamplona Alguns hormônios desencadeiam a mobilização dos triacilgliceróis armazenados, no tecido adiposo, os quais podem ser oxidados para a produção de energia quando houver baixos níveis de glicose. → Glucagon e Epinefrina (adrenalina) Regulação do metabolismo dos lipídios pelo glucagon e epinefrina. O glucagon e a epinefrina ativam a lipase hormônio-sensível no tecido adiposo, em coordenação com a ativação da proteólise nos músculos e a gliconeogênese no fígado. O metabolismo dos ácidos graxos pela β-oxidação no fígado gera ATP para a gliconeogênese. A acetil-CoA é convertida em corpos cetônicos e liberada para o sangue. Estes efeitos são revertidos pela insulina após a refeição. Os baixos níveis de glicose liberam hormônios (glucagon e epinefrina) que se ligam aos receptores de membrana, formando um complexo ativo hormônio-receptor. Esse complexo ativa a enzima adenilato-ciclase, responsável por quebrar o ATP e liberar AMPc, que funciona como segundo mensageiro, ativando uma cascata de sinalização. O AMPc ativa a proteína-quinase, que estimula a triacilglicerol-lipase, atuando sobre a quebra dos triglicerídeos em 95% de ácido graxo e 5% de glicerol. Os ácidos graxos são lipossolúveis e para ser transportado na corrente sanguínea utiliza a proteína albumina. Uma vez que a albumina engloba os ác graxos, eles serão transportados até seu local de degradação (mitocôndrias) através da -oxidação. Já o glicerol é metabolizado até gliceraldeído-3-fosfato, sendo o último produto da primeira fase da via glicolítica, uma vez formado ele participará da via glicolítica (glicólise). Mobilização dos triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo. Quando os baixos níveis de glicose no sangue ativam a liberação de glucagon, ➊ o hormônio se liga ao seu receptor na membrana do adipócito e assim ➋ estimula a adenilil-ciclase, via uma proteína G, a produzir cAMP. Isso ativa a PKA, que fosforila ➌ a lipase sensível a hormônio (HSL) e ➍ as moléculas de perilipina na superfície da gotícula lipídica. A Rafaela Pamplona fosforilação da perilipina causa a ➎ dissociação da proteína CGI da perilipina. A CGI então se associa com a enzima triacilglicerol lipase no adipócito (ATGL), ativando-a. A triacilglicerol lipase ativada ➏ converte triacilgliceróis em diacilgliceróis. A perilipina fosforilada se associa com a lipase sensível a hormônios fosforilada, permitindo o acesso à superfície da gotícula lipídica, onde ➐ ela hidrolisa os diacilgliceróis em monoacilgliceróis. Uma terceira lipase, a monoacilglicerol lipase (MGL) ➑ hidrolisa os monoacilgliceróis. ➒ Os ácidos graxos saem do adipócito, se ligam à albumina sérica no sangue e são transporta- dos no sangue; eles são liberados da albumina e ➓ entram em um miócito por meio de um transportador específico de ácidos graxos. No miócito, os ácidos graxos são oxidados a CO2, e a energia da oxidação é conservada em ATP, que abastece a contração muscular e outros tipos de metabolismo que necessitam de energia no miócito. Ác Graxos – mitocôndria Para os ácidos graxos entrarem na mitocôndria não é um processo fácil, por não haver canal ou transportador para facilitar sua entrada. Com isso, é necessário que eles sejam conduzidos por uma proteína chamada carnitina. Ela é a proteína responsável por facilitar a entrada do ácido graxo no interior da matriz mitocondrial, onde será degradado em moléculas de acetil – CoA para ser utilizado no ciclo de Krebs. Os ácidos graxos sofrem a ação de três reações enzimáticas para poder chegar ao interior das mitocôndrias: 1⁰ – acil-CoA sintetases: responsável por dar grupamentos acil-CoA ao ác graxo Ác. Graxo + CoA + ATP → acilCoA-graxo + AMP + PPi 2⁰ – carnitina aciltransferase I: fora da matriz mitocondrial faz a transferência do grupo acil 3⁰ – carnitina aciltransferase II: dentro da matriz mitocondrial faz a transferência do grupo acil • Conjunto mitocondrial de CoA → degradação oxidativa do piruvato, de ácidos graxos e de alguns aminoácidos. • Conjunto citosólico da CoA → biossíntese de ácidos graxos. No espaço intermembranoso, ocorre a atuação da enzima carnitina aciltransferase I, que retira a acil-CoA do ácido graxo e o liga a proteína carnitina, essa ação permite a entrada do ácido graxo no interior da matriz mitocondrial. O ácido graxo só pode sofrer a -oxidação para ser degradado quando está na forma de acil-CoA-graxo, sendo necessária a substituição da proteína carnitina pelo grupo acil-CoA, para isso a enzima carnitina aciltransferase II atua. A degradação ocorre com a retirada de dois e dois carbonos que saem na forma de acetil-CoA para entrar no ciclo de Krebs. Entrada de ácido graxo na mitocôndria é feita pelo transportador acil- carnitina/carnitina. Após a formação da acil-carnitina-graxo na membrana externa ou no espaço intermembrana, ela se desloca para a matriz pela difusão facilitada por meio do transportador na membrana interna. Na matriz, o grupo acila é transferido para a coenzima A mitocondrial, tornando a carnitina livre para retornar ao espaço intermembrana pelo mesmo transportador. A aciltransferase I é inibida por malonil-CoA, o primeiro intermediário na síntese de ácidos graxos. Essa inibição evita a síntese e a degradação simultâneas dos ácidos graxos. ♥ A concentração do malonil-CoA (intermediário na biossíntese a partir de acetil-CoA) aumenta sempre que o ser humana é alimentado com carboidratos. A inibição da carnitina aciltransferase I pelo malonil-CoA, diminui a oxidação dos ácidos graxos sempre que o fígado tenha amplo suprimento de glicose. ♥ as pessoas com erro genético que não produzem a proteína carnitina, em situações de jejum prolongado associado a prática de atividade física, o ac graxo não consegue chegar na matriz mitocondrial, ficando retido no espaço intermembranoso. Esse ac graxo preso provoca fadiga muscular, câimbras e dores. Para diagnosticar é necessário realizar biópsia do musculo que serão encontrados vacúolos de gordura. Para melhorar pode ser feita a suplementação da proteína carnitina. 1 – Remoção oxidativa de sucessivas unidades de dois em dois átomos de carbono que saem na forma de acetil-CoA 2 – Resíduos de acetila do acetil-CoA oxidados até CO2 no ciclo do ácido cítrico 3 – os elétrons (NADH e FADH) produzidos no ciclo de Krebs são transferidos para a cadeia transportado de elétrons, que tem o O2 como aceptor final, formado H2O e regenerando o NAD e FAD para retornar ao ciclo de Krebs Rafaela Pamplona β Cada molécula de acetil – CoA é formada gradativamente pela liberação de 2 em 2 átomos de carbono, sendo repetido até que todo ácido graxo seja degradado, o que torna a -oxidação um processo lento 1 – Desidrogenação: acil-CoA desidrogenase 2 – Adição
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