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UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DE LEITURA

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 CURSO DE PEDAGOGIA
ERNANDES MAIA
SANDRA DA SILVA OLIVEIRA
UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DE LEITURA
	
BOA VISTA - RR
 2017.1
ERNANDES MAIA
SANDRA DA SILVA OLIVEIRA
UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DE LEITURA
	
Trabalho apresentado para verificação semestral da disciplina Metodologia e Prática do Ensino da Língua Portuguesa do 3° Semestre da Universidade Paulista Unip. 
BOA VISTA – RR
 2017.1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
 É por meio da linguagem que os sujeitos pensam, interagem e reproduzem ideias e opiniões próprias, principalmente, numa sociedade em que os sujeitos estão cada vez mais conectados a redes infinitas de textos e de discursos.
Nesse contexto, a leitura surge como uma atividade que além de depender do processamento individual, se coloca numa conjuntura social que envolve capacidades e disposições referentes à produção e à compreensão de sentidos. Em nossa tradição escolar, a leitura juntamente com a escrita configura-se como cerne das práticas educativas, sendo sempre movedora de estudos e de discussões entre os pesquisadores com relação às diferentes noções teóricas e metodológicas que a cerca.
Considerada não apenas como processo atividade cognitivo subjetivo a leitura deve ser praticada e essencialmente ensinada de modo que o aluno a aprenda de maneira clara e objetiva, percebendo assim, como o professor realiza este trabalho com a interpretação compreensão e assimilação dos diferentes elementos sociolinguísticos que o cerca. 
É preciso que o discente entenda como se constitui o processo de leitura através das diferentes estratégias de compreensão leitora utilizadas em prol de uma compreensão funcional e expressiva das situações sociocomunicativas.
O trabalho com a leitura é um dos mais abordados temas na esfera educacional, logo, não é recente a atenção dada pelos estudiosos e pesquisadores quando se tratam de concepções, hábitos e práticas de leitura.
1. UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS NA PRÁTICA DE LEITURA
 A dificuldade na compreensão leitora é um tema que provoca preocupação entre os profissionais da educação, sendo um dos impedimentos para que se consiga atingir o seu objetivo maior: formar sujeitos autônomos e cidadãos críticos, tendo em vista que esta competência é uma das exigências do atual estágio de desenvolvimento social, concebido como a era do conhecimento.
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos (BRASIL, 1997, p.36).
Quem lê constrói significado, ler implica unir o conhecimento do mundo e esquemas mentais relacionados ao assunto abordado no texto. A leitura é o resultado da interação entre as informações visuais e não visuais, sendo considerado um ato cognitivo.
Segundo Solé (1998):
Por que é necessário ensinar estratégias de compreensão? Em síntese, porque queremos formar leitores autônomos, capazes de enfrentar de forma inteligente textos de índole muito diversa, na maioria das vezes, diferentes dos utilizados durante a instrução. Esses textos podem ser difíceis, por serem muito criativos ou por estarem mal escritos. De qualquer forma, como correspondem a uma grande variedade de objetivos, cabe esperar que sua estrutura também seja variada, assim como sua possibilidade de compreensão (SOLÉ, 1998,p. 72).
Nessa perspectiva, é postulada uma responsabilidade partilhada no processo de ensino/aprendizagem, entre o professor (que tem de ensinar a aprender) e o aluno (que deve aprender a aprender). O papel mediador desse professor exige, entretanto, que em sua formação lhe tenham sido propiciado condições para que se assuma profissionalmente.
1.1 PREVISÃO / ANTECIPAÇÃO 
É de fundamental importância que antes de uma leitura, façamos uma análise prévia do que será lido, para assim, obter informações que nos ajudará a ter uma melhor compreensão do texto. Para Naspolini (1996):
[…] Para a compreensão de um texto, fazemos perguntas mentalmente. Isso significa que levantamos hipóteses, inferimos determinadas situações ou fatos, definimos estratégias, pesquisamos novas alternativas que o texto não nos fornece de imediato, e assim por diante (NASPOLINI, 1996, p.53).
O professor deve usar o recurso da previsão / antecipação para motivar os alunos a prática da leitura prazerosa, pois dessa forma ativa os conhecimentos prévios, com o levantamento de hipóteses que poderá vir a ser confirmadas ou não. Essa tática ajudará o aluno a refletir sobre o tema, as imagens, a fim de obter uma compreensão antecipada do texto que ainda será lido. 
Esse diálogo anterior a leitura, com questionamentos, irá conduzi-los a construção de um sentido para o texto e uma real compreensão do mesmo. De acordo com Kleiman (2002):
Quando uma criança não encontra utilidade na leitura, o professor deve fornecer-lhe outros exemplos. Quando uma criança não se interessa pela leitura, é o professor quem deve criar situações mais envolventes. O próprio interesse e envolvimento do professor com a leitura servem como modelo indispensável: ninguém ensina bem uma criança a ler bem se não se interessa pela leitura (KLEIMAN, 2002, p.34). 
O educador é um mediador entre o aluno e o processo de aquisição da formação de leitores, devem-se priorizar assuntos que os alunos tenham interesse para que seja um elemento impulsionador, que permitam ao aluno suprir sua necessidade de fantasia envolvendo história de aventuras, poemas e contos de fadas. O educador deve criar em sua sala de aula, condições para que estimule seus alunos a ler. 
Para Nobrega (2016):
O domínio de estratégias de leitura decorre de uma pratica viva do ato de ler, de um lado vivenciando os diferentes modos de ler existentes nas praticas sociais; de outro, respondendo aos diferentes propósitos de quem lê (NOBREGA, 2017, p.1).
 
 Previsão e antecipação, estratégias que ajudam a compreender melhor um texto, se usados com clareza exigem que o leitor acione os conhecimentos prévios, criando hipóteses, visão de mundo e de linguagem sobre o assunto que esta sendo abordado.
 Muitas operações acontecem na mente do leitor antes da leitura, quando se escolhe um texto para ler para as crianças o professor deve antecipar questionamentos e qual o objetivo da leitura, vai levar o leitor a levantar expectativas sobre o conteúdo do texto.
 Na sala de aula a atividade de leitura deve ser bem planejada o professor deve ter objetivos bem definidos para desenvolver com seus alunos, usando textos a altura do repertorio de seus alunos favorecendo a participação de todos em sala de aula, estimulando a turma sempre trocar ideias e discutir o que foi lido. 
1.2 INFERÊNCIA 
Segundo Duke; Pearson (2002):
Estratégia de inferência: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência á aquilo que lemos, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se interpretação do texto confirmam, e às vezes não: de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias. Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferida em função do contexto: portadores, circunstâncias de aparição ou propriedades de um texto. O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com frequência, até mesmo para inferir a intenção do autor. Não está escrito, porém
correto. Permite que o leitor se atenha apenas aos índices úteis. Desprezando os irrelevantes (DUKE; PEARSON, 2002, p.1)
E quando o leitor constrói um novo conhecimento com texto, entrando na história para dar sentido na leitura, apesar do uso difundido em diferentes modelos, cada um vai representar uma forma diferente do o que aprendeu na vida. Dessa forma, ao conquistar o hábito da leitura, com prazer e autonomia, tanto o professor, quanto o aluno, estarão ampliando seus conhecimentos, compreenderão que ler é interpretar a vida social, ampliar a visão de mundo, reconhecer o outro e a si mesmo na leitura.
Para Pessoa (2012):
Contudo, quando falamos em inferência, precisamos considerar que nem sempre ela é confirmada durante ou após a leitura de um texto. Há casos em que os elementos que nos levaram a crer num certo desfecho para um determinado texto apresentam interpretações muito diferentes daquelas que imaginamos durante a leitura. Muitos autores utilizam-se desse recurso (intencionalmente) para que a sua história ou enredo tenha um efeito surpreendente ao final da trama. E a habilidade que estes têm em encaminhar e articular todos esses fatores é que lhes confere o conceito de bons escritores (PESSOA, 2012, p.66).
A inferência busca a leitura para que seja compreendida no contexto e que é preciso ser também interpretada e que ofereça um bom conhecimento dia a dia do aluno para que tenha a possibilidade de desenvolver fatos acontecidos no texto
1.3 VERIFICAÇÃO
Para Zabala (1998):
A verificação é uma estratégia que nos permite voltar às informações que fomos reunindo ao longo da leitura que realizamos, com o proposito de, como o próprio nome sugere, verificar se o que inferimos, se o que antecipamos, se o que imaginamos pode ser valido para aquele texto (ZABALA, 1998, p.32).
Estratégias de verificação tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não a especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar ou não a compreensão é inerente á leitura. Utilizando todas as estratégias de leitura mais ou menos ao mesmo tempo, sem ter consciência disso. Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura.
Conforme Duke; Pearson (2002):
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do conhecimento que já possui a respeito do assunto, do autor e do que já sabe sobre a língua e características do gênero, do portador ou do sistema de escrita... Ninguém pode extrair informações do texto decodificando letra por letra, palavra por palavra (DUKE; PEARSON 2002, p.1).
A verificação não e a ultima nem a menos importante estratégia de leitura é uma estratégia que nos permite voltar às informações que se reúne ao longo da leitura, ou seja, se podemos comparar o que pensamos inicialmente com o desfecho apresentado pelo autor do texto.
Segundo Koch (2000):
Depois de ter realizado algumas produções escritas de modo coletivo, o professor pode propor produções em grupo, depois em dupla e, então, individualmente. Em qualquer uma dessas propostas, é preciso que haja um acompanhamento efetivo das necessidades dos alunos na realização da atividade (KOCH, 2000, p.20).
Dessa forma após a escrita, vem à revisão, ela não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa. Deve-se olhar para a produção dos estudantes e identificar o que provoca estranhamento no leitor dentro dos usos sociais que ela terá.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho não se pretendeu a conclusões fechadas, mas, sim, existiu aqui a proposta de formular algumas reflexões sobre o desempenho dos alunos e sua compreensão leitora. Muito mais que uma mera crítica à instituição da escola e seus modos de atuação, buscou-se construir caminhos que possam contribuir para que a educação alcance seu objetivo maior. 
Refletimos, nesse sentido, a necessidade de ligar a atividade leitora na escola às necessidades pessoais e sociais do aluno, destacando, dessa forma, a importância da leitura em todas as relações deste enquanto sujeito e ser atuante de uma sociedade letrada. 
Tornar possível essa ligação exigirá da escola permitir inserir-se no mundo de seus apreendestes e romper com a forma rotineira e desmotivadora com que concebe e reproduz a leitura. 
Com o objetivo de tornar prazerosas as aulas e atividades relacionadas à leitura, inclusive para leitores menos experientes, que não desenvolveram ainda eficazmente a habilidade leitora da compreensão, sugerimos a utilização de temas ligados ao cotidiano e ao contexto em que os alunos estejam inseridos, seus anseios e desejos. 
Assim, consideramos importante o desenvolvimento de ações para que se difunda a produção teórica sobre leitura (processos, estratégias e dificuldades) junto aos profissionais da educação, fomentando, talvez, uma política pública educacional para que essas ações cheguem à prática no cotidiano das escolas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (PCN) – Brasília, 1997. 
DUKE, N. K.; PEARSON, P. D. Effective practices for developing reading comprehension. In: FARSTRUP, A. E.; SAMUELS, S. J. (Org.), What Research Has to Say About Reading Instruction,. Newark: Internacional Reading Association, 2002, 3rd ed. 
KOCH, I. V. A atividade de produção textual. 2000.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura. 8ª ed. Campinas, SP: Pontes, 2002.
NASPOLINI, Ana Teresa. Didática do Português - Tijolo por tijolo: leitura e produção da escrita - São Paulo: Scipione , 1996.
NOBREGA, Maria Jose. Língua portuguesa e assessora em programas de desenvolvimento profissional, 2017.
PESSOA, Lílian. Metodologia e Prática do Ensino da Língua Portuguesa. - São Paulo: Editora: Sol, 2012.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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