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Renal II O processo de filtração resulta em um filtrado na cápsula de Bowman que tem a mesma composição do plasma, com exceção de proteínas plasmáticas e células, pois são grandes e tem carga negativa. O que não for filtrado, sobrar nas arteríolas eferentes dará origem aos capilares peritubulares, que possuem uma pressão oncótica maior que os capilares glomerulares pois tem a mesma quantidade de proteínas plasmáticas, entretanto menos água, pois parte foi filtrada. Conteúdo plasmático chegando no capilar glomerular sai todos os componentes do plasma menos proteínas de células, a concentração de proteínas da arteríola eferente está igual da aferente, entretanto com a pressão oncótica maior. Quanto mais concentrada as proteínas estão, maior a pressão oncótica. O capilar glomerular perde água e eletrólitos para cápsula de Bowman e concentra as proteínas na arteríola eferente e capilares peritubulares. Então os capilares peritubulares possuem a pressão oncótica alta, o que atrai água da luz dos túbulos do néfron para os capilares peritubulares. A mesma rede de vasos que fornece uma alta pressão hidrostática pro capilar glomerular com pressão oncótica normal, faz gerar também um outro vaso que é o capilar peritubular com pressão hidrostática baixa e oncótica alta, esse capilar tem as forças de Starling favorecendo a saída de líquido para cápsula de Bowman, pressão hidrostática alta e oncótica baixa, enquanto os capilares peritubulares vão ter forças de reabsorção, pressão oncótica alta e pressão hidrostática baixa. Esse mecanismo que coloca em série os capilares glomerulares com os peritubulares garantem que os glomerulares tenha uma resultante efetiva que favoreça uma outra filtração enquanto os peritubulares resultante que favorece a reabsorção. A osmolalidade plasmática é cerca de 300 mOsmois, e dentro da cápsula de Bowman terá a mesma osmolalidade, porque passa praticamente tudo, só não passa proteínas que contribuem muito pouco com as osmolalidade plasmática, e células, o que mais contribui para osmolalidade plasmática é Na e Cl. Então a cápsula de Bowman terá a mesma concentração do plasma de Na, glicose,... e zero de proteínas e células. Como as proteínas não passam e a pressão hidrostática do capilar peritubular cai porque ele encontra uma vênula, as forças de Starling do capilar peritubular, são forças que estão atraindo a água para dentro do vaso para facilitando a reabsorção. O tubo do néfron é selado, só passa o que precisa, se for para passar glicose será colocado um transportador de glicose, se for pra secretar H+, colocará uma bomba de H+, ou seja, tem força para reabsorção de tudo, mas só passa o que a célula quer. Gráfico: NÉFRON 1) Pressão efetiva de ultrafiltração depende da pressão hidrostática do capilar glomerular MENOS a pressão hidrostática na cápsula de Bowman. Pressão hidrostática no capilar glomerular é de 45 mMg que não varia, porque o capilar está contido entre duas artérias, então a arteríola eferente e aferente oferecem resistência e mantém a pressão arterial constante ao longo de todo capilar glomerular. A pressão hidrostática na cápsula de Bowman não tem como medir, mas é a mesma do túbulo contorcido proximal que é 10 mMg, que também não varia. Tem-se uma resultante de pressão hidrostática de 35 mMg, que é uma força que favorece a filtração. A força oncótica nos capilares glomerulares que puxam a água de volta, que se opõe a filtração, que vai de 10 a 30, ou seja 20 mMg de pressão oncótica no capilar glomerular, que varia, aumenta ao longo do capilar glomerular até que atinge o valor do ∆ de pressão hidrostática, e quando chega nesse valor, a filtração cessa, não é que não tenha líquido entrando ou saindo, mas a resultante é ZERO, são dois vetores de mesma força que se anulam. 45- 10=35-20=15, ou seja a pressão efetiva de ultrafiltração do começo do capilar glomerular é de 15 mMg. A pressão oncótica aumenta progressivamente ao longo do capilar porque está filtrando água e as proteínas estão ficando cada vez mais concentradas. NÉFRON 2) Pressão hidrostática do capilar glomerular não varia assim como da cápsula de Bowman, pressão oncótica começa com 20. O primeiro parâmetro que determina o quanto o filtro filtra água é a pressão de água, quanto maior a pressão, maior a filtração. O segundo é o tamanho do poro. Então a diferença de filtração entre dois glomérulos é o tamanho dos poros, as forças são as mesmas, mas a característica do poro determina a quantidade de filtrado. Isso é muito bom, pois passa a ter uma reserva funcional grande. Se a pressão arterial de uma pessoa aumenta, passa de 45 para 50, ele tem toda uma área que normalmente não filtra para filtrar, então filtra mais, esse terço final do néfron que normalmente não filtra ele pode ser requisitado a filtrar se houver alterações nessas forças de Starling, casos de hiperproteinemia, hipertensão, etc. O rim tem mais massa do que precisamos, recebe mais sangue do que tinha que receber, e filtra menos do que poderia filtrar, então tem uma capacidade funcional enorme, e mesmo assim quando envelhecemos falta rim, porque ao longo da vida os glomérulos morrem. Qual primeiro mecanismo de controle de quanto os rins filtram? Alterar as forças de Starling, alterando a pressão arterial, pressão oncótica, pressão hidrostática no capilar glomerular e cápsula de Bowman, qualquer coisa que mexa nessas forças vão alterar o quanto o rim filtra, mas isso não depende de controle renal, são alterações sistêmicas ou patológicas, agora dentro do rim o primeiro mecanismo de controle do quanto se filtra é parecido com mangueira, ao apertar a ponta da mangueira solta um jato que vai longe com pressão menor, diminui a saída de água que sai com um fluxo maior porque diminuiu o calibre, quando se aperta um tubo a pressão antes de onde se aperta aumenta e depois do ponto apertado diminui, o mesmo que se faz com o garrote nos vasos. As arteríolas aferentes e eferentes tem músculo liso portanto tem a capacidade de se contrair para alterar a resistência e pressão hidrostática local para cada glomérulo, interferindo no quanto que cada glomérulo filtra. Se a arteríola aferente se contrair a pressão hidrostática nos capilares glomerulares será menor, portanto a pressão efetiva de ultrafiltração é menor, os capilares filtram menos, tem menos urina; se contrair a arteríola eferente muito líquido ficará retido nos capilares, então a pressão hidrostática dos capilares aumenta, se a pressão hidrostática no capilar glomerular é maior, pressão efetiva de ultrafiltração maior, filtra mais, tem mais urina. Angiotensina II, peptídeo natriurético atrial (ANP), AVP, prostaglandina II, todos esses mediadores vão alterar localmente como que esse músculo liso das arteríolas aferente e eferente vão responder em cada situação fisiológica, vão alterar a pressão hidrostática do capilar glomerular sem alterar a pressão sistêmica, ou seja, são mecanismos que alteram a pressão no capilar sem alterar a pressão sistêmica. No caso de alteração da pressão sistêmica por outros fatores, também influenciaria nesse mecanismo. Quanto que o filtro de casa filtra depende da força da água e do tamanho do poro, o rim depende da pressão efetiva de ultrafiltração governada pelas forças de Starling e do coeficiente de filtração determinado principalmente pelo tamanho do poro, o tamanho do poro X a força, determina o quanto o rim filtra. Poro grande com força grande, filtra mais; poro pequeno com força pequena, filtra menos. Precisa-se saber se o rim do indivíduo está filtrando, então se usa a fórmula: TFG = Kf . [(P CG - PCB) - � CG] Determinando o volume que o rim filtra: O fluxo plasmático renal, ou seja, o volume de plasma que passa pelo rim é determinado pelo Cl do paraminohipurato (PAH), porque é livrementefiltrado e o que não é filtrado é secretado ativamente para a luz do tubo, o plasma é 100% depurado do PAH a cada vez que ele passa pelo rim. Para saber o quanto que o rim filtra, o volume que foi filtrado, calcula-se o Cl da INULINA, que é livremente filtrada, não é secretada e nem reabsorvida, não é produzida pelo rim e nem quebrada por este, não pode alterar a função renal, ou seja, passa livremente pelos poros e não ocorre mais nada. É excretada 100% apenas filtração, então seu Cl (volume de plasma que o ruim consegue depurar de uma determinada substância por unidade de tempo), corresponde ao volume de plasma que o rim filtrou. Exógena, a INULINA, endógena, CREATININA. A inulina é um polímero de frutose que não é metabolizado, é inerte, é injetada junto com o PAH por via intravenosa para fazer o teste da função renal, do PAH para saber o fluxo renal e da INULINA para saber o quanto que o rim filtra, taxa de filtração glomerular. A CREATININA também indica a taxa de filtração glomerular, mas tem-se alguns problemas: A creatinina é um metabólito endógeno produzido pela metabolismo muscular, ao quebrar proteína produz creatinina, então o rim pode estar funcionando perfeitamente bem, mas se o indivíduo estiver fazendo catabolismo proteico, a quantidade de creatinina no plasma aumenta, não é porque o rim não está filtrando, é porque está fazendo metabolismo proteico, então não serve. Outra coisa, é que a creatinina é secretada, 10 a 15% é secretada no túbulo contorcido proximal, então diferente da INULINA que só é eliminado pela filtração glomerular, a creatinina é eliminada por filtração e 10 a 15% é adicionalmente secretado, então se fizer o Cl da creatinina terá um valor de filtração superestimado, na urina não tem só a creatinina que foi filtrada, tem também um pouco que foi secretado, então se usá-la para verificar a taxa de filtração glomerular, ela indicará que o rim está filtrando mais do que realmente está. Na clínica se dosa muito a creatinina plasmática para indicar a função renal, até pode indicar a função renal, mas deve-se fazer também o Cl, e mesmo assim dará um valor e taxa de filtração superestimado. Em um paciente velho com suspeita de insuficiência renal, se fizer e der creatinina plasmática alta, está com insuficiência renal crônica; mas se for um paciente jovem, e estiver com insuficiência renal aguda e a creatinina está normal, isso não significa que o paciente não seja insuficiente renal, e sim que está fazendo a abordagem errada. O valor de creatinina normal no plasma não significa que o rim está funcionando bem, e nem que um valor alto significa que está funcionando mal, tem correlação entre os parâmetros, mas nem sempre é verdade. Se quiser saber a taxa de filtração glomerular, calcula-se o Cl da creatinina, ou seja, é uma substância que é só filtrada e o que vai parar na urina é correspondente ao que foi filtrado, então o volume de plasma depurado dela é igual ao volume de plasma que o rim filtrou. Então se tem o fluxo plasmático renal, quantidade de plasma que passou pelo rim por unidade de tempo, e desse plasma se sabe o quanto o rim filtrou, a taxa de filtração glomerular, então tem- se a fração de filtração: FF = TFG/FPR , quanto o rim filtrou em relação a quantidade de plasma que chegou pro rim. O rim pode estar recebendo pouco plasma, pode estar com isquemia renal, mas está trabalhando o máximo possível para depurar o plasma, então pode estar com uma filtração normal, mas o fluxo de plasmático renal extremamente baixo, então a fração de filtração será um valor alto; ou o rim pode estar recebendo muito plasma, há uma super perfusão renal, mas não está filtrando nada, ou seja, esse rim não funciona. Então precisa saber o FPR, é preciso corrigir o FPR pelo hematócrito para saber o fluxo sanguíneo renal, precisa calcular se está filtrando ou não. A FF de filtração é em torno de 20%, um adulto de 70 kg, filtra aproximadamente 20% do volume de plasma, isso significa que por dia passa pelos dois rins 2000 litros de sangue, o sangue recircula várias vezes nos rins, no total dá 2000 L. Considerando um hematócrito de 50%, passa pelo rim 1000 L de plasma, o rim filtra 200 L. Desses 200L que o rim filtra, é produzido só um litro de urina, ou seja, a produção de urina depende do quanto o rim filtra, mas também do quanto ele reabsorve e do quanto ele secreta. Todo segmento do néfron é formado por uma monocamada de células epiteliais, cúbicas ou pavimentosas de acordo com a característica funcional que cada segmento tem, então segmento que faz muito transporte ativo vai precisar de muita mitocôndria pois vai precisar de uma demanda de ATP muito alta, o túbulo contorcido proximal basicamente faz transporte ativo, então tem células com o volume de retículo endoplasmático grande, muitas mitocôndrias, e absorve 65% daqueles 200L que foram filtrados, então para aumentar a área de contato dessas células com a luz do tubo, esse segmento tem também microvilosidades. Por outro lado o segmento descendente fino da alça de henle, é fino exatamente porque as células são pavimentosas sem microvilosidades, com pouca mitocôndria, com poucas vilosidades, porque esse segmento só faz transporte passivo. Se o filtrado que foi do plasma para a cápsula de Bowman conseguisse vazar por entre as células do tubo pro interstício do rim, ou seja, se o néfron não fosse um tubo selado, tudo que foi filtrado do plasma iria simplesmente sair por entre as células, e aí o segmento do néfron não seria capaz de controlar o que é reabsorvido e o que é secretado. Então todas as células que formam o segmento do néfron, essa monocamada de células epiteliais elas são aderidas umas as outras, entre elas tem uma zona de adesão formada por desmossomos, que faz o acoplamento mecânico e por junções do tipo forte, as tight juctions, uma zônula que adere a célula a todas outras células que estão formando o túbulo, isso garante que o túbulo fique selado, que seja possível controlar o fluxo, quase tudo que será reabsorvido e secretado nesses segmentos do néfron terá que que essencialmente passar pelo citoplasma da célula, vai precisar ter transportadores, por entre umas célula e outra praticamente não passa nada. A zônula de oclusão formada pelas junções do tipo forte, ela circula a célula inteira, e além de fazer com que esse túbulo seja selado mantendo uma célula aderida a outra, ela garante que essa célula esteja dividida em domínios celulares, em um domínio apical voltado para a luz do túbulo e em um domínio basolateral voltado para o interstício, para o capilares peritubulares. Esse “cinturão” não permite por exemplo que uma proteína na zona apical migre para a zona basolateral pois ela não consegue passar pelo cinto, por essas junções do tipo forte, isso garante que a célula escolha em qual lado da membrana dela ela expressará quais transportadores, por exemplo, essas células que formam o néfron só expressam bomba de Na/K na membrana basolateral. Na membrana apical, por exemplo, essas células vão expressar o co-transportador que reabsorve glicose, então a célula consegue se dividir funcionamente em duas partes, isso é extremamente importante para que se gere um gradiente de Na, pois tendo bomba de Na/K apenas em um segmento a célula vai bombear cada vez mais Na para o interstício e a célula ficará deficiente em Na, e esse gradiente fará com que a célula consiga reabsorver Na da luz do túbulo, e junto com o Na vão outros solutos. Então é preciso saber que essas células são seladas na medida do possível, e que são divididas em segmento apical e basolateral. Túbulo contorcido proximal É um segmento que faz transporte ativo, tem bastante mitocôndria que fornece o ATP que vai servir principalmente para movimentar a bomba de Na/K, então basicamente todos os transportesque ocorrem nesse segmento do néfron é movimentado pelo gradiente de Na gerado pela bomba Na/K. Nesse segmento também ocorre a expressão de canais para água, as aquaporinas do tipo 1 que não são dependentes de AVP, ou seja, esse segmento não depende de hormônio para reabsorver água, os canais de água estão sempre lá, não tem força nenhuma movimentando a reabsorção de água, não é ativo, a água é reabsorvida por osmose, então terá gastou de energia metabólica para movimentar a bomba de Na/K, que gerará um gradiente de Na, que movimenta uma série de outros transportadores que juntos com o Na reabsorverão glicose, aminoácido, fosfato, cálcio, secretar H+, PAH, tudo isso acoplado com o gradiente de Na, e junto com esses solutos sendo reabsorvidos a água é arrastada por osmose, só no terço segmento que é permeável a água. Nesse segmento é reabsorvido então 65% de tudo que foi filtrado, 200 L são filtrados e reabsorvidos 130 L de filtrado nesse segmento. Os solutos reabsorvidos no túbulo contorcido proximal são: Na (principalmente pela bomba de Na/K, Cl, HCO3-, fosfato, glicose, aminoácido, Ca++, secreta H+, e bases orgânicas e junto a água vai sendo arrasatada, por isso que a reabsorção é ISOSMÓTICA (pressão osmótica igual, ou seja, para cada soluto é reabsorvido uma proporção igual de água. A osmolalidade do plasma é (290, mas arredonda p/ 300) 300 mOsmois/kg H2O, a osmolalidade dos 200L filtrados na cápsula de Bowman é a mesma, o túbulo contorcido proximal reabsorve 130L, então no final do túbulo contorcido proximal só sobra 70L, a osmolalidade dos 70L é a mesma, pois a reabsorção é isosmótica, então sobrará 70L com 300mOsmois/kg, isso quer dizer que reabsorveu solutos e água na mesma proporção, portanto esse segmento faz reabsorção isosmótica. Membrana apical e basolateral, células aderidas uma a outra por junções do tipo forte formando dois domínios, bomba de Na/K só tem na membrana basolateral, que bombeia 3Na para fora da célula e 3K para dentro, cria um gradiente, pois pega Na de dentro da célula, joga para o interstício e do interstício vai para o sangue, os capilares peritubulares reabsorve. Essa célula ficará com pouco Na, a célula escolheu colocar a bomba de Na/K na membrana basolateral para deixar a célula pobre em Na, ao mesmo tempo ela escolhe colocar todos os transportadores de Na na membrana apical para usar esse gradiente de Na gerado pela bomba de Na/K para reabsorver Na e junto com o Na levar glicose, aminoácido, fosfato, cálcio, secretar H+, ácidos e bases orgânicas.. Então a célula gera um fluxo de Na, ela usa o transporte ativo primário da bomba de Na/K para gerar um gradiente de Na que vai movimentar por transporte ativo secundário, simporte ou antiporte, a reabsorção e secreção de outros compostos. Quase 95% de todo transporte no rim é dependente da atividade da bomba de Na/K, se esta for bloqueada não consegue absorver praticamente mais nada. A reabsorção de glicose é associada então a de Na+, é um simporte, o co-transportador glicose-Na, SLGT2, acopla um Na e a reabsorção de uma glicose, após entrar na célula é aprisionada por fosforilação, ou é reabsorvida pela membrana basolateral voltando para o sangue pelo GLUT2 (não é dependente de insulina). Se a reabsorção de glicose não tem a ver com insulina, por que os diabéticos tem urina doce? O diabético excreta glicose não por falta de insulina, já que o rim não depende desta para reabsorção da mesma, mas o fato de não ter insulina, os outros tecidos não vão conseguir absorver glicose e o indivíduo ficará com a glicemia alta, a questão é que se há uma quantidade muito alta de glicose no plasma, os transportadores não conseguiram absorver tudo pois irão saturar. A glicemia normal é em torno de 100mg/dL, tem-se um número suficiente de co-transportador glicose-Na capaz de reabsorver até 200mg/dL, então hiperglicemia até esse ponto é possível reabsorver glicose, acima disso saturar os co-transportadores e o que tiver a mais de glicose vai parar na urina. Um indivíduo com glicemia de 500mg/dL, terá a quantidade de 300mg/dL de glicose no final do túbulo contorcido proximal, e vai tudo parar na urina. Ou seja, tudo é filtrado, mas nem tudo é reabsorvido. Quanto mais glicose tem no plasma há uma relação linear do quanto filtra, 100 no plasma, filtra 100, 5000 no plasma, filtra 5000 (casos de diabetes mellitus tipo 1), isso porque a glicose tem um tamanho de 10kDa, e o poro é de 40kDa, ou seja, ela passa tranquilamente pelos poros, a relação é linear. Agora a reabsorção sofre saturação, e tudo que sobra vai parar na urina. A repercussão disso serão observadas nos sintomas, o indivíduo com diabetes mellitus tipo 1 tem muita sede pois perde muita água, pois a glicose que sobra dentro do túbulo atrai água, a glicose precisa estar em solução, e ela possui um raio de solvatação muito grande, então ela vai atrapalhar a reabsorção de água, pode ter o gradiente que for para reabsorver água, mas se tem muita glicose prendendo a água dentro do tubo, então esse indivíduo terá glicosúria, poliúria e polidipsia. O indivíduo ficará caquético, perdendo 1000mg de glicose na urina por dia, é a diferença entre diabetes mellitus do tipo 1 e do 2, a do tipo 1 é magro, a do tipo 2, ficou obeso e passou a ter resistência a insulina depois, quase sempre a síndrome metabólica é relacionada com os indivíduos obesos. O indivíduo vai ser caquético e vai ter uma resposta hiperfágica, come, digere, absorve a glicose, as células não consegue usar então o indivíduo não ganha massa muscular, não ganha tecido adiposo, logo em seguida libera a glicose quase toda na urina de novo e volta a sentir fome, e come sempre mais sem ganhar massa. Diferença da diabetes mellitus para insípidus. A água e uma substância insípida, então na diabetes insípida, o indivíduo vai fazer um volume enorme de urina sem cor, sem odor, sem sabor, ou seja, ele elimina água, não consegue reabsorver água, é um deficiência ligada ao hormônio AVP, não tem nada a ver com glicose. Enquanto a diabetes mellitus, é deficiência de insulina, que vai gerar hiperglicemia, que vai ter um volume grande de urina por conta da glicose, urina adocicada. DIABETES (poliúria e polidipsia). Aminoácido (aa) é a mesma coisa, co-transporte com Na+, não é um co-transportador só, são vários, agrupa todos em um só porque todos funcionam em simporte com o Na, mas tem específico, Na-aa-ácido, Na-aa-básico, Na-aa-neutro, Na-aa- aromático,.. Então tem várias isoformas que tem maior ou menos afinidade por alguns tipos de aminoácidos. Co-transportador Na-H+, que é um antiporte, reabsorve o Na+ enquanto secreta o H+, na cadeia respiratória gera H+ o tempo todo, e o rim é responsável por secretar esse excesso de ácido. Reabsorção de bicarbonato acoplado a secreção de H+, a anidrase carbônica, converte ácido carbônico em CO2 e água, ou sintetiza ácido carbônico a partir desses dois, o que determina se ela faz uma reação ou outra é a isoforma, sendo 7 tipos de isoformas. A isoforma 2 faz a reação de síntese, a isoforma do tipo 4 quebra o ácido carbônico, ambas fazem as duas reações, mas uma faz preferencialmente em um sentido e a outra em outro sentido. Por ex., a concentração de bicarbonato no plasma é em torno de 15, no filtrado na cápsula de Bowman terá a mesma concentração, e esse bicarbonato precisa ser mantido no corpo, pois é responsável por tamponar o H+, mas não tem na membrana apical um transportador para reabsorvê-lo, mas a célula escolhe expressar anidrase carbônica do tipo 4 na membrana apical, então o núcleo sintetiza a anidrase carbônica que é uma enzima de membrana acoplada com o sítio catalítico voltado para a luz do tubo, pega o bicarbonato ou ácido carbônico e catalisa a quebra deste em CO2 e H2O, CO2 apolar se difunde pelos fosfolipídios diferente do bicarbonato,então resolvido, então a anidrase carbônica catalisou a síntese de CO2 a partir de bicarbonato e este consegue entrar na célula. Dentro da célula tem a anidrase carbônica do tipo 2, que é solúvel, que faz a reação no sentido inverso, então faz a síntese de ácido carbônico a partir de CO2 e H2O, que é quebrado em bicarbonato. Na membrana basolateral terá um co-transportador bicarbonato-Na (faz transporte ativo terciário, o que tá movimentando é o gradiente de bicarbonato, que está sendo sintetizado constantemente dentro dessa célula, tem um transportador ativo e um ativo secundário mandando H+ para fora, e para cada H+ jogado para fora, sobra um bicarbonato na célula que vai ficando mais concentrado até que ele tem energia o suficiente para movimentar a reabsorção de Na. É ativo terciário porque a bomba de Na/K gera um gradiente de Na+, a bomba de Na-H+ faz a secreção de H+, e a secreção de H+ gera o gradiente de bicarbonato que vai movimentar esse co-transportador de bicarbonato-Na), para cada 3 bicarbonatos que saem da célula para o interstício vai um Na junto, pronto, reabsorveu bicarbonato. Um problema nisso é que a quebra do ácido carbônico dentro da célula gera bicarbonato e H+, então a mesma célula acopla a reabsorção do bicarbonato a secreção do H+, pelo co-transportador do H+-Na (antiporte que faz transporte ativo secundário, usa a energia do Na para bombear o H+) ou por uma bomba de prótons, que usa a energia do ATP para bombear o H+ do citoplasma para dentro do tubo. A bomba de prótons faz transporte ativo primário, usa direto a energia do ATP. No túbulo contorcido proximal começa a ter muito transporte ativo de Na+ que tem carga positiva, então no começo do túbulo tem muita reabsorção, e falta carga positiva dentro do túbulo (NÃO CONFUNDIR COM POTENCIAL TRANSMEMBRANA), não é de dentro da célula para fora da célula, é de dentro do tubo para o interstício. Vai reabsorver um monte de Na e vai ficar faltando carga positiva, o túbulo vai ficar com carga negativa. A célula manda K para dentro da célula através da bomba Na/K, mas não escolhe onde vai colocar canal de K, então os K que a bomba coloca para dentro da célula vai vazar para a luz do tubo devido essa diferença de carga. No início do túbulo tem uma intensa reabsorção de Na deixando o túbulo com carga negativa, que atrai muito K por esses canais de vazamento, então sobra carga positiva dentro do túbulo devido o excesso de K. Como positivo repele positivo, os íons positivos de pequeno tamanho, Na, o próprio K, Ca++ e Mg, vão ser repelidos de dentro do túbulo e vão ser reabsorvidos pela via paracelular, então o Cl- é arrastado junto por arraste elétrico, para cada carga positiva vai um Cl junto. Junto com esse monte de íon, vai a água, por isso é isosmótica, para cada soluto desse vai uma quantidade proporcional de água. O fosfato, essencial pro metabolismo ósseo, é reabsorvido pelo transporte com Na, tem dois transportadores diferentes, um usa 1Na para reabsorver um 1P e outro que usa 4Na para reabsorver 1P, são dois simportes. O cálcio é diferente, é reabsorvido na membrana apical por canais de Ca++, e na membrana basolateral por uma bomba de Ca++ ou por um co-transportador Ca++-Na. Tem-se Ca++, Mg, K, Na, sendo arrastados por eletrodifusão pela via paracelular, mas também tem transporte de Ca++ por dentro da célula, não se pode perder Ca++ pois é muito importante p/ os ossos, então tem que manter a calcemia, não pode cair. Os canais para cálcio do tipo endotelial são do tipo TRPV, receptor de potencial transitório do tipo vanilloid, são esses canais que dão sensibilidade térmica para gente, são uma família de 17 canais, no rim tem o TRPV 5 e 6 que são os que fazem reabsorção de Ca++, são canais extremamente promíscuos, servem para um monte de coisa, TRPV 7 e 8 vão dar sensibilidade térmica, TRPV 1 e 4 vão dar osmosensibilidade. A osmolalidade plasmática e do filtrado fica em torno de 300mOsmois, enquanto no túbulo contorcido proximal vai ter uma reabsorção intensa de solutos, principalmente de Na, tende a baixar a osmolalidade, só que em seguida a água é arrastada junto porque esse segmento é permeável a água, então para cada soluto que é reabsorvido por transporte ativo é reabsorvido uma quantidade proporcional de água. No final reabsorve 130 L no túbulo contorcido proximal sem alterar a osmolalidade do conteúdo do tubo. O túbulo contorcido proximal também secreta ácidos e bases orgânicas, e H+, podem ser endógenos como sais biliares, colina, dopamina, serotonina, tiamina, guanidina, ácido ureico, etc, ou substâncias exógenas, fármacos, PAH, furosemida, penicilina, etc. Então é no túbulo contorcido proximal que o rim secreta ácidos e bases orgânicas que devem ser eliminados do corpo, sejam substâncias endógenas que tem função pra gente, seja substância tóxicas, ou sejam fármacos que a gente faz uso, quase sempre tem transportadores que acoplam a reabsorção de Na a secreção desses ácidos e bases orgânicas. Então túbulo contorcido proximal possuem alta permeabilidade a água porque tem canais para água, junto a reabsorção de soluto tem-se uma intensa reabsorção de água, e a resultante é isosmótica. Reabsorve aproximadamente 65% do volume filtrado, ou seja, 130 L, a ao longo do túbulo contorcido proximal a gente vai ter a modificação da composição do filtrado, pois é no túbulo contorcido proximal que vai ter a reabsorção de glicose, aminoácidos e lactato, então no final do túbulo contorcido proximal não pode sobrar nada dessas substâncias, eles vão a ZERO, ainda líquido e íons, Na, K, entre outros, mas essas outras substâncias ou reabsorve tudo no túbulo contorcido proximal ou não reabsorve mais. Por outro lado, outros íons sobram, como Cl e K, resultando em uma osmolalidade constante, então a reabsorção é isosmótica.
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