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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE OPERADOR DE COB RANÇA TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO Gestão da Infra Estrutura, Tecnologia e o Fator Humano " MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nasReferências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 2.1 PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO 2.2 A INTERDEPENDÊNCIA NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO 2.3 DILEMAS DO NEGOCIADOR 2.4 NEGOCIAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 2.5 ELEMENTOS DA NEGOCIAÇÃO 3 PRINCIPAIS VISÕES SOBRE A NEGOCIAÇÃO 3.1 VISÃO DO VENDEDOR 3.2 VISÃO DO COMPRADOR 3.3 VISÃO DE TERCEIROS 3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA NEGOCIAÇÃO MÓDULO II 4 ETAPAS DE UMA NEGOCIAÇÃO 4.1 DECISÃO PELA NEGOCIAÇÃO 4.2 PREPARAÇÃO – BANCO DE DADOS 4.3 PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO 4.4 PÓS-NEGOCIAÇÃO 5 AMPLIANDO O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO 5.1 ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO 5.2 O PERFIL DO NEGOCIADOR MÓDULO III 6 SITUAÇÕES DE CONFLITO NAS ORGANIZAÇÕES 6.1 POSSÍVEIS CAUSAS DO CONFLITO 6.2 NÍVEIS DE CONFLITO AN02FREV001/REV 4.0 4 7 CONFLITO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 7.1 ESCOLA CLÁSSICA 7.2 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS 7.3 A ESCOLA DO ESTRUTURALISMO 7.4 O BEHAVIORISMO 7.5 TEORIA SISTÊMICA 7.6 ENFOQUE CONTINGENCIAL 8 TIPOS DE CONFLITOS 9 O CONFLITO DIVIDIDO POR ÁREAS 10 AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO 11 GESTÃO DE CONFLITOS 12 MINIMIZANDO OS CONFLITOS DE NEGOCIAÇÃO 13 A NEGOCIAÇÃO COMO FORMA DE SANAR OS CONFLITOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO Negociar é arte ou técnica? Definições à parte, negociar implica definir e buscar objetivos, relacionamento interpessoal e decisão compartilhada. São competências desejáveis em todos os profissionais, independente de sua área de atuação, seja ela técnica, comercial, humanas, biológicas, etc. Todo ser humano negocia, diariamente. Não importa se no trabalho, na escola, trânsito e até mesmo com a família. Clientes e fornecedores são os principais alvos de negociação, sempre em cima de prazos, comissões, descontos. Mas, para compreender com excelência o completo universo da negociação, deve-se pensar em toda sua amplitude. É isso que esse material se propõe, explorando o tema de negociação em toda sua aplicabilidade. 2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES Em nosso cotidiano estamos sempre negociando. A negociação faz parte de nossas atividades diárias, seja no âmbito profissional, pessoal e também afetivo. As pessoas negociam o tempo todo. A negociação não é um processo reservado apenas ao diplomata habilidoso, ao melhor vendedor ou a um ótimo advogado. É algo que todos fazem, quase que diariamente. Negocia-se quando existem alternativas a serem escolhidas, e essas alternativas envolvem a própria pessoa ou terceiros. FIGURA 1 - NEGOCIANDO Fonte: Arquivo do Portal Educação (acesso em 31/01/2012) AN02FREV001/REV 4.0 6 Para ambos os lados, as diversas alternativas apresentam interesses comuns e interesses conflitantes, expressando a complexidade das relações. Negociamos com nossos amigos o melhor lugar pra sair à noite, negociamos com nossa (o) namorada (o) qual será a programação de fim de semana, negociamos com a família, no trabalho com os colegas e chefes, enfim, tudo na vida tem um momento de negociação. A negociação surge a partir de uma necessidade, a vontade própria que precisa de participação ou autorização, ou concordância de outro. Desde que haja essa relação, e exista um pedido para que o outro ceda ou participe, inicia-se uma negociação. Conceituar negociação permite abarcar uma série de considerações pertinentes; em vários momentos se aproximam e em outras se diferenciam. Etimologicamente, pode-se afirmar que negociação é a “Ação para negar o ócio”. O quadro a seguir serve para relacionar os diferentes conceitos. QUADRO: DEFINIÇÃO DE NEGÓCIO. Autor (es) Conceito DAVID A. A. LAX & JAMES K. SEBENIUS, Free Press, 1986. Negociação é um processo potencialmente oportunista de interação, pelo qual duas ou mais partes, partindo de algum grau de suposto conflito, procuram obter, mediante decisão comum, um resultado melhor do que teriam obtido por outros meios. ROY J. LEWICKI & ALEXANDER HIAM, John Wiley Trade, 1999. Negociação é um jogo que tem jogadores, segue regras, e que pode, portanto, ser compreendido (não é aleatório) e composto mediante uma série de eventos, às vezes imprevisíveis LEIGH THOMPSON, 1998. Enquanto que conflito é a AN02FREV001/REV 4.0 7 percepção das diferenças de interesses entre pessoas. Negociação é um processo de tomada de decisões em que duas ou mais pessoas tomam decisões sobre alocação de recursos escassos. R. MARC BURBRIDGE e outros, Saraiva, 2005. Negociação é o processo pelo qual duas ou mais pessoas se comunicam buscando chegar a algum acordo sobre valores escassos e/ou ações controladas, total ou parcialmente, por ambas as partes, ou ainda por qualquer das partes envolvidas. DAVID BERLEW, Situation Management Systems, 1984. Negociação é um processo em que duas ou mais partes, com interesses comuns e antagônicos se reúnem para confrontar e discutir propostas explícitas com o objetivo de alcançarem um acordo. SEBENIUS E LAX, 1987. Por negociação, compreende-se a possibilidade de se fazer algo melhor por meio de uma ação conjunta. BRANDÃO, 2009. E mais, negociação consiste num processo de atualização, revisão, realização de perguntas relevantes, proporcionando um aprendizado conjunto, com o objetivo de minimizar as diferenças na definição de valor. TAMANAHA, 2006. Negociar é obter benefícios em uma atividade de compra e venda. Implica em relacionamento, pois se AN02FREV001/REV 4.0 8 obtém um benefício por meio de acordo amigável e requer a colaboração e envolvimento das partes interessadas. FONTE: Disponível em: <http://academiadeempresas.com/downloads/pc/APT/apt_pc3.pdf>. Acesso em: 18 jan 2010. Thompson (1998) complementa tais conceitos, e apresenta dimensões importantes e significativas que devem ser consideradas quando se conceitua a negociação. Para o autor, quatro são os elementos principais, e seriam: Negócio, Interesses, Negociação e Opções. Cada uma delas será apresentada a seguir: a) Negócios Consiste no intercâmbio de valor entre as duas partes, valor, substância ou meio de troca utilizado durante uma negociação; b) Interesses Refere-se às necessidades, desejos, aspirações ou resultados específicos que as partes envolvidas em uma determinada negociação procuram satisfazer; c) Negociação Diz respeito ao processo utilizado para alcançar o intercâmbio de valor. d) Opções São as diversas formas de consolidaros elementos de valor envolvidos numa negociação. As opções constituem formas de poder satisfazer os interesses. Com base nestes quatro elementos, fundamentais para a conceituação de negociação, tem-se que este instrumento se apresenta como eficaz na busca de resultados que visam a permitir a construção de uma linha de raciocínio consistente, capaz de transformar o perfil da ação negocial. AN02FREV001/REV 4.0 9 2.1 PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO Considera-se então que a estrutura e os processos de negociação são fundamentalmente os mesmos, tanto em nível pessoal quanto em termos diplomáticos e corporativos. A negociação ocorre devido a dois motivos principais: 1) Para criar algo novo que nenhuma das partes poderia fazer por si só; 2) Para resolver um problema ou uma disputa entre as partes. No sentido em que todas as pessoas podem negociar sobre tantas coisas diferentes, compreende-se que o conhecimento referente ao processo fundamental da negociação torna-se essencial a todos àqueles que se relacionam com outras pessoas. O processo de negociação se encontra presente em praticamente todos os tipos de relações entre pessoas e nas mais diversas situações. Dentre elas, exemplificam-se: Entre pais e filhos; Entre patrões e empregados; Entre colegas, pares, amigos, companheiros; Entre partidos políticos; Entre governantes de diferentes países; Entre setores de uma sociedade; Entre quem produz e quem consome; Entre quem tem e quem não tem (recursos, know-how etc.). Conforme destaca Becker, em muitas das situações, as pessoas não conseguem negociar porque não percebem que estão em situação de barganha. Ao optarem por outras alternativas além da negociação, as pessoas podem não conseguir identificar uma boa oportunidade e acabar não alcançando seus objetivos; ou elas podem acabar não lidando com seus problemas da maneira que gostariam. Becker destaca que existem várias características comuns a todas as situações de negociações, que seriam: AN02FREV001/REV 4.0 10 1) Existem duas ou mais partes – isto é, dois ou mais indivíduos, grupos ou organizações. Embora, segundo o autor, seja possível negociar consigo mesmo, a negociação mais utilizada se dá como um processo interpessoal ou intergrupo. 2) Há um conflito de interesse entre duas ou mais partes – isto é, o que um quer não é necessariamente o que o outro quer – e as partes devem procurar uma maneira de solucionar o conflito. 3) As partes negociam porque imaginam que podem fazer uso de algum tipo de influencia para, deste modo, mais do que simplesmente se contentarem com o que o outro lado lhes dará voluntariamente, ou permitirá que seja seu. A negociação, então, consiste numa transação que se traduz num processo em grande parte voluntário. Consiste numa estratégia movida por escolhas. Raramente as pessoas são forçadas a negociar. 4) As diferentes partes, ao menos momentaneamente, preferem tentar chegar a um acordo a estabelecer a luta aberta; permitir a desistência de um dos lados; o permanente rompimento de relações ou levar sua disputa para uma autoridade superior decidi-la. A negociação ocorre quando não há sistema para solucionar o conflito, ou quando as partes preferem atuar à margem do sistema para criar sua própria solução. 5) Quando se negocia, espera-se dar e receber. Espera-se que ambos os lados modifiquem ou cedam de algum modo seus objetivos iniciais, seus pedidos ou demandas. Conforme destaca Becker (1971), embora as partes possam, inicialmente, discutir muito em relação ao que necessitam – cada um forçando o outro lado a fazer concessões –, na maioria dos casos, ambos os lados modificam suas posições, e cada um deles se movimentará em direção ao outro lado. Porém, ressalta-se que, negociações realmente criativas podem não necessitar de concessões e ao invés disso, as partes podem criar uma solução que venha ao encontro dos objetivos de todos os lados. 6) A negociação bem sucedida envolve a administração de fatores intangíveis, bem como a solução de fatores tangíveis. Os fatores intangíveis constituem as motivações psicológicas fundamentais que podem, direta ou indiretamente, influenciar as partes durante a negociação. Dentre os fatores intangíveis, destacam-se: a) necessidade de ter uma boa aparência para aqueles que se representa; AN02FREV001/REV 4.0 11 b) desejo de agendar um numero de transações maior do que de qualquer outro vendedor do escritório; c) medo de abrir precedentes nas organizações. Os fatores intangíveis podem ter uma enorme influência nos processos e resultados das negociações, e devem ser administrados antecipadamente. Compreende-se que a conciliação de interesses pode ocorrer na forma de negociações sobre aspectos materiais (nível de remuneração, preço, recursos materiais, limites territoriais, etc.), bem como sobre aspectos mais abstratos e subjetivos (grau de liberdade para os filhos, condições de trabalho, acesso a informações, grau de participação nas decisões, etc.). A negociação, então, representa um papel significativo, de grande impacto potencial para a sociedade. Na medida em que mais negociações passam a ocorrer, na medida em que os interesses das pessoas venham a ser efetivamente conciliados, com satisfação para as partes envolvidas, se terá maior harmonia e cooperação com benefícios maiores para todos. FIGURA 2 – APERTO DE MÃOS FONTE: Disponível em: <http://rogergoncalves.com/blog/wp-content/uploads/2009/04/habilidades-de- negociacao.jpg>. Acesso em: 18 jan. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 12 E não apenas da barganha que se faz um processo de negociação. Quando se envolve resolução de conflitos, ou ainda uma necessidade de conhecimento do outro, gerando um primor na confiança, as partes também negociam. É aí que entra o grande questionamento: o que é uma boa negociação? Podemos dizer que a negociação envolve não somente as partes interessadas no resultado, mas também seu entorno, como as características do ponto em comum, o que se negocia, as influências externas e a motivação. Quando falamos de negociação comercial, são oferecidos parâmetros financeiros, mas não somente isso possibilita negociar, existem outros fatores que colaboram para agregar valor a uma mercadoria. Um mesmo objeto pode ter um valor para alguém e outro valor para uma segunda pessoa. Existem dois tipos de negociação, que são: Negociação distributiva: é aquela que se desenvolve em torno de uma questão central, onde os interessados disputam por resultado melhor que o outro, baseado em obter as melhores condições possíveis, com uma postura competitiva. Negociação integrativa: nesse tipo, os interessados têm a necessidade de compartilhar os benefícios criados no processo de negociação. No lugar de uma troca de bens similares, as partes descobrem que se compartilham interesses, têm mais vantagens. 2.2 A INTERDEPENDÊNCIA NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO FIGURA 3 – FECHANDO NEGÓCIO Fonte: Arquivo do Portal Educação (acesso em 31/01/2012) AN02FREV001/REV 4.0 13 Em qualquer negociação, observa-se que as partes necessitam uma da outra. O comprador não poderá comprar a não ser que alguém venda, e vice e versa. A mutuação que se estabelece em qualquer negociação é denominada de interdependência. Conforme destaca Minton (2001), as relações interdependentes são complexas e têm um desafio especial. São, sim, mais complexas que as situações nas quaisas partes são independentes ou em que apenas uma das partes é dependente da outra. As relações interdependentes caracterizam-se por objetivos interligados – as partes precisam uma da outra para alcançar seus objetivos. Os objetivos interdependentes constituem-se aspectos essenciais em qualquer negociação. A estrutura de interdependência entre as partes diferentes determina o leque de resultados de uma negociação e sugere as estratégias e táticas apropriadas que devem ser utilizadas pelo negociador. As relações interdependentes são complexas. Ambas as partes sabem que podem influenciar os resultados da outra parte, e também sabem que seus resultados podem ser influenciados pelo outro lado. Conforme destaca Minton (2001), este ajuste mútuo se segue por todo o processo de negociação, já que as duas partes agem para influenciar o outro lado. Torna-se importante reconhecer que a negociação constitui-se num processo que se transforma com o tempo, e o ajuste mútuo é uma das causas- chave das mudanças que ocorrem durante a negociação. 2.3 DILEMAS DO NEGOCIADOR Kelley (1966) destaca dois dilemas que fazem parte do cotidiano de todos os negociadores. Os mesmos se explicam a seguir: a) Dilema da Honestidade: envolve até que ponto a verdade deve ser revelada à outra parte. Revelar à outra parte tudo sobre sua situação pode dar à pessoa a oportunidade de tirar vantagem do profissional. Por outro lado, não dizer nada sobre as necessidades e desejos pode levar a um impasse. AN02FREV001/REV 4.0 14 b) Dilema da Confiança: envolve o quanto o profissional deve acreditar no que a outra parte lhe diz. Se o profissional acreditar em tudo, o outro pode tirar vantagem na negociação. Caso não acredite em nada que a outra pessoa disser, o profissional terá muita dificuldade em chegar a um acordo. 2.4 NEGOCIAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL Wanderley (1998) define negociação como o processo de alcançar objetivos por meio de um acordo nas situações em que existam interesses comuns, complementares e opostos. Com base nesta definição, pode-se perceber que uma negociação envolve duas ou mais partes interessadas em firmar um relacionamento. Não haverá negociação sem relacionamento. FIGURA 4 – VANTAGEM NA NEGOCIAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://www.biinternational.com.br/aluno/mateusrch82/files/2010/02/3- negociacao.jpg>. Acesso em: 18 jan 2010. AN02FREV001/REV 4.0 15 Constata-se que grande parte dos negócios entre empresas envolve habilidade de negociação. Embora o preço seja um dos elementos mais significativos negociados com maior frequência, existem outras questões importantes como: A data do término de qualquer contrato; A qualidade dos bens e serviços oferecidos; O volume de compra; A responsabilidade pelo financiamento, pelo risco e pela promoção; Segurança do produto. 2.5 ELEMENTOS DA NEGOCIAÇÃO Constata-se que existem diferentes elementos-chave num processo de negociação. Fischer (1993) elenca sete pontos importantes que estão presentes neste processo, e seriam: a) Alternativas: Constituem-se em possíveis ações que uma parte pode realizar sem entrar em acordo com as outras partes. b) Interesses: São as preocupações, desejos, necessidades, esperanças e temores subjacentes e motivadores das posições, exigências e pontos de visa das diferentes partes. c) Opções: Constituem-se nas possíveis maneiras de se lidar com uma questão que requeira um acordo mútuo das partes, mesmo que não aceitável para elas. d) Legitimidade: Consiste no critério pelo qual a justiça de um possível acordo pode ser medida. e) Compromissos: São declarações de que a parte pretende fazer no futuro. f) Comunicação: AN02FREV001/REV 4.0 16 São as mensagens e os meios pelos quais os negociadores trocam informações entre si. g) Relacionamento: Consiste no padrão de interação entre as partes, tanto no âmbito de uma negociação específica como fora dela. 3 PRINCIPAIS VISÕES SOBRE A NEGOCIAÇÃO A negociação em si tem três lados, que são as visões das partes interessadas. Muito raro, mas possível, existem negociações que envolvem mais que duas pessoas, o que complica ainda mais as partes chegarem num acordo em comum. A negociação eficaz depende de competência, não somente de aspectos da realidade externa, como também, dos processos de percepção, expectativas, sentimentos, atitudes, crenças, valores, além das necessidades. Por isso, vamos entender aqui as diferentes visões de quem está negociando. FIGURA 5 – HABILIDADE DE NEGOCIAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://rogergoncalves.com/blog/wp-content/uploads/2009/04/habilidades-de- negociacao.jpg>. Acesso em: 21 jan 2010. AN02FREV001/REV 4.0 17 3.1 VISÃO DO VENDEDOR Quem tem algo a oferecer e inicia o processo de negociação tem uma visão específica. Pode ser sobre seu produto ou mesmo sobre a outra parte. A visão sobre o produto ou serviço é de que o mesmo possui características suficientes que dispensam comentários, reforços de venda e que não tem o que se negociar, pela sua plenitude de conceitos e posicionamentos de mercado. Porém, o vendedor aqui deve refletir sobre a visão do comprador sobre a mesma situação. É aí que entra sua visão sobre o comprador. Quem está do outro lado? O que busca? Como deseja? Quanto está disposto a oferecer em troca disso? Essas questões quando analisadas ajudam o vendedor a tecer uma negociação sem conflitos e mediante uma ótica mais horizontal e vertical sobre a situação. FIGURA 6 – PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO FONTE: ARQUIVO DO PORTAL EDUCAÇÃO – ACESSO: 31/01/2012 AN02FREV001/REV 4.0 18 Com certeza, o resultado da negociação será mais vantajosa pra si, sem criar um conflito com a outra parte e principalmente, ambos ficarão satisfeitos com os resultados. 3.2 VISÃO DO COMPRADOR O comprador é quem está do outro lado, disposto a dar algo em troca para receber algo que deseja muito. Esse processo de pensar está muito relacionado às ligações comerciais, de compra e venda. Mas também pode ser entendido dentro do processo de relacionamento humano nas organizações. O comprador tem necessidades e desejos, e quando busca pelo vendedor, que tem algo que ele deseja, vai com objetivos claros e limites no seu poder de negociação e pensa que, do outro lado tem alguém precisando vender. Esse pensamento é limitante, pois deixa de perceber que o outro lado tem necessidades e desejos também, que apesar de diferentes do seu, e até antagônicos, são fortes e precisam de estratégia para alcançar o limite de suas possibilidades. FIGURA 7 – JOGO XADREZ FONTE: ARQUIVO DO PORTAL EDUCAÇÃO – ACESSO: 31/01/2012 AN02FREV001/REV 4.0 19 3.3 VISÃO DE TERCEIROS Os terceiros são pessoas que estão de fora de uma negociação e que têm uma visão neutra da situação. Essa visão pode contribuir e muito, principalmente na resolução de conflitos na negociação. No ambiente corporativo, essa terceira pessoa pode ser um colega de trabalho, um superior, ou ainda um gestor de outra área. Numa comercialização, essa visão terceira pode ser de um fornecedor e até mesmo de outro comprador ou vendedor. É importante compreender que a terceira visão sobre a negociação permitechegar a um ponto de equilíbrio, que é onde a negociação deve primar como objetivo. 3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA NEGOCIAÇÃO Ponto de equilíbrio é o exato momento na negociação em que as partes ficam satisfeitas, cedendo e recebendo do outro algo que possa ser compartilhado. Encontrar o ponto de equilíbrio tem sido um desafio para os negociadores, pois nem sempre as partes envolvidas sabem qual é esse ponto para si. O que muitas vezes vem à mente é que precisa ter o melhor com maior quantidade. negociador negociador Ponto de equilíbrio AN02FREV001/REV 4.0 20 Para levar a negociação ao ponto de equilíbrio, os negociadores devem conhecer as condições reais e possíveis, ter expectativa, visão de futuro, dinamismo, e claro, colocar-se no lugar do outro. Umas das coisas a se pensar é que numa negociação as pessoas vão se comportar de acordo com a sua realidade percebida, e que negociar torna-se um processo de descoberta da experiência subjetiva. O ponto de equilíbrio é conhecido também como a teoria do “ganha-ganha”, no qual os dois lados devem sair vencedores ao final de uma negociação. Para alcançar esse ponto de equilíbrio, alguns autores afirmam que existem estratégias, que se resumem em: O negociador deve ter atitudes, valores, crenças, e principalmente conhecimentos e habilidades definidos. Responda às perguntas e perceba seu estágio nesse sentido: Sei lutar pelo que desejo, de forma realista e diferenciando aquilo que é importante em cada situação? Tenho crenças positivas? Tenho o desejo de obter sucesso? Tenho conhecimento dos fatores que levam ao bom resultado na negociação? Desenvolvo minhas habilidades? Sou sensível para perceber que meus procedimentos são os adequados? Encontro facilmente outros caminhos? O conhecimento do assunto – objeto da negociação – é um ponto importante, pois negociação é o processo de alcançar um objetivo por meio de um acordo. Cada negociação apresenta cenários diferentes. Saber identificá-los tem como consequência uma boa negociação. Esses cenários são o local, o que está por trás dos negociadores e o macroambiente econômico, político, social e cultural. AN02FREV001/REV 4.0 21 A habilidade de relacionamento é a capacidade de separar as pessoas dos problemas. A teoria do “ganha-ganha” está além de uma teoria, pois é quase impossível que as partes ganhem de forma idêntica numa negociação. O que acontece realmente é que as partes conseguem a maior parte do que desejam. O realmente acontece é que uma das partes conseguirá mais e a outra menos, mesmo com as duas satisfeitas com o resultado. As duas partes podem ficar satisfeitas, mas não conseguirá ganhar na mesma medida. FIM DO MÓDULO I FONTE: ARQUIVO DO PORTAL EDUCAÇÃO – ACESSO: 31/01/2012 FIGURA 8 – CABO DE GUERRA
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