Buscar

Direito Civil - 2º Semestre (Aula I)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Direito Civil – 2º Semestre (Aula I)
Dos Bens
Juridicamente falando, bens são coisas que por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação. Deixam de ser bens jurídicos as coisas que existem em abundância no universo, como o ar atmosférico e a água dos oceanos, sendo possível sua apropriação em porções limitadas, tornam-se objetos do direito (gases comprimidos, água fornecida pela Administração Pública).
Os bens são objetos tutelados (protegidos) juridicamente e em regra, devem possuir um valor econômico (os direitos da personalidade também se classificam como um bem - apesar de não terem um valor econômico - pois podem ser cedidos temporariamente). 
As coisas sem dono, que nunca foram apropriadas, como a caça solta, os peixes denominam-se res nullius. A coisa móvel abandonada, que o seu titular lançou fora, com a intenção de não mais tê-la para si, é denominada res derelicta.
Bens imóveis
Em regra, são bens imóveis “que se não podem transportar, sem destruição, de um lugar para o outro” (Clóvis Bevilaqua). 
“Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”.
Os bens imóveis em geral, podem ser classificados como: imóveis por natureza, por acessão natural, acessão artificial e por determinação legal.
Os bens imóveis apenas podem ser transferidos através de registro (transcrição do título) no Cartório de Registros Imóveis (CRI).
Bens imóveis por natureza
Somente o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo, são bens imóveis por natureza.
Bens imóveis por acessão artificial ou industrial
São os bens que o homem incorpora permanentemente ao solo, como as sementes lançadas às terras, os edifícios e as construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. Porém, não perdem o caráter de bens imóveis, conforme Art. 81 do Código Civil, as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local (Ex.: casa de madeira), ou ainda os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem (Ex.: telhas retiradas da casa para serem reempregadas posteriormente).
Bens imóveis por acessão natural
São as modificações que ocorrem naturalmente nos bens imóveis, oriundas das modificações ou interferências humanas. Incluem-se nessa categoria os ninhos de pássaros nas árvores empregadas pelo homem, seus frutos e as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos, que ocorram naturalmente.
Bens imóveis por acessão intelectual (pertença)
Determinam-se bem imóvel por acessão intelectual, os bens móveis que se tornam imóveis por opção do proprietário, ou seja, são bens móveis que passam a integrar os bens imóveis. Como exemplo, os móveis (armários, sofá, etc.) que passam a integrar o valor da casa.
Bens imóveis por disposição legal ou determinação legal
O Art. 80 do Código Civil considera imóveis para os efeitos legais:
“I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que se asseguram;
II – o direito à sucessão aberta”.
Tratam-se de bens incorpóreos (de existência abstrata ou ideal, não possui existência física), imateriais (direitos), que não são em si móveis ou imóveis, mas o legislador, para maior segurança das relações jurídicas, os considera imóveis.
Os direitos reais sobre imóveis, de gozo (servidão, usufruto, etc.) ou de garantia (penhor, hipoteca), são considerados imóveis pela lei, bem como as ações que os asseguram. Toda e qualquer transação que lhes diga respeito exige o registro competente (art. 1.227).
O direito abstrato à sucessão aberta é considerado bem imóvel, ainda que os bens deixados pelo de cujus sejam todos móveis. Neste caso, é considerado imóvel o direito a herança, e não a herança em si que pode conter bens móveis.
Hipoteca
Hipotecar é o ato de dar em garantia de pagamento, um bem imóvel. Se a dívida não for quitanda, executa-se a hasta pública (venda judicial), que pode ser realizada através de leilão (para bens móveis) ou por praça (bens imóveis).
As benfeitorias nos bens imóveis
“Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
As benfeitorias realizadas sobre os bens imóveis em posse de comodato devem ser ressarcidas conforme determina o Código Civil:
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
As benfeitorias realizadas em posse de locação serão ressarcidas ao possuidor de boa fé, as necessárias e as úteis quando autorizadas pelo locador. Ao possuidor de má fé, não há ressarcimento.

Outros materiais