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Rotinas trabalhistas 4

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ROTINAS E CÁLCULO 
TRABALHISTA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Paolla Hauser 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Bem-vindo novamente à nossa aula de cálculos trabalhistas. Hoje 
conheceremos as regras de desconto do salário em dias de faltas não 
justificadas, assim como as regras de ausência do trabalho sem prejuízo salarial 
previstas na legislação trabalhista. Ainda nesta aula, conversaremos sobre as 
formas de cálculo de férias e como as faltas podem impactar nos dias de férias 
do empregado. Por último, falaremos ainda sobre a gratificação natalina, o 
conhecido 13º salário. 
Esta aula é cheia de novos conteúdos e regras específicas que devem ser 
observadas para que o empregador não fique descoberto perante a legislação 
trabalhista vigente. 
Tenha uma ótima aula! 
CONTEXTUALIZANDO 
Segundo Alcantara (2014), “é claro que a obrigação maior do empregado 
é cumprir com o acordado, bem como trabalhar dentro dos horários e jornadas 
preestabelecidos. [...]”. Assim, a legislação brasileira prevê dias de ausência do 
trabalho, sem prejuízo da remuneração, isto é, sem o desconto do salário do 
empregado. A permissão da ausência consta em nosso material, devendo o 
empregador observar o motivo da falta do empregado, para que o mesmo são 
sofra desconto indevido. Cabe ressaltar também que, em caso de falta ao 
trabalho, de forma injustificada, o empregador poderá descontar seu dia de 
salário, mais o descanso remunerado, como vimos na rota anterior. As faltas 
ainda podem ser contadas para redução dos dias de férias, dependendo da 
quantidade de faltas durante o período aquisitivo. 
Para conhecer mais detalhes, veja o link: 
<http://folhadp.comunidades.net/tabela-faltas-para-ferias>. 
Pesquise 
Nossa aula de hoje trata de diversos assuntos importantes para a vida do 
trabalhador, como os descontos de faltas, as faltas previstas na CLT que não 
implicam perda de salário, as férias e o 13º salário. Considerando pontos tão 
importantes na folha de pagamento dos trabalhadores brasileiros, uma reforma 
trabalhista vem sendo discutida a fim de alterar muitas regras que, por mais que 
 
 
3 
já sejam praticadas, não estão embasadas na legislação. Tais alterações podem 
ser conhecidas em: <https://www.cartacapital.com.br/politica/reforma-
trabalhista-entenda-o-que-muda-para-o-trabalhador>. 
TEMA 1 – FALTAS JUSTIFICADAS, SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO 
CONTRATO 
O empregado que faltar ao trabalho, sem justificativa, terá seu dia de 
trabalho descontado e ainda perderá o descanso remunerado por não ter 
cumprido integralmente sua jornada da semana. 
Entretanto, a CLT prevê hipóteses em que o trabalhador poderá deixar de 
comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, ou seja, não haverá desconto 
sobre seu salário. 
O art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho lista as hipóteses em 
que o empregado poderá se ausentar do trabalho, sem prejuízo do salário, 
sendo: 
 Até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, 
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua 
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência 
econômica; 
 Até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; 
 Por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira 
semana. 
Veja matéria sobre a nova licença-paternidade no link 
<http://www.bemparana.com.br/noticia/431762/nova-licenca-paternidade-
beneficia-pequena-parte-de-trabalhadores>. 
 Por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação 
voluntária de sangue devidamente comprovada; 
 Até 2 (dois) dias, consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos 
termos da lei respectiva; 
 No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço 
Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei n. 4.375, de 17 de agosto de 
1964 (Lei do Serviço Militar); 
 No período de licença-maternidade ou aborto não criminoso; 
 
 
4 
 Afastamento por motivo de doença ou acidente de trabalho nos primeiros 
15 dias, comprovado por atestado médico; 
 Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame 
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior; 
 Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer em 
juízo; 
 Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de 
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial 
de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. 
Essas faltas estão previstas na legislação trabalhista, como justificadas, 
desta forma, o empregado não poderá ter seu dia descontado, desde que 
apresente documentação que comprove sua ausência. 
1.1 Suspensão e interrupção do contrato 
Almeida (2009) conceitua a suspensão como a paralisação temporária 
dos serviços, sendo que o empregado não recebe salários e não há contagem 
do tempo de serviço. 
O mesmo autor diz que a interrupção ocorre quando a empresa continua 
pagando salários ao empregado e o tempo inativo conta como tempo de serviço 
(Almeida, 2009). 
Martins (2016) explica que a suspensão do contrato de trabalho ocorrerá: 
(i) em caso de greve e desde que atendidas as condições da Lei n. 7.783/1989 
(art. 7º – veja o que diz a citada lei no site 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7783.htm>); (ii) ocorre também a 
partir do 16º dia do afastamento em razão de auxílio-doença. Almeida (2009) 
entende que as faltas injustificadas são casos de suspensão do contrato de 
trabalho, uma vez que o empregado não terá direito à remuneração desse dia. 
Já a interrupção do contrato de trabalho ocorre quando (i) das férias; (ii) 
dos dias de faltas justificadas. 
No caso de serviço militar, não há remuneração ao empregado que 
cumpre tal atividade, entretanto, ainda é contado como tempo de serviço, não 
ficando claro se se trata de interrupção ou suspensão do contrato de trabalho. 
 
 
5 
O art. 471 da CLT prevê que o empregado afastado por suspensão ou 
interrupção do contrato terá ainda todas as vantagens que, em sua ausência, 
tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa. 
Nos contratos por prazo determinado, a suspensão ou interrupção do 
contrato de trabalho não interferirá na data determinada para o término do 
referido contrato. 
TEMA 2 – FÉRIAS NORMAIS 
Todo empregado terá direito, anualmente, ao gozo de um período de 
férias, sem prejuízo da remuneração. Assim, depois de cumpridos dozes meses 
de trabalho, que correspondem ao período aquisitivo, o empregador poderá dar 
férias ao seu empregado, até o prazo do vencimento do próximo período. 
Em regra, o empregado tem direito a 30 (trinta) dias de férias, devendo 
observar o disposto no art. 130 da CLT, o qual estabelece que, após cada 
período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá 
direito a férias, na seguinte proporção: 
 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 
(cinco) vezes; 
 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 
(quatorze) faltas; 
 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte 
e três) faltas; 
 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 
(trinta e duas) faltas. 
O empregado que tiver mais de 32 (trinta e duas) faltas sem justificativa 
no período aquisitivo perderá o direito às férias. 
Aqueles empregados que apresentam jornada de trabalho em tempo 
parcial terão direito às férias, após 12 (doze) meses trabalhados, na seguinte 
proporção: 
 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte eduas horas, até vinte e cinco horas; 
 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte 
horas, até vinte e duas horas; 
 
 
6 
 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze 
horas, até vinte horas; 
 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, 
até quinze horas; 
 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, 
até dez horas; 
 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco 
horas. 
O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de 
7 (sete) faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de 
férias reduzido à metade. 
2.1 Perda do direito de férias 
Não terá direito às férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: 
 Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias 
subsequentes à sua saída; 
 Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 
30 (trinta) dias; 
 Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, 
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e 
 Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho 
ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos 
(dentro do período aquisitivo). 
Quando o empregado retornar ao trabalho, após as condições previstas 
acima, será iniciado um novo período aquisitivo para concessão das férias. 
2.2 Período de férias 
O período de férias pode ser acordado entre empregado e empregador, 
no entanto, cabe ao segundo determinar a data para início do gozo das férias, 
não cabendo, nesse caso, escolha por parte do empregado. 
Importante observar que empregados estudantes, menores de 18 
(dezoito) anos, terão direito de coincidir suas férias com as férias escolares. 
 
 
7 
Com relação ao parcelamento das férias, desde que haja concordância 
do empregado, estas podem ser divididas em até 3 (três) períodos, e um deles 
dever ser de no mínimo 14 dias corridos, e os demais, não inferiores a 5 (cinco) 
dias (Lei n. 13.467, 2017). Todos os profissionais, independentemente da idade, 
podem gozar das férias em 3 (três) períodos. 
2.3 Aviso de férias 
O empregador deverá comunicar por escrito ao empregado, com 
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias, o início de suas férias, podendo 
utilizar o recibo conforme modelo abaixo: 
 
2.4 Época de concessão de férias 
As férias são concedidas pelo empregador, em um só período, nos 12 
(doze) meses seguintes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. O 
empregado não poderá entrar em gozo de férias, sem que apresente sua carteira 
de trabalho ao empregador, para que seja anotada a respectiva concessão. 
Segundo a Lei n. 13.467, as férias não poderão ser concedidas dois dias 
antes do feriado ou do descanso semanal. 
Como é feita a contagem do período aquisitivo para concessão das férias? 
Veja o exemplo a seguir: 
 
 
8 
Considerando que o empregado tenha sido admitido em 02/06/2015, qual 
é o período que a empresa tem para lhe dar férias? 
Primeiro vejamos o período aquisitivo desse empregado. Após a sua 
admissão, serão contados mais 12 (doze) meses. Então, o período aquisitivo 
para que o mesmo tenha direito às férias é de 02/06/2015 até 01/06/2016. 
Assim, o período para conceder férias ao empregado, ou seja, período 
para concessão das férias é de 02/06/2016 até 01/05/2017. 
Por que até maio e não junho? Porque as férias do empregado precisam 
terminar até a data do fim do período de concessão, ou seja, até 01/06 esse 
empregado já deve ter gozado seus 30 (trinta) dias de férias. Isso deve ser 
observado para que a data não ultrapasse o próximo período do empregado, 
sendo devidas, caso isso ocorra, férias em dobro. 
TEMA 3 – REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS 
Durante as férias, o empregado perceberá a remuneração que lhe for 
devida na data da sua concessão, acrescida de 1/3 (um terço) sobre o salário. 
Exemplo 
Se o empregado tiver um salário mensal de R$ 1.600,00. Qual será o valor 
das suas férias? 
Férias R$ 1.600,00 
1/3 das férias R$ 533,33 
Total das Férias = R$ 2.133,33 
Para calcular 1/3 (um terço) de férias, divida o valor integral por 3 (três). 
3.1 Férias devidas sobre salário variável − Média 
Para salários variáveis ou com adicionais (hora extra ou adicional 
noturno), as férias devem ser calculadas com base em médias. 
Considere as regras a seguir: 
Comissões = calcular a média dos últimos 12 meses. 
Horas extras = calcular a média do período aquisitivo 
Adicional noturno = calcular a média do período aquisitivo. 
 
 
 
9 
A média é calculada com o somatório dos rendimentos variáveis dividindo 
a soma por 12 (doze). 
Quadro 1: Exemplos de férias com variáveis 
Meses Comissões Horas Extras Horas Noturnas 
Março/2014 R$ 800,00 36 h 12 h 
Abril/2014 R$ 480,00 22 h 15 h 
Maio/2014 R$ 630,00 30 h 11 h 
Junho/2014 R$ 550,00 34 h 10 h 
Julho/2014 R$ 580,00 40 h 14 h 
Agosto/2014 R$ 610,00 29 h 18 h 
Setembro/14 R$ 420,00 33 h 16 h 
Outubro/14 R$ 710,00 28 h 10 h 
Novembro/14 R$ 760,00 37 h 17 h 
Dezembro/14 R$ 520,00 41 h 13 h 
Janeiro/15 R$ 400,00 26 h 11 h 
Fevereiro/15 R$ 690,00 29 h 17 h 
Março/15 R$ 930,00 31 h 14 h 
Abril/15 R$ 880,00 24 h 12 h 
Maio/15 R$ 640,00 39 h 10 h 
Para os exemplos de cálculo de férias com médias, será considerada a 
tabela acima e os critérios a seguir: 
 Admissão: 1º/03/2014 
 Salário fixo: R$ 1.000,00 
 Período aquisitivo: 1º/03/2014 a 28/02/2015. 
 Período de gozo das férias: 1º/06/2015 a 30/06/2015. 
 Últimos 12 meses: 06/2014 a 05/2015. 
 
Médias sobre Comissão (últimos 12 meses) 
550 + 580 + 610 + 420 + 710 + 760 + 520 + 400 + 690 + 930 + 880 + 640 = 
7.690 
7.690 / 12 = 640,83. 
Média comissão R$ 640,83 
 
Neste cálculo consideramos os valores de comissão entre os meses de 
junho de 2014 e maio de 2015, que se referem aos últimos doze meses da data 
 
 
10 
das férias. A soma dos valores foi dividida por 12, chegando-se ao valor de média 
de comissão a ser paga nas férias. 
Médias de horas extras (período aquisitivo): 
36 + 22 + 30 + 34 + 40 + 29 + 33 + 28 + 37 + 41 + 26 + 29 = 385 
385 / 12 = 32,08 
32,08 x 6,81* = 218,46 *(1.000 / 220 = 4,54 + 50% = 6,81) 
Média hora extra R$ 218,46 
Neste cálculo consideramos as horas extras realizadas entre os meses de 
março de 2014 a fevereiro de 2015, que se referem ao período aquisitivo para 
as férias. Veja que aqui somamos as horas extras feitas durante o período. O 
total de horas foi dividido por 12. O primeiro valor encontrado refere-se ao salário 
hora atual do empregado (atual é o salário da data da concessão das férias, e 
não o salário do período da hora extraordinária). Neste caso, multiplicamos a 
hora encontrada por 50% e multiplicamos pelo total da média de hora extra. 
Médias de horas noturnas (período aquisitivo) 
12 + 15 + 11 + 10 + 14 + 18 + 16 + 10 + 17 + 13 + 11 + 17= 164 
164 / 12 = 13,67 
13,67 x 0,91* = 12,43 *(1.000 / 220 = 4,54 x 20% = 0,91) 
Média hora noturna - R$ 12,43 
Nesse cálculo consideramos as horas noturnas realizadas entre os meses 
de março de 2014 e fevereiro de 2015, que se refere ao período aquisitivo para 
as férias. Veja que aqui somamos as horas extras feitas durante o período. O 
total de horas foi dividido por 12. 
O total de horas noturnas encontradas foi multiplicado por 0,91, que se 
refere ao valor do adicional noturno de 20% sobre o valor do salário hora. 
TEMA 4 – DOBRA DE FÉRIAS, ABONO PECUNIÁRIO E FÉRIAS COLETIVAS 
Quando as férias forem concedidas após o vencimentodo período 
concessivo, o empregador deverá pagá-las em dobro. Significa que o 
empregado irá receber duas vezes o valor das férias. Porém, somente a 
remuneração das férias, não sendo aplicada a dobra sobre os dias de gozo. 
 Exemplo de férias em dobro 
 
 
11 
O empregado deveria usufruir suas férias até 01/05/2016, porém você só 
concedeu as férias em 01/07/2016. Qual será o valor devido de férias, com 
salário de R$ 1.600,00? 
 
Férias normais – R$ 1.600,00 
1/3 de Férias – R$ 533,33 (1.600,00 / 3) 
Férias dobradas – R$ 1.600,00 
1/3 férias dobradas – R$ 533,33 (1.600,00 / 3) 
Total bruto das férias = R$ 4.266,66 
4.1 Abono pecuniário de férias 
Abono pecuniário é a conhecida venda das férias. É facultado ao 
empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em 
abono pecuniário, ou seja, poderá o empregado vender 10 (dez) dias de suas 
férias, quando tiver direito a 30 (trinta) dias. 
Nota-se aqui que, se o empregado tiver menos de 30 (trinta) dias de férias, não 
poderá vender 10 (dez), devendo fazer a proporção sobre os dias de direito. 
Desta forma, os dias “vendidos” serão: 
 Para 30 (trinta) dias de férias, poderá vender 10 (dez) dias, gozando 20 
(vinte) dias de férias; 
 Para 24 (vinte e quatro) dias de férias, poderá vender 8 (oito) dias, 
gozando 16 (dezesseis) dias de férias; 
 Para 18 (dezoito) dias de férias, poderá vender 6 (seis) dias, gozando 12 
(doze) dias de férias; 
 Para 12 (doze) dias de férias, poderá vender 4 (quatro) dias, gozando 8 
(oito) dias de férias. 
O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do 
término do período aquisitivo. Os empregados que trabalham sob regime de 
tempo parcial não têm direito ao abono pecuniário. 
Exemplo de férias com abono pecuniário: 
Considerando que o empregado tenha “vendido” 10 (dez) dias de suas de 
férias, qual será o valor que a receber, considerando que seu salário é de R$ 
1.500,00? 
 
 
12 
Salário / 30 x 20 para cálculo das férias: 
R$ 1.500 / 30 = 50 x 20 = 
R$ 1.000,00 + R$ 333,33 (1/3) = R$ 1.333,33 
Salário / 30 x 10 para cálculo do abono: 
R$ 1.500 / 30 = 50 x 10 = 
R$ 500,00 + R$ 166,67 (1/3) = R$ 666,67 
No recibo de férias, constará: 
 Férias 20 dias – R$ 1.000,00 
 1/3 sobre as férias – R$ 333,33 
 Abono pecuniário 10 dias – R$ 500,00 
 1/3 sobre abono pecuniário – R$ 166,67 
 Total das férias – R$ 2.000,00 
4.2 Férias coletivas 
Conforme previsto no art. 139 da CLT, as férias coletivas são aquelas 
concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados 
estabelecimentos ou setores da empresa. 
Podem ser gozadas em até 2 (dois) períodos anuais, desde que nenhum 
seja inferior a 10 (dez) dias corridos. 
O empregador deverá comunicar as férias coletivas ao Ministério do 
Trabalho e enviar cópia aos sindicatos representativos da respectiva categoria 
profissional com antecedência mínima de 15 dias, devendo mencionar as datas 
de início e fim das férias. 
A comunicação aos empregados será por meio de afixação de aviso, em 
local visível do estabelecimento, obedecendo ao prazo de 15 (quinze) dias antes 
do início das férias coletivas. 
Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na 
oportunidade, as férias proporcionais, iniciando-se novo período aquisitivo que 
será o primeiro dia de gozo das férias coletivas. Se as férias proporcionais forem 
inferiores às férias coletivas, o empregado não fará jus a todo o período de férias 
coletivas, no entanto, será concedida licença remunerada para os dias além do 
direito. 
 
 
 
13 
4.3 Prazo para pagamento das férias 
O pagamento da remuneração das férias e do abono pecuniário deve ser 
realizado até 2 (dois) dias antes do início do seu gozo, conforme determinação 
no art. 145 da CLT. 
Alguns empregados optam por receber a primeira parcela do 13º salário 
junto das férias. Para isso, deverá o empregado fazer o pedido, por escrito, no 
mês de janeiro, desde que suas férias ocorram a partir do mês de fevereiro. 
 
 As férias devem ser pagas mediante recibo, podendo ser utilizado o 
modelo conforme segue. 
 
 
 
 
14 
TEMA 5 – GRATIFICAÇÃO NATALINA (13º SALÁRIO) 
O décimo terceiro salário, também chamado de gratificação natalina, foi 
instituído pela Lei n. 4.090, de 1962, que previa que o pagamento do 13º salário 
era feito em uma única parcela, no mês de dezembro. 
Em 1965, a Lei n. 4.749 determinou que, entre os meses de fevereiro e 
novembro de cada ano, o empregador deverá pagar, a título de adiantamento, o 
13º salário, sendo a metade do salário recebida pelo empregado no mês anterior. 
Em 3 de novembro de 1965, essas leis foram regulamentadas pelo Decreto nº 
57.155/1965. 
Fazem jus ao pagamento do 13º salário o trabalhador urbano, o rural, o 
trabalhador avulso e o doméstico. 
O 13º salário deve ser pago em 2 (duas) parcelas, sendo a 1ª parcela 
paga entre os meses de fevereiro e novembro e a 2ª parcela, até 20 de 
dezembro. 
A 1ª parcela do 13º salário deve ser paga até o dia 30 de novembro e 
pode ser paga junto com as férias do empregado, desde que este solicite tal 
condição, ainda no mês de janeiro. Os empregados admitidos até 17 de janeiro 
receberão 50% do salário. 
Sobre essa parcela, não há incidência de INSS nem de Imposto de Renda, 
no entanto, esses encargos serão descontados no momento do pagamento da 
2ª parcela, sobre o valor total do 13º salário. 
Para os empregados admitidos após 17 de janeiro, o 13º será pago 
proporcionalmente aos avos de direito, conforme o número de meses de 
atividade dentro da empresa, considerando que o mês em que o empregado 
tenha trabalhado mais de 15 (quinze) dias será considerado como mês cheio 
para pagamento da gratificação natalina. 
5.1 Remuneração do 13º salário 
O 13º salário corresponde a 1/12 da remuneração do empregado por mês 
de serviço durante o respectivo ano, observando que a fração igual ou superior 
a 15 (quinze) dias de trabalho será considerada como mês integral. 
Exemplo de cálculo: 
 
 
15 
Considerando que o empregado tenha 12 (doze) meses de atividade na 
empresa e percebe um salário de R$ 3.000,00. 
Em novembro o valor da 1ª parcela do 13º será: 
R$ 3.000 x 50% = R$ 1.500,00 
 
Em dezembro, o valor da 2ª parcela será: 
13º Salário = R$ 3.000,00 
(-) Adiantamento 1ª Parcela (R$ 1.500,00) 
13º salário bruto de dezembro R$ 1.500,00 
Lembrando que sobre o 13º salário devem ser calculados os encargos de 
INSS e IRRF somente na segunda parcela. 
 
Exemplo para empregado admitido dentro do ano: 
Como fica o valor do 13º salário, para um empregado que tenha sido 
admitido em 10/04/2016, com salário de R$ 2.000,00? 
Em novembro o valor da 1ª parcela do 13º será: 
R$ 2.000 / 12 = R$ 166,67 
R$ 166,67 x 8 = R$ 1.333,34 
R$ 1.333,34 x 50% = R$ 666,67 
Neste exemplo, o mês de abril será considerado para cálculo do 13º 
salário, uma vez que o empregado teria mais de 15 (quinze) dias trabalhados no 
mês. 
Como a 1ª parcela é paga em novembro, a soma dos meses deve ser de 
abril a novembro (para este caso), desta forma, temos 8 (oito) meses de 
atividade. 
Já em dezembro, o valor da 2ª parcela será: 
R$ 2.000,00 / 12 = R$ 166,67 
R$ 166,67 x 9 = R$ 1.500,00 
13º Salário = R$ 1.500,00 
(-) Adiantamento 1ª Parcela (R$ 666,67) 
Total bruto do 13º salário em dezembro: R$ 833,33. 
 
 
 
16 
5.2 Salário variável 
Para os empregados que possuem rendimentos variáveis, como 
comissão ou horas extras, por exemplo, deverá ser calculado o 13º com base 
nas médias, assim como o cálculo para pagamento das férias, no entanto, as 
médias para13º sempre serão a soma dos rendimentos do ano calendário 
(janeiro até o mês anterior ao do pagamento). 
Desta forma, esses empregados podem ter direito a uma “terceira 
parcela”, pois, como o pagamento do 13º salário deve ser realizado até o dia 20 
(vinte) de dezembro, torna-se impossível o empregador utilizar o rendimento 
variável do mês de dezembro para composição das médias, devendo, neste 
caso, ser refeito o cálculo em janeiro, e efetuar o pagamento da diferença junto 
com o pagamento do salário do mês. 
5.3 Recibo de pagamento do 13º salário 
O pagamento de cada uma das duas parcelas do 13º salário deve ser 
efetuado mediante recibo de pagamento, separado do salário mensal. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Leia o material disponível em: 
<http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/04/23/reforma-trabalhista-deputados-
e-juristas-combatem-projeto-de-mudanca-da-clt/> e dê sua opinião em nosso 
 
 
17 
Fórum acerca da reforma trabalhista. O que você acha das mudanças 
propostas? 
NA PRÁTICA 
Considerando que você seja empregador de uma pessoa física que 
trabalhou 12 (doze) meses, isso significa que ela já tem direito a férias, e você já 
esteja providenciando a data para início do gozo das férias. Porém, ao analisar 
o cartão ponto do empregado, você identifica que ele possui 7 (sete) faltas 
injustificadas no período aquisitivo. Quantos dias de férias você dará a seu 
empregado? E qual será o valor a ser pago, considerando que o salário dele é 
de R$ 3.000,00? 
Conforme legislação vigente, o empregado com mais de 5 (cinco) faltas, 
até 14 (quatorze), terá direito a 24 (vinte e quatro) dias de férias. 
O cálculo das férias será: 
Férias = R$ 3.000 / 30 = R$ 100,00 
R$ 100 x 24 = R$ 2.400,00 
1/3 de férias = R$ 800,00 (R$ 2.400 / 3) 
Total bruto das férias = R$ 3.200,00 
FINALIZANDO 
Prezado aluno, nesta aula tratamos das regras sobre faltas, férias e 13º 
salário. Muitas empresas têm a política de não descontar os dias de falta, 
tampouco reduzir os dias de férias devido a faltas não justificadas. Por isso, você, 
como responsável pela elaboração dos cálculos trabalhistas, deve conhecer as 
regras internas de cada empresa que presta serviços. É importante dizer também 
que a redução dos dias de férias somente poderá ocorrer se tiver havido 
desconto de faltas na folha de pagamento. 
Conhecemos também as regras de pagamento das férias e do 13º para 
salários variáveis de comissão, hora extra e horas noturnas. 
Não se esqueça de prestar atenção às datas de saída de férias e do 13º 
salário, para que o pagamento das verbas seja feito dentro do prazo legal. E 
fique muito atento às mudanças previstas pela reforma trabalhista. 
Mantenha-se sempre atualizado! Bons estudos e até mais. 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
ALCANTARA, S. A. Legislação trabalhista e rotinas trabalhistas. Curitiba: 
InterSaberes, 2014. 
ALMEIDA, A. L. P. de. Direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: Rideel, 2009. 
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 25 
out. 2017. 
_____. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Disponível em: 
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Acesso em: 22 out. 2017. 
_____. Lei n. 6.019, de 3 de janeiro de 1974. Disponível em: 
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2017. 
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&id=17728058&idBinario=17728664&mime=application/rtf>. Acesso em: 22 out. 
2017. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: 
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FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. 1. ed. 3. trim. São Paulo: 
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FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 12. ed. rev. 
Niterói: Impetus, 2012. 
GOMES, Elizeu Domingues. Rotinas trabalhistas e previdenciárias. 13. ed. 
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GONÇALVES, G. Resumo prático de cálculos trabalhistas. 1. ed. 5. trim. 
Curitiba: Juruá, 2007. 
LEMES, Emerson Costa. Manual dos cálculos previdenciários: benefícios e 
revisões. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2012. 
 
 
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MARTINS, S. P. Manual de Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 
2016. 
MASSAMBANI, V. Resumo de Previdência Social. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2013. 
NASCIMENTO, A. M. Iniciação ao Direito do Trabalho. 32. ed. São Paulo: LTr, 
2006.

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