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Livro 5 - Metodologia da Pesquisa Sumário Site: UTFPR - Servidor de Cursos UAB Curso: Ensino de Ciências Livro: Livro 5 - Metodologia da Pesquisa Impresso por: JULIANE ZOLIN Data: sábado, 4 Nov 2017, 12:47 Sumário 5 FORMA DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS 5.1 MÉTODOS DE COLETAS DE DADOS 5.1.1 Observação 5.1.2 Entrevista 5.1.3 Questionário 5.2 CITAÇÃO DIRETA 5.2.1 Citação Curta 5.2.2 Citação Longa 5.2.3 Citação Indireta 5.2.4 Citação de Citação 5.2.5 Citação Direta com Omissão de Parte do Texto 5.3 PLÁGIO 5.3.1 Definição 5.3.2 Tipos De Plágio 5.3.3 Como evitar 5.3.4 Consequências autorais do uso REFERÊNCIAS 5 FORMA DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS Neste livro, estudaremos as diferentes formas de coleta de dados e análise dos mesmos. Assim, buscamos apresentar, resumidamente, segundo estudos de Gil (2002), como se dá a coleta de dados, de acordo com cada tipo de pesquisa e como se faz a análise destes dados. QUANTO AOS OBJETIVOS, A PESQUISA PODERÁ SER... COLETA DE DADOS ATRAVÉS DE ... Pesquisa Exploratória Levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, estudo de caso. Pesquisa Descritiva Levantamento, descrição de características de determinada população ou fenômenos. Pesquisa Explicativa Método experimental e ex-post-facto. QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS, A PESQUISA PODERÁ SER COLETA DE DADOS ANÁLISE DOS DADOS Pesquisa Bibliográfica Através de livros, documentos impressos. Discussão das teorias e dados. Pesquisa Documental Através de documentos. Pode ser uma pesquisa quantitativa se expressar dados estatisticamente. Levantamento Através de questionário, entrevista e formulário. A análise envolve codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Pesquisa Experimental Coleta de dado feita através de manipulação de certas condições e observação dos efeitos produzidos. Ex: experimentos. A análise é estatística, utilizando a fundamentação teórica. Ex-post-facto Coleta de dados conforme pesquisa experimental, porém, com dois momentos na coleta de dados: 1) o pesquisador identifica as “variações” da variável independente dos grupos, podendo utilizar observação, questionário, entrevistas, registros documentais. 2) mensurar as variáveis dependentes. Análise estatística e análise lógica das relações, com o apoio das teorias e comparações com outros estudos. Estudo de Caso Utiliza diversos tipos de coleta de dados: observação, análise de documentos, entrevista, história de vida. Definir antecipadamente o plano de análise para, assim, interpretar os dados, considerando as limitações dos dados obtidos. Se a amostra de dados tiver boa qualidade, terá uma base racional para fazer generalizações a partir dos dados. Pesquisa – Ação Diferentes técnicas de coleta de dados, sendo a mais usual a entrevista aplicada individualmente ou coletivamente. Utiliza também: entrevistas, observação participante, história de vida, análise de conteúdo. Análise de dados interpretativa. Fonte adaptada: GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. v.1. 171p. 5.1 MÉTODOS DE COLETAS DE DADOS Como já mencionado, existem diversos métodos para a coleta de dados. Dentre eles, destaca- se: a observação, a entrevista e o questionário. 5.1.1 Observação A observação deve ser planejada de forma que se determine com antecedência “o quê” e “como” observar. Inicialmente deve-se delimitar o objeto de estudo, definindo qual o foco da investigação. A observação possibilita que o pesquisador tenha um contato mais estreito e pessoal com o fenômeno estudado, proporcionando a experiência direta que propicia ao observador chegar mais perto da perspectiva dos sujeitos. Desta forma, o observador participa das experiências diárias dos sujeitos, o que proporciona apreender o significado que os sujeitos dão à realidade, “descobrindo” novos aspectos do problema. Apesar de a observação propiciar o contanto direto e prolongado com a situação pesquisada, deve-se buscar não provocar mudanças no comportamento dos sujeitos observados e o observador não deve basear-se na interpretação pessoal. Desta forma, é importante que o observador inclua em suas anotações: a descrição dos sujeitos, a reconstrução de diálogos, a descrição do local, de eventos especiais, das atividades e do seu comportamento mediante a situação observada (LUDKE e ANDRÉ, 1986).</> 5.1.2 Entrevista A entrevista proporciona a interação com o sujeito da pesquisa, permitindo ao entrevistador captar imediatamente a informação desejada, além de gestos, expressões, entonações, sinais não verbais, etc. Uma das vantagens é que a entrevista permite correções, esclarecimentos e adaptações. Para realizar a entrevista, é preciso que o entrevistador tenha o cuidado de não introduzir, através do questionamento, valores e preocupações que possam induzir o informante a respostas que confirmem suas expectativas. Aconselha-se o uso de roteiros para guiar a entrevista e o registro das informações poderá ser feito através de gravações ou anotações. É importante também que o entrevistado saiba os objetivos da entrevista e que as informações serão para a pesquisa, sendo mantido sigilo da sua identidade. (LUDKE e ANDRÉ, 1986).</> 5.1.3 Questionário Para a elaboração do questionário, deve-se utilizar palavras pertinentes e apropriadas para o público a que se destina a pesquisa. Deve-se evitar fazer várias perguntas abertas, pois isso poderá cansar o informante, levando-o a dar respostas incompletas ou forçadas. Para a elaboração do questionário deve-se considerar como será feita a decodificação, o processamento e a exposição dos resultados. O questionário deve ser anônimo, a não ser que seja acompanhamento de casos ou experimentos, pois estes necessitam da identidade da pessoa para entrevistá-las antes e depois da experimentação (SORIANO, 2004).</> 5.2 CITAÇÃO DIRETA É a transcrição literal de um texto ou parte dele, conservando-se a grafia, pontuação, uso de maiúsculas e idioma. Alertamos quanto ao número de citações diretas para não deixar seu artigo ou monografia como uma "colcha de retalhos". O bom artigo é aquele que articula o pensamento, amarrando as ideias e não apenas o que cita ideias de outros autores.</></></> 5.2.1 Citação Curta As citações curtas diretas, aquelas com até três linhas, aparecem diretamente no texto, destacadas entre aspas. O autor poderá vir antes ou depois da citação. Exemplo: Conforme Andrade (1999, p.15): “Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do leitor, que só podem ser adquiridos através da prática.”</></></></></></></> Ou “Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do leitor, que só podem ser adquiridos através da prática.” (ANDRADE, 1999, p.15). </> 5.2.2 Citação Longa As citações diretas longas, são aquelas com mais de três linhas. São transcritas separadas do texto, deve aparecer em parágrafo distinto, em bloco, com recuo de 4 cm apenas da margem esquerda. A letra deve ser menor 11 ou 10 e sem aspas, com espaço simples entre as linhas.</></></></></></> </> Exemplo: Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de escrevê-lo ou de reescrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1984, p. 22). 5.2.3 Citação IndiretaÉ a reprodução das ideias de um autor, sem que haja transcrição literal dos termos. É redigida pelo autor do trabalho com base em ideias de outro autor. Deve sempre indicar a fonte de onde foi retirada a ideia. Lembre-se que se o autor for citado no corpo do texto, deve vir em letra minúscula, seguido pelo ano da obra consultada. Caso contrário, vem ao final do parágrafo, em letra maiúscula. Exemplos: Para Reich (1987) ainda que estejamos tomados por essa praga, vale a pena lutarmos a favor da prevenção. ou Ainda que estejamos tomados por essa praga, vale a pena lutarmos a favor da prevenção (REICH, 1987). </></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></></> 5.2.4 Citação de Citação A citação de citação é a menção a um documento ao qual não se teve acesso, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro trabalho. Apenas deve ser usada na total impossibilidade de acesso ao documento original. Por exemplo, eu leio no livro de Navarro algo que Reich havia dito. Então, quem está dizendo é Reich (1996) apud Navarro (1999). A palavra apud significa (de acordo com, segundo, citado por...) e deve vir sempre em itálico. Também pode ser substituída pela palavra "citado por". Exemplos: Segundo Reich (1996) apud Navarro (1999), toda criança deve ser muito bem cuidada principalmente nos primeiros anos de vida .... Ou De acordo com o pensamento de Reich (1996) citado por Volpi (2003), toda criança deveria... Obs. É importante lembrar que a referência que vai ao final do trabalho é do livro de Navarro e o de Volpi, e não Reich. 5.2.5 Citação Direta com Omissão de Parte do Texto É a transcrição literal de um texto, omitindo parte dele e continuando na íntegra. Pode ser parte de uma página e parte de outra. Nesse caso, usa-se [...] para dizer que a frase foi cortada.</> Exemplo: Após ter concluído sua graduação em Medicina, Morton formou-se em Psicanálise. [...] À época, Morton vivia na Filadélfia e Reich em Forest Hills... [...] Um dia Reich perguntou quanto tempo Morton levava da Filadélfia, onde residia, até Rangeley. Morton respondeu que levava em média umas doze horas. Reich, surpreso, disse que esse era o tempo necessário para ir de Nova Iorque até Rangeley... (VOLPI, 2003, p. 40, 41). 5.3 PLÁGIO . 5.3.1 De�nição De acordo com Coulthard e Johnson (2007), ''plágio'' pode ser definido como o uso de conteúdos literários mais precisamente, sem autorização do autor para divulgação, utilizando-se de tal forma a apropriar-se como autor verdadeiro. A este ato, pode-se caracterizar-se como roubo, onde as consequências podem ser severas. No âmbito acadêmico, principalmente na Pós-graduação, o estudante não possui conhecimento e domínio sobre a técnica da escrita cientifica, podendo enfatizar a este quadro ao uso inadequado das indicações das referências ou fontes, agravando consideravelmente o uso inconscientemente da prática do plágio. (KROKOSCZ, 2015, p. 29). De forma complementar, Schneider (1990), ressalta que o plágio no sentido moral, pode designar-se a uma conduta do emprego abstraído de posse ilegítima dos resultados intelectuais de um trabalho já existente. Segundo a legislação brasileira, enquadra-se como crime de plágio, utilizar indevidamente da obra intelectual de outro autor (artigo 184 do Código Penal32), definindo-se pelo Código Penal 33 Art299, como "crime de falsidade ideológica em documentos particulares ou públicos.'' 5.3.2 Tipos De Plágio Plágio direto Refere-se ao fato de que ocorre a reprodução do texto inicial, com as mesmas palavras da obra inicial. Quando presencia-se esta situação, de acordo com a Associação Brasileira de Normas e Técnicas, classifica-se a este ato de forma legal a exposição do mesmo como citação direta, ou seja, quando o trecho literário for inferior a três linhas utiliza-se das aspas ( ´´ ``) e quando referir-se à um trecho literário superior a três linhas, o redator aplica ao mesmo o uso do recuo, fugindo do alinhamento normal do texto. Plágio Indireto A este tipo de plágio caracteriza-se quando o redator utiliza-se de uma obra literária já publicada, redige ao seu entendimento mas não realiza a citação de forma correta do autor da obra literária. Consequentemente, para o leitor passa-se a imagem de que o redator foi a fonte de informação, onde na verdade a fonte primária de informação ao qual serviu de inspiração ao redator foi o autor da obra literária. Auto Plágio A está situação caracteriza-se quando o redator da obra do presente utiliza-se de uma obra literária que ele mesmo já publicou no passado, e desta forma acaba não realizando a citação da referência. Com isso, o redator apropria-se de um conteúdo que uma vez já fora publicado no passado. A esta obra já publicada no passado, vale lembrar que o caráter de publicação ocorrido no passado, confere a obra um certificado de identidade literária, chamada de referência, onde esta é a fonte primária de existência no âmbito acadêmico cientifico. 5.3.3 Como evitar Muitas vezes o plágio ocorre sem o redator ter conhecimento de sua existência, mas o desconhecimento sobre a metodologia cientifica, mais precisamente o conhecimento da escrita cientifica acaba agravando este quadro. Para evitar esta situação, o redator deve inteirar-se sobre o uso das citações diretas e indiretas ao longo do conteúdo literário, assim como realizar a pesquisa utilizando fontes confiáveis, através de livros acadêmicos e artigos de revistas e periódicos científicos. 5.3.4 Consequências autorais do uso Como consequência ao uso da pratica do plágio na construção do obra, o autor pode deparar-se ao rigor da lei conforme o Código Penal e aos referidos artigos citados abaixo: Art. 184. ´´Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.`` Falsidade ideológica. Art. 299 -´´ Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.`` REFERÊNCIAS Coulthard, M. e Johnson, A. (2007). An Introduction to Forensic Linguistics: Language in Evidence. London and New York: Routledge. KROKOSCZ, Marcelo. Outras palavras sobre autoria e plágio. São Paulo: Atlas, 2015 Schneider, Michel. Ladrões de palavras. Ensaio sobre o plágio, a psicanálise e o pensamento. Tradução de Luiz Fernando P. N. Franco. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.