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CIVIL III - RESUMÃO

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RESUMÃO DE DIREITO CIVIL III – CONTRATOS – BRENDA ALMEIDA 
TEORIA DO FATO JURÍDICO 
 Todo fato, para ser considerado jurídico, deve passar por um juízo de valoração. 
 Stricto sensu: fato jurídico → decorre da natureza. 
 → ordinário: nascimento, morte, maioridade. 
 → extraordinário: fortuito ou força maior. 
 Latu sensu: ato jurídico → decorre da atividade humana. 
 → involuntário: atos ilícitos. 
 → voluntário: atos lícitos. 
 
 
DO CONTRATO E DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 É um fato jurídico se: 
 → houver declaração de vontade que o ordenamento jurídico reconhece a potencialidade 
dos efeitos. 
 → deve ser relevante para o direito. 
 → respeitar os pressupostos da existência, os requisitos da validade e os fatores de 
eficácia. 
 
 Negócio jurídico: um ou vários atos praticados por uma pessoa que tem por finalidade a produção 
de efeitos jurídicos. 
 → cria, modifica ou extingue algum direito. 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
1. Direito romano: 
 “Tudo que não for penal ou crime, é civil”. 
 Estado faz parte das relações jurídicas. 
 Princípio do consensualismo. 
 Contractum (acordo de vontade + actio) x pactum. 
 → actio (executabilidade física da obrigação) não aparecia no pactum. 
 
 
2. Revolução francesa: 
 Nasce o novo código civil francês com uma maior liberdade. 
 Solo consensu: contrato nasce da aceitação recíproca. 
 Não há mais a actio. 
 Estado não interfere mais → codificação do direito privado e público. 
 Separação do indivíduo particular e Estado (intenção de liberdade). 
 Caráter patrimonial. 
 
 
3. Brasil: 
 1824: primeira constituição → determinava a confecção de um código civil. 
 1855: projeto elaborado por Teixeira de Freitas mas não aceito. 
 1916: cunho patrimonialista de Clóvis Beviláquia aceito. 
 CF/88: promulgada, trazendo novos valores sociais. 
 → despatrimonialização. 
 → repersonificação da dignidade da pessoa humana. 
 → CC/2002. 
 → surge o dirigismo contratual (interferência do Estado no contrato. Estado fica 
autorizado a proteger os economicamente mais vulneráveis, resultando no sacrifício, às vezes, de 
interesses particulares em prol da coletividade. Princípio da função social), restringindo o princípio 
da autonomia da vontade. 
 → relações privadas passam a sofrer incidência de princípios constitucionais. 
 
 
PRINCÍPIOS DA CONCEPÇÃO CLÁSSICA 
1. Liberdade contratual e autonomia da vontade: 
 “ Contratar quem, quando e o que quiser” → faculdade de contratar ou não. 
 Era absoluta. 
 
PRINCÍPIOS CONTEMPORÂNEOS 
1. Liberdade contratual e consensualismo: 
 Não é absoluta, mas sim relativa → tem limites. 
 Deve-se respeitar a função social do contrato. 
 Nelson Rosenvald → justiça contratual (impactos sociais) + eficiência (economia). 
 Observar os impactos dos efeitos na sociedade. 
 Consensualismo: acordo entre vontades. 
 → há casos em que não se há faculdade absoluta de se escolher quem ou se quer contratar, 
como na concepção clássica, por exemplo, conta de água (COPASA), conta de energia (CEMIG). 
 
2. Princípio da obrigatoriedade: 
 Pactum sunt servanda → princípio da força obrigatória, que obriga as partes nos limites da lei. 
Vincula as partes ao contrato. “Pactos devem ser cumpridos”. 
 Ninguém é obrigado a contratar, vai de cada um. Os que fizerem, devem, portanto, cumprir. 
 
 
3. Princípio da relatividade dos efeitos: 
 Os efeitos atingem somente àqueles que se vinculam na obrigação. 
 Não se pode atingir terceiros. 
 
4. Princípio da boa-fé. 
 Boa-fé subjetiva: âmbito interior do sujeito. Concepção psicológica. 
 → análise da intenção: boa ou má intenção. 
 → o sujeito acha que está fazendo certo. 
 → atesta no caso concreto. Pouco importa. 
 → má-fé: sujeito para de pagar o aluguel. 
 
 Boa-fé objetiva: regras e padrões de comportamentos esperado. É a conduta. 
 → dever de agir de acordo com determinados padrões sociais. 
 → “quais os comportamentos esperados neste local, tempo, tipo de contrato?” 
 → cria deveres conexos. 
 
 Funções: 
 → interpretativa: 
 → caso se tenha dúvida no caso concreto, o juiz escolherá a interpretação que 
mais se adequa, sem precisar entrar no campo subjetivo. → “qual era o comportamento esperado?” 
 → dialoga com os princípios de conservação do contrato. 
 → integrativa: 
 → as partes contratantes são obrigadas a guardar os princípios de probidade e 
boa-fé, na execução e conclusão do contrato. 
 → como se uma cláusula integrasse o contrato → deveres conexos. 
 → dever de prestar informações → preenche lacunas. 
 
 → corretiva ou de controle: 
 → não se pode exceder limites impostos. 
 → adimplemento substancial: o sujeito deveria pagar 12 parcelas após um 
financiamento de um veículo mas pagou somente 10. Gera o direito potestativo de resolução de 
contrato. → “pagou muito” ou “deixou de pagar pouco”. É compreensível. 
 → inadimplemento: a parte lesada pode pedir a resolução do contrato ou exigir 
o cumprimento, cabendo em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 
 
 Violação positiva do contato: 
 → a obrigação foi cumprida, mas seu conteúdo não era legítimo. Por exemplo, médico 
apresenta opções de tratamento, entretanto, as mais caras e dolosas. 
 
 “Duty to mitigate”: 
 → dever de mitigar, reduzir o prejuízo. Antigamente era do devedor, agora, do credor. 
 → dever do credor de mitigar as próprias perdas. 
 → O primeiro julgamento a cunhar expressamente esse instituto foi sobre um pedido de 
reintegração de posse cumulado com pedido de indenização, ajuizado pelo comprador, que deixou 
de adimplir as prestações referentes ao contrato de compra e venda ainda em 1994, e, apesar da 
inadimplência, abandonou o imóvel somente em 2001. Nesse lapso temporal de aproximadamente 
7 (sete) anos, contudo, o vendedor não efetuou nenhuma diligência para reaver o seu imóvel, tendo 
ajuizado ação indenizatória pelo inadimplemento contratual somente em outubro de 2002. Nas 
razões desse entendimento justificou-se que o credor não poderia ter permanecido inerte durante 
todo esse tempo em que se estendeu o inadimplemento, pois demonstra que preferiu ver o 
agravamento do próprio prejuízo ao invés de tomar as medidas necessárias para cessar a conduta 
lesiva. 
 
 
5. Princípio da função social. 
 Limita o contrato se o interesse individual tiver conflito com o social. 
 Possibilita que terceiros possam nele influir, em razão de serem direta ou indiretamente por ele 
atingidos. 
 Contrato é celebrado através do interesse particular do credor e devedor (princípio da autonomia 
da vontade), mas não pode atingir ou ferir interesses coletivos. 
 Observa normas de ordem pública → para igualar as partes, de modo que a cláusulas não sejam 
abusivas. 
 Supremacia de ordem pública → interesse coletivo deve prevalecer quando colide com o 
particular. 
 Função externa: 
 → não se pode prejudicar a coletividade. 
 → não se pode prejudicar terceiros (3º não pode ser ofendido). 
 → o terceiro tem o direito de demandar contra as duas partes contratuais, uma 
pelo vínculo jurídico, e a outra pelo princípio da função social. 
 → terceiros não podem prejudicar o contrato. 
 
 Função interna: 
 → segundo a corrente majoritária: assegurar contratos mais equilibrados e garantir uma 
igualdade digna social aos indivíduos que ali se vinculam. Exemplos: 
 → vedação à onerosidade excessiva ou outro motivo que cause desequilíbrio. 
 → proteção à dignidade da pessoa humana e dos seus direitos de personalidade. 
 → nulidade de cláusulas antissociais, tidas como abusiva. 
 → tendência àconservação do contrato → a extinção é a última medida a ser 
tomada → ultima ratio. 
 
 
ESCADA PONTIANA 
1. Plano da existência: 
 Vontade manifestada. 
 Forma (externalidade da vontade). 
 Sujeito (físico ou jurídico). 
 Objeto. 
 
2. Plano da validade: 
 Agente capaz. 
 Objeto lícito que respeite o conteúdo da lei. 
 Forma legalmente prevista. 
 → contrato pode existir e não ter validade. 
 → contrato solene: exige-se uma forma específica (exemplo: escritura pública). É regra. 
 → contrato não solene: não tem forma exigida por lei, pode ser livre o acordo entre as 
partes (exemplo: declaração de vontade). É exceção. 
 
 
3. Plano da eficácia: 
 Produção de efeitos. 
 → pode existir, ter validade e não ter eficácia (exemplo disso é o testamento, que só 
produzirá efeitos quando o sujeito vir a falecer). 
 
 
FORMAÇÃO DO CONTRATO 
1. Negociações preliminares: 
 Debates, conversas, estudos. 
 Não exige obrigação mas gera perspectiva de confiança. 
 Princípio da boa-fé → não vincula às partes a celebração de um contrato definitivo, mas é possível 
a responsabilização por indenização baseado nesse princípio. 
 
 
2. Proposta: 
 Ocorre a manifestação da vontade de contratar por uma das partes, que solicita à outra, que por 
sua vez, pode ou não aceitar. 
 É uma declaração unilateral que só produzirá efeitos ao ser recebida pela outra parte. 
 Em regra, tem força vinculante em relação às características da proposta e não ao cumprimento do 
fechamento do negócio. Obriga o preponente. (Exemplo: pagar à vista, cor do objeto, etc) 
 Há exceções que não tem força vinculante: 
 → expressa/termo: cláusula expressa no contrato (“sujeita à alteração”). 
 → natureza: proposta em aberto (vitrine de shopping). 
 → circunstâncias: ausente ou presente, com prazo ou sem prazo. Viabilidade de ter uma 
resposta: → presente com prazo: até o término deste. 
 → presente sem prazo: resposta imediata. 
 → ausente com prazo: durante o estipulado. 
 → ausente sem prazo: até passar o “prazo moral” (cada caso, um caso). 
 
 Retratação (arrependimento): é válida somente se chegar antes da aceitação. 
 
 
3. Aceitação: 
 O contrato passa a existir, pois, é somente quando o oblato (pessoa a quem se faz a proposta) se 
converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do proponente é que a oferta se transforma em 
contrato. 
 Pode se dar em regra geral de forma expressa (oral ou escrita) ou por exceção, de forma tácita 
(decorrente de um comportamento – exemplo: um celular chega na sua casa sem você pedir, mas 
passa a usá-lo). 
 Em regra, o silêncio significa ausência de vontade, mas há exceções como a doação. 
 Hipóteses de inexistência da força vinculante: 
 → intempestividade: quando a aceitação só chega depois do prazo, o proponente deve 
comunicar ao aceitante imediatamente, sob pena de responsabilização por perdas e danos. 
 → retratação: se chegar antes ou junto, extingue-se a aceitação. 
 → teoria da recepção: se o proponente se houver comprometido a esperar a resposta. 
 
4. Local e tempo da formação do contrato: 
 Em regra, é o local da proposta, mas o código possibilita a escolha do lugar do contrato. 
 Torna-se perfeito no momento em que a aceitação é expedida (teoria da expedição - regra), mas 
se o proponente se dispor a esperar, é quando recebe a resposta (teoria da recepção - exceção). 
 Efetua-se o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes escolherem juntas um novo 
local, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Se houver 
dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS – PLANO DA EFICÁCIA 
1. Unilateral x bilateral: 
 Geram obrigações. 
 Todos os contratos em sua formação são bilaterais, já que não há como acontecem sem que haja a 
manifestação de duas vontades. Quanto aos efeitos, podem ser bilaterais ou unilaterais. 
 Unilateral: obrigação para uma das partes. 
 → doação comodato, mútuo, depósito, fiança. 
 
 Bilateral: obrigação para ambas as partes. 
 → vínculo sinalagmático: intrínseco, uma é totalmente ligada à outra. Reciprocidade de 
obrigações. 
 → compra e venda. 
 
 Bilateral imperfeito: contrato unilateral que por circunstância acidental, ocorrida do curso da 
execução, gera alguma obrigação para a outra parte. Exemplo: depósito. 
 Plurilateral: rede de obrigações, vários credores e devedores. Exemplo: contrato social, contrato 
de sociedade, contrato de consórcio. 
 
2. Gratuito x oneroso. 
 Geram vantagens patrimoniais. 
 Gratuito ou benéfico: cria vantagem apenas para um dos polos. 
 → em regra, todo contrato unilateral é gratuito. 
 → desinteressado: realizados por pura deliberação e com clara intenção de beneficiar o 
outro. Exemplo: doação e comodato. 
 → interessado: realizado por interesse econômico. Exemplo: transporte para atrair 
presença de turistas ou envio de periódicos por cortesia. 
 
 Oneroso: vantagem para ambos. 
 → em regra, todo contrato bilateral é oneroso → ambos buscam um proveito a qual 
correspondem um sacrifício. 
 → exemplos: compra e venda. 
 
 Importância: fraude contra credores. 
 → os gratuitos são tratados mais rigorosamente do que os onerosos. 
 → anulável o gratuito quando apresentar um desses requisitos (responsabilidade por 
dolo), e oneroso, quando dois (responsabilidade por culpa): 
 → objetivo: redução do patrimônio até a insolvência. 
 → subjetivo: existência de má-fé. 
 
 
3. Cumulativo x aleatório: 
 Geram ou não vantagem pecuniária. 
 Cumulativo: prestações certas e determinadas. 
 → segurança. 
 → partes pode antever as vantagens e sacrifícios. 
 → é o oneroso e bilateral. 
 → cada contratante, ao receber do outro, a prestação relativamente equivalente à sua, 
pode verificar de imediato essa equivalência. 
 
 Aleatório: há incerteza para ambas as partes. Dependem de um fator futuro e imprevisível. 
 → exemplo: contrato de jogos, aposta. Chegou ao final do contrato e o sujeito não tinha 
o café para pagar. 
 → ricos: 
 → integral: risco existencial do objeto. Terá o direito de receber integralmente 
aquilo que lhe foi prometido. 
 → parcial: em relação à quantidade. Obrigado a devolver o valor pago ou não se 
pode cobrar o valor, depende do caso. 
 → de coisa existente: venda de coisas já existentes mas sujeitas a perecimento 
ou depreciação. Exemplo: seguradora do seu carro. 
 
 → anulação por dolo: se prejudicado, pode ser anulado. 
 
 
4. Personalíssimo x impessoal: 
 Refere-se à pessoa contratada. 
 Personalíssimo: intuitu personae. Só pode ser executado por uma determinada pessoa. 
 → não pode ser transferido: só cabe execução por terceiro se o credor concordar e deferir. 
 → não pode ser objeto de cessão: cabe perdas e danos se o contratado vira a falecer e o 
credor não autorizar a execução por terceiro. 
 → exemplo: cirurgião plástico escolhido exclusivamente pela cliente. 
 
 Impessoal: infungíveis. Pode ser executado por terceiros. 
 → o importante é que seja realizado, pouco importa por quem. 
 → exemplo: pessoa contratada para preparar o seu churrasco. Confia-se na empresa. 
 
5. Consensual x real: 
 Refere-se ao modo de formação do contrato. 
 Consensual: se forma exclusivamente com o consenso (solo consensu) e acordo de vontades. 
 → negociação preliminar + proposta + aceitação = contrato definitivo. 
 → exemplo: compra e venda de forma pura. 
 
 Real: exige a tradição da coisa além do acordo de vontades → entrega do objeto contratado. 
 → negociação preliminar + proposta + aceitação = pré contrato+ tradição = definitivo. 
 → exemplo: comodato (empréstimo gratuito de coisas não fungíveis), depósito, mútuo, 
doação de pequeno valor. 
 
6. Solene x não solene. 
 Refere-se à forma. 
 Solene: exige-se uma forma específica. Para o contrato ser perfeito, a forma deve atender 
requisitos exigidos em lei, por ser um requisito de validade do negócio. 
 → é a regra. 
 → exemplo: escritura pública → doação se dá por escritura. 
 → se não observada, é nulo o contrato. 
 → são os contratos não solenes. 
 
 Não solene: não tem forma exigida por lei, pode ser livre o acordo entre as partes. 
 → é a exceção → dialoga com o princípio da liberdade das formas. 
 → exemplo: declaração de vontade. 
 
7. Principal x acessório: 
 Dependem ou não de outros contratos. 
 Principal: tem existência própria, autônoma e não depende de outro. 
 → exemplo: compra e venda, locação. 
 
 Acessório: tem sua existência subordinada à do contrato principal. 
 → exemplo: fiança e outros contratos de garantia. 
 → garante cumprimento do principal. 
 → fiador com débito de solidariedade tem um risco maior. 
 
8. Ato único (execução deferida) x sucessivo (execução continuada): 
 Momento em que os contratos devem ser cumpridos. 
 Ato único: se consome em um só ato. 
 → cumprido imediatamente. 
 → exemplo: compra e venda à vista., doação. 
 
 Sucessivo: se cumprem por meio de atos reiterados. 
 → se renova no tempo. 
 → exemplo: prestação de serviços, conta de celular. 
 
9. Definitivo x preliminar: 
 Refere-se ao tipo de contrato. 
 Definitivo: celebrado de forma plena e acabada. 
 → poderá ser de dar, fazer ou não fazer. 
 → exemplo: compra e venda. 
 
 Preliminar: também chamado de compromisso, pré-contrato ou promessa de contrato. É aquele 
que antecede o contrato definitivo, que o prepara para o futuro. Resguarda o objeto do definitivo. 
 → exemplo: promessa de compra e venda, reserva de ingressos de uma peça teatral ou de 
uma mesa de restaurante. 
 → princípios: 
 → da equiparação: elementos essenciais devem permanecer. Exceto a forma. 
 → da liberdade das formas. 
 
 → eficácia obrigacional: 
 → princípio da relatividade: gera efeitos entre as partes contratuais. Inter partes. 
 → todos têm eficácia obrigacional, mas nem todos têm eficácia real. 
 → gera a possibilidade de cobrar a obrigação → se não houver cláusula expressa 
de arrependimento, qualquer das partes tem o direito de exigir a celebração de um contrato 
definitivo, assinando um prazo à outra para que seja realizado. → se esse prazo se esgotar, pode o 
juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo 
ao contrato preliminar, salvo se não opuser a natureza da obrigação. 
 
 → eficácia real: 
 → gera direitos reais. 
 → direito de sequela → seguir o bem. 
 → oponibilidade contra terceiros → erga omnes. 
 → para ter eficácia real: RESGISTRO. 
 → registro não é um requisito de validade, mas sim, requisito para que 
o contrato tenha eficácia real → exemplo: registro de imóveis (ao registrar, há impedimento do 
imóvel ser vendido para terceiros). 
 → arrependimento: em regra é irretratável. Pode ser retratável se houver cláusula expressa 
que garante o direito de arrependimento. Com essa cláusula, não há quebra de confiança. 
 
10. Típico x atípico: 
 A lei prevê. 
 Típico: tipicidade prevista em lei. 
 → exemplo: compra e venda, locação. 
 
 Atípico: não possui regulamentação específica. 
 → regido pelas normas gerais. 
 → exemplo: “built to use”. 
 → contrato atípico de locação. 
 → o imóvel a ser locado ainda não existe, ou seja, trata-se de uma locação sob 
encomenda, onde o locatário apresenta ao locador todas as características necessárias do imóvel a 
ser locado. 
 
 → exemplo: contrato eletrônico. 
 → teoria da recepção: se formam com o recebimento da resposta e não com sua 
expedição, como dita a regra geral. 
 → características: 
 → despersonificação: não há preocupação com quem seja as partes. 
 → desconfiança: por parte do consumidor, já que é tão impessoal e o 
local tão volátil. A defesa se torna mais difícil. 
 → proteção: 
 → marco civil da internet: protege a internet e seus limites. 
 → código do consumidor: apenas para as relações de consumo. 
 → existe proteção internacional? Surge uma série de dúvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO 
1. DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
 Determina uma atribuição patrimonial gratuita em favor de terceiro. 
 Exemplo: seguro de vida. 
 Realizado entre estipulante (aquele que gera o benefício) e promitente (aquele que se compromete 
a pagar) beneficiando um terceiro, denominado de beneficiário. 
 Duas relações concomitantes: 
 → 1ª: estipulante com promitente. 
 → 2ª: promitente ao beneficiário. 
 
 Beneficiário deve ter legitimidade específica, e não genérica, ou seja, cabe incapaz e nascituro. 
 Quem pode exigir? Os credores → estipulante e beneficiário. 
 Se o estipulante colocar no contrato que só o terceiro poderá exigir seu cumprimento, abrirá mão 
de seu direito, não podendo, portanto, liberar o devedor da obrigação. 
 Somente quem exige, libera. 
 Para que um contrato de seguro não apresente riscos na hora de comprovar quem é o beneficiário, 
deve-se colocar um dado de registro nacional para compreender sua legitimidade (CPF, 
identidade). 
 O beneficiário pode ser substituído? Sim, é uma faculdade do estipulante, desde que à luz da boa-
fé, que exige o dever de informar sobre a troca, existindo no contrato, uma cláusula sobre essa 
possibilidade. A lei não exige anuência (consentimento). 
 
 
2. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
 Promitente se obriga em uma obrigação de fazer com que terceiro realize determinada conduta. 
 Exemplo: empresa de formatura promete um cantor para o dia da festa. 
 Intermediação negocial. 
 A pessoa se vincula, se compromete, promete conseguir um fato. 
 Efeitos da aceitação ou recusa: 
 → se o terceiro aceita: surge vínculo contratual com o credor e o promitente é liberado. 
 → se o terceiro aceita e descumpre após aceite: não cabe responsabilidade ao promitente, 
salvo se com cláusula de solidariedades. 
 → se o terceiro recusa: a obrigação é de resultado. Cabe perdas e danos. 
 
 Se o promitente é casado com o terceiro (existência de comunicabilidade patrimonial), não cabe 
perdas e danos, dado que o ônus de conferir se são cônjuges ou não, é do credor. 
 
3. COM PESSOA A DECLARAR 
 Contrato em que há uma cláusula que declare terceiro para adquirir direitos e assumir obrigações. 
 Faculdade de substituição da parte contratual. 
 Exemplo: leilões judiciais de grande porte para evitar que lhe seja exigido um alto preço ou pela 
inexperiência. 
 Requisitos: 
 → aceitação de terceiro. 
 → comunicação da substituição. 
 → prazo de 5 dias a partir do momento da formação. 
 → seguir as mesmas formas e padrões usados no contrato anterior. 
 Aquele que sai não tem mais nenhuma obrigação no contrato. 
 Efeitos são retroativos → se recusado à aceitação, permanece o primeiro vínculo contratual. 
 Hipóteses de ineficácia: 
 → se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação. 
 → se houver recusa. 
 
VICISSITUDES 
1. VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
 Defeitos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprópria para uso. 
 Defeito após o cumprimento do contrato. 
 Aplicável às obrigaçõesde dar. 
 Garantia legal aos contratos bilaterais, onerosos e comutativos. 
 Enunciado 583 do JDC: cabe também aos aleatórios desde que não inclua os elementos aleatórios 
no contrato. 
 Fundamentação: 
 → antes adotada a teoria do erro. Erro: invalida o contrato, é a falsa percepção da 
realidade. “Achar que o relógio é de ouro”. 
 → hoje aplica-se a teoria da garantia ou do vício. O vínculo frustrado dentro da garantia, 
pode gerar responsabilidade ao alienante se seguidos os requisitos. Vício: é o defeito, teoria do 
campo objetivo. Proteção aos efeitos do contrato vicioso. 
 
 Requisitos: 
 → deve ser oculto, não aparente. 
 → deve ser grave a ponto de tirar a utilidade da coisa. 
 → deve ser pré-existente, anterior à tradição. 
 → deve se dar em obrigação de dar. 
 
 Responsabilidades e ações: 
 → redibitória: rejeita a coisa e propõe a devolução do preço pago. 
 → se boa-fé: extingue o contrato. Retorno ao status quo ante. 
 → se má fé: extingue o contrato + perdas e danos. 
 
 → estimatória: propõe o abatimento do preço. 
 → se boa-fé: mantém o contrato. 
 → se má fé: mantém o contrato + perdas e danos (despesas contratuais). 
 
 Prazos: 
 → primeiro se passa o prazo da garantia estipulado em contrato, para só assim, cair o 
prazo legal de 30 dias ou 1 ano. 
 → se venda de animais, os prazos serão regidos por lei especial, se na falta dela, aplica-
se usos locais, e se na falta destes, pela lei geral. 
 
 → se vício externo (fácil percepção): → a partir da entrega. 
 → 30 dias para móvel. 
 → 1 ano para imóvel. 
 → após a entrega, você tem até 30 dias para entrar com uma ação se a coisa for 
bem móvel ou 1 ano se bem imóvel. 
 
 
 
 → se vício interno: → a partir da ciência. 
 → 180 dias para móvel. 
 → 1 ano para imóvel. 
 → você tem até 180 se móvel ou 1 ano se imóvel para descobrir o vício, e assim, 
terá um prazo de 30 dias para entrar com uma ação se móvel ou 1 ano se imóvel. 
 
 Diferenças do vício redibitório no: 
CC CDC 
Torna a coisa imprópria. Torna a coisa imprópria ou inadequada para uso. 
Obrigação de dar. Obrigação de dar e de fazer. 
Cabe perdas e danos quando má fé. Cabe perdas e danos independente de má fé. 
Pode reduzir a garantia mediante cláusula. Não se pode reduzir a garantia mediante cláusula. 
 Inversão do ônus da prova. 
 Solidariedade de todos. 
 
2. EVICÇÃO 
 Perda de um objeto por decisão judicial ou ao administrativo que o atribui a um terceiro. 
 Perda do direito sobre a coisa por decisão que reconhece direito sobre a coisa pra outra pessoa. 
 Requisitos: 
 → contrato oneroso. 
 → perda de um direito sobre a coisa. 
 → por decisão (judicial por exemplo). 
 → pré-existência do direito sobre a coisa. 
 → necessário que o direito sobre a coisa seja anterior à tradição. 
 
 Hasta pública: 
 → também cabe evicção. 
 → adquirente perderá o bem e poderá: 
 → cobrar do executado. 
 → cobrar do exequente (subsidiariamente). 
 → cobrar do Estado (posicionamento minoritário). 
 
 Extensão e responsabilidade: 
 → possibilidade de redução, ampliação ou até mesmo retirada da responsabilidade 
mediante cláusula desde que o contrato seja paritário. 
 → mesmo se ocorrer a exclusão da responsabilidade, o valor pago pela coisa evicta 
continuará sendo devido. 
 
 Benfeitorias: 
 → necessárias e úteis: evicto cobra do evictor, que estará recebendo o bem valorizado. 
Depois, se necessário, cobra do alienante 
 → voluptuárias: não pode cobrar, mas pode levantar (pegar de volta). 
 
 Evicção parcial: perda de parte do bem. Possibilidade de escolha para o adquirente: 
 → manter o contrato: indenização correspondente à área perdida. 
 → extinguir o contrato: retorno ao status quo ante com responsabilidade total. Adquirente 
só pode optar pela extinção do contrato se a perda for considerável. 
 
 Denunciação à lide não é mais obrigatória. 
 
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
1. REGULAR CUMPRIMENTO 
 Forma normal de extinção. 
 Requisitos para o pagamento ser válido: 
 → tempo, modo e local de pagamento. 
 
 Requisito para extinção: 
 → pagamento devido do objeto acordado (vinculação da identidade do objeto). 
 
 Princípio da integralidade (indivisibilidade) do pagamento: ainda que a obrigação tenha por objeto 
prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, 
se assim não se ajustou. 
 ≠ extinção das obrigações. 
 → pode se cumprir a obrigação e não extinguir o contrato, assim como é possível 
extinguir o contrato e não cumprir a obrigação 
 → exemplo: contrato de locação com duração de um ano. Ao final do prazo do contrato 
o devedor não cumpre com sua obrigação de pagamento. Nesse caso o contrato foi extinto pelo 
fim de seu prazo, mas a obrigação não. 
 
2. RESILIÇÃO 
 Manifestação de vontade das partes de romper com o vínculo do contrato. 
 Pode ser unilateral ou bilateral. 
 Resilição unilateral: 
 → apenas uma das partes opta por extinguir o contrato. 
 → deve encaixar nas hipóteses previstas em lei, se não é caracterizada como 
descumprimento contratual. 
 
 → hipóteses: 
 → cláusula de arrependimento: 
 → expressa previsão. 
 → forma de extinção concomitante à formação do contrato. 
 
 → quando a natureza contratual permite: 
 → violação da relação de confiança: contratos fundados em uma 
perspectiva de confiança que quando uma das partes rompe com essa confiança, a outra parte não 
mais será obrigada a permanecer no contrato. 
 → exemplo: mandato, doação, fiança. 
 
 → contratos com prazo indeterminado. Exemplo: locação. 
 → suspensão dos efeitos: 
 → hipóteses que podem causas danos irreparáveis. 
 → lei suspende os efeitos da resilição até prazo compatível e razoável 
aos investimentos feitos. Exemplo: locador que fez altos investimentos no imóvel 
 
 
 
 Resilição bilateral: 
 → as duas partes optam, de comum acordo, pela extinção do contrato. 
 → distrato: manifestação da vontade de ambas as partes. Forma exigida por lei. 
 
 Resilição por morte: 
 → quando ocorrer a morte de uma das partes contratuais. 
 → em regra, a morte não gera a extinção dos contratos, na exceção é que isso ocorre. 
 → contratos personalíssimos: a morte será relevante porque a pessoa é relevante. 
 → exemplo: fiança. 
 
3. EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO 
 Meio legítimo de não cumprir com a sua parte, se o outro não cumprir a sua. 
 É uma defesa. 
 Requisitos: 
 → contrato bilateral. 
 → descumprimento anterior de uma das partes. 
 
 Fundamento: 
 → boa-fé objetiva: ninguém pode se beneficiar da própria torpeza. 
 
 Opções: 
 → cobrar: manter o contrato, exigir o cumprimento e cumprir com sua parte. 
 → inércia: esperar a outra parte cobrar e usar a exceção do contrato não cumprido como 
defesa. 
 → extinguir: com base da exceção do contrato não cumprido. 
 
4. RESOLUÇÃO POR EXCESSIVA ONEROSIDADE 
 Quando a prestação de uma das partes tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para 
a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. 
 Se não for possível extinguir: revisão do contrato. 
 Fundamento: desequilíbrio contratual e necessidade de restauração do equilíbrio. 
 Requisitos: 
 → contrato tem que ser de execução continuada. 
 → fato superveniente na linha temporal. 
 → fato imprevisível e extraordinário (aquilo que foge totalmente do padrão). 
 
 Comprovação da onerosidade excessiva: 
 → obrigação quase impossível de ser cumprida. 
 → “extrema vantagem para outra parte”. Contrato de consumo: 
 → o desequilíbrio é aceito. 
 → maior proteção jurídica. 
 → o fato tem que desequilibra-lo mais do que ele já é por natureza. 
 → CDC impõe a revisão e não a extinção: 
 → CC: extinguir e eventualmente revisar. 
 → CDC: revisar e eventualmente extinguir. 
 
 
 
 
 
 
 Contratos aleatórios: 
 → cabe, desde que o fato imprevisível ou extraordinário não esteja dentro do risco 
assumido no contrato. 
 → exemplo: sacas de café com cláusula de risco de existência. Fatos imprevisível e 
extraordinários relacionados à existência das sacas, como seca e pragas, não poderão ser alegados 
para fundamentar resolução por excessiva onerosidade, uma vez que já estavam englobados na 
cláusula de risco assumida no contrato. 
 
5. RESOLUÇÃO 
 Extinção do contrato diante do descumprimento contratual. 
 Retorno ao status quo diante do descumprimento do devedor. 
 Resolução expressa: 
 → conceito: opera de pleno direito. 
 → mesmo estando expresso, credor pode escolher por manter o contrato e exigir seu 
cumprimento. 
 → efeitos: data de descumprimento já gera efeitos de extinção ex tunc, automaticamente. 
 
 Resolução implícita: 
 → conceito: depende da interpelação judicial. 
 → mesmo sem cláusula, existe a possibilidade de extinção. 
 → a parte lesada pode pedir a resolução ou extinguir o cumprimento, cabendo em 
qualquer dos casos, perdas e danos. 
 → efeitos: a partir da notificação ou da ação judicial. Ex nunc. 
 
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL 
1. INEXECUÇÃO (CONDUTA) 
 Análise da postura e da conduta do devedor. 
 Descumprimento involuntário (sem culpa): 
 → não responde, não cabe perdas e danos. 
 → excludentes de responsabilidade. 
 → caso fortuito e força maior. 
 
 Descumprimento voluntário (com culpa): 
 → imputável. 
 → exige perdas e danos. 
 
2. IMPOSSIBILIDADE (OBJETO) 
 Análise do objeto. 
 Impossível de ser cobrado: inadimplemento absoluto. 
 → impossibilidade material ou jurídica: não cumprimento dentro do prazo gerou perda 
do interesse do credor. 
 → equivalente. 
 
 Possível de ser cobrado: inadimplemento relativo. 
 → mora. 
 
3. ASSUNÇÃO DE RESPONSABILIDADE 
 Possibilidade e assumir responsabilidade que, em regra, não teria, por meio de cláusula expressa. 
 Devedor pode assumir a responsabilidade sobre caso fortuito e força maior, mesmo fato não sendo 
imputável a ele. 
 Somente é permitido em contratos paritários. 
 
4. EFEITOS DA MORA 
 Extensão da responsabilidade: na mora o devedor responde pelo caso fortuito e força maior 
 Se a mora for indiferente para o caso fortuito ou força maior, ou seja, o dano ocorreria mesmo se 
devedor não estivesse em mora, volta para a regra geral em que devedor não responde por fato não 
imputável a ele 
 Perdas e danos mesmo em caso fortuito ou força maior, salvo prova de que a perda ocorreria de 
qualquer forma. 
 Exemplo: Ana deveria entregar uma motocicleta a Bruna no dia 5 de agosto, mas não cumpriu a 
obrigação de dar coisa certa na data aprazada. Em 8 de agosto, a moto é destruída em razão de 
colisão provocada por negligência de condutor de outro veículo. Apesar do lamentável episódio, 
a devedora Ana responderá perante a credora Bruna pelo perecimento, pois há um agravamento 
de sua responsabilidade no período de mora, assumindo até mesmo as consequências deletérias do 
fortuito. 
 
5. QUEBRA ANTECIPADA DO CONTRATO 
 Regra: só cabe responsabilidade depois do vencimento da obrigação. 
 Exceção: possibilidade de responsabilização antes do vencimento. 
 Mediante comprovação de que o descumprimento efetivamente iria acontecer. 
 Exemplo: Pedro comprou um apartamento na planta em que a entrega estava marcada para 
dezembro de 2017. Caso Pedro, ao visitar a obra, em outubro de 2017 perceber que será impossível 
que a construtora entregue o apartamento no vencimento, poderá comprovar que o 
descumprimento efetivamente ocorrerá no momento do vencimento e responsabilizar a construtora 
desde já. 
 
 
RESPONSABILIDADE PRÉ E PÓS CONTRATUAL 
 Análise de responsabilidade anterior à própria existência do contrato e posterior à sua extinção. 
 Interpretação extensiva do CC. Aplica-se a boa-fé para antes da conclusão do contrato e para 
depois de sua execução. 
 Negociações preliminares: 
 → por mais que a fase de negociações preliminares não tenha força vinculante em relação 
à prestação do contrato, é possível exigir determinadas condutas com base no princípio da boa-fé 
objetiva. 
 → gera direito à indenização pecuniária. 
 → não é possível exigir o objeto que seria do contrato, mas sim uma indenização. 
 
 
 
 
 
 → interesses negativos: 
 → dano negativo: não depende do contrato, são independentes da sua formação. 
Ligados a danos emergentes. Podem ser cobrados em caso de responsabilização pré contratual. 
 → dano positivo: depende da existência do contrato, de sua realização. São 
quantias ou benefícios que a pessoa ganharia em consequência da realização do contrato. Ligados 
aos lucros cessantes. Não podem ser cobrados (posição majoritária). 
 
 → exemplo: Pedro quer comprar um carro de colecionador para começar a trabalhar como 
“uber” e combina com um vendedor online todas as condições, recebe fotos, vídeos e descrições 
de como seria o carro. Com isso, resolve viajar até São Paulo para realizar a compra e voltar 
dirigindo seu novo carro para sua cidade. Pedro, então, compra passagens de ônibus, reserva um 
hotel em São Paulo, e perde um dia de trabalho para fazer a viajem. Ocorre que, chegando em São 
Paulo, ao visitar o local de venda, o carro não tinha as mesmas características que tinham sido 
passadas para ele por telefone e email, de modo que não poderia ser considerado um carro de 
colecionador, que era o que Pedro mais queria. Nesse caso, as passagens, o hotel e o dia de trabalho 
perdidos seriam os danos negativos, ou seja, mesmo Pedro não realizando o contrato, já ocorreram. 
Já os lucros que ele iria auferir trabalhando como “uber”, seria um dano positivo, que só viria a 
ocorrer, caso Pedro realizasse o contrato de compra do carro. Pedro poderia tentar responsabilizar 
o vendedor com base na violação de um comportamento esperado de acordo com o princípio da 
boa fé objetiva e cobrar indenização incluindo os danos negativos que sofreu. 
 
 
 Post pactum finitum: 
 → indenização diante de um dano decorrente da violação dos comportamentos esperados 
pós extinção do contrato. 
 → exemplo: empregado, que, após terminar a relação de emprego com uma empresa, 
revela segredos industriais a um concorrente. Ou o mandatário que pratica atos após a revogação 
ou término do contrato. 
 → responsabilidade por determinado prazo após o contrato, não pode ser infinita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
 Contrato bilateral em que uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa 
a outro (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro. 
 Classificação: 
 → sinalagmático ou bilateral perfeito: gera obrigações recíprocas. 
 → consensual: depende do acordo de vontades. 
 → oneroso: ambas as partes obtêm proveito. 
 → comutativo: por via de regra, apresentam prestações certas e as partes podem antever 
vantagens e sacrifícios. 
 → sempre principal, nunca acessório. 
 
 Responsabilidade: 
 → até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do 
preço por conta do comprador. 
 → teoria dos riscos: a coisa perece para o dono até a tradição ou registro. 
 → despesas:salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a 
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 
 → débito: o vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que 
gravem a coisa até o momento da tradição. 
 
 Eficácia: tem a obrigacional, mas não a real. 
 
 Elementos: 
1. Partes (comprador e vendedor): 
→ devem ser capazes sob pena de nulidade ou anulabilidade. 
→ anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o 
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Todos os descendentes têm 
que consentir com a compra e venda sob pena de invalidade por vício de consentimento 
(anulabilidade). 
→ prazo para anular venda de ascendente para descendente é decadencial de dois anos. 
→ lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão. 
Pode haver contrato de compra e venda se não houver comunicabilidade patrimonial. 
Necessidade de outorga conjugal para venda de bens imóveis a terceiros, se não será 
anulável. 
→ o condômino que quiser vender sua fração ideal terá que oferecer primeiro para os 
outros participantes do condomínio. Preferência para quem tiver feito mais benfeitorias; 
quem tiver maior fração; ou por fim, que pagar primeiro. 
→ hasta pública: se a pessoa que tiver alguma relação com o bem ou com o executado 
não poderá comprar a coisa. Causa nulidade. 
 
2. Coisa (res): 
→ lícita, determinada (coisa certa) ou determinável (coisa incerta, indicada pelo gênero 
e quantidade). 
→ pode ter por objeto coisa atual ou futura. 
→ venda por amostra: vinculação de uma amostra anterior da coisa que será objeto do 
contrato, como maquete e planta de prédio. Se os bens não forem entregues conforme o 
modelo, amostra ou protótipo, poderá o contrato de compra e venda ser desfeito. 
 
→ venda a contento: “não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu 
agrado”. Tem a ver com contentamento, alegria, satisfação do adquirente. A simples 
recusa do comprador já é suficiente para que o contrato de compra e venda não gere 
efeitos. Condição suspensiva: contrato existe, é válido, mas tem seus efeitos suspensos 
ao agrado do adquirente. Antes do aceite: efeitos de contrato de comodato (obrigação de 
restituir). 
→ venda a prova: coisa deve ter as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea 
para o fim a que se destina. A recusa do comprador tem que ser fundamentada. Obrigação 
de comodatário do comprador, enquanto não manifeste aceitá-la. Vendedor terá direito 
de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que resolva. 
 
3. Preço (pretium): 
→ sem sua fixação, a venda é nula. 
→ se não houver preço, caracteriza-se como contrato de doação. 
→ correspondência do valor econômico em relação à coisa. 
→ as partes podem acordar para que o preço seja fixado por terceiro, mas, se apenas uma 
parte determina o preço, o contrato será nulo. 
→ preço à vista: vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes do pagamento. 
→ preço por extensão: valor pela área que a coisa tem. 
→ preço por referência enunciativa: valor pelo o que aquele objeto representa. 
→ teoria do adimplemento substancial, art. 500: 
 → preço por extensão: pode abater ou exigir complementação da área desde 
que a diferença entre o que consta no contrato e a área real do imóvel seja, no mínimo 
5%. Se essa diferença for menor do que 5%, interpreta-se a extensão como mera 
referência enunciativa. Desse modo, se a área não corresponder ao que foi pactuado e o 
imóvel não tiver sido vendido como coisa certa e discriminada (ou seja, que o preço não 
tenha sido por referência), havendo uma variação superior ao tolerável, estará presente o 
vício, podendo o comprador prejudicado exigir: 
 → complementação da área. 
 → abatimento proporcional no preço 
 → resolução do contrato, com a devolução do que foi pago. 
 
 Cláusulas especiais: 
1. Cláusula da retrovenda: 
→ “pacto acessório pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está 
alienado, em certo prazo, restituindo o preço e as despesas feitas pelo comprador”. 
→ concede ao vendedor o direito de resgatar ou recobrar a coisa que foi entregue no 
contrato. 
→ só pode ter por objeto bens imóveis. 
→ possibilidade de desfazer a venda até o prazo de 3 anos. 
→ pode ser transmitido inter vivos ou causa mortis. 
→ para que ocorra, deve haver notificação e pagamento integral. 
 
2. Cláusula da preempção ou preferência: 
→ cláusula contratual que impõe ao comprador a obrigação de, antes de alienar a coisa 
comprada, oferecê-la ao vendedor de quem a obteve, tendo este, preço por preço, para 
que use do seu direito de preferência para readquiri-la, com exclusão dos outros 
interessados. 
→ tipo legal, se decorrente de disposição de lei e convencional ou contratual se expressa 
no acordo de vontade. 
→ cabe bem imóvel ou móvel. 
→ a oportunidade de o vendedor comprar a coisa de volta depende da vontade do 
comprador de vendê-la. Se o comprador quiser vender, o vendedor terá direito de 
preferência. 
→ prazo de 180 se a coisa for móvel, e 2 anos se for imóvel para o exercício do direito 
de preferência. 
→ não havendo prazo estipulado no contrato para a preempção, este caducará em 3 dias 
para coisas móveis e em 60 dias para bens imóveis, contados da notificação feita pelo 
comprador ao vendedor. 
→ é personalíssimo, não pode ser transmitido inter vivos ou causa mortis. É um direito 
pessoal e não um direito real, não podendo ser cedido a terceiros e não se transfere aos 
herdeiros cabendo. 
→ se o comprador não respeitar o direito de preferência, responderá por perdas e danos. 
 
3. Cláusula de venda com reserva de domínio: 
→ o vendedor pode reservar a ele o domínio da coisa até o pagamento total do preço. 
→ desmembramento da posse: vendedor é possuidor indireto e comprador é possuidor 
direto. 
→ teoria do risco se mantém: coisa irá perecer para o possuidor direto. 
→ tem que ser por escrito e, se for registrada, terá eficácia real perante terceiros. 
→ propriedade consolidada no vendedor só se o comprador estiver em mora. 
→ não é possível executar a cláusula se o comprador estiver em dia com suas obrigações. 
→ só é aplicável a bens móveis. 
→ se na falta de pagamento, o vendedor pode cobrá-lo ou recuperar a própria coisa. 
 
4. Cláusula de venda sobre documentos: 
→ denominada também de crédito documentário ou trust receipt. 
→ tradição da coisa vai se dar pela entrega de documentos. 
→ sua finalidade é dar maior agilidade aos negócios mercantis. 
→ aplicável somente à bens móveis. 
→ “na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu 
título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, 
pelos usos”. 
→ “achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, 
a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já 
houver sido comprovado”. 
 
CONTRATO ESTIMATÓRIO 
 Contrato por meio do qual se entrega a coisa para que ela seja vendida ou restituída. 
 Características: 
 → contrato real: aperfeiçoamento com a entrega da coisa consignada. 
 → oneroso comutativo e bilateral. 
→ consignante não pode dispor da coisa antes dela ser restituída. 
→ a coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do 
consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. 
→ responsabilidade integral: mesmo em caso fortuito ou força maior, o consignatário 
responde pelo preço de estima. 
 
 
 
 
 
 Elementos: 
 → coisa idônea (móvel, certa, individualizada). 
 → entrega da coisa(a entrega modula os poderes de propriedade. O consignante não deixa 
de ser o proprietário da coisa, mas passa um de seus poderes para o consignatário: o poder de 
disposição). 
 → preço de estima, pré-determinado. 
 → prazo para que o consignatário decida se vai vender a coisa ou restitui-la. 
 
 Findo o prazo do contrato ou da notificação feita pelo consignante, terá ele o direito ao preço ou à 
restituição da coisa. 
 
CONTRATO DE TROCA 
 As partes se obrigam a prestar uma coisa por outra, desde que não seja dinheiro. 
 Características: 
→ compra e venda tem preço, troca tem coisa. 
→ consensual, comutativo, de ato único ou trato sucessivo, impessoal, oneroso e 
bilateral. 
 
 Aplicam-se as regras de compra e venda, exceto em duas diferenças: 
1. Regras de despesa: 
 → na compra e venda a distribuição não é equânime, na troca é (divisão metade a metade). 
 
2. Regra de anulabilidade 
 → na compra e venda sempre se exige a assinatura dos outros descendentes e do cônjuge 
em contrato entre ascendentes e descendentes, na troca essa exigência só ocorre se os valores forem 
desiguais. 
 → não era anulabilidade se os valores forem correspondentes. 
 → para troca, haverá a necessidade de autorização do cônjuge qualquer que seja o regime 
em relação ao permutante. Ainda por se tratar de norma especial e restritiva, a norma não se aplica 
à união estável. 
 
CONTRATO DE DOAÇÃO 
 Contrato em que uma das partes concede a coisa por ato de liberdade à outra parte. 
 É a transferência de patrimônio de uma parte para outra. 
 Elementos: 
1. Consentimento dos sujeitos legitimados: 
→ se a doação tiver encargo, é imprescindível que o donatário aceite de forma expressa 
e consciente 
→ sujeito incapaz: se tratando de doação pura, dispensa-se a aceitação quando o sujeito 
for absolutamente incapaz. 
→ nascituro: vale a doação, desde que aceita pelo seu representante legal. Os efeitos da 
doação feita à nascituro ficam condicionados ao seu nascimento com vida 
→ pessoa jurídica futura é legítima para ser donatário, desde que seja constituída no prazo 
de 2 anos. 
→ a concubina ("amante") não é legítima para ser donatária nos 2 anos posteriores a 
dissolução da sociedade conjugal. 
→ ascendentes, descendentes e cônjuges são legítimos para serem donatários, sem ser 
necessário a assinatura dos demais herdeiros, mas gera efeito de antecipação de herança. 
→ possível doar para várias pessoas ao mesmo tempo, desde que todos ganham frações 
iguais, salvo estipulação em contrário. 
→ doação por merecimento: doação feita em contemplação à pessoa ou a alguma de suas 
qualidades, por mérito, pelo que ela é. 
→ doação por contemplação de casamento: trata-se de uma doação condicional, havendo 
uma condição suspensiva, pois o contrato não gera efeitos enquanto o casamento não se 
realizar. 
 
2. Forma: 
→ doação de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos: escritura pública 
→ doação de imóvel com valor inferior ou igual a 30 salários mínimos ou bens móveis: 
instrumento particular. 
→ doação de bens móveis e de pequeno valor pode ser verbal, desde que seguida pela 
tradição. 
 
3. Objeto: 
→ prestação de dar coisa ou vantagem. 
→ pode ser bem móvel ou imóvel. 
→ pode vir com encargo, ou seja, atribuído de uma obrigação. 
→ não se aplicam as teorias da evicção e dos vícios redibitórios, com exceção da doação 
por contemplação de casamento, salvo disposição em contrário. 
→ subvenção periódica: a doação não poderá ultrapassar a vida do donatário. 
→ doação com cláusula de reversão: coisa volta para o patrimônio do doador se o 
donatário falecer antes dele. Inviabiliza a transmissão da coisa para os herdeiros do 
donatário em caso de seu falecimento. Se o doador falecer antes do donatário consolida-
se a doação. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
 
 Vedações: 
 → doação universal: doador não pode ficar sem patrimônio, sendo-lhe assegurado o 
mínimo para sua sobrevivência, ou melhor, o mínimo para que possa viver com dignidade. 
 → doação inoficiosa: a pessoa só pode doar aquilo que ela pode dispor em herança (50% 
de seu patrimônio). Proteção dos herdeiros do doador. 
 
 Revogação: 
 → forma de resilição unilateral, de extinção de um contrato por meio de pedido formulado 
por um dos contratantes em virtude da quebra de confiança entre eles. 
 → direito personalíssimo (somente o doador pode revogar a doação). 
 → herdeiros poderão exercê-lo se o doador já tiver entrado com ação judicial ou falecido 
durante a lide ou em caso de homicídio do doador pelo donatário. 
 → por ingratidão: remete a doações puras e simples. Violações à pessoa do doador ou à 
sua família podem ser causa de revogação da doação. Prazo decadencial de 1 ano. 
 → por inexecução do encargo: a doação onerosa pode ser revogada por inexecução do 
encargo, se o donatário incorrer em mora. 
 
CONTRATO DE LOCAÇÃO 
 Uma das partes se obriga a conceder a outra, o uso e gozo de uma coisa não fungível, 
temporariamente e mediante remuneração. 
 Características: 
→ consensual, oneroso, comutativo, não solene, de trato sucessivo ou de execução 
continuada. 
→ pode se dar por prazo determinado ou indeterminado. 
→ cláusula de vigência registrada: gera sua eficácia real, ou seja, o prazo do contrato de 
locação torna-se oponível a eventual comprador da coisa. 
→ aluguel sanção: "se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a 
tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha 
a sofrer, embora proveniente de caso fortuito". 
→ transferência para herdeiros: morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus 
herdeiros a locação por tempo determinado. 
 
 Elementos: 
1. Uso e/ou Gozo. 
2. Objeto. 
3. Preço ou aluguel. 
4. Prazo. 
 
 Direitos e obrigações do locador: 
 → entregar ao locatário a coisa alugada. 
 → manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo contratado. 
 → garantir uso pacífico da coisa. 
 
 Direitos e obrigações do locatário: 
 → servir-se da coisa alugada e trata-la como se fosse sua. 
 → pagar pontualmente o aluguel nos prazos fixados. 
 → levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros. 
 → restituir a coisa no estado em que a recebeu. 
 
 Responsabilidade: 
 → cabe em vícios redibitórios e evicção. 
 → deterioração com culpa: locatário é responsável. 
 → deterioração sem culpa: locatário pode pedir redução proporcional do aluguel. 
 → devolução ou pedido antes do prazo estipulado: 
 → locador: perdas e danos. 
 → locatário: multa do contrato, não tem análise de perdas e danos. 
 → locador responderá pelos vícios ou defeitos anteriores à locação. 
 
 Lei do inquilinato – lei 8.245/90: 
 → cabe sublocação, desde haja consentimento expresso do locador. 
 → o locatário tem direito de preferência em eventual venda do imóvel. 
 → purgação da mora limitada por prazo: não se admitirá a emenda da mora se o locatário 
já houver utilizado essa faculdade nos 24 meses imediatamente anteriores à propositura da ação.

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