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AULA 1 RESPONSABILIDADE CIVIL

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CASO 1 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA 
DE ARAÇATUBA/ SP. 
 
 
 
 
 
 
 
Maria, brasileira, viúva, profissão, inscrita no CPF sob nº 000.000.000-00, 
portadora do RG nº 000000, com o endereço eletrônico ..., residente e domiciliada à 
Rua... - Araçatuba/SP, vem por intermédio de seu patrono abaixo assinado, conforme 
procuração em anexo (doc. 2), com endereço profissional à rua... e endereço 
eletrônico..., propor a presente 
 
 
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
em face de Roberto, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF 
sob nº 000.000.000-00, portador do RG nº 000000, com o endereço eletrônico ..., 
residente e domiciliado à Rua... – Recife/PE, pelos motivos que passa a expor: 
 
 
1- Da gratuidade de Justiça 
 
 
A autora encontra-se desempregada, não possuindo condições financeiras 
para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu 
sustento e de sua família tendo em vista que era dependente de seu falecido esposo. 
Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. 3) e cópia da Carteira de 
Trabalho da requerente (Doc. 4). 
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, 
assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), 
artigo 98 e 99. 
 
 
2- Da mediação/conciliação 
 
Considerando o art. 319, VII do CPC/15, opta a autora pela designação da 
audiência de mediação/conciliação. 
 
3- Dos fatos 
 
Marcos, falecido da autora, caminhava por uma rua de Recife/PE quando, 
segundo a requerente, seu cônjuge fora atingido por um aparelho de ar condicionado 
que fora manejado de forma imprudente pelo réu. 
 
Considerando a situação de emergência, Marcos fora encaminhado para 
um hospital particular e, ao estar internado por apenas um dia, veio a falecer. 
 
A autora, extremamente abalada com sua perda, deslocou-se até a cidade 
em que seu marido falecera e pediu a transferência do corpo para a cidade do casal, 
Araçatuba/SP, onde ocorrerá o sepultamento. 
 
Marcos faleceu com 50 anos de idade e com capacidade de trabalhar e 
sustentar seu lar considerando que era pedreiro e conseguia uma renda mensal de 1 
salário mínimo para sustentar sua família, que consistia em sua esposa e ele. 
 
Os gastos hospitalares da autora com o translado do corpo de seu marido e 
o sepultamento do mesmo somam a equivalência de R$6000,00(seis mil reais), conforme 
documentos em anexo. 
 
No inquérito policial feito (doc. 6), consta que o réu fora denunciado e 
condenado como autor do homicídio culposo do marido da requerente. 
 
4- Dos fundamentos 
 
O Código Civil de 2002, no seu art. 186, é peremptório em afirmar que 
aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola 
direitos e causa danos a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito, o que, por sua vez, gera o dever de reparar o dano causado, a teor do art. 
927 do mesmo Código. Ou seja, a consequência jurídica do ato ilícito que causa 
dano a outrem consiste na obrigação de indenizar. 
 
No caso presente, a queda do aparelho de ar-condicionado, quando era 
manejado, repita-se, de forma imprudente pelo réu, provocou a morte de Marcos, 
 
por traumatismo craniano, o que configura a responsabilidade contida no artigo 938 
do Código Civil, já que aquele que habita prédio ou parte dele, responde pelo dano 
causado pelas coisas que dele caiam ou que sejam lançadas em lugar indevido. 
 
Observa-se a incidência da responsabilidade subjetiva, que ocorre 
quando o agente, por sua conduta culposa, viola um dever jurídico e causa dano a 
outrem, ficando, por consequência, obrigado a reparar o dano. 
 
Nesse contexto, importa trazer à colação a lição de Sérgio Cavalieri 
Filho, na sua obra Programa de Responsabilidade Civil, 8ª ed., São Paulo: Atlas, 
2008, p. 46, sobre o nexo de causalidade entre a conduta do autor do ato ilícito e o 
dano sofrido pela vítima, que se encaixa como uma luva no caso em questão: 
 
“Não basta, portanto, que o agente tenha praticado 
uma conduta ilícita; tampouco que a vítima tenha sofrido um 
dano. É preciso que esse dano tenha sido causado pela conduta 
ilícita do agente, que exista entre ambos uma necessária relação 
de causa e efeito. Em síntese, é necessário que o ato ilícito seja a 
causa do dano, que o prejuízo sofrido pela vítima seja resultado 
desse ato, sem o que a responsabilidade não correrá a cargo do 
autor material do fato. Daí a relevância do nexo causal. Cuida-se, 
então, de saber quando um determinado resultado é imputável ao 
agente; que relação deve existir entre o dano e o fato para que 
este, sob a ótica do Direito, possa ser considerado causa daquele. 
” 
 
Nos termos do art. 948, I, do Código Civil, se a ofensa resultar de 
homicídio, como demonstra o inquérito policial no presente caso, a indenização 
abrangerá, além de outras reparações, o pagamento das despesas com o tratamento 
da vítima, seu funeral e o luto da família. 
 
Com efeito, o ato ilícito praticado pelo réu resultou, primeiro, nos 
gastos hospitalares e, depois, com a morte de Marcos, nas despesas com o translado 
do corpo e com o sepultamento do falecido. 
 
Dessa forma, configurado o nexo de causalidade entre a conduta ilícita 
praticada pelo réu e o dano sofrido pelo falecido Mauro, cabível é a indenização 
aqui pleiteada a título de danos materiais, com base nos arts. 186, 927 e 948, I, 
todos do Código Civil. 
 
No entanto, o dano provocado pela prática lesiva do réu não se resume 
ao dano material, que se mede pelos respectivos comprovantes anexos, mas se 
 
estende também ao dano moral, como previsto nos artigos 186 e 944 do Código 
Civil, em razão do profundo sofrimento e dor provocados pela morte trágica de 
Marcos, causando à autora, desde então, aflições, angústias e desequilíbrios no seu 
bem-estar. 
 
Por outro lado, a teor do art. 948, II, do Código Civil, a indenização 
abrangerá ainda a prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, 
levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
 
Este entendimento está em sintonia com a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça e pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 
reconhecer a responsabilidade civil subjetiva e o consequente dever de indenizar à 
prestação de alimentos em caso de homicídio, conforme demonstra a seguinte 
ementa: 
 
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 595789 MG 2003/0172004-5 
(STJ) 
Data de publicação: 06/03/2006 
Ementa: Direito civil e processual civil. Recurso 
especial. Ação de indenização por danos materiais e morais. 
Morte de empregado vítima de latrocínio enquanto laborava. 
Embargos de declaração. Ausência de omissão. Responsabilidade 
civil da empregadora. Valor arbitrado a título de reparação por 
danos morais. Indenização por danos materiais. Constituição de 
capital. Necessidade. Honorários advocatícios. Alteração. 
Reexame de prova. - A prestação jurisdicional deve corresponder 
àquela pleiteada pelas partes, devidamente fundamentada, sem 
omissões, obscuridades ou contradições. - O transporte de valores 
por parte de empregado da empresa recorrente, em região de 
país estrangeiro de reconhecida periculosidade, exige adoção de 
medidas acautelatórias por parte da empregadora. - Ocorrendo 
latrocínio que vitimou o empregado, pai e cônjuge dos 
recorridos, e verificado que, embora tenha a empregadora 
contratado empresa de segurança, não tomou providências no 
sentido de evitar que a vítima continuasse a realizar o transportede valores expressivos em território perigoso, caracterizada está 
sua imprudência, o que faz emergir a culpa. - Se o Tribunal de 
origem fundamentou sua decisão na responsabilidade subjetiva, 
tomando como parâmetro de suas conclusões a demonstração da 
conduta culposa da empregadora aliada a existência de dano e 
nexo causal dela decorrentes, revisar tal conclusão adentraria na 
senda da análise dos fatos e das provas, vedada no especial. - Só 
 
é dado ao STJ revisar o arbitramento da compensação por danos 
morais quando o valor fixado destoa daqueles estipulados em 
outros julgados recentes deste Tribunal, observadas as 
peculiaridades de cada litígio. - A indenização por danos 
materiais fixada em percentual incidente sobre a média dos 
rendimentos do falecido (salário acrescido de adicionais) 
auferidos no último ano em que laborou para a empresa antes do 
evento danoso, coaduna-se com a jurisprudência do STJ. - "Em 
ação de indenização, procedente o pedido, é necessária... 
Encontrado em: , E, DANO MORAL, CÔNJUGE, E, 
FILHO, PELA, MORTE, PAI, EX-EMPREGADO, EMPRESA, MOTIVO, 
LATROCÍNIO... VINCENDA, PENSÃOINDENIZATÓRIA, CÔNJUGE, E, 
FILHO, DE CUJUS 
/ INDEPENDÊNCIA, EMPRESA, ALEGAÇÃO... SÚMULA 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS - FIXAÇÃO STJ - RESP 208795 -MG... 2008.001.06747 -
 APELACAO - DES. EDSON VASCONCELOS - 
Julgamento: 26/03/2008 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 
RESPONSABILIDADE CIVIL - ATROPELAMENTO VÍTIMA FATAL - 
FALHA MECÂNICA - DEVER DE INDENIZAR - DANO MORAL – 
PENSIONAMENTO - Insustentável tese defensiva de ausência de 
nexo de causalidade em razão da ocorrência de fortuito externo, 
consubstanciada na quebra de peça do veículo que não precisaria 
de manutenção, uma vez que todos seus componentes necessitam 
de revisões constantes, ainda mais em razão das características 
do automóvel causador do dano. O defeito mecânico em veículo 
automotor constitui fortuito interno, já que inerente aos riscos da 
atividade desenvolvida pelo causador do dano, sendo essa a 
jurisprudência deste Tribunal de Justiça. No que tange ao dano 
moral, sua conceituação tem natureza empírica, pelo que só 
diante do caso concreto um ato pode revelar-se ofensivo à moral 
objetiva ou subjetiva de determinada pessoa, mas em intensidade 
tal que justifique reparação pecuniária, a título punitivo e 
pedagógico, a fim de impedir a reprodução social daquela 
determinada conduta reprovável. Em relação à limitação 
temporal dos alimentos decorrentes do ato ilícito praticado, o 
art. 948, II, do Código Civil estabelece que, no caso de homicídio, 
a indenização consiste, sem excluir outras reparações, prestação 
de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em 
conta a duração provável da vida da vítima, alcançando o limite 
de 70 (setenta) anos, em razão da atual expectativa de sobrevida 
estabelecida. Improvimento ao recurso. 
 
 
Por consequência, além da indenização aqui pleiteada à título de 
danos materiais cumulada com dano moral, diante da conduta reprovável do réu, 
decorrente de homicídio, cabível é a prestação de alimentos à requerente, que 
dependia economicamente do falecido para seu sustento, com base no art. 948, II, 
do Código Civil. 
 
5- Dos pedidos 
 
Diante do exposto, requer a V. Exa.: 
 
a) A gratuidade de justiça; 
b) Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para 
seu comparecimento; 
c) Citação do réu para integrar a relação processual; 
d) Seja julgado procedente o pedido da autora para condenar o réu a pagar a 
importância de um salário mínimo nacional, em caráter vitalício, imediatamente; 
e) Seja julgado procedente o pedido, confirmando a tutela antecipada deferida, 
bem como a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais, no 
valor de R$ 6.000,00; 
f) Seja julgado procedente o pedido para condenar o réu apagar a importância 
de R$10.000,00 a título de reparação por danos morais; 
g) Seja o réu condenado aos ônus sucumbenciais. 
 
6- Das provas 
 
Protesta por todos os meios de provas em direito admitidas, inclusive 
pericial, testemunhal, documental, depoimentos pessoais. 
 
7- Do valor da causa 
 
Atribui-se à causa o valor de R$ 16.000,00 (art 292, inciso VI CPC.) para 
efeitos fiscais. 
 
 
Nestes termos, pede deferimento 
 
Assinatura - OAB

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