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Direito Civil 2 , obrigações Pablo Stolze (Resumo do Livro)

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RESUMO CIVIL STOLZE – OBRIGAÇÕES. 
 
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 
 
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
O grande diferencial do conceito moderno de obrigação para seus antecedentes 
históricos está no seu conteúdo econômico, deslocando-se a sua garantia da pessoa do 
devedor para o seu patrimônio. Tal modificação valoriza a dignidade humana ao mesmo 
tempo em que retira a importância central da obrigação do indivíduo no polo passivo, o 
que possibilitou, inclusive, a transmissibilidade das obrigações, não admitida entre os 
romanos. 
 
O Código de Napoleão, de 1804 — que, até hoje, é o Código Civil francês — 
consagrou expressamente tal conquista do Direito Romano, prevendo, em seu art. 2.093, 
dentre outras disposições, que os bens do devedor são a garantia comum de seus 
credores (“les biens du débiteur sont le gage commun de ses creanciers”), regra 
fundamental não somente para aquele direito positivado, mas para toda a construção 
teórica moderna do Direito das Obrigações, inclusive o brasileiro. 
 
 
4. ÂMBITO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES. 
 
A relação jurídica obrigacional não é integrada por qualquer espécie de direito 
subjetivo. Somente aqueles de conteúdo econômico (direitos de crédito), passíveis de 
circulação jurídica, poderão participar de relações obrigacionais, o que descarta, de 
plano, os direitos da personalidade. 
 
O direito de crédito, a que corresponde o dever de prestar, é de natureza 
essencialmente pessoal, não se confundindo, portanto, com os direitos reais em geral. 
 
 
Ex: De tal forma, quando por força de um contrato de prestação de serviços, o sujeito 
realiza a atividade contratada, tornando-se credor da quantia de 100, esse direito não 
traduz um poder real incidente sobre a quantia em si (100), mas, sim, a pretensão, 
juridicamente tutelada, de se exigir, inclusive pela via judicial, o cumprimento da 
prestação devida pelo devedor. 
 
Os direitos reais são tratados pelo Direito das Coisas, os direitos de crédito 
(pessoais) integram o estudo do Direito das Obrigações, objeto do presente tomo. 
 
 
 
5. DINSTINÇÕES FUNDAMENTAIS ENTRE DIREITOS PESSOAIS E REAIS 
 
 Real é o direito que traduz o poder jurídico direto de uma pessoa sobre uma 
coisa, submetendo-a em todos (erga omnes) (propriedade) ou em alguns de seus 
aspectos (usufruto, servidão, superfície etc.). Para o seu exercício, portanto, prescinde-
se de outro sujeito. 
 
Para os direitos reais, o sujeito passivo e a sua correspondente obrigação 
somente surgem quando houver a efetiva violação ou ameaça concreta de lesão (ex.: o 
esbulho de minha propriedade, a séria ameaça de invasão). Nesses casos, surge para o 
infrator o dever de restabelecer o status quo ante, ou, não tendo havido efetiva lesão, 
abster-se da prática de qualquer ato danoso, sob pena de ser civilmente 
responsabilizado. 
 
Assim, a par de reconhecermos a eficácia erga omnes dos direitos reais (que 
devem ser respeitados por qualquer pessoa), entendemos que, no aspecto interno (da 
relação jurídica em si), o poder jurídico que contém é exercitável diretamente contra os 
bens e coisas em geral, independentemente da participação de um sujeito passivo. 
 
 
 
5.1 FIGURAS HÍBRIDAS ENTRE DIREITOS PESSOAIS E REAIS 
 
Ao contrário das obrigações em geral, que se referem ao indivíduo que as 
contraiu, as obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular 
da coisa a que se relacionam. É o caso, por exemplo, da obrigação do condômino de 
contribuir para a conservação da coisa comum (art. 1.315 do CC-02) ou a dos vizinhos 
de proceder à demarcação das divisas de seus prédios (art. 1.297 do CC-02), em que a 
obrigação decorre do direito real, transmitindo-se com a transferência da titularidade do 
bem. 
 
 
CAPÍTULO II – ESTRUTURA DAS OBRIGAÇÕES 
 
1. NOÇÕES GERAIS 
 
A relação obrigacional é composta por três elementos fundamentais: 
a) subjetivo: 
— sujeito ativo (credor) 
— sujeito passivo (devedor) 
b) objetivo: a prestação 
c) ideal: o vínculo jurídico 
 
Assim, nas relações obrigacionais mais simplificadas, o sujeito passivo 
(devedor) obriga-se a cumprir uma prestação patrimonial de dar, fazer ou não fazer 
(objeto da obrigação), em benefício do sujeito ativo (credor). 
 
 
 
Note-se, outrossim, a existência de relações jurídicas complexas, nas quais cada 
parte é, simultaneamente, credora e devedora uma da outra. É o caso da obrigação 
decorrente do contrato de compra e venda: o vendedor é credor do preço e devedor da 
coisa; ao passo que o com prador é credor da coisa e devedor do preço. 
 
 
2. ELEMENTO SUBJETIVO: SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
 
O credor, sujeito ativo da relação obrigacional, é o titular do direito de crédito, 
ou seja, é o detentor do poder de exigir (executar), em caso de inadimplemento, o 
cumprimento coercitivo (judicial) da prestação pactuada. 
 
O devedor, por sua vez, sujeito passivo da relação jurídica obrigacional, é a parte 
a quem incumbe o dever de efetuar a prestação. 
 
Para que se possa reconhecer a existência jurídica da obrigação, os sujeitos da 
relação — credor e devedor —, que tanto podem ser pessoas físicas como jurídicas, 
devem ser determinados, ou, ao menos, determináveis (obrigações decorrentes de 
declarações unilaterais de vontade: promessa de recompensa, cheque ao portador). 
 
Na relação obrigacional, podem concorrer figuras secundárias ou coadjuvantes, 
como os representantes e os núncios. 
 
Os representantes, legais (pais, tutores, curadores) ou voluntários (mandatários), 
agem em nome e no interesse de qualquer dos sujeitos da relação obrigacional (credor 
ou devedor). Manifestam, portanto, declaração de vontade por conta do representado, 
vinculando-os, na forma da legislação em vigor. 
 
Os núncios, por sua vez, são meros transmissores da vontade do declarante. 
Atuam como simples mensageiros da vontade de outrem, sem interferirem efetivamente 
na relação jurídica. 
 
3. ELEMENTO OBJETIVO – A PRESTAÇÃO 
 
A obrigação possui dois tipos de objeto: 
 
a) objeto imediato; 
b) objeto mediato. 
 
O objeto imediato da obrigação (e, por consequência, do direito de crédito) é a 
própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfativa do 
interesse do credor. 
Tecnicamente, esta atividade denomina-se prestação, que terá sempre conteúdo 
patrimonial. 
 
 
 
As prestações de dar coisa certa, poderíamos referir aquela pactuada para a 
entrega de determinado veículo (um caminhão, por exemplo), por força de um contrato 
de compra e venda. 
 
A prestação de dar coisa incerta, por sua vez, existirá quando o sujeito se 
obriga a alienar determinada quantidade de café, sem especificar a sua qualidade. 
 
A prestação de fazer, por sua vez, se refere a uma prestação de conduta 
comissiva, como, por exemplo, pintar um quadro ou cantar uma ária italiana em 
apresentação pública. 
 
As prestações de não fazer que consistem, sinteticamente, em abstenções 
juridicamente relevantes. Assim, quando, por força de um contrato, uma parte se obriga 
perante o seu vizinho a não realizar determinada obra em seu quintal ou um ex-
empregado se obriga a não manter vínculo empregatício com outra empresa concorrente 
da ex-empregadora (cláusula de não concorrência), estaremos diante de uma prestação 
de fato negativa. 
 
Para ser validamente considerada objeto direto da obrigação, deverá ser: lícita, 
possível e determinada (ou determinável). 
 
 
CAPÍTULO III – FONTES DAS OBRIGAÇÕES 
 
3. CLASSIFICAÇÃO MODERNA DAS FONTES DAS OBRIGAÇÕES 
 
Fonte imediata: a lei – obrigaçõesoriginadas diretamente da lei (ex lege), ex: 
prestação alimentar devida pelo pai ao filho. 
 
Fontes mediatas: Classificam-se as fontes mediatas das obrigações da seguinte 
forma: 
a) os atos jurídicos negociais (o contrato, o testamento, as declarações 
unilaterais de vontade); 
b) os atos jurídicos não negociais (o ato jurídico stricto sensu, os fatos 
materiais — como a situação fática de vizinhança etc.); 
c) os atos ilícitos (no que se incluem o abuso de direito e o enriquecimento 
ilícito, dano). 
 
CAPÍTULO IV – OBJETO DA OBRIGAÇÃO – A PRESTAÇÃO. 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A prestação — entendida como a atividade do devedor direcionada à satisfação 
do crédito — poderá ser: 
A) positiva (dar, fazer). 
B) negativa (não fazer). 
 
. 
 
2. CARACTERÍSITICAS FUNDAMENTAIS DA PRESTAÇÃO 
 
 
 
 
 
A prestação — objeto direto ou imediato da relação obrigacional — compreende 
o conjunto de ações, comissivas (positivas) ou omissivas (negativas), empreendidas 
pelo devedor para a satisfação do crédito. Assim, quando dá ao credor a quantia devida, 
ou realiza a obra prometida, o devedor está cumprindo a sua prestação, ou, em outras 
palavras, adimplindo a obrigação pactuada. 
 
Na prestação negativa, Neste caso, o devedor obriga-se a não realizar 
determinada atividade, sob pena de se tornar inadimplente. Dessa forma, a sua prestação 
consiste em uma abstenção juridicamente relevante, um não fazer em benefício do 
credor. Tal ocorre no caso de alguém se obrigar, contratualmente, a não construir acima 
de determinada altura, impedindo a visão panorâmica de seu vizinho. 
 
 
 
2.1 LICITUDE 
A licitude da prestação implica o respeito aos limites impostos pelo direito e pela 
moral. 
 
Tais prestações, ilícitas, repugnariam a consciência jurídica e o padrão de 
moralidade média observado e exigido pela sociedade. 
 
 
2.2 POSSIBILIDADE 
 
A prestação, para que seja considerada viável, deverá ser física e juridicamente 
possível. 
 
A prestação é considerada fisicamente impossível quando é irrealizável, 
segundo as leis da natureza. 
 
A impossibilidade jurídica, por sua vez, consoante já noticiamos, é conceito 
que, quanto aos seus efeitos práticos, confunde-se com a própria ilicitude. 
 
 
2.3 DETERMINABILIDADE 
 
Toda prestação, para valer e ser realizável, deverá conter elementos mínimos de 
identificação e individualização. 
 
A prestação determinável, por sua vez, é aquela ainda não especificada, mas 
que contém elementos mínimos de individualização – Art. 243, CC. 
 
 
 
CAPITULO V – CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DAS OBRIGAÇÕES 
 
2. CLASSIFICAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 2.1 OBRIGAÇÕES DE DAR 
 
As obrigações de dar, que têm por objeto prestações de coisas, consistem na 
atividade: 
A) Dar (transferindo-se a propriedade da coisa). 
Dar coisa certa (Arts. 233 a 242, CC). 
Dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC). 
 
B) Entregar (transferindo-se a posse ou a detenção da coisa). 
 
C) Restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao 
devedor). 
 
 
2.1.1 OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA 
 
Nesta modalidade de obrigação, o devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir 
coisa específica, certa, determinada. 
 
Ex: “um carro marca X, placa 5555, ano 1998, chassis n. ..., proprietário .....”, 
“um animal reprodutor bovino da raça nelore, com o peso de ..... arrobas, número de 
registro 88888, cujo proprietário é .....”. 
 
 E, se é assim, o credor não está obrigado a receber outra coisa senão aquela 
descrita no título da obrigação – Art. 313, CC. 
 
Aplica-se, também, para as obrigações de dar coisa certa, o princípio jurídico de 
que o acessório segue o principal. 
 
Não tendo convencionado em contrário ou das circunstâncias do caso, o devedor 
não poderá se negar a dar ao credor aqueles bens que, sem integrar a coisa principal, 
secundam-na por acessoriedade (art. 233, CC). Exemplificando: obrigando-se a 
transferir a propriedade da casa (imóvel por acessão artificial), estarão incluídas as 
benfeitorias realizadas (acessórias da coisa principal), se o contrário não resultar do 
contrato ou das próprias circunstâncias. 
 
Em caso de perda ou perecimento (prejuízo total), duas situações diversas, 
todavia, podem ocorrer: 
 
a) se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição (da entrega 
da coisa), ou pendente condição suspensiva (o negócio encontra-se subordinado a 
um acontecimento futuro e incerto: o casamento do devedor, por exemplo), fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o proprietário da 
coisa que ainda não a havia alienado (art. 234, CC) 
 
b) se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente 
(valor da coisa), mais perdas e danos (art. 234, CC). Neste caso, suportará a perda o 
causador do dano, já que terá de indenizar a outra parte. Imagine a hipótese de o 
devedor, por culpa ou dolo, haver destruído o bem que devia restituir. 
 
 
Em caso de deterioração (prejuízo parcial), também duas hipóteses são 
previstas em lei: 
 
a) se a coisa se deteriora sem culpa do devedor, poderá o credor, a seu 
critério, resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu 
(art. 235, CC). 
 
b) se a coisa se deteriora por culpa do devedor, poderá o credor exigir o 
equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um 
ou em outro caso, a indenização pelas perdas e danos (art. 236, CC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na obrigação de restituir, se a coisa perecer com culpa do devedor, o 
devedor deverá restituir o valor equivalente à coisa mais perdas e danos – Art. 239, 
CC. 
 
Na obrigação de restituir, se a coisa perecer sem culpa do devedor, o credor 
suportará o prejuízo sem direito à indenização – Art. 238, CC. 
 
Na obrigação de restituir, se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor, o 
credor a receberá no estado em que se encontra, sem direito à indenização – Art. 
240, CC. 
 
 
Os melhoramentos, acréscimos e frutos experimentados pela coisa, nas 
obrigações de restituir: 
 
A) Se tais benefícios se agregaram à coisa principal, sem concurso de vontade 
ou despesa para o devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização (art.241, 
CC). 
B) Se os acréscimos traduzem benfeitorias necessárias (a reforma realizada 
para a conservação do bem — reestruturação de uma viga, p. ex.) ou úteis (o acréscimo 
efetuado para facilitar a sua utilização — a abertura de uma entrada maior, p. ex.), com 
concurso de vontade ou despesa para o devedor, o devedor de boa-fé terá direito de 
ser indenizado, podendo, inclusive, reter a coisa restituível, até que lhe seja pago o valor 
devido (direito de retenção) – Art. 242, CC. 
 
C) No que tange às obras voluptuárias (acréscimos para simples embelezamento 
ou aformoseamento — uma estátua no jardim, p. ex.), poderá o devedor levantá-las 
(retirá-las), se não lhe for pago o valor devido, desde que não haja prejuízo para a coisa 
principal. 
 
D) Estando de má-fé, o devedor só terá direito a reclamar a indenização pelos 
acréscimos necessários, sem direito de retenção da coisa. 
 
E) O devedor de boa fé tem direito aos frutos percebidos, os de má fé não tem 
direito. 
 
 
2.1.2 OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA 
 
Ao lado das obrigações de dar coisa certa, figuram as obrigações de dar coisa 
incerta, cuja prestação consiste na entrega de coisa especificada apenas pelo gênero e 
quantidade – Art. 243, CC. 
 
Ex: É o que ocorre quando o sujeito se obriga a dar duassacas de café, por 
exemplo, sem determinar a qualidade (tipo A ou B). 
 
A prestação genérica (“dar duas sacas de café”) deverá se converter em 
prestação determinada, quando o devedor ou o credor escolher o tipo de produto a ser 
entregue, no momento do pagamento (“dar duas sacas de café do tipo A”). 
 
A operação, por meio da qual se especifica a prestação, convertendo a obrigação 
genérica em determinada, denomina-se “concentração do débito”. 
 
Caso as partes não tenham convencionado em contrário, a concentração do 
débito (individualização) ocorre à critério do devedor, este não deverá dar a coisa pior, 
nem é obrigado a dar coisa melhor. 
 
Nas obrigações de dar coisa incerta a prestação é inicialmente indeterminada, 
não poderá o devedor, antes da concentração do débito, alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito (art. 246, CC) 
 
 
 
 
 
 
2.1.3 OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA (DE DAR DINHEIRO). 
 
As dividas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e 
pelo valor nominal (princípio do nominalismo) – Art. 315, CC. 
 
De qualquer forma, permanece a regra geral da obrigatoriedade do pagamento 
em moeda corrente nacional, que tem curso forçado, para as obrigações exequíveis no 
Brasil, ressalvadas, apenas, as relações contratuais de natureza internacional. 
 
As dividas de valor tem por objeto o valor econômico (aquisitivo) expresso na 
moeda, sendo corrigida por meio de índice econômico. 
 
Clausula de escala móvel: índice de correção monetária convencionado pelas 
partes. 
O juiz tem poderes para corrigir o valor econômico do contrato, se motivos 
imprevisíveis, supervenientes, tornarem manifestamente desproporcional o valor 
da prestação devida, em cotejo com aquele pactuado ao tempo da celebração do 
negócio – Art. 317, CC. 
 
São nulas as convenções de pagamento em ouro ou moeda estrangeira, bem 
como para compensar a diferença entre o valor desta e a moeda nacional, exceto os 
casos previstos em legislação especial (relativos aos contratos de natureza 
internacional) – Art. 318, CC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 OBRIGAÇÕES DE FAZER 
 
A prestação objeto da obrigação trata de uma atividade a ser desempenhada pelo 
devedor, geralmente a prestação de um serviço. 
 
A obrigação de fazer será fungível quando não houver restrição negocial no 
sentido de que o serviço seja realizado por outrem, geralmente envolve a prestação de 
serviços técnicos e particularidades do devedor não foram relevantes ao credor. 
 
A obrigação de fazer será infungível quando a obrigação foi pactuada em 
atenção à particularidades da pessoa do devedor, apenas o devedor indicado no título da 
obrigação (o contrato) pode satisfazer o crédito do credor (obrigação personalíssima). 
 
Se por recusa ou mora do devedor em executar o serviço, o credor poder 
acionar terceiro para tanto, à custa do devedor, sem prejuízo de indenização cabível ao 
credor – Art. 249, CC. 
 
Se o adimplemento da prestação torna-se impossível sem culpa do devedor, 
resolve-se a obrigação, sem que haja consequente obrigação de indenizar. 
 
No caso de inadimplemento culposo: 
 
 
 
A tutela jurídica é disciplinada pelo Art. 461, CPC. Tal regra somente pode 
ser aplicada quando não é mais possível o cumprimento da obrigação ou, não tendo o 
credor mais interesse na sua realização — ante o inadimplemento do devedor —, o 
autor da ação assim o pretender. 
2.3 OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER. 
 
A obrigação de não fazer tem por objeto uma prestação negativa, um 
comportamento omissivo do devedor juridicamente relevante. 
 
O devedor descumpre a obrigação ao realizar o comportamento que se obrigara a 
não fazer. 
 
A despeito de a liberdade negocial imperar especialmente no Direito das 
Obrigações, deve ser observado que não serão consideradas lícitas as obrigações de não 
fazer que violem princípios de ordem pública e vulnerem garantias fundamentais. 
 
Se o inadimplemento da obrigação de não fazer resultou de evento estranho à 
vontade do devedor, sem culpa do mesmo, extingue-se a obrigação, sem perdas e 
danos – Art. Art. 250, CC. 
 
Se o inadimplemento da obrigação de não fazer foi por culpa do devedor, o 
credor pode exigir o desfazimento, à custa do devedor, tanto como indenização por 
perdas e danos – Art. 251, CC. 
 
Em caso de urgência, o credor pode desfazer, mesmo sem autorização judicial, 
sem prejuízo da devida repração – Art. 251, parágrafo único, CC. 
 
 
 
A tutela jurídica é disciplinada pelo Art. 461, CPC. 
 
 
CAPÍTULO VI – CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL DAS OBRIGAÇÕES 
 
3. CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL QUANTO AO ELEMENTO SUBJETIVO 
(SUJEITOS). 
 
3.1 OBRIGAÇÕES FRACIONÁRIAS. 
 
Nas obrigações fracionárias, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, 
de forma que cada um deles responde apenas por uma quota da dívida ou tem direito 
apenas a quota do crédito. 
 
As dívidas de dinheiro, por exemplo, em princípio, são fracionárias: se A, B 
e C adquiriram, conjuntamente, um veículo, obrigando-se a pagar 300, não havendo 
estipulação contratual em sentido contrário3, cada um deles responderá por 100. 
 
Tais obrigações, por óbvio, pressupõem a divisibilidade da prestação. 
 
 
3.2 OBRIGAÇÕES CONJUNTAS 
 
Neste caso, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, impondo-se a 
todos o pagamento conjunto de toda a dívida, não se autorizando a um dos credores 
exigi-la individualmente. 
 
Ex: três devedores obrigarem-se conjuntamente a entregar ao credor um 
caminhão carregado de soja. Em tal hipótese, nenhum dos devedores poderá pretender o 
pagamento isolado de sua quota, para se eximir da obrigação, nem o credor poderá 
exigir o pagamento parcial da dívida, buscando-se um adimplemento parcial. Apenas se 
desobrigam em conjunto, entregando toda a mercadoria prometida. 
 
 
 
 
 
3.3 OBRIGAÇÕES DISJUNTIVAS 
 
Nesta modalidade de obrigação, existem devedores que se obrigam 
alternativamente ao pagamento da dívida. 
 
Desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigação, os outros 
estarão consequentemente exonerados, cabendo, portanto, ao credor a escolha do 
demandado. 
 
 Ex: havendo uma dívida contraída por três devedores (A, B, C), a obrigação 
pode ser cumprida por qualquer deles: ou A ou B ou C. Observe- -se, portanto, que a 
conjunção “ou” vincula alternativamente os sujeitos passivos entre si. 
 
Diferem das obrigações solidárias, por lhes faltar a relação interna, é própria do 
mecanismo da solidariedade, justificando, neste último, justificando a propositura de 
ação regressiva pelo devedor que pagou. 
 
 
3.4 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação: 
 
A) concorre uma pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda 
(solidariedade ativa) – Art. 267, CC. 
 
Ex: A, B e C são credores de D. Nos termos do contrato (título da obrigação), o 
devedor deverá pagar a quantia de R$ 300.000,00, havendo sido estipulada a 
solidariedade ativa entre os credores da relação obrigacional. Assim, qualquer dos três 
credores — A, B ou C — poderá exigir toda a dívida de D, ficando, é claro, aquele 
que recebeu o pagamento adstrito a entregar aos demais as suas quotas-partes 
respectivas. Mas note que, se o devedor pagar a qualquer dos credores, exonera-se. 
Nada impede, outrossim, que dois dos credores, ou até mesmo todos os três, cobrem 
integralmente a obrigação pactuada. 
 
 
Poderá, todavia, ocorrer que um dos credores solidários, em vez de exigir a soma 
devida, haja perdoado a dívida(Art. 272, CC). Trata-se da chamada remissão de dívida, 
forma especial de extinção das obrigações, prevista nos arts. 385 a 388, CC. o credor 
remitente (que perdoou) responderá perante os demais credores pela parte que 
lhes caiba. 
 
Ex: A, B e C são credores solidários de D. C perdoou toda a dívida de R$ 
300.000,00. De tal forma, não havendo participado da remissão, os outros credores 
poderão exigir daquele que perdoou (C) as quotas-partes que lhes caibam (R$ 
100.000,00 para A e R$ 100.000,00 para B). 
 
 
 
B) pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro 
(solidariedade passiva) – Art. 275, CC. 
 
Ex: A, B e C são devedores de D. Nos termos do contrato (título da obrigação), 
os devedores encontram-se coobrigados solidariamente (solidariedade passiva) a pagar 
ao credor a quantia de R$ 300.000,00. Assim, o credor poderá exigir de qualquer dos 
três devedores toda a soma devida, e não apenas um terço de cada um. Nada 
impede, outrossim, que o credor demande dois dos devedores, ou, até mesmo, todos os 
três, conjuntamente. Note-se, entretanto, que o devedor que pagou toda a dívida terá 
ação regressiva contra os demais coobrigados, para haver a quota-parte de cada um. 
 
Saliente-se ainda que, se o credor aceitar o pagamento parcial de um dos 
devedores, os demais só estarão obrigados a pagar o saldo remanescente – Art. 277, 
CC. 
Quanto à responsabilidade dos devedores solidários, se a prestação se 
impossibilitar por dolo ou culpa de um dos devedores, todos permanecerão 
solidariamente obrigados ao pagamento do valor equivalente. Entretanto, pelas 
perdas e danos só responderá o culpado - art. 279, CC. 
 
 
Embora não haja previsão legal específica, consignada nas disposições gerais da 
solidariedade no CC, nada impede que se fale também em solidariedade mista, 
constituída pela vontade das partes, submetida, intuitivamente, às regras que regulam as 
duas primeiras. 
 
 
A solidariedade nunca se presume, sempre resulta da lei ou da vontade das 
partes – Art. 265, CC. 
 
Ex: Não havendo norma legal ou estipulação negocial expressa que 
estabeleça a solidariedade, o juiz não poderá presumi-la da simples análise das 
circunstâncias negociais: se três devedores — A, B e C — se obrigaram a pagar R$ 
300.000,00, inexistindo determinação legal ou estipulação contratual a respeito da 
solidariedade, cada um deles estará obrigado a pagar apenas a sua quota-parte (R$ 
100.000,00). Entretanto, se o contrato estabelecer a solidariedade passiva, o credor 
poderá cobrar de qualquer dos devedores os R$ 300.000,00. Neste caso, a solidariedade 
resultará da vontade das próprias partes. 
 
 
Pode acontecer, entretanto, que a solidariedade resulte da lei. É o que 
acontece com os pais, tutores, curadores, donos de hotéis, que são solidariamente 
responsáveis pelos causadores do dano (filhos, tutelados, curatelados, hóspedes), nos 
termos dos Arts. 932 e 942, parágrafo único, CC. 
 
 
Herdeiros de devedor solidário: Não se esqueça, todavia, de que o pagamento 
total da dívida pelos herdeiros reunidos não poderá, obviamente, ultrapassar as forças da 
herança, uma vez que não seria lícito admitir que os referidos sucessores diminuíssem o 
seu patrimônio pessoal para cumprir uma obrigação a que não deram causa – Art. 276, 
CC. 
 
 
 
 
4. CLASSIFICAÇÃO ESPECIAL QUANTO AO ELEMENTO OBJETIVO 
(PRESTAÇÃO). 
 
 
4.1 OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS 
 
As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm por objeto duas ou 
mais prestações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. 
 
Ex: A, devedor, libera-se pagando um touro reprodutor ou um carro a B, credor. 
Nada impede, outrossim, que as prestações sejam, na perspectiva da classificação 
básica, de natureza diversa: a entrega de uma joia ou a prestação de um serviço. Note-se 
que as prestações são excludentes entre si. 
 
A escolha da prestação cabe ao devedor, caso não se tenha convencionado 
em contrário – Art. 252, CC. 
 
Contudo: 
1) embora a escolha caiba ao devedor, o credor não está obrigado a receber parte 
em uma prestação e parte em outra (princípio da indivisibilidade do objeto). 
 
2) se a obrigação for de prestações periódicas, o direito de escolha poderá ser 
exercido em cada período; 
 
3) havendo pluralidade de optantes (imagine, por exemplo, um grupo de 
devedores com direito de escolha), não tendo havido acordo unânime entre eles, a 
decisão caberá ao juiz, após expirar o prazo judicial assinado para que chegassem a um 
entendimento (suprimento judicial da manifestação de vontade). 
 
4) também caberá ao juiz escolher a prestação a ser cumprida, se o título da 
obrigação houver deferido esse encargo a um terceiro, e este não quiser ou não puder 
exercê-lo. 
 
 
Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, 
extinguir-se-á a obrigação - Art. 256, CC. 
Ex: uma enchente destruiu o carro e matou o touro reprodutor, que compunham 
o núcleo da obrigação alternativa. 
 
Se a impossibilidade de todas as prestações alternativas decorrer de culpa 
do devedor, não competindo a escolha ao credor, ficará aquele obrigado a pagar o valor 
da prestação que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos - Art. 254, CC. 
Ex: A obriga-se a entregar a B um computador ou uma impressora a laser, à sua 
escolha (do devedor). Ocorre que, por negligência, o devedor danifica o computador e, 
em seguida, destrói a impressora. Neste caso, deverá pagar ao credor o valor da 
impressora a laser (objeto que por último se danificou), mais as perdas e danos. 
 
Se a impossibilidade de todas as prestações alternativas decorrer de culpa 
do devedor, mas a escolha couber ao credor, poderá este reclamar o valor de qualquer 
das prestações, mais as perdas e danos - Art. 255, segunda parte, do CC. 
 
Em síntese: 
1. Impossibilidade Total (todas as prestações alternativas): 
a) sem culpa do devedor — extingue-se a obrigação - Art. 256 do CC. 
 
b) com culpa do devedor — se a escolha cabe ao próprio devedor: deverá pagar 
o valor da prestação que se impossibilitou por último, mais as perdas e danos - Art. 254 
do CC. 
— se a escolha cabe ao credor: poderá exigir o valor de qualquer das 
prestações, mais perdas e danos - Art. 255, segunda parte, do CC. 
 
2. Impossibilidade Parcial (de uma das prestações alternativas): 
a) sem culpa do devedor — concentração do débito na prestação subsistente - 
Art. 253 do CC. 
 
b) com culpa do devedor — se a escolha cabe ao próprio devedor: 
concentração do débito na prestação subsistente - Art. 253 do CC. 
— se a escolha cabe ao próprio credor: poderá exigir a prestação 
remanescente ou valor da que se impossibilitou, mais as perdas e danos - Art. 255, 
primeira parte, do CC. 
 
 
4.2 OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS 
 
A obrigação é considerada facultativa quando, tendo um único objeto, o devedor 
tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista 
subsidiariamente. 
 Ex: o devedor A obriga-se a pagar a quantia de R$ 10.000,00, facultando-se-lhe, 
todavia, a possibilidade de substituir a prestação principal pela entrega de um carro 
usado. 
Note-se que se trata de obrigação com objeto único, não obstante se reconheça 
ao devedor o poder de substituição da prestação. Por isso, se a prestação inicialmente 
prevista se impossibilitar sem culpa do devedor, a obrigação extingue-se, não tendo 
o credor o direito de exigir a prestação subsidiária. 
 
somente a existência de defeito na prestação devida pode invalidar a 
obrigação. 
 
 
4.3 OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS 
 
As obrigaçõescumulativas ou conjuntivas são as que têm por objeto uma 
pluralidade de prestações, que devem ser cumpridas conjuntamente. 
 
 É o que ocorre quando alguém se obriga a entregar uma casa e certa quantia em 
dinheiro. 
 
Note-se que as prestações, mesmo diversas, são cumpridas como se fossem 
uma só, e encontram-se vinculadas pela partícula conjuntiva “e”. Nesses casos, o 
devedor apenas se desobriga cumprindo todas as prestações. 
 
4.4 OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
As obrigações divisíveis são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou 
parcial da prestação – Art. 257, CC. 
 
As indivisíveis, por sua vez, só podem ser adimplidas por inteiro, a prestação 
objeto da obrigação não comporta fracionamento – Art. 258, CC. 
 
A indivisibilidade poderá ser: 
a) natural (material) — quando decorre da própria natureza da prestação (a 
entrega de um touro reprodutor, por exemplo); 
 
b) legal (jurídica) — quando decorre de norma legal (a pequena propriedade 
agrícola — módulo rural —, por exemplo, é indivisível por força de lei, assim como as 
servidões prediais, nos termos dos Art. 1.386, CC); 
 
c) convencional — quando decorre da vontade das próprias partes, que 
estipulam a indivisibilidade no próprio título da obrigação (em geral, o contrato). 
 
 
4.5 OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS 
 
A obrigação líquida é a obrigação certa quanto à sua existência, e determinada 
quanto ao seu objeto. A prestação, pois, nesses casos, é certa, individualizada. 
 Ex: quando alguém se obriga a entregar ao credor a quantia de R$ 100,00. 
 
A obrigação ilíquida, por sua vez, carece de especificação do seu quantum, para 
que possa ser cumprida. A apuração processual desse valor dá-se por meio de 
procedimento específico de liquidação, na forma do disposto na legislação processual. 
 
Uma sentença ilíquida não é uma sentença que se revela incerta quanto à 
existência do crédito, mas tão somente quanto ao seu valor. Uma sentença incerta 
quanto à certificação do direito é uma contradição de termos, nula de pleno direito, 
enquanto uma sentença ilíquida cumpre a prestação jurisdicional, exigindo, apenas, a 
realização de atos específicos para a determinação do quantum devido.

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