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* Dimensões Sociológicas da Educação Física e do Esporte Prof. Dr. Ary José Rocco Jr. Encontro 12 Novembro / 2013 * Hoje – 25 de Novembro Esporte, Estado e Cultura Seminários * Esporte, Estado e Cultura * Esporte, Estado e Cultura Manhães (1986): “estabelecer políticas públicas é sempre eleger prioridades, tanto entre os diferentes setores passíveis de ação governamental quanto entre os diferentes enfoques ou ênfases no interior de um mesmo setor”. * Esporte, Estado e Cultura Ações governamentais – fenômeno esportivo: posição marginal ante setores como o da economia, da saúde, da educação, da habitação. * Esporte, Estado e Cultura Esporte: não ocupa lugar de destaque na prioridade de ações governamentais. Problemas mais sérios e urgentes: esporte não aparece ranqueado. Prioridade de ações do poder público: Esporte está ausente. * Esporte, Estado e Cultura Esporte é alvo de atenção e intervenção do Estado. Sociedades Capitalistas Liberais: Esporte é/era, em princípio, assunto da esfera da sociedade civil, da esfera do privado. Que motivos/interesses têm levado o poder público a intervir no desenvolvimento do Esporte? * Esporte, Estado e Cultura * Intervenção do Estado no Esporte Inglaterra (berço do Esporte Moderno): ação governamental tinha característica marcadamente controladora/restritiva; repressão/controle da violência e arruaças; e, proibição de determinadas atividades esportivas consideradas atentadoras à ordem pública. * Intervenção do Estado no Esporte Jogos Olímpicos da era Moderna: introdução, no âmbito esportivo, de forte conotação política. Nação: contribuiu para deslocar o eixo de controle/repressão enquanto motivo de intervenção do Estado, para a estimulação e fomento sistemático. * Intervenção do Estado no Esporte * Intervenção do Estado no Esporte Motivos para intervenção do Estado no Esporte: Winckler et al. (1985): “esporte é visto como essencial e necessário instrumento de representação nacional, para a manutenção e fomento da saúde da população e, também, para a reabilitação, e finalmente, para a melhoria da qualidade de vida da população em geral”. * Intervenção do Estado no Esporte Motivos para intervenção do Estado no Esporte: Meynaud (1972): manutenção da ordem pública; aspiração pública pela melhoria da condição física da população militar (para a preparação militar; equilíbrio físico e bem-estar individual; aumento da produtividade no trabalho); e, afirmação do prestígio nacional. * Intervenção do Estado no Esporte Motivos para intervenção do Estado no Esporte: Riordan (1986) – Estado e Esporte nos países em desenvolvimento: construção da nação (nation-building); integração; defesa; higiene e saúde; política social; e, reconhecimento internacional. * Intervenção do Estado no Esporte * Estado e Esporte - Brasil Influência dos países desenvolvidos. Duas grandes ideias que dirigem as ações governamentais no Esporte: a) Esporte pode ser instrumento de afirmação política no plano internacional (medido na forma de quantidade de medalhas olímpicas e títulos internacionais) – Guerra Fria; e, * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil Duas grandes ideias que dirigem as ações governamentais no Esporte: b) fomento da prática esportiva pela grande massa da população é fator importante para o bem-estar (via promoção da sáude) e é fator compensador importante dos problemas da vida urbana crescentemente tecnologizada. * Estado e Esporte - Brasil Segunda ideia: força nos países capitalistas centrais. Custo financeiro das doenças físico e psiocológicas. Prática esportiva: direito do cidadão e dever do Estado – Constituições e Cartas Magnas. * Estado e Esporte - Brasil Hoje: outro motivo – interesse econômico ou dimensão econômica do fenômeno esportivo. * Estado e Esporte - Brasil Três momentos nos quais predominaram os seguintes motivos de intervenção do Estado no Esporte: a) momento policialesco, controle da ordem pública; b) afirmação internacional, com efeito legitimador interno, elemento da Guerra Fria; e, c) política de saúde/lazer e interesse econômico do esporte. * Estado e Esporte - Brasil Caráter ou o tipo de intervenção do Estado pode ser resumido em dois momentos: a) a total subordinação da organização esportiva ao Estado – como no caso do nazismo/fascismo e dos estados corporativos, como durante o Estado Novo no Brasil e nos ex-países socialistas, cujo caso paradigmático é o da Alemanha Oriental; e, * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil Caráter ou o tipo de intervenção do Estado pode ser resumido em dois momentos: b) a intervenção seletiva ou subsidiária, com financiamento parcial via benefícios tributários, construção de instalações esportivas, preparação de mão-de-obra qualificada, financiamento de pesquisa, etc. (estruturas neocorporativistas). * Estado e Esporte - Brasil Brasil – relação até a Nova Répública – corporativa – forma de organização e o tipo de interação com o Estado era rigidamente determinado por ele. A partir daí – Neocorporativistas – esfera da Economia. Estado – sem condições para organizar sozinho. * Estado e Esporte - Brasil Estado – procura de parceiros. Corporações: substituem os indivíduos nas suas reinvindicações dirigidas ao Estado ou poder público. Relações entre Esporte e Estado: predominaram as estruturas corporativas, ou seja, a interação da organização esportiva com o Estado não era voluntária. * Estado e Esporte - Brasil Ideia defendida hoje: para termos uma população ativa esportiva e fisicamente precisamos de heróis esportivos que atuariam como exemplos. * Estado e Esporte - Brasil Sistema esportivo construído na perspectiva de alto rendimento: a) esporte de alto rendimento é hoje um problema de saúde e não um fomentador de saúde; e, b) propõe uma relação com a natureza que é antiecológica ou é de dominação da natureza e não de convivência respeitadora e harmônica. * Estado e Esporte - Brasil Esporte enquanto atividade de lazer: não pode pautar-se pelo Esporte de alto-rendimento. Esporte enquanto atividade de lazer deve ser a prioridade nas intervenções do setor público no setor. Precisa ser entendido como elemento de cultura/lazer – inserido no plano das políticas culturais de lazer – integrado a outras políticas sociais. * Estado e Esporte - Brasil Lazer: é a cultura – no seu sentido mais amplo – vivenciada no tempo disponível. Esporte: no âmbito do lazer. Lazer: no âmbito da cultura. Conceito de cultura: centro organizativo da prática cultural – dialética entre o tempo livre (lazer) e tempo de trabalho. * Estado e Esporte - Brasil Reino da Liberdade x Reino da Necessidade. Cultura: problema de produção da atividade sensível e objetiva no âmbito global das práticas humanas possíveis. Questão da democratização do Esporte: ampliação do acesso ao bem cultural do esporte. * Estado e Esporte - Brasil O que as pessoas fazem em seu tempo de não trabalho, depende, fundamentalmente, do que elas fazem no seu tempo de trabalho. Classe trabalhadora (Alemanha, década de 1920): construiu clubes que buscavam produzir uma cultura corporal de movimento própria – objetivo não era preparar o corpo para o próximo dia de trabalho, mas ajudar os homens a desenvolver necessidades próprias contrárias ao pensamento concorrencial burguês (rendimento). * Estado e Esporte - Brasil Recusa à disciplinação corporal burguesa e sua orientação para o rendimento. Exploravam exercícios lúdicos, atividades de grupo e gestos simbólicos de solidariedade. Organização internacional socialista da cultura corporal – três grandes olimpíadas dos trabalhadores. * Estado e Esporte - Brasil Contracultura:população deve construir a cultura, não apenas consumi-la. Construção do lazer, não apenas compra e consumo. Construção da cidadania em uma perspectiva crítica. * Estado e Esporte - Brasil Hoje: processo em andamento de “privatização” e comercialização do atendimento das necessidades. Mercado ou supermercado das atividades físico-esportivas – várias opções em suas prateleiras. Não há a necessidade de envolvimento coletivo. * Estado e Esporte - Brasil Modelo do associacionismo: está sendo substituído pela oferta de serviços e atividades, produzidos pela necessidade. Pessoas: ao invés de produzir seu próprio esporte no clube, na sua associação, simplesmente o compram. * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil Consequências: as pessoas abdicam de sua competência; em vez de produzir seu próprio esporte no clube, simplesmente o compram; concedem aos outros a capacidade de gestar/construir seu esporte; e, passam a ser consumidoras de produtos. * Estado e Esporte - Brasil É dispensado qualquer tipo de envolvimento com a organização, administração da condição da prática. Abdica-se da tarefa ou da possibilidade de definir o “conteúdo” das práticas – lei da oferta e da procura. Homogeneização e individualização das práticas esportivas. * Estado e Esporte - Brasil * Estado e Esporte - Brasil Poder Público, Estado – pode assumir dois tipos de postura diante desse processo: a) postura liberal (neoliberal) da crença no mercado e simples abstenção ou observação fiscalizante; e, b) postura que reivindica a possibilidade de julgar sobre a relevância humana de determinadas práticas culturais e buscar agir pedagogicamente de acordo com tal avaliação. * Organização dos Seminários * Grupos Grupos de 7 ou 8 alunos – 10 grupos. Apresentações de 15 / 20 minutos. Roteiro e material de apoio, para cada grupo, fornecidos pelo Professor. * Avaliação 2 Questão 1) : Brincadeira: é toda aquela atividade lúdica desprovida de regras ou competição. Jogo: brincadeira organizada, competitiva, e com limitações para ações para seus participantes. Regras. Esporte: jogo elevado a um nível ainda superior de organização, extrapolando a esfera meramente lúdica e atingindo status professional. Regras e Instituições. * Avaliação 2 Questão 2) : (a) regras de fácil compreensão e resultado imediato e universais; (b) possibilidade de identificação com o coletivo; (c) representação nacional mediante comparação de rendimentos e sucesso da nação; e, (d) espelho da respectiva concepção de valores já existente na sociedade. * Avaliação 2 Questão 3) : Caráter ideológico do esporte: ele ajuda a consolidar o rendimento como o critério central da sociedade contemporânea. Esporte transformado em mercadoria. * Avaliação 2 Questão 4) : Esporte-educação: visão social. Esporte-participação: visão social. Esporte-performance: visão mercadológica. * Avaliação 2 Questão 4) : Esporte-educação: visão social. Esporte-participação: visão social. Esporte-performance: visão mercadológica.
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