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Introdução à Jurisdição: Conceito, Escopo, Princípios e Características

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Jurisdição
Introdução
Jurisdição é o poder-dever de o estado, na figura do juiz, aplicar a norma ao caso concreto, decidindo os conflitos trazidos a apreciação do judiciário.
Ela é uma e indivisível, englobando todo o território do Estado soberano.
A jurisdição tem por escopo, solucionar a lide ou o litigio, que no conceito de Canelutti é o conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida.
Destaque-se que a jurisdição é ínsita ao Poder Judiciário sendo que todos os membros do Poder Judiciário tem jurisdição. Porem há outros órgãos em que a constituição outorga a função jurisdicional em determinados casos, como na atuação politica do Senado Federal no julgamento do Presidente e do Vice-Presidente da Republica nos crimes de responsabilidade (art. 52, I, CF).
De acordo com Theodoro Humberto Junior, “em vez de conceituar a jurisdição como poder, é preferível considera-la como função estatal, concluindo que a jurisdição é a função do Estado de declarar e realizar de forma pratica, a vontade da lei diante de uma situação jurídica controvertida”.
Escopo
A jurisdição tem um escopo jurídico, social, educacional e politico.
Pelo escopo jurídico a jurisdição tem a meta de aplicar a norma ao caso concreto; o escopo social é a pacificação da relação, a composição do litigio; a jurisdição tem por escopo educacional esclarecer os direitos não compreendidos da simples leitura da lei.
O escopo politico é composto por três objetivos: 
1° garantia dos direitos fundamentais; 
2° controle do Estado pelo jurisdicionado; 
3° legitimação do próprio Estado.
Princípios inerentes a jurisdição
3.1. Principio da investidura
Pelo principio da investidura a jurisdição será exercida somente por um magistrado devidamente investido na função, o que se dará em regra por concurso publico de provas e títulos com os requisitos destacados no art. . Na falta de investidura o ato praticado será inexistente.
3.2. Principio da indelegabilidade
A regra é que a função jurisdicional não poderá ser delegada a outro órgão, mesmo que jurisdicional. Porem há exceções como as precatórias e as cartas de ordem.
3.3. Principio da aderência ao território
Por esse principio, os magistrados estariam limitados ao exercício de suas funções ao âmbito territorial do Estado.
3.4. Principio da inafastabilidade ou indeclinabilidade
O magistrado não poderá escusar de processar e julgar as lides que lhes são opostas. O acesso a justiça é um direito fundamental prescrito no art. 5, inciso XXXV da Constituição.
3.5. Principio da inevitabilidade ou irrecusabilidade
O principio da inevitabilidade dispõe que a jurisdição impõe à vontade das partes, por isso elas não poderão recusar o juiz e a sua sentença, salvo nos casos de suspeição, impedimento ou incompetência.
3.6. Principio da correlação ou relatividade
A sentença do juiz deverá manter uma correspondência com o pedido feito na inicial acusatória. Não poderá haver julgamento extra, cita ou ultra petita. O magistrado está adstrito ao que lhe foi pedido.
3.7. Principio do juiz natural
Por este principio ninguém poderá ser processado e julgado senão pelo juiz competente, em conformidade com as normas preestabelecidas (art. 5°, LIII da CF). Em contraposição ao principio, são vedados os tribunais ou juízos de exceção (art. 5°, XXXVII da CF).
3.8. Principio da inercia
O juiz não poderá da inicio à tutela jurisdicional de oficio. Em regra as partes terão que tomar a iniciativa.
 Características
4.1. Inercia 
Os órgãos jurisdicionais dependem da provocação das partes, que se faz pelo exercício do direito de ação.
4.2. Substitutividade
O Estado substitui a vontade das partes resolvendo o litigio.
4.3. Lide
Em regra, haverá a incidência de uma lide no exercício jurisdicional. No conceito clássico de Canelutti lide seria um conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida. É importante frisar que lide é sinônimo de litigio. Sua existência constitui conditio sine qua non do processo.
4.4. Atuação do direito
O objetivo da atuação jurisdicional é a aplicação do direito ao caso concreto.
4.5. Imutabilidade
A atividade jurisdicional finaliza-se na sentença, que é o provimento final. Após o transito em julgado a sentença se revestirá de imutabilidade. Isso significa que este não poderá ser modificada, salvo exceções dispostas em lei.
Objetivo da jurisdição
O objetivo da jurisdição é a solução (composição) da lide ou litigio que as partes trouxeram a apreciação do judiciário.
De acordo com Arruda Alvim, a causa do processo se desdobra em causa final, causa material e causa imediata ou eficiente. A causa final é a realização da vontade da lei, para a realização da segurança jurídica e a manutenção da ordem jurídica. A causa material significa a resolução da lide ou litigio levada ao juiz através da provocação da parte. E por fim a causa imediata ou eficiente é a provocação da parte, ou seja, a ação.
Jurisdição Contenciosa e Jurisdição Voluntaria
6.1. Jurisdição contenciosa
A jurisdição contenciosa é a jurisdição propriamente dita, é pois, a jurisdição que incide sobre um conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida, trazida ao judiciário para a aplicação da lei ao caso concreto, através da sentença com o intuito da pacificação.
	6.2. Jurisdição voluntaria
	De caráter administrativo. Na jurisdição voluntaria, não há um conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida (lide ou litigio), nem há partes. Aqui há um negocio jurídico-processual envolvendo o juiz e os interessados, onde o juiz realizará a gestão publica em tornos dos interesses privado, como acontece nas nomeações de tutores, nas alienações de bens de incapazes, entre outros.
	Pelo fato de na jurisdição voluntaria não haver lide, não se fala aqui em um processo, mas apenas em procedimento.

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