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Fichamento artigo - A community based strength training programme increases

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A community-based strength training programme increases
muscle strength and physical activity in young people with
Down syndrome: A randomised controlled trial
Introdução:
Pessoas com síndrome de Down possuem força de membros superior e inferior 50% menor do que pessoas sem a síndrome (inclusive indivíduos com outros tipos de deficiência intelectual). A força muscular é importante pois, uma vez que as funções cognitivas dos indivíduos acometidos por deficiências intelectuais são reduzidas, eles acabam trabalhando (quando empregados) com atividades que exigem força física e habilidades motoras, em vez de habilidades cognitivas. Portanto, melhorar a força muscular de um indivíduo com síndrome de Down é importante e para execução das tarefas cotidianas e na participação desse grupo na sociedade através do trabalho. 
A melhor forma de melhorar a força muscular é fazendo uso do treinamento resistido progressivo, chamado no estudo de PRT (Progressive Resistance Training). Alguns estudos em populações com síndrome de Down demonstram que esse método, que envolve treino de força com intensidade suficiente e progressão de carga, pode melhorar a força muscular dos indivíduos elevar a uma redução do tempo para subir e descer escadas. Porém ainda haveria dúvidas quanto às melhorias que a aplicação desse método possa trazer no desempenho em tarefas de trabalho e quanto a duração dos benefícios após a intervenção. Se o PRT puder trazer benefícios no desempenho de tarefas de trabalho e se seus benefícios se estenderem para além do tempo da intervenção, poderia se concluir que seu uso traz resultados muito significativos e importantes para a vida dos indivíduos com síndrome de Down. 
O nível de atividade física de adultos com síndrome de Down, entre outras deficiências intelectuais, é muito baixo e o sedentarismo é frequente nessas populações. As causas para esse fenômeno podem ser a ausência de companhia para praticar atividade física, a falta de motivação e a necessidade de programas adequados. Um mentor estudante supervisionando o PRT é indicado como solução para motivar o aluno e para lhe fazer companhia, necessária para prover a interação social que é significativa para ele. É importante incentivar a atividade física em jovens com síndrome de Down, pois quando entram na idade adulta eles tendem a ficar mais sedentários, e além disso, esse grupo em específico está mais suscetível a desenvolver uma série de doenças crônicas, tais como osteoporose, diabetes e obesidade,que podem ser evitadas ou atenuadas com a prática regular de exercícios adequados. 
A preocupação principal desse estudo é investigar se um programa de PRT comunitário feito para aumentar a força muscular pode também melhorar o desempenho em tarefas do trabalho em jovens com síndrome de Down.
Métodos:
Um estudo randomizado foi conduzido, investigando os efeitos de um programa comunitário de PRT, guiado por estudantes, com duração de dez semanas sobre o desempenho em tarefas do trabalho, força muscular e nível de atividade física, comparado com um programa social de atenção. Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos, o grupo PRT e o grupo controle. As condições de inclusão dos participantes no estudo foram: deveriam ser adolescentes ou jovens adultos com síndrome de Down, na faixa etária de 14-22 anos, que possuíssem deficiência intelectual moderada relatada pelos pais, que fossem capazes de seguir instruções verbais em inglês e que estivessem em condições físicas de participar de um programa de PRT de alta intensidade (para avaliar este item foi aplicado em questionário - Physical Activity Readiness Questionnaire - aos pais dos participantes, e se o questionário indicasse os participantes deveriam passar por avaliação médica). Os critérios de exclusão foram: ter participado em um programa de PRT no período de três meses ou menos antes do início do estudo, estar em condições médicas concorrentes, tais como artrites, autismo, alteração cardíaca congênita não reparada que impeçam a participação em programas de atividade física, ou mesmo, histórico de comportamento violento, histérico ou anti social.
O grupo intervenção realizou o programa PRT no ginásio local da comunidade e o mentor estudante participou das atividades junto com os alunos. O programa foi composto por 7 exercício, 3 para membros superiores, 3 para músculos antigravitacionais dos membros inferiores e 1 para o tronco, com 3 séries de 12 repetições de cada, com 2 minutos de descanso entre as séries, ou até a fadiga, o que corresponderia a 60-80% de 1RM. Assim que o participante conseguisse executar 3 séries de 12 repetições completas a carga era aumentada. Cada sessão de treino teve a duração total de aproximadamente 45-60 minutos, ocorrendo 2 sessões por semana. Os mentores recrutados eram estudantes de graduação de fisioterapia. O grupo controle realizou uma sessão de programa social de 90 minutos por semana. Essas sessões foram compostas por atividades artísticas e de recreação como fazer artesanato, cozinhar, assistir filmes, trabalhos com música, e atividades sociais, como sair para tomar café. Essas atividades eram realizadas nas casas dos participantes ou em espaços públicos com bibliotecas, cinemas, shoppings, entre outros. 
Os resultados foram mensurados ao início das intervenções (semana 0), logo após o final das intervenções (semana 11) e 3 meses após o final da intervenção (semana 24). A primeira avaliação foi referente ao desempenho na execução de tarefas de trabalho. O primeiro teste utilizado para isso foi o de empilhar caixas que numerou a quantidade de caixas de 10 kg os participantes conseguiram levantar em 1 minuto do chão para uma mesa de 75 cm de altura. Para esse teste foi adotado o aumento mínimo de 25% (1,27 caixas por minuto) como diferença de importância clínica. O teste seguinte, o teste de carregar baldes, mediu a distância total que os participantes conseguiram percorrer em 30 segundos enquanto carregavam dois baldes de 20 litros, ambos pesando 10 kg cada. Esses dois testes são recomendados pelo American College of Sports Medicine e têm demonstrado mudanças em pessoas com deficiência intelectual depois de participarar em uma intervenção que envolve treino de força. O segundo resultado avaliado foi força muscular e níveis de atividade física. Para avaliar força muscular foi usado o teste de 1RM no chest press e leg press sentado. Os níveis de atividade física foram mensurados com o uso de um monitor de atividade RT3, que é um acelerômetro leve utilizado na cintura do participante. Ele deveria ser utilizado por 8 dias consecutivos em cada avaliação, no mínimo 10 horas por dia. Os pais dos participantes também escreveram um pequeno diário documentando as atividades realizadas enquanto o participante usava o acelerômetro. O RT3 têm demonstrado muita confiabilidade em outros estudos e uma forte correlação com medidas de VO2. 
Resultados
Participaram do estudo 68 jovens e adolescentes, 30 do sexo feminino e 38 do sexo masculino, com idade média de 17,9 anos e IMC médio de 27,2 kg/m², que foram distribuídos aleatoriamente em dois grupo de 34 indivíduos, grupo controle e grupo intervenção. Os participantes compareceram a 92% das sessões de PRT (grupo intervenção) e 98% das sessões sociais (grupo controle). Não houve diferença entre os grupos em ambos os testes de execução de tarefas de trabalho nas semanas 11 e 24. O grupo intervenção obteve aumento de força muscular nos membros superiores em comparação com o grupo controle na semana 11 (aumento de 21%), mas não na semana 24. Já nos membros inferiores, o grupo intervenção aumentou a força muscular em comparação com o grupo controle tanto na semana 11 (aumento de 30%) como na semana 24. 
Na avaliação dos níveis de atividade física, não houve diferença significativa entre os grupo até a semana 11, porém na semana 24 o grupo intervenção demonstrou um nível de atividade física maior em relação ao grupo controle. Essa diferença parece ser justificada pelo fato de que o grupo
intervenção manteve os níveis de atividade física enquanto o grupo controle os reduziu. Uma correlação negativa entre força muscular de membros superiores e níveis de atividade física na semana 11 sugere que os participantes que obtiveram grandes melhoras em força muscular praticaram menos atividade física. Correlações positivas na semana 24 entre força muscular de membros superiores e inferiores e desempenho no teste de empilhar caixas, e entre força muscular de membros superiores e desempenho no teste de carregar baldes, pode sugerir que o aumento de força muscular resulte em melhorias de desempenho na execução de tarefas de trabalho. 
Discussão
As novas descobertas desse estudo são: (1) PRT utilizando um modelo orientador foi efetivo e seguro para fazer adolescentes e jovens adultos com síndrome de Down mais fortes (2) PRT pode não exercer efeito sobre o desempenho na execução de tarefas de trabalho (3) o aumento na força muscular de membros inferiores foi mantido após o final da intervenção e (4) os participantes da intervenção com PRT mantiveram seu níveis de atividade física em 6 meses comparado com uma queda correspondente no grupo controle. Em suma, a intervenção fazendo uso do treino de força progressivo com um modelo orientador mostrou-se um método eficaz no que diz respeito ao ganho de força muscular, que como ressaltado anteriormente, é uma importante necessidade da população com síndrome de Down, e de adesão satisfatória entre os participantes.

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