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CARBOIDRATOS HIDRATOS DE CARBONO DEFINIÇÃO Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes na natureza, sendo encontrados principalmente nas plantas. São originados da reação entre o dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), por meio do processo de fotossíntese, que requer energia solar, a qual é transformada em energia química e armazenada nas plantas como substância de reserva. x CO2 + y H2O clorofila Cx (H2O)y + xO2 luz Aqui X corresponde a número de moléculas de gás carbônico e Y o número de moléculas de água (sacarídeo = açúcar) Os carboidratos apresentam em sua estrutura química elementos como carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) e às vezes, ainda, nitrogênio (N) e fósforo (P); A fórmula empírica para muitos dos carboidratos mais simples é (CH2O)n, de onde vem o nome “hidratos de carbono”. No entanto, um grande número de carboidratos, como os polióis (ex.: glucitol = (C6H14O6) ou desoxiaçúcares (ex.: ramnose = (C6H14O5), não seguem fórmula. CARBOIDRATOS Moléculas mais abundantes na natureza Sua oxidação é a principal via metabólica p/ fornecer energia Respiração aeróbica glicose + O2 CO2 + H2O Respiração anaeróbica Glicose CO2 + álcool fermentação alcoólica Glicose CO2 + ácido lático fermentação láctica Por definição, carboidratos podem ser definidos como poli- hidroxialdeídos e poli-hidroxicetonas, ou até mesmo poli- hidroxiácidos ou seus derivados simples e polímeros destes compostos unidos por ligações hemiacetálicas. CARBOIDRATOS FUNÇÕES fornecimento de uma fração significativa de energia na dieta da maioria dos organismos (oxidação da glicose); forma de reserva alimentar (amido e glicogênio); atuação como componentes da membrana celular que intermediam algumas formas de comunicação intercelular; componente estrutural de muitos organismos como nos vegetais (celulose), paredes celulares de bactérias e o exoesqueleto (quitina) de muitos insetos; ainda apresentam uma função genética através das pentoses que compõem as moléculas de DNA e RNA. Muitos carboidratos têm grupos funcionais do tipo aldeído (H-C=O) ou cetona (C=O), os quais conferem algumas características de compostos redutores. Os que possuem um aldeído como seu grupo mais oxidado são denominados aldoses e aqueles com um grupo cetona como grupo funcional mais oxidado são denominados cetoses. Os que possuem como grupo mais oxidado um grupo carboxila são chamados ácidos aldônicos, aldáricos ou urônicos. C C C C C C OH OH OH OH OH H H H H HO H H C C C C C C OH OH OH H H H H HO H O OH H H glicose, glucose ou dextrose. frutose Classificação dos carboidratos Imagine os carboidratos como um trem formado por vários vagões Cada vagão separadamente seria como um açúcar simples ou, numa linguagem mais tecnicamente refinada, um monossacarídeo A união dos vagões, uns noutros, acontece através da ligação glicosídica Alguns autores chamam essa ligação de ligação amídica Classificação dos carboidratos Imagine os carboidratos como um trem formado por vários vagões Cada vagão separadamente seria como um açúcar simples ou, numa linguagem mais tecnicamente refinada, um monossacarídeo A união dos vagões, uns noutros, acontece através da ligação glicosídica Alguns autores chamam essa ligação de ligação amídica Classificação dos carboidratos Dois vagões unidos (dois monossacarídeos) formam um dissacarídeo Se os vagões forem diferentes entre si chamamos esse carboidrato de HETEROpolissacarídeo Se os vagões forem todos iguais chamamos esse carboidrato de HOMOpolissacarídeo Classificação dos carboidratos Dois vagões unidos (dois monossacarídeos) formam um dissacarídeo Se os vagões forem diferentes entre si chamamos esse carboidrato de heteropolissacarídeo Se os vagões forem por monossacarídeos todos iguais chamamos esse carboidrato de homopolissacarídeo Amido Glicogênio Celulose Classificação dos carboidratos Uns 3 até 12 sacarídeos (vagões) unidos formariam um oligossacarídeo, (esse número varia de acordo com o autor) Muitos (grandes moléculas) formariam, nessa analogia com o trem, um polissacarídeo Classificação dos carboidratos De 3 até 12 sacarídeos (vagões) unidos formam um oligossacarídeo Muitos (grandes moléculas) formam um polissacarídeo Classificação dos carboidratos De acordo com o tamanho: 1) Monossacarídeos • monômero (poliidroxialdeído/ cetona) • + abundante: D-glicose (ou dextrose) • sufixo “ose” • Também chamados de açúcares simples • são compostos que não podem ser hidrolisados a compostos mais simples. Ex.: glicose e frutose. • Podem ser ainda ligados por ligações glicosídicas para criar estruturas maiores. 2) Dissacarídeos: contêm dois monossacarídeos. Ex.: lactose (galactose + glicose), sacarose (glicose + frutose). Classificação dos carboidratos 3)Oligossacarídeos • cadeias curtas, unidos por ligação glicosídica • contêm de 3 a 12 unidades de monossacarídeos. Exemplos destes são encontrados nas glicoproteínas. 3) Polissacarídeos • polímeros de açúcares • ex. celulose, amido (vegetal), glicogênio (animal) • contêm mais que 12 unidades de monossacarídeos, podendo ter centenas. Classificação dos polissacarídeos • Homopolissacarídeos: contêm somente uma única espécie de monossacarídeo. Ex.: Glicogênio celulose; • Heteropolissacarídeos: contêm uma série de espécies diferentes de monossacarídeos. Ex.: glicosaminoglicanos, substâncias pécticas; 1- Monossacarídeos • Incolores, cristalinos • Solúveis água • Doces (maior parte) • Quase todos tem quantidades iguais de carbono de água Cn(H20)n • Todos são Poli hidroxi (vários grupos OH) • Possuem um grupo carbonila (C=O) sendo então chamados de: • C=O for na extremidade: aldeído (aldose) • C=O for no meio da molécula: cetona (cetose) • Podem, também ter um grupo carboxila: C C C C C C OH OH OH OH OH H H H H HO H H C C C C C C OH OH OH H H H H HO H O OH H H glicose, glucose ou dextrose. frutose Monossacarídeos, número de carbonos Classificação de acordo com o número de carbonos: 3C triose, ex: gliceraldeído (aldose), diidroxiacetona (cetose) 4C tetrose, ex: eritrose, treose 5C pentose, ex: ribose e desoxirribose (DNA e RNA) 6C hexose, ex. glicose (aldohexose) frutose (cetohexose) Monossacarídeos, exemplos Aqui aqueles com número de carbonos de 3 até 6 todos aldoses, reparem no crupo H-C=O na ponta da molécula Monossacarídeos, exemplos Aqui aqueles com número de carbonos de 3 até 6 todos cetoses, reparem no grupo H-C=O na ponta da molécula Monossacarídeos, isomeria óptica (D ou L) • Possuem isomeria ótica (D e L) Se o açúcar desviar a luz para a direita num aparelho chamado polarímetro ele tem um símbolo + (positivo); Se o açúcar desviar a luz para a esquerda num aparelho chamado polarímetro ele tem um símbolo – (negativo) Nesse caso as moléculas são perfeitamente idênticas, mas uma é a imagem do outro no espelho, isto é, a molécula inversa, como a diferença entre a sua mão esquerda e direita Imagem especular Configuração dos Monossacarídeos (formas D e L) O gliceraldeído pode ser considerado como a aldose oticamente ativa mais simples. Existe apenas um gliceraldeído, mas em duas configurações diferentes denominadas arbitrariamente de D- gliceraldeído e L-gliceraldeído, dos quais se derivam as duas séries das aldohexoses (série D e L). Se a hidroxila do penúltimo carbono estiver do mesmo lado do grupo C=O é chamado de isômero D; Se a hidroxila do penúltimo carbono estiver do lado contrário do grupo C=O é chamado de isômero L; L-gliceraldeídoD-gliceraldeído C C COH HHO OH H H C C C OH OHH OH H H L-gliceraldeídoD-gliceraldeído C C C OH HHO OH H H C C C OH OHH OH H H C C C C C C OH OH OH OH OH H H H H HO H H C C C C C C OH H H H H OH OH OH H OH OH H C C C C C C OH H OH OH H H H OH HO H OHH C C C C C C OH H OH H H OH OH H H OH OH H D-glicose L-glicose D-galactose L-galactose Enantiômeros: um tipo especial de isomeria é encontrado nos pares de estruturas que são imagens espelhadas uma da outra. Estas imagens espelhadas são enantiômeros (isomeria óptica), e os dois membros do par são designados um açúcar D e um açúcar L. As formas D e L de monossacarídeos estão relacionadas à posição da hidroxila do carbono (penúltimo) assimétrico mais distante do grupo funcional. Se o OH estiver do mesmo lado do grupo C=O do aldeído ou cetona, então o carboidrato está na forma D; caso contrário, está na forma L. Monossacarídeos, Formas cíclicas e acíclicas • As moléculas dos açúcares são normalmente são acíclicas, isto quer dizer, abertas. Quando ficam em meio aquoso se fecham e tornam-se moléculas cíclicas (podendo ter 5 ou 6 lados); • Imagine como se fosse uma cobra mordendo o próprio rabo, ela não se tornaria um círculo?! Então, os açúcares mais simples tem a capacidade de uma extremidade reagir com a outra se tornando um ciclo; Monossacarídeos, tipos de ciclos formados Quando a cadeia do monossacarídeos se forma ela pode formar dois tipos de estruturas: Se á cadeia cíclica formada tiver 6 lados será chamada de piranose Se á cadeia cíclica formada tiver 5 lados será chamada de furanose Anômeros α e β • O carbono que se liga ao oxigênio quando a cadeia se torna cíclica apresenta um tipo de isomeria espacial especial chamada de anomeria; • Assim podemos ter os anômeros ou ; • Esse carbono é chamado de carbono anomérico; OH: anômeros se for para baixo Β se for para cima Anômeros α e β Se a Hidroxila (OH) ligada a esse carbono estiver voltada para baixo ele será o anômero α (alfa); Se a Hidroxila (OH) ligada a esse carbono estiver voltada para cima ele será o anômero β (beta) C C C C C C OH OH OH OH OH H H H H HO H H C C C C C C O H OH H H OH OH HH OHOH H H C C C CH2OHC C H OH O HOH H H OH OH H C C C OHC C CH2OH O H OH H H OH OH H H C C C OC C OH H OH H H OH OH H H CH2OH C C C OC C H OH OH H H OH OH H H CH2OH O OH H OH H H OH OH H H CH2OH O H OH OH H H OH OH H H CH2OH D-glicose -D-glicose -D-glicose -D-glicose -D-glicose Inicialmente o açúcar se torna cíclico Ao fechar o ciclo, uma parte se fecha como alfa e outro como beta • Neste caso, eles não se encontram nem totalmente na forma cíclica nem totalmente na forma aberta. • Na verdade, o que ocorre é uma tendência a um ponto de equilíbrio entre as formas aberta e fechada (repare na simbologia da seta com dois lados, mostra que a reação acontece nos dois sentidos e por isso o equilíbrio); • Também não temos o carboidrato totalmente na forma alfa e nem totalmente na forma beta. Tendo também esse equilíbrio; • Se colocarmos um pouco de açúcar apenas na forma beta em solução, aos poucos, parte dele vai se converter na forma alfa até o equilíbrio. O inverso também acontece. • Este fenômeno chama-se de mutarrotação e o mesmo é catalisado pela presença de ácidos e bases. Mutarrotação Todos os monossacarídeos e oligossacarídeos redutores sofrem o fenômeno da mutarrotação, embora a proporção das frações alfa e beta na posição de equilíbrio varie de um açúcar para outro. Os anômeros cíclicos alfa e beta de um açúcar em solução estão em equilíbrio um com o outro e podem facilmente ser interconvertidos. Este processo requer que a estrutura em anel abra-se na forma linear durante a interconversão. É denominado mutarrotação porque resulta em alterações características na rotação do plano da luz polarizada (modificação visualizada apenas num aparelho chamado de polarímetro); Este fenômeno é importante porque as enzimas vitais tem uma especificidade de substrato para isômeros alfa ou beta Açúcares redutores • São açúcares que reagem com alguns elementos químicos fazendo com que eles passam por um processo de redução. • Apenas são redutores os açúcares com o C=O na ponta, ou seja, apenas as aldoses. • Alguns polissacarídeos podem ser redutores se tiverem na extremidade da molécula um monossacarídeo redutor; • Estes açúcares conseguem transformar: íons de Fe+3 em Fe+2 e íons de Cu+2 em Cu+1 • Por isso são ditos açúcares redutores 2- Dissacarídeos • 2 monossacarídeos unidos por ligação glicosídica ex. maltose, lactose, sacarose • OH de um açúcar simples (monossacarídeos) se liga ao C do outro açúcar simples na formação de oligo e polissacarídeos há sempre a liberação de uma molécula de H2O por cada união 2- Dissacarídeos 2.1- Maltose • 2 unidades de glicose unidas por uma ligação (14). • É o principal açúcar do malte, cereal usado para produção de cerveja e whisky, muito semelhante ao trigo. 2- Dissacarídeos 2.2- Sacarose • União de uma unidade de glicose com outra de frutose; • É um açúcar não redutor; • A união se faz por ligação (12) • Síntetizado por vegetais como a beterraba e a cana-de- açúcar; • Este açúcar tem a capacidade de desviar a luz para um lado; • Quando separados os dois monossacarídeos que a forma, a glicose e a frutose misturados, desviam a luz para o outro lado; • E por isso essa mistura é chamada de açúcar invertido; Dissacarídeos - sacarose 2- Dissacarídeos 2.3- Lactose • União de uma molécula de galactose com uma glicose; • A união se faz através de ligações (14); • É um açúcar redutor; • O consumo do leite e o aproveitamento da lactose depende de uma enzima chamada de lactase que faz a separação destes monossacarídeos. • Usada nos produtos derivados do leite: iogurte, requeijão, queijo, manteiga, 2- Dissacarídeos 2.4- Celobiose • parece maltose mas com a ligação glicosídica ao contrário: ligação (14) • mamíferos digerem maltose porque conseguem quebrar a ligação alfa mas não a celobiose porque não conseguem quebrar a ligação beta POLISSACARÍDEOS • Polissacarídeos são macromoléculas naturais de alto peso molecular que ocorrem em quase todos os organismos animais (ex: glicogênio) e vegetais (amido, celulose, pectinas, etc.) • A principal função bioquímica dos polissacarídeos é servir de reserva energética, bem como servir de material estrutural de vários organismos vivos. • Eles são formados pela condensação (união) de monossacarídeos (ou de seus derivados), formando ligações glicosídicas. • Ligações glicosídicas são ligações químicas covalentes entre dois átomos de carbono intermediadas por um átomo de oxigênio (-C-O- C-) • Os polissacarídeos podem apresentar-se fundamentalmente na configuração de cadeia linear (ex: amilose) e de cadeia ramificada (ex: amilopectina). 3- Polissacarídeos (ou glicanos) Maioria dos Carboidratos encontrados na natureza 3.1- Homopolissacarídeos: 1 tipo de açúcar simples • amido, glicogênio: armazenam glicose energia • celulose, quitina: estruturais (parede celular/ exoesqueleto) Tipo de ligação glicosídica determina sua função: • Celulose/ quitina: estruturais • Amido e glicogênio: armazenamento 3.2- Heteropolissacarídeos: 2 ou + tipos de monossacarídeo 3- Polissacarídeos (ou glicanos) 3.1- Homopolissacarídeos a) Amido: tem duas frações • Formado por glicoses unidas umas as outras por ligação alfa 1-4 (como a maltose): amilose: linear 14 • Essa molécula se enrola em forma dehélice ou espiral • Sintetizada apenas por vegetais. • Tem também a amilopectina que tem além da ligação alfa 1- 4 a ligação 16 (que dá a ramificação da cadeia) 3.1- Homopolissacarídeos a) Amido Amido • O amido é uma longa molécula formada pela união de muitas moléculas de glicose (alfa-glicose), sendo representado pela fórmula (C6H10H5)n e não possui sabor doce. • O amido é um polissacarídeo de reserva em vegetais, ou seja, é uma maneira que eles utilizam para armazenar alimento (glicose) para ser usado quando houver necessidade. • Nosso organismo é capaz de digerir o amido, que é hidrolisado (quebrado) na boca e no intestino, fornecendo glicose. As moléculas desse monossacarídeo passam para a corrente sanguínea e são distribuídas pelo corpo, para ser usadas como fonte de energia. • Em termos de estrutura, o amido de qualquer origem é constituído por uma mistura de dois polissacarídeos, a amilose e a amilopectina. • No amido, a amilose e a amilopectina estão ligadas entre si por ligações químicas fracas, do tipo pontes de hidrogênio. A proporção de cada um destes polissacarídeos é um dos fatores que irá distinguir os amidos de diversas origens. • A amilose é um polissacarídeo linear formado por unidades de D-glicopiranose, unidas entre si por ligações glicosídicas (alfa, 1 4), em números que variam de 200 a 10.000. A amilose é bastante solúvel, porém forma cristais sob algumas condições, como por exemplo na retrogradação do amido. • A amilopectina constitui a fração ramificada do amido e é insolúvel. Ela é formada por várias cadeias compostas de 20 a 25 unidades de alfa-D-glicopiranose. Estas unidas, por sua vez, são unidas entre si tanto por ligações glicosídicas alfa (1 4) e, em menor proporção, por ligações glicosídicas alfa (1 6). extremidade redutora unidades de -D-glicopiranose AMILOSE O OH H H OHH CH2OH O H H O OH H H OHH CH2OH O OH H H OHH CH2OH O H O H H O H H C OH OH H H OHH CH2OH O H ligação glicosídica (1 4) AMILOPECTINA O OH H H OHH CH2OH O H H O OH H H OHH CH2 O O OH H H OHH CH2OH O H O H H O H H C OH OH H H OHH CH2OH O H ligação glicosídica (1 4) O OH H H OHH CH2OH H O H H O OH H H OHH CH2OH O H ligação glicosídica (1 6) Estrutura do amido (amilose) Enzimas que agem sobre o amido As α e β amilases, que quebram as ligações químicas que formam a estrutura do amido. As α e β amilases são encontradas na saliva e no pâncreas, onde elas auxiliam no processo de digestão do amido proveniente da nossa alimentação. As α-amilases atacam as regiões mais ramificadas da amilopectina. Enzimas que agem sobre o amido Já as β -amilases agem sobre os componentes do amido a partir da extremidade não-redutora, o que faz liberar unidades de maltose (dissacarídeo redutor), aumentando assim o poder redutor do sistema. 3.1- Homopolissacarídeos b) Glicogênio • Moléculas de glicose unidas por lig 14 e 16 (maior n° de ramificações que amilopectina) É a reserva de energia dos mamíferos no fígado e nos músculos. Produzidas exclusivamente pelos seres animais Glicogênio O glicogênio e o amido, ingeridos na dieta, são hidrolisados por α- amilases, enzimas da saliva e das secreções intestinais rompem as ligações glicosídicas α (1- 4) entre as unidades de glicose. No quadro abaixo são mostradas as proporções aproximadas de amilose e amilopectina em amidos de diferentes fontes. FONTE DE AMIDO AMILOSE (%) AMILOPECTINA (%) Milho 25 75 Milho c/alto teor de amilose 80 20 Milho ceroso 0 100 Arroz 16 84 Batata doce 18 82 Mandioca 18 82 Batata 18 82 Trigo 24 76 Banana 21 79 3.1- Homopolissacarídeos Amido Glicogênio Vegetais (tubérculos e sementes) Animais (hepatócitos e músculo esquelético) Amilose: cadeias não- ramificadas de D-glicose (14) Amilopectina: cadeias ramific (14) e (16) 1 ramificação a cada 24-30 unidades cadeias ramificadas (14) (16) 1 ramificação a cada 8-12 unidades 3.1- Homopolissacarídeos c) Celulose • madeira, plantas fibrosas • homopolissacarídeo linear D-glicose: ligados por (14) • animais não têm celulase (quebra lig ): não degradam • celulase: bact. trato digestivo de cupins e ruminantes fungos decompõem madeiras Polissacarídeos estruturais • Substância fibrosa, resistente e insolúvel em água, é encontrada na parede celular dos vegetais, particularmente em troncos, galhos e em todas as partes lenhosas; •Homopolissacarídeo linear não ramificado, de 10 a 15mil unidades de D-glicose unidas por ligações β(1-4); Celulose Celulose Estrutura da celulose Estrutura da celulose A celulose não pode ser usada pela maioria dos animais como fonte de energia, porque falta-lhes uma enzima que hidrolise as ligações β (1-4); Estrutura da celulose Ingerir alimentos ricos em celulose, como é o caso de verduras e frutas, é muito importante para a saúde. A falta de fibras celulósicas na dieta está associada a doenças como hemorróidas e câncer intestinal. 3.1- Homopolissacarídeos d) Quitina • Exoesqueleto de invertebrados • Homopolissacarídeo linear (14) • N-acetil-glicosamina Quitina È o principal componente do exoesqueleto duro de aproximadamente 1 milhão de espécies de artrópodes, por exemplo, insetos lagosta e carangueijos; 3.2- Heteropolissacarídeos Parede celular de bactérias Ágar (algas) Glicosaminoglicanos Peptidioglicanas Heteropolímeros constituidos por unidades alternantes de derivados de carboidratos, unidas por ligação β (1-4), interligados por cadeias polipeptídicas curtas; São o componente rígido das paredes celulares bacterianas; RECAPITULANDO... Classificação dos carboidratos Os carboidratos podem ser classificados segundo o número de carbono presentes na sua estrutura química em mono, di, oligo e polissacarídeos. • Monossacarídeos: são compostos que não podem ser hidrolisados a compostos mais simples. Ex.: glicose e frutose. Podem ser ainda ligados por ligações glicosídicas para criar estruturas maiores. • Dissacarídeos: contêm dois monossacarídeos. Ex.: lactose (galactose + glicose), sacarose (glicose + frutose). • Oligossacarídeos: contêm de 3 a 12 unidades de monossacarídeos. Exemplos destes são encontrados nos glicoproteínas. Classificação dos carboidratos • Polissacarídeos: contêm mais que 12 unidades de monossacarídeos, podendo ter centenas. São divididos em: • Homopolissacarídeos: contêm somente uma única espécie de monossacarídeo. Ex.: Glicogênio. • Heteropolissacarídeos: contêm uma série de espécies diferentes de monossacarídeos. Ex.: glicosaminoglicanos. Monossacarídeos Classificação Podem ser classificados de acordo com o número de átomos de carbono que eles contêm. Nomes genéricos Exemplos 3 carbonos trioses gliceraldeido 4 carbonos tetroses eritrose 5 carbonos pentoses ribose 6 carbonos hexoses glicose 7 carbonos heptoses sedoeptulose Aspectos gerais dos monossacarídeos: • Monossacarídeos, monossacarídios ou açúcares simples são carboidratos que não podem ser hidrolisados a compostos mais simples. • São definidos como compostos poli-hidroxílicos contendo um aldeído ou uma cetona como grupos funcionais (Aldose: glicose / Cetose: frutose). • Todos os polissacarídeos, como por exemplo o amido e a celulose, são construídos a partir de moléculas de monossacarídeos. Ciclização Inicialmente, quando as estruturas dos açúcares mais simples foram determinadas, estas foram representadas como aldeídos ou cetonas livres. Para a D-glicose, foi então proposta uma estrutura de cadeia aberta, não-cíclica, como mostra o esquema a seguir: Este tipode fórmula mostrado ao lado tem a vantagem de ser facilmente representada. No entanto, a mesma não expressa com exatidão a real estrutura dos monossacarídeos, uma vez que algumas de suas características só seriam compatíveis se a estrutura também formasse um anel. Estas observações levaram alguns cientistas a concluírem que o grupo C=O não é facilmente encontrado como tal (forma livre), mas sim combinado com um dos grupos –OH da mesma molécula. Esta combinação é chamada de ligação hemiacetálica. C C C C C C OH OH OH OH OH H H H H HO H H D-glicose Na ciclização das cadeias abertas de açúcares, o que ocorre é a reação do grupo OH com grupo C=O, formando a ligação hemiacetálica. Neste momento, na ciclização da cadeia, ocorre a formação de um centro quiral ou carbono anomérico, o que resulta na ocorrência dos isômeros alfa e beta. Isômeros alfa e beta de monossacarídeos redutores (ou seja, aqueles que possuem grupos C=O livres), quando na forma de cristais, são estáveis com relação a sua atividade ótica. O mesmo já não acontece quando os monossacarídeos redutores estão dissolvidos em solução, como mostra o esquema a seguir. Propriedades de Monossacarídeos e Dissacarídeos Açúcares são geralmente sólidos cristalinos, incolores e têm sabor doce. Entre os compostos de sabor doce, a sacarose ou açúcar de cana, que é um dissacarídeo, é talvez o mais conhecido de todos. Monossacarídeos e alguns dissacarídeos são facilmente solúveis em água e suas soluções são opticamente ativas. Atividade ótica é a habilidade de alguns compostos (em solução) girar o plano de uma luz polarizada neles inseridos (se desviam a luz para direita são chamados de Dextrógeros (D) e se desviam para a esquerda são chamados de Levógeros (L)) Estes compostos, graças à presença de de carbonilas livres, reduzem facilmente soluções alcalinas de cobre Cu+2 a Cu+1 (Reação de Fehling). Esta é a razão do uso da denominação açúcares redutores para carboidratos que tenham grupos C=O livre para reagir. Inversão da Sacarose A sacarose é um dissacarídeo dextrorrotatório (desvia o plano de luz polarizada para direita ou no sentido horário) que é facilmente hidrolisável pela via química (com ácidos) ou enzimática (com a enzima invertase) em D-glicopiranose (dextrorrotatório) e D- frutofuranose (dextrorrotatório). Ocorre que, neste processo, a D-frutofuranose se converte imediatamente em uma forma mais estável, a D-frutopiranose, que é altamente levorrotatória (desvia o plano de luz polarizada para esquerda ou no sentido anti-horário). Ao final do processo de hidrólise da sacarose, ocorre a inversão da rotação ótica da solução inicial, ou seja, de dextrorrotatória (+66,5°) ela passa para levorrotatória (-39,9°). Este é o motivo pelo qual o processo de hidrólise da sacarose é chamado de inversão da sacarose, sendo que o produto final da reação (mistura de D-glicopiranose e D-frutopirasone) é chamado de açúcar invertido. hidrólise Sacarose → D-glicopiranose + D-frutofuranose (+66,5º) (+52,5º) ↓ D-frutopiranose (-94,2º) Somatório das rotações óticas resultantes: (+52,5) + (-92,4) = -39,9° (levorrotatória) • Em resumo, o produto da reação se chama açúcar invertido porque a solução inicial de sacarose desvia o plano de luz polarizada no sentido horário e a mistura final hidrolisada (glicose + frutose) desvia no sentido inverso, o anti-horário. A mistura resultante de glicose e frutose (açúcar invertido) é 1,3 vez mais doce do que a sacarose. • Essa doçura se deve a presença da frutose em solução que é cerca de 75% mais doce que o a sacarose; • A frutose também é 83% mais solúvel que a sacarose; • A doçura acentuada do mel de abelhas se deve em parte ao açúcar invertido, produzido por enzimas presentes na abelha. Tais enzimas atuam sobre o açúcar do néctar das plantas. • O açúcar invertido é bastante utilizado quando se deseja obter recheios adocicados de bombons na forma líquida e não cristalizada.
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