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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA Prof. Igor Bomfim Graduação em Enfermagem Especialista em Farmacologia Clínica Mestrado e Doutorado em farmacologia Caso Clínico I Paciente RTO, 45 anos, tabagista há 30 anos, informa que fumava 2 maços de cigarro por dia. Foi diagnósticado com DPOC, apresenta cianose, utilização de musculatura acessória, tosse persistente (expectoração excessiva de muco), dispnéia à esforços, aumento da frequência respiratória e edema periférico. História As quatro funções primárias do sistema respiratório • Troca de gases entre atmosfera e o sangue • Regulação homeostática do PH do corpo • Proteção contra patógenos e substâncias irritantes inalados • Vocalização Variáveis relacionadas as funções 1. O fluxo ocorre de regiões de pressão mais alta para regiões com pressões mais baixas. 2. Uma bomba muscular cria gradientes de pressão. 3. A resistência ao fluxo de ar é influenciada principalmente pelo diâmetro dos tubos pelos quais o ar está fluindo. DIVISÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Quais as funções das vias aeríferas? Durante a respiração o ar flui devido aos gradientes de pressão PULMÕES VENTILAÇÃO RESPIRATÓRIA São três as vantagens fisiológicas do surfactante ao sistema respiratório: 1. Reduz a tensão superficial, o que aumenta a complacência pulmonar e diminui o trabalho respiratório; 2. Promove a estabilidade dos alvéolos e pequenas vias aéreas, ao retardar/impedir seu colabamento; 3. Mantém os alvéolos "secos" -‐ como a tensão superficial tende a fazer colapsar o alvéolo, tende também a sugar líquido para os espaços alveolares, a partir dos capilares. Ao reduzir a tensão superficial, o surfactante previne a transudação de líquido. Epitélio Respiratório Ciliado LOCALIZAÇÃO DOS CENTROS DO CONTROLE RESPIRATÓRIO CONTROLE RESPIRATÓRIO DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC •Condição de obstrução do fluxo de ar na via aérea; •Obstrução difusamente distribuída; •Lesão estrutural; •Obstrução com caráter irreversível; DPOC – Fatores de risco Tabagismo Recrutamento de grande quantidade de células inflamatórias para o sistema respiratórios Recrutamento de grande quantidade de células inflamatórias para o sistema respiratório Células inflamatórias liberam citocinas e outras Substâncias tóxicas na via aérea Lesão irreversível DPOC – Fatores de risco Deficiência da α1-‐antitripsina Diminuição da defesa contra proteases de células inflamatórias Deficiência grave de α1-‐antitripsina leva à DPOC Maior sensibilidade à lesão tabágica 1 a 2% dos indivíduos no mundo possuem esta deficiência Carga tabágica = número de maço/ dia x número de anos como fumante. DPOC – Carga Tabágica Lesões podem aparecer a partir da C.T. = 20 Lesões são muito frequentes com C.T. = 40 DPOC – Fisiopatologia Lesão Enfisematosa Bronquite Obstrutiva Crônica 2 tipos DPOC – Fisiopatologia Lesão Enfisematosa Bronquite Obstrutiva Crônica 2 tipos DPOC – Fisiopatologia Lesão Enfisematosa Bronquite Obstrutiva Crônica Enfisema Ácino Unidade Funcional do Pulmão Bronquíolo terminal Bronquíolo respiratório Ductos Alveolares Saco alveolar Alvéolos Enfisema Pulmonar -‐ CENTROACINAR ➢Destruição importante do bronquíolo respiratório ➢ Lobos superiores TABAGISMO Enfisema Pulmonar -‐ PANACINAR ➢Lesão distribuída por quase todo ácino pulmonar; ➢Predomina em lobos inferiores Deficiência da α1-‐antitripsina Pink Puffers ENFISEMA PULMONAR -‐RETENÇÃO DE CO2 -‐SEM CIANOSE -‐DISPNÉIA -‐PRECUSSÃO CARACTERÍSTICA -‐ORTOPNÉIA -‐TÓRAX DE BARRIL -‐PROLONGAMENTO DO TEMPO DE EXPIRAÇÃO -‐DIÁLOGO EM PEQUENAS SENTENÇAS -‐ANSIESDADE -‐USO DE MUSCULATURAS ACESSÓRIA -‐MAGRO Bronquite Crônica Simples ≠ Bronquite Obstrutiva Crônica TABAGISMO – PRODUÇÃO EXCESSIVA DE MUCO + INIBIÇÃO DO BATIMENTO CILIAR MAIOR PRODUÇÃO DE MUCO À NOITE TOSSE PRODUTIVA + DE 3 MESES CONSECUTIVOS EM 1 ANO (REPETE-‐SE NO ANO SEGUINTE) Bronquite Obstrutiva Crônica INFLAMAÇÃO CRÔNICA Edema da parede bronquiolar + fibrose Estreitamento do lúmem das vias aéreas + OBSTRUÇÃO CRÔNICA Blue Bloaters -‐PROBLEMA NAS VIA AÉREAS -‐CIANOSE -‐TOSSE PERSISTENTE -‐HIPERPRODUÇÃO DE MUCO -‐HIPÓXIA -‐HIPERCAPNIA -‐ACIDOSE RESPIRATÓRIA -‐AUMENTO DA HEMOGLOBINA -‐TAQUIPNÉIA -‐DISPNÉIA DE ESFORÇO -‐COR PULMONALE -‐USO DE MUSCULATURA ACESSÓRIA -‐EDEMA -‐ -‐ -‐ -‐ -‐ DPOC/DIAGNÓSTICO/Prova de Função Respiratória • Índice de Tiffeneau = (VEF1 / CVF) x 100 • Índice de Tiffeneau < 70% após broncodilatador = DPOC; • VEF1 – Estadiamento/Classificação ESPIROMETRIA ESTADIAMENTO DA DPOC DOENÇA LEVE VEF1 ≥ 80% após broncodilatador DOENÇA MODERADA VEF1 ≥ 50%, < 80% após broncodilatador DOENÇA GRAVE VEF1 ≥ 30%, < 50% após broncodilatador DOENÇA MUITO GRAVE VEF1 < 30% após broncodilatador OU hipercapnia OU Cor Pulmonale DPOC/TRATAMENTO • Abstinência ao Tabaco: (1) Reposição de nicotina (2) Bupropiona (3) Vareniclina • Imunização: (1) anti-‐influenza (2) Anti-‐pneumocócica >65 anos ou < 65 anos com VE1 < 40% DPOC/TRATAMENTO ß-‐2 Agonista de AÇÃO RÁPIDA Alívio dos sintomas Apenas S.O.S. DOENÇA LEVE VEF1 ≥ 80% após broncodilatador DPOC/TRATAMENTO ß-‐2 Agonista de AÇÃO PROLONGADA (Salmeterol ou formoterol) + Anticolinérgico de Ação Prolongada (Tiotrópio) DOENÇA MODERADA VEF1 ≥ 50%, < 80% após broncodilatador Reabilitação Cardio-‐pulmonar e Atividade física leve em esteira ergométrica DPOC/TRATAMENTO ß-‐2 Agonista de AÇÃO PROLONGADA (Salmeterol ou formoterol) + Anticolinérgico de Ação Prolongada (Tiotrópio) DOENÇA GRAVE VEF1 ≥ 30%, < 50% após broncodilatador GC inalatório, caso ocorra 2 exacerbações em 1 ano. Teofilina – Aos que não respondem a terapia convencional. REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR DPOC/TRATAMENTO ß-‐2 Agonista de AÇÃO PROLONGADA (Salmeterol ou formoterol) + Anticolinérgico de Ação Prolongada (Tiotrópio) GC inalatório, caso ocorra 2 exacerbações em 1 ano. Teofilina – Aos que não respondem a terapia convencional. REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR DOENÇA MUITO GRAVE VEF1 < 30% após broncodilatador OU hipercapnia OU Cor Pulmonale O2 forma contínua??? Cuidados de Enfermagem na DPOC ✓ Educação do paciente ✓ Exercícios respiratórios ✓ Compassando a atividade ✓ Atividades do autocuidado ✓ Condicionamento física ✓ Terapia com oxigênio ✓ Terapia nutricional ✓ Medidas de enfrentamento Questões Norteadoras • Diferencie bronquite crônica de bronquite simples (clínica e fisiopatologia). • Qual a relação entre DPOC e o desenvolvimento de Cor Pulmonale? • Caracterize os dois estereótipos da DPOC (pink puffers x Blue Bloaters) ASMA ASMA • Obstrução ao fluxo de ar na via aérea; • Episódica; • Reversível: Espontaneamente ou por ação de fármacos; • Fogem à regra: poucos pacientes com asma persistente (remodelamento da via aérea) ASMA – Características Fisiopatogênicas A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação brônquica; Amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas; A resposta inflamatória alérgica é iniciada pela a interação de alérgenos ambientais com algumas células que têm como função apresentá-‐los ao sistema imunológico, mais especificamente os linfócitos Th2; Estes, por sua vez, produzem citocinas responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório. A IL-‐4 tem papel importante no aumento da produção de anticorpos IgE específicos ao alérgeno. ASMA – Características Fisiopatogênicas Vários mediadores inflamatórios são liberados pelos mastócitos (histamina, leucotrienos, triptase e prostaglandinas); Pelos macrófagos: (fator de necrose tumoral – TNF-‐alfa, IL-‐6, óxido nítrico); Pelos linfócitos T: (IL-‐2, IL-‐3, IL-‐4, IL-‐5, fator de crescimento de colônia de granulócitos); Pelos eosinófilos: (proteína básica principal, ECP, EPO, mediadores lipídicos e citocinas). Pelos neutrófilos (elastase) e pelas células epiteliais (endotelina-‐1, mediadores lipídicos, óxido nítrico). ASMA – Mediadores Inflamatórios ASMA – Características Clínicas • Prevalência 20% faixa etária 6-‐7 anos; • Prevalência 20% faixa etária 13-‐14 anos Quando suspeitar? • Dispnéia (“fome de ar”); • Sibilância Torácica (“chieira”); • Opressão torácica (“aperto no peito”) 1 ou mais desses sintomas Noite ou primeiras horas da manhã Exposição à alérgenos ambientais ASMA BRÔNQUICA – Avaliação Funcional. Espirometria Pico Expiratório de Fluxo Máximo – PEF ou Peak flow Pico Expiratório de Fluxo Máximo– PEF ou Peak flow ASMA BRÔNQUICA – Diagnóstico funcional (1) Espirometria com prova broncodilatadora (ß2 – agonista de ação rápida) VEF1 < 80% OU Tiffenau < 75% (Adultos) e < 85% em crianças. Aumento de 7% do VEF1 ! (2) Espirometria após Medicação Controladora OU após acompanhamento. Aumento > 20% VEF1 após 2 semanas de Prednisona (20-‐40 mg/dia) ASMA BRÔNQUICA – Diagnóstico funcional (3) PEF (Peak flow) Aumento do PEF > 15% após ß2 – agonista de ação rápida OU 2 semanas de Prednisona (20-‐40 mg/dia) ! (4) Espirometria com teste provocativo. (Metacolina, Histamina) Queda ≥ 20% VEF1 ASMA BRÔNQUICA – Classificação Quanto a Gravidade. Intermitente Sintomas diurnos ≤ 2 vezes/ semana Sintomas noturnos ≤ 2 vezes/mês PEF ou VEF1 ≥ 80% Persistente Leve Sintomas diurnos > 2 vezes/semana (não diário) Sintomas noturnos > 2 (3-‐4) vezes/mês PEF ou VEF1 ≥ 80% Persistente Moderada Sintomas diurnos > Diários (Sintomas afetam atividades) Sintomas noturnos > 1 vez na semana (mas não diário) PEF ou VEF1: 60% e 80% Persistente Grave Sintomas diurnos: Contínuos com limitação da atividade física Sintomas noturnos: Quase diários PEF ou VEF1: ≤ 60% ASMA BRÔNQUICA – Tratamento com Base na Gravidade. Intermitente Terapia de manutenção NÃO indicada. Persistente Leve Manutenção: Glicocorticóide inalatório (baixa dose). Alternativa: Antileucotrieno. Persistente Moderada Manutenção:Glicocorticóide inalatório (dose baixa à moderada) e ß2 – agonista de ação de ação prolongada . Alternativa: Associar teofilina de ação lenta OU Antileucotrieno ao Glicocorticóide inalatório (dose baixa à moderada) . Persistente Grave Manutenção: Glicocorticóide inalatório (dose alta) + ß2 – agonista de ação de ação prolongada . Alternativa: Associar teofilina de ação lenta OU Antileucotrieno ao esquema acima . TRATAMENTO DA ASMA-‐ Com Base na Gravidade • Anticorpos Monoclonais (Omalizumab) – Pacientes > de 12 anos apresentando altos níveis de IgE com e de difícil controle mesmo com terapia inalatória otimizada. • Imunoterapia – Paciente com asma persistente leve ou moderada sem resposta à Terapia Farmacológica. Cuidados de Enfermagem na Asma Pode variar De acordo com a intensidade/gravidade/estadiamento Avaliar Função respiratória, sons respiratórios, verificar sinais vitais, gravidade dos sinais e sintomas Verificar se há histórico De hipersensibilidade Medicamentosa, ou a outros possíveis alérgenos Administrar broncodilatadores de resgate (prescritos) No caso de Intubação Auxiliar e assistir paciente continuadamente Manter o ambiente livre de alérgenos (poeira, mofo, fumaça) Cuidados de Enfermagem na Asma Posicionar o paciente em Fowler para facilitar a expansão pulmonar; Ficar atenta ao sinais de angústia respiratória ( aumento da FR, inquietude, ansiedade, utilização da musculatura acessória). Aumentar a ingestão de líquidos para 2000ml/ dia para facilitar a fluidificação de secreções; Avaliar frequentemente à resposta a terapia mensurando os valores dos sinais vitais, oximetria e ruídos pulmonares; Estimular a expectoração das secreções aéreas; Cuidados de Enfermagem na Asma Ajudar o paciente a aplicar técnicas de relaxamento; Fornecer um ambiente arejado e sem ruídos; Investigar e debater com a família os agentes causadores da crise asmática. Obrigado! igorbiotech@gmail.com Machupicchu -‐ 2014
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