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Aula 07 Direito Penal

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 07 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARTE II 
Caros alunos, sejam bem vindos a mais uma aula!!! 
Hoje daremos continuidade aos crimes contra a Administração Pública e, diferentemente da 
aula passada em que falamos de delitos cometidos por funcionários contra o poder público, 
trataremos, de forma menos profunda, dos atos ilegais praticados por PARTICULARES 
contra a Administração. Tal conhecimento será fundamental não só para o entendimento 
global do tema, mas também para a correta compreensão dos assuntos que ainda estão por 
vir. 
Após o conhecimento das figuras típicas veremos algumas particularidades referentes a 
TODOS os crimes contra a Administração, assunto esse importantíssimo para sua PROVA. 
Sendo assim, reforce bem os conceitos aprendidos na última aula para não confundir com os 
delitos que aqui serão apresentados e esteja preparado para os exercícios que abrangerão 
TODOS os crimes contra a Administração Pública. 
Vamos começar! 
Bons estudos!!! 
********************************************************************************************************** 
7.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
O título XI do Código Penal traz em seu Capítulo I a previsão dos delitos praticados por 
funcionários públicos contra a Administração, os quais já foram estudados na aula passada. 
Obviamente que apenas tipificar condutas de FUNCIONÁRIOS não protege o normal 
funcionamento da máquina administrativa. Sendo assim, no Capítulo II o legislador inseriu os 
delitos que podem ser praticados por PARTICULARES contra a administração. 
Dito isto, podemos afirmar que o funcionário público não poderá ser enquadrado nos crimes 
do segundo capítulo? 
Claro que não, pois as denominações “crimes praticados por funcionários” e “crimes 
praticados por particular “ foram utilizadas pelo legislador para diferenciar o delito próprio, 
que exige uma qualidade, do comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive 
pelo funcionário que age como particular. 
 7.1.1 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA
 
 
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Usurpar é derivado do latim USURPARE, que significa apossar-se sem ter direito. 
Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de uma função que não lhe é 
devida. Encontra previsão no Código Penal nos seguintes termos: 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 7.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que não lhe compete. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Usurpar (o exercício de função pública) Î Neste ponto, cabe um 
importante comentário. Imagine que Tício, particular, diz para todos 
os seus amigos e familiares que exerce determinada função pública. 
Podemos dizer que ele comete o delito em tela? 
A resposta é NEGATIVA, pois o entendimento é que para ocorrer 
usurpação o particular deve realizar ao menos um ato oficial. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com a prática do primeiro ato de ofício, independente 
do resultado, ou seja, não importando se o exercício da função usurpada é 
gratuito ou oneroso. 
2. É admissível a tentativa. 
 
 
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• TIPO QUALIFICADO 
Encontra previsão no parágrafo único do artigo 328, ocorrendo se o agente obtém 
vantagem moral ou material em razão da usurpação. Veja: 
Art. 328 [...] 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
 Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 7.1.2 RESISTÊNCIA
Imagine que Tício está estudando para fazer prova para a Receita Federal e, após a sua 
aprovação, é designado pelo seu superior para fazer uma diligência em determinada 
empresa. 
Você acha que existe alguma empresa que ADORA receber a visita de um órgão 
controlador? É claro que não e, exatamente por isso, o CP tenta resguardar os agentes 
do poder público da conduta de quem, mediante VIOLÊNCIA FÍSICA ou GRAVE 
AMEAÇA, tenta impedir a execução de ato legítimo. 
Observe o artigo 329: 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando 
auxílio: 
 Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 7.1.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. Regra geral, é cometido pela pessoa a quem se dirige o ato, mas 
nada impede que seja cometido por terceiros. É o caso, por exemplo, do 
particular que vai ser preso e sua família tenta impor resistência. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
 
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• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Opor-se (mediante violência ou ameaça); 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo de agir com violência ou ameaçar; e 
• Finalidade de impedir ato funcional. 
3. NORMATIVO: 
• Está na expressão “legal”. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. É delito formal, consumando-se no momento da violência ou ameaça. 
2. É admissível a tentativa. 
• TIPO QUALIFICADO 
Normalmente a resistência não impede o poder público de agir, somente dificulta a 
ação. Caso o ato não seja realizado em virtude da resistência, incide a 
qualificadora do parágrafo 1º do artigo 329: 
OBSERVAÇÕES: 
• A VIOLÊNCIA DEVE SER DIRIGIDA AO FUNCIONÁRIO. SE FOR 
DIRIGIDA A ALGUMA “COISA” NÃO CARACTERIZA O DELITO. 
EXEMPLO: OS FAMILIARES DO PRESO QUEBRAM O VIDRO DO 
CARRO DA POLÍCIA. 
• PERCEBA QUE O TIPO LEGAL NÃO FALA EM “GRAVE AMEAÇA”, 
MAS SOMENTE EM AMEAÇA. DESTA FORMA, QUALQUER AMEAÇA, 
MESMO QUE BRANDA, ORAL OU POR ESCRITO, CARACTERIZA O 
CRIME. 
 
 
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Art. 329 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
• CONCURSO DE CRIMES 
Na aula anterior, tratamos de alguns crimes que apresentavam o chamado caráter 
subsidiário, ou seja, o agente só seria incriminado caso não houvesse tipo mais grave. 
Com relação à resistência, isto não ocorre. Se da violência advêm uma lesão corporal 
ou até mesmo um homicídio, responde o agente por LESÃO CORPORAL + 
RESISTÊNCIA OU HOMICÍDIO + RESISTÊNCIA. Observe o disposto sobre o tema 
no CP: 
Art. 329 
[...] 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes 
à violência. 
Para este caso, em que as penas de todos os crimes são aplicadas cumulativamente, 
o Direito Penal dá o nome de CONCURSO MATERIAL . 
 7.1.3 DESOBEDIÊNCIA
Encontra previsão no artigo 330 do CP nos seguintes termos: 
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
Quanto a este delito, o CP é bem claro ao dizer que ele é caracterizado pelo não 
cumprimento de ordem LEGAL do funcionário público. 
 7.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
 
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• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa, inclusive por funcionário, desde que o objeto da ordem não esteja 
relacionado com suas funções. 
E se estiver relacionado com as funções? 
Neste caso, não há que se falar em desobediência, podendo ocorrer, por 
exemplo, o delito de prevaricação. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Desobedecer (ordem legal de funcionário público). 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo Î É necessário que o indivíduo saiba que tem o dever de 
cumprir e esteja consciente de que não esta cumprindo. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com a ação ou omissão do desobediente. 
2. É admissível a tentativa. 
7.1.4 DESACATO
Este é o delito que encontramos escrito em papéis colados na parede da maioria dos 
órgãos que atendem público. 
Encontra previsão no artigo 331 do CP nos seguintes termos: 
 Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão 
dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
 
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Tutela-se a Administração Pública no que concerne à dignidade, ao prestígio e ao 
respeito devidos aos seus agentes no exercício da função. 
 7.1.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. Há uma divergência doutrinária e jurisprudencial muito grande 
sobre quando um funcionário público pode cometer desacato. Não vou 
esmiuçar o tema, pois é informação inútil para você. Para sua prova, o 
funcionário público pode cometer o delito de desacato quando na posição 
de PARTICULAR. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Desacatar (funcionário público no exercício da função) Î O desacato 
pode ser por gestos, gritos, agressões, etc. É indispensável, 
entretanto, que o fato seja cometido na presença do sujeito passivo. 
Não há desacato na ofensa por carta, telefone, televisão, etc., 
podendo ocorrer o delito de injúria. 
NO CRIME DE DESACATO, O FUNCIONÁRIO PÚBLICO DEVE ESTAR NO EXERCÍCIO 
DA FUNÇÃO; OU, AINDA QUE FORA DO EXERCÍCIO, A OFENSA DEVE SER FEITA EM 
RAZÃO DA FUNÇÃO. É O CASO, POR EXEMPLO, DO PARTICULAR QUE ENCONTRA 
UM JUIZ EM UM SUPERMERCADO E DIZ: “JUIZ É TUDO LADRÃO, INCLUSIVE 
VOCÊ”. 
NO DESACATO, A OFENSA NÃO PRECISA SER PRESENCIADA POR OUTRAS 
PESSOAS. 
 
 
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Eu vou 
desviar, mas 
já consumou 
o desacato!! 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com o ato ofensivo. 
2. Segundo doutrina majoritária, NÃO é admissível a tentativa. Alguns autores 
dizem ser possível, como no caso de um indivíduo que joga alguma coisa 
em um funcionário público e erra. Mas, repetindo, para A SUA PROVA não 
é admissível a tentativa. 
7.1.5 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
É o delito praticado por particular contra a Administração Pública, no qual determinada 
pessoa, usufruindo de sua influência sobre ato praticado por funcionário público no 
exercício de sua função, solicita, exige, cobra ou obtêm vantagem ou promessa de 
vantagem para si ou para terceiros. 
Apresenta a seguinte redação típica: 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem 
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
O DESACATO É UM CRIME FORMAL E, CONSEQUENTEMENTE, INDEPENDE 
SE O FUNCIONÁRIO SENTIU-SE OFENDIDO OU NÃO. 
BASTA QUE A CONDUTA SEJA CAPAZ DE CAUSAR DANO À SUA HONRA 
PROFISSIONAL. 
 
 
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Para ficar mais claro, podemos dizer que este delito caracteriza uma forma de fraude, em 
que o sujeito, alegando ter prestígio junto a funcionário público, engana a vítima através 
da promessa de poder alterar algum ato praticado pelo poder público. 
A expressão “a pretexto” significa “com a desculpa”, no sentido de que o agente FAZ 
UMA SIMULAÇÂO. 
“Mas, professor!!! E se ele realmente tiver prestígio frente ao funcionário público?” 
Mesmo assim, persiste o delito, pois o que caracteriza o tráfico de influência é a 
FRAUDE, ou seja, ele promete que vai influenciar ato com a idéia de não fazer nada. 
 7.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Solicitar; 
• Exigir; 
• Cobrar; 
• Obter; 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• A expressão “para si ou para outrem”. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. No verbo obter, trata-se de CRIME MATERIAL e a consumação ocorre no 
momento em que o sujeito obtém a vantagem (ou a promessa). Nos verbos 
solicitar, exigir e cobrar temos o CRIME FORMAL e a consumação opera-se 
com a simples ação do sujeito. 
VANTAGEM OU 
PROMESSA DE VANTAGEM 
 
 
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2. É admissível a tentativa. 
• CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
A pena é aumentada se o agente alega ou insinua que a vantagem também é 
destinada ao funcionário público. 
Sabe aqueles “flanelinhas” que querem exigir valores (vantagem) para que 
possamos estacionar? Imagine que um deles fale para você: 
“Mano, aqui num pode para não...Mas, nois têm contexto com os pulicia e eles 
libera o local em troca de um dinheiro” (Obs: Copiei exatamente a fala...com uns 
“pequenos” errinhos gramaticais). 
Neste caso, é tráfico de influência com causa de aumento de pena. 
Art. 332 
[...] 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
 7.1.6 CORRUPÇÃO ATIVA
Na aula passada, tratamos de um importante delito chamado corrupção passiva. Você 
lembra? Claro que sim!!! Sobre ele dispõe o CP: 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem 
Perceba que na corrupção passiva o funcionário SOLICITA OU RECEBE vantagem. 
Diferentemente, na corrupção ativa o PARTICULAR OFERECE OU PROMETE 
vantagem. Observe: 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
 
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 7.1.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa, inclusive por funcionário público, desde que não aja nesta 
qualidade. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Oferecer (vantagem indevida); 
• Prometer; 
Sendo assim, inexiste delito no caso de ausência de oferta ou promessa de 
vantagem. Exemplo: Se Tício pede a Mévio (Funcionário Público) que passe 
seu processo na frente sem oferecer qualquer vantagem, obviamente não é 
crime. 
Mas e se o funcionário EXIGE vantagem? É corrupçãopassiva ou ativa? 
Nem um nem outro!!! É o delito de CONCUSSÃO que já vimos aula 
passada: 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida. 
 
 
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2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• A expressão “para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício”. 
Se inexiste qualquer dos dois elementos, o fato é ATÍPICO. 
3. NORMATIVO: 
• Encontra-se na expressão “indevida”, referindo-se à vantagem. 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é FORMAL e consuma-se no momento em que o funcionário 
público toma conhecimento da oferta ou promessa. 
2. É admissível a tentativa. 
• TIPO QUALIFICADO 
Art. 333 
[...] 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o 
pratica infringindo dever funcional. 
 
 
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 7.1.7 CONTRABANDO E DESCAMINHO
O art. 334 do Código Penal menciona os crimes de contrabando e descaminho: 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em 
parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou 
pelo consumo de mercadoria: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Embora eles estejam no mesmo artigo, são crimes distintos e quase sempre confundidos. 
Vamos compreender a diferenciação: 
Contrabando é a entrada ou saída de produto proibido ou que atente contra a saúde ou a 
moralidade. Já o descaminho é a entrada ou saída de produtos permitidos, mas sem 
passar pelos tramites burocráticos / tributários devidos. 
Por exemplo, se alguém traz uma televisão ou filmadora do Paraguai sem pagar os 
tributos devidos, o crime não é de contrabando, mas de descaminho. 
Diferentemente, se alguém traz cigarros do Paraguai (produto cuja importação é proibida 
pela lei brasileira) ou armas e munições (produtos que só podem ser importados se o 
governo autorizar), o crime é de contrabando. 
Sendo assim, diferentemente do que normalmente escutamos na televisão, as famosas 
sacoleiras não cometem o crime de contrabando, mas de descaminho. 
 7.1.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. 
Quanto ao funcionário público, aqui temos que ter uma GRANDE atenção: 
Se este participa do fato com INFRAÇÃO DE DEVER FUNCIONAL, comete 
o delito do artigo 318 que tratamos aula passada: 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de 
contrabando ou descaminho 
 
 
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Diferentemente, se não afronta dever funcional, responde por contrabando 
ou descaminho. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Importar / Exportar (mercadoria proibida Î Contrabando) 
• Iludir (o pagamento de tributo exigido Î Descaminho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Se a mercadoria deu entrada ou saída pela alfândega, a consumação 
ocorre no momento em que a mercadoria é liberada. Se a conduta é 
interrompida e não ocorre a liberação, há tentativa. 
Se a mercadoria entra por outro local que não pela aduana, consuma-se o 
delito no momento da entrada em território nacional. 
2. É admissível a tentativa. 
• TIPO QUALIFICADO 
O parágrafo 3º do artigo 334 amplia a pena caso o delito seja cometido via 
transporte aéreo. Observe: 
Art. 334 
[...] 
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho 
é praticado em transporte aéreo. 
 
 
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A idéia da qualificadora é dar um tratamento especial à este meio de transporte 
que acaba por dificultar a fiscalização. Faz-se mister destacar que só incide o 
aumento de pena quando o transporte aéreo é clandestino. Se o indivíduo pratica 
contrabando embarcando na TAM ou na GOL, por exemplo, não há que se falar 
em tipo qualificado. 
• CONTRABANDO OU DESCAMINHO POR ASSIMILAÇÃO 
Caro aluno, este item praticamente não é exigido em prova. Desta forma, vou tratá-
lo de uma maneira geral, não sendo necessário “perder” muito tempo com este 
item. 
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 334: 
Art. 334 
[...] 
§ 1º - Incorre na mesma pena quem: 
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho; 
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu 
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser 
produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação 
fraudulenta por parte de outrem; 
Cabotagem é a navegação realizada entre portos interiores do país pelo 
litoral ou por vias fluviais. A cabotagem se contrapõe à navegação de 
longo curso, ou seja, aquela realizada entre portos de diferentes nações. 
A alínea “b” é um exemplo da chamada norma penal em branco. Ela 
depende de leis especiais que NÃO CAEM NA SUA PROVA!!! 
 
 
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d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, 
desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos 
que sabe serem falsos. 
Por fim, o parágrafo 2º estende o conceito de atividade comercial nos seguintes 
termos: 
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
7.1.8 INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU SINAL
Visando mais uma vez à proteção da Administração Pública, o legislador fez constar no 
Código Penal que constitui crime: 
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado 
por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, 
por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar 
ou cerrar qualquer objeto: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
O indivíduo que pratica contrabando e depois é surpreendido vendendo a 
mercadoria, não responde por dois delitos, mas somente pelo 
contrabando ou descaminho. 
Esta última alínea trata da receptação de mercadorias objeto do 
contrabando. Se o sujeito agiu dolosamente, responde pelo delito de 
contrabando e descaminho. Se culposamente, incide nas penas de 
receptação culposa. 
 
 
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Conforme deixa claro o supracitado artigo, o tipo prevê duas figuras: 
• INUTILIZAÇÃO DE EDITAL; 
• INUTILIZAÇÃO DE SELO OU SINAL 
 7.1.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que não lhe compete. 
2. SUJEITO PASSIVO: É oESTADO. 
• ELEMENTOS: 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
EDITAL Î GENERICAMENTE, EDITAL É UMA PUBLICAÇÃO PARA CONHECIMENTO DE 
TERCEIROS. A FINALIDADE É TORNAR PÚBLICO DETERMINADO FATO OU ATO, SEJA 
POR CAUTELA, SEJA POR PUBLICIDADE OU SEJA PARA CUMPRIR UM REQUISITO 
LEGAL. OS EDITAIS SÃO PUBLICADOS NA IMPRENSA E TAMBÉM SÃO AFIXADOS (EM 
PORTAS OU CORREDORES) NA REPARTIÇÃO OU SEÇÃO RELACIONADA AO TEMA DO 
EDITAL. 
SELO OU SINAL Î É O MEIO UTILIZADO PARA IDENTIFICAR OU FECHAR QUALQUER 
COISA (MÓVEL OU IMÓVEL). 
 
 
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1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Rasgar; 
• Inutilizar; 
• Conspurcar. 
• Violar; 
• Inutilizar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. Consuma-se o delito com o ato de rasgar, inutilizar, conspurcar ou violar. 
2. Trata-se de CRIME MATERIAL e admite a tentativa. 
7.9.1 SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU 
DOCUMENTO
Vimos na aula passada o delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou 
documento, tipificado da seguinte forma: 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda 
em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. 
Do supra artigo fica óbvio, então, a preocupação do legislador em tutelar, frente à atuação 
funcional, a guarda de livros oficiais ou documentos públicos. 
No mesmo sentido, o Código Penal vem aumentar a tutela sobre livros e documentos, 
estendendo também aos particulares nos seguintes termos: 
SELO OU SINAL
EDITAL
 
 
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 Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo 
ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de 
particular em serviço público: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
 7.1.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por qualquer 
pessoa. Se cometido por funcionário público, conforme já vimos, incide o 
tipo especial do artigo 314; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Subtrair; 
• Inutilizar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com a subtração ou efetivação da inutilização. 
2. Trata-se de crime material e admite a tentativa. 
7.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
LIVRO OFICIAL / PROCESSO / DOCUMENTO 
 
 
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7.2.1 CONCURSO DE PESSOAS
Este tema não está diretamente previsto no seu edital, entretanto, creio ser necessário ao 
menos um conhecimento básico sobre o tema no que diz respeito aos crimes contra a 
Administração Pública. 
Imagine que Tício, funcionário público, pratica o delito de peculato junto com Mévio, que 
não faz parte do quadro da Administração. Poderá Mévio, sendo particular, responder 
pelo citado crime (PECULATO)? 
A resposta é positiva, pois na hipótese de concurso de pessoas, a elementar “funcionário 
público” é comunicável, desde que cumprido um requisito essencial: É necessário que o 
terceiro (particular) tenha conhecimento de que pratica o delito juntamente com um 
funcionário público. Observe o disposto sobre o tema no Código Penal: 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Para exemplificar, imagine que Caio é convidado por Tício, funcionário público, para 
cometer um furto. Sem saber da qualidade especial de Tício, Caio pratica o delito. Nesta 
situação, responderá Tício por peculato-furto e Caio por furto. 
É importante ressaltar que não há necessidade de que o terceiro conheça EXATAMENTE 
o que o funcionário público faz, ou seja, aqui vale o dolo eventual, bastando que saiba 
que o “companheiro do delito”, também chamado executor primário, exerce serviço de 
natureza pública. 
7.2.2 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS DELITOS FUNCIONAIS
O direito penal surge para tutelar bens jurídicos importantes para a sociedade. Sabemos 
que existe, por exemplo, o crime de furto a fim de resguardar o patrimônio das pessoas. 
Dito isto, imagine que Tício está passando ao lado de uma construtora quando avista um 
saco cheio de pregos (mais precisamente 10000 pregos). Inconformado com um pedaço 
de carne que havia permanecido em local indevido desde o almoço, resolve pegar UM 
prego do saco a fim de utilizá-lo como instrumento de limpeza dental. 
Neste caso, em sua opinião, Tício deveria ser preso? 
Independentemente da resposta, é claro que não é para estes casos ínfimos que o direito 
penal existe. Sendo assim, para evitar situações absurdas surge o princípio da 
insignificância, que é utilizado pela jurisprudência em diversos casos. Veja um exemplo: 
 
 
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Surge, entretanto, dúvida quanto à possibilidade da aplicabilidade do princípio da 
insignificância aos crimes cometidos contra a administração pública, e os não adeptos 
defendem que a tipificação de tais delitos não visa resguardar somente o patrimônio, mas 
também a moral da administração. 
Independentemente de qualquer DIVERGÊNCIA doutrinária, para sua PROVA, adote o 
seguinte entendimento: 
STJ. HABEAS CORPUS Nº 120.429 - MG (2008/0249771-9) 
HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE FURTO SIMPLES. RES FURTIVA: UMA PIA DE 
MÁRMORE EM VALOR ESTIMADO DE R$ 35,00. ANTECEDENTES CRIMINAIS 
DESFAVORÁVEIS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. 
ORDEM CONCEDIDA, PARA, APLICANDO O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, 
ABSOLVER O PACIENTE. 
1. O princípio da insignificância, que está diretamente ligado aos postulados da 
fragmentariedade e intervenção mínima do Estado em matéria penal, tem sido acolhido 
pelo magistério doutrinário e jurisprudencial tanto desta Corte, quanto do colendo 
Supremo Tribunal Federal, como causa supra-legal de exclusão de tipicidade. Vale 
dizer, uma conduta que se subsuma perfeitamente ao modelo abstrato previsto na 
legislação penal pode vir a ser considerada atípica por força deste postulado. 
2. No caso em apreço, o valor total do bem furtado pelo paciente, além de ser ínfimo, 
não afetou de forma expressiva o patrimônio da vítima, razão pela qual incide na 
espécie o princípio da insignificância. Precedentes. 
ÉÉ PPOOSSSSÍÍVVEELL AA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDOO PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDAA 
IINNSSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA AAOOSS CCRRIIMMEESS FFUUNNCCIIOONNAAIISS.. 
 
 
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RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
USURPAÇÃO DE 
FUNÇÃO PÚBLICA 
Usurpar o exercício de função 
pública. 
Se do fato o agente aufere 
vantagem Î Tipo qualificado. 
O crime é consumado com a 
prática do primeiro ato de 
ofício, independente do 
resultado, ou seja, não 
importando se o exercício da 
função usurpada é gratuito ou 
oneroso. 
RESISTÊNCIA 
Opor-se à execução de ato legal 
mediante violência ou ameaça à 
funcionário competente para 
executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. 
Se o ato, em razão da resistência, 
não se executa Î Tipo 
qualificado. 
É delito formal, consumando-
se no momento da violênciaou ameaça. 
DESOBEDIÊNCIA 
Desobedecer à ordem legal de 
funcionário público. 
O crime é consumado com a 
ação ou omissão (omissivo 
próprio) do desobediente. 
DESACATO 
Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão 
dela. 
O crime é consumado com o 
ato ofensivo. 
TRÁFICO DE 
INFLUÊNCIA 
Solicitar, exigir, cobrar ou obter, 
para si ou para outrem, vantagem 
ou promessa de vantagem, a 
pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público 
no exercício da função. 
A pena é aumentada da metade 
se o agente alega ou insinua que 
No verbo obter, trata-se de 
CRIME MATERIAL e a 
consumação ocorre no 
momento em que o sujeito 
obtém a vantagem (ou a 
promessa). 
Nos verbos solicitar, exigir e 
cobrar, temos o CRIME 
 
 
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a vantagem é também destinada 
ao funcionário. 
FORMAL e a consumação 
opera-se com a simples ação 
do sujeito. 
CORRUPÇÃO ATIVA 
Oferecer ou prometer vantagem 
indevida a funcionário público, 
para determiná-lo a praticar, omitir 
ou retardar ato de ofício. 
A pena é aumentada de um terço 
se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda 
ou omite ato de ofício ou o pratica 
infringindo dever funcional. 
O crime é FORMAL e 
consuma-se no momento em 
que o funcionário público toma 
conhecimento da oferta ou 
promessa. 
CONTRABANDO OU 
DESCAMINHO 
Importar ou exportar mercadoria 
proibida ou iludir, no todo ou em 
parte, o pagamento de direito ou 
imposto devido pela entrada, pela 
saída ou pelo consumo de 
mercadoria. 
Se a mercadoria deu entrada 
ou saída pela alfândega, a 
consumação ocorre no 
momento em que a 
mercadoria é liberada. Se a 
conduta é interrompida e não 
ocorre a liberação, há 
tentativa. 
Se a mercadoria entra por 
outro local que não pela 
aduana, consuma-se o delito 
no momento da entrada em 
território nacional. 
INUTILIZAÇÃO DE 
EDITAL OU DE 
SINAL 
Rasgar ou, de qualquer forma, 
inutilizar ou conspurcar edital 
afixado por ordem de funcionário 
público; violar ou inutilizar selo ou 
sinal empregado, por 
determinação legal ou por ordem 
de funcionário público para 
identificar ou cerrar qualquer 
objeto. 
Trata-se de CRIME 
MATERIAL. Consuma-se o 
delito com o ato de rasgar, 
inutilizar, conspurcar ou violar. 
 
 
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SUBTRAÇÃO OU 
INUTILIZAÇÃO DE 
LIVRO OU 
DOCUMENTO 
Subtrair ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, 
processo ou documento confiado 
à custódia de funcionário em 
razão de ofício ou de particular 
em serviço público. 
O crime é consumado com a 
subtração ou efetivação da 
inutilização. 
********************************************************************************************************** 
FUTURO(A) APROVADO(A), 
Mais uma etapa completada. Aqui finalizamos o tema CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e, para complementar, nada mais importante do que muita 
prática. 
Sendo assim, seguem 50 exercícios para você se divertir e consolidar de vez o aprendizado. 
Procure fazer primeiro a lista com as questões SEM O GABARITO apresentada no final da 
aula e depois confira suas respostas. 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
"A vitória pertence ao mais perseverante.” 
(Napoleão Bonaparte) 
 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA
DOS CRIMES PRATICADOS POR 
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
Desobediência 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Tráfico de Influência 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da 
função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a 
vantagem é também destinada ao funcionário. 
 
 
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EXERCÍCIOS
1. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Considere a seguinte situação hipotética. Tancredo 
recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função pública 
de agente da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de 
agrado. Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o 
qual, para se consumar, tem como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado 
pelo funcionário público. 
GABARITO: ERRADO 
COMENTÁRIOS: Ainda que seja para a prática de ato legal, se a autoridade pública recebe 
vantagem indevida, haverá corrupção passiva, denominada doutrinariamente de “corrupção 
passiva imprópria”. 
2. (CESPE / Polícia Federal / 2009) Caso um policial federal preste ajuda a um 
contrabandista para que este ingresse no país e concretize um contrabando, 
consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o contrabandista não 
consiga ingressar no país com a mercadoria. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: No crime de facilitação do contrabando e do descaminho (art. 318, CP), o 
crime se consuma com a facilitação, NÃO SENDO NECESSÁRIO QUE ESTEJA 
CONSUMADO O CONTRABANDO OU DESCAMINHO (crime formal). Em outras palavras, o 
crime SE CONSUMA com a AJUDA PRESTADA, INDEPENDENTEMENTE DO 
RESULTADO. 
3. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de corrupção passiva, se, por causa do delito, o 
funcionário retardar a prática de ato de ofício, haverá mero exaurimento da conduta 
delituosa, que não conduz ao aumento de pena. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Contraria o parágrafo 1º do artigo 317, que traz causa de aumento de pena 
para a situação em que o funcionário retarda a prática de ato de ofício em virtude da 
corrupção passiva. Veja: 
 
 
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Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem 
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício 
ou o pratica infringindo dever funcional. 
4. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou 
sentimento pessoal, que motiva a prática do crime, é necessária para a existência do 
crime.GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Está perfeita. O artigo 319 dispõe: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
Vimos em nossa aula: 
Elemento SUBJETIVO: São dois: 
• Dolo; 
• A expressão “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Sem 
esta finalidade em consonância com o dolo, a conduta é atípica. 
5. (CESPE / TRE – GO / 2009) Pratica crime de prevaricação o funcionário que deixa, 
por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Trata da condescendência criminosa, tipificada no artigo 320 do Código 
Penal: 
 
 
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Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 
6. (CESPE / TRE – GO / 2009) No crime de advocacia administrativa, a legitimidade ou 
ilegitimidade do interesse privado patrocinado perante a administração pública não 
influi na pena. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Na advocacia administrativa, a legitimidade ou ilegitimidade do interesse 
patrocinado influencia na pena, sendo maior, obviamente, se for ilegítimo. Veja: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
7. (CESPE / TRE – SC / 2005) A punibilidade do peculato culposo se extingüe com a 
reparação do dano mesmo após a prolação da sentença condenatória irrecorrível. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Só extingue se ocorre ANTES da prolação da sentença irrecorrível. 
Posteriormente à sentença, como já vimos, reduz à metade. 
8. (CESPE / TRE – SC / 2005) O crime de advocacia administrativa só pode ser 
praticado pelo funcionário público, que precisa ser bacharel em Direito e inscrito na 
Ordem dos Advogados do Brasil. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Às vezes, eu não entendo de onde vem tanta criatividade por parte da 
banca. Necessidade em ser bacharel em direito e inscrito na ordem para praticar advocacia 
administrativa foi demais!!! 
 
 
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9. (CESPE / TRE – SC / 2005) O abandono de função, ainda que outrem substitua o 
agente e perdure por pouco tempo, basta para a tipificação do crime previsto no artigo 
323 do Código Penal. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Para caracterizar o delito, o abandono deve ser por um período razoável e 
deve acarretar ao menos a probabilidade de dano ao poder público. 
10. (CESPE / TRE – SC / 2005) A desobediência é crime que apenas o particular pode 
praticar contra a Administração em geral. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Sabemos que o funcionário, quando fora de suas funções, ou seja, 
ATUANDO COMO PARTICULAR, também pode cometer o delito, mas em nenhum momento 
isso torna incorreta a questão. 
11. (FCC / AUDITOR TCE – SP / 2008 - Adaptada) O crime de advocacia administrativa 
previsto no art. 321 do Código Penal: 
A)exige que o sujeito ativo seja advogado. 
B)ocorre unicamente no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
C)consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente 
da obtenção do resultado pretendido. 
D)ocorre no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja 
invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário. 
E)exige que o interesse patrocinado seja ilegítimo. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Relembrando, o crime de advocacia administrativa está presente no 
Código Penal nos seguintes termos: 
 
 
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Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário 
. 
Alternativa “A” Î A advocacia administrativa é crime próprio, podendo ser praticado por 
funcionário público. Embora pareça pelo nome, não tem nenhuma relação com o exercício da 
advocacia (realizada pelo profissional da área de Direito). 
Alternativa “B” Î O artigo 321 abrange toda a administração pública e não apenas a 
administração fazendária. 
Alternativa “C” Î É a alternativa correta. Mais uma vez o quadro resumo do final da aula é 
suficiente para que você acerte a questão. Como vimos, a advocacia administrativa 
consuma-se com a realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente da obtenção 
do resultado pretendido. 
Alternativa “D” Î Essa alternativa está incorreta e trata de um delito novo criado pelo 
examinador, mas não da advocacia administrativa. 
Alternativa “E” Î O delito de advocacia administrativa independe se o interesse patrocinado 
é legítimo ou ilegítimo. Caso ilegítimo, o crime é qualificado. 
12. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Luiz é um dos funcionários da secretaria de 
uma Vara do Trabalho encarregados de dar andamento aos processos que ali 
tramitam. Um dia, colocou o processo referente à reclamação trabalhista formulada 
por um inimigo seu, com intuito de prejudicá-lo, num pacote de processos que seriam 
enviados para o arquivo. Esse procedimento retardou por mais de um ano o 
andamento da referida reclamação. Nesse caso, Luiz 
A) não praticou crime contra a administração pública. 
B) cometeu crime de prevaricação. 
C) praticou delito de abuso de autoridade. 
D) cometeu crime de excesso de exação. 
E) praticou delito de exercício funcional ilegalmente prolongado. 
GABARITO: B 
 
 
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COMENTÁRIOS: No caso apresentado pela banca, Luiz retarda, indevidamente, ato de 
ofício, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal...Logo, caríssimo(a) aluno(a), 
pratica. ...PREVARICAÇÃO!!! Veja a tipificação penal: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
13. (FCC / TCE – CE / 2006) A exigência pelo oficial do cartório de registro de imóveis 
de emolumentos, que sabe ou deve saber indevidos, por superiores aos previstos no 
Regimento de Custas e Emolumentos, 
A) configura o delito de corrupção passiva. 
B) configura o crime de concussão. 
C) tipifica o delito de emprego irregular de verbas públicas. 
D) caracteriza o crime de corrupção ativa. 
E) N.R.A 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Essa questão tenta enganar o candidado quanto ao conceito do excesso 
de exação. Vejamos: 
O oficial de cartório não exige vantagem para ele, logo, não é concussão. 
Não solicita vantagem, logo, não é corrupção passiva. 
É funcionário público para fins penais, logo, não é corrupção ativa. 
Não tem competência para empregar vebas públicas, logo, não é delito de emprego irregular 
de verbas públicas. 
14. (FCC / TCE – CE / 2006) A respeito do crimede peculato, é correto afirmar que 
A) o ressarcimento do dano posterior à sentença irrecorrível, em se tratando de peculato 
culposo, reduz de metade a pena imposta. 
B) a aprovação das contas pelo Tribunal de Contas exclui a possibilidade de reconhecimento 
do delito de peculato. 
 
 
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C) o ressarcimento do dano, em se tratando de peculato doloso, implica em extinção da 
punibilidade pela perda do objeto. 
D) esse delito, seja na forma de apropriação, seja na forma de desvio, não admite tentativa. 
E) é indispensável à caracterização do peculato doloso a fixação do montante exato da 
vantagem obtida pelo agente. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento da possibilidade de extinção da 
punibilidade / diminuição de pena no peculato culposo. 
Art. 312 - Peculato 
[...] 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à 
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz 
de metade a pena imposta. (grifei) 
Alternativa “B” Î Está incorreta, pois o delito pode ser reconhecido mesmo após a 
aprovação das contas pelos Tribunais de Contas. 
Alternativa “C” Î Não há extinção de punibilidade para o peculato doloso. 
Alternativa “D” Î O peculato admite tentativa. 
Alternativa “E” Î Não é indispensável. Basta que haja a conduta tipificada. 
 
15. (FCC / TCE – MG / 2004) No peculato, o objeto material do crime pode ser: 
A) dinheiro, valor ou qualquer bem móvel ou imóvel, particular. 
B) móvel, sempre público. 
C) móvel ou imóvel, público ou particular. 
D) móvel ou imóvel, sempre público. 
 
 
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E) móvel, público ou particular. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A resposta encontra-se na definição do Peculato pelo Código Penal: 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. (grifei) 
16. (FCC / ISS–SP / 2007) A conduta do funcionário público que, em razão da função 
exercida, solicita vantagem indevida, sem, contudo, chegar a recebê-la, caracteriza, em 
tese, 
A) tentativa de corrupção passiva. 
B) tentativa de concussão. 
C) corrupção passiva consumada. 
D) corrupção ativa consumada. 
E) concussão consumada. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Mais uma vez a banca tenta ser capciosa para derrubar o candidato, mas 
na prova é você que vai derrubá-la! Observe que no quadro resumo dos delitos que a 
corrupção passiva é crime Formal e o delito se consuma no momento em que a solicitação 
chega ao conhecimento do terceiro. Sendo assim, independe se a vantagem indevida foi ou 
não recebida. 
17. (FCC / ISS-SP / 2007) Admite a modalidade culposa: 
A) a concussão. 
B) a prevaricação. 
C) a corrupção passiva. 
D) o peculato. 
E) o falso testemunho. 
 
 
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GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Caro aluno...Outra questão de prova e outra questão que exige o simples 
conhecimento de que somente o PECULATO admite a modalidade culposa. Sendo assim, no 
local onde você estiver agora, repita bem alto: SOMENTE O PECULATO ADMITE A 
MODALIDADE CULPOSA!!! 
18. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Plínio, vendedor ambulante, aproveitando-
se de um descuido do motorista de um veículo da Prefeitura Municipal de sua cidade, 
subtraiu a quantia de R$ 5.000,00, referente à arrecadação municipal do dia que estava 
sendo levada para ser depositada na conta corrente da municipalidade. Em tal 
situação, é correto afirmar que Plínio 
 
A) não cometeu o crime de peculato doloso, porque não era funcionário público para efeitos 
criminais. 
B) cometeu o crime de peculato por erro de outrem, porque se aproveitou da negligência do 
motorista do veículo. 
C) praticou o delito de peculato-furto, porque subtraiu valores em dinheiro pertencentes à 
municipalidade. 
D) cometeu o delito de peculato culposo, porque foi negligente em não deduzir que o dinheiro 
poderia pertencer à municipalidade. 
E) praticou o delito de peculato doloso, porque se apropriou de bem móvel público. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: O peculato é um crime próprio no qual se exige a qualidade de funcionário 
público. No caso em questão, Plínio NÃO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, portanto, não há que 
se falar em peculato. 
19. (ESAF / PGE – MA / 2003) Para efeitos penais, considera-se funcionário público 
quem exerce: 
A) cargo ou emprego público, mas não função pública transitória. 
B) cargo, emprego ou função pública, ainda que sem remuneração. 
C) emprego ou função pública, mas não cargo público remunerado. 
D) cargo, emprego ou função pública, desde que remunerados. 
 
 
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E) cargo ou função pública, mas não emprego público transitório. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Nos termos do caput do artigo 327, considera-se funcioário público quem 
exerce: 
1- CARGO 
2- EMPREGO 
3- FUNÇÃO PÚBLICA 
20. (ESAF / PGE – MA / 2003) O funcionário que patrocina interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se de sua qualidade, comete o crime de: 
 
A) tráfico de influência. 
B) exploração de prestígio. 
C) concussão. 
D) advocacia administrativa. 
E) condescendência criminosa. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Falou em PATROCINAR interesse privado...Falou em ADVOCACIA 
ADMINISTRATIVA. 
21. (CESPE / TJ – SE / 2004) Assinale a alternativa correta. 
A) Para efeitos penais, funcionário público é aquele que exerce cargo público remunerado, 
não sendo assim considerados aqueles que exercem emprego ou função pública. 
B) O funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, responde por crime de 
prevaricação. 
TRANSITÓRIA OU NÃO. 
COM OU SEM REMUNERAÇÃO. 
 
 
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C) O funcionário público que exige, para si ou para outrem, vantagem indevida, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, responde 
por crime de concussão. 
D) Solicitação de vantagem indevida feita por funcionário público, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
corresponde ao crime de excesso de exação. 
E) O funcionário público que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, com o intuito de satisfazer sentimento ou 
interesse pessoal, responde por crime de condescendência criminosa. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas. 
Alternativa “A” Î Já vimos exaustivamente que o conceito de funcionário público para fins 
penais abrange cargo, emprego e função. 
Alternativa “B” Î Responde por peculato e não por prevaricação. 
Alternativa “C” Î Corresponde à exata definição da concussão. 
Alternativa “D” Î Solicitar vantagem...Corrupção passiva e não excesso de exação. 
Alternativa “E” Î Trata da prevaricação e não da condescendênciacriminosa. 
22. (FCC / TJ – PA / 2009) Quem patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário público, 
A) responderá no máximo por crime culposo. 
B) não pratica nenhuma infração, se advogado. 
C) pratica o crime de Advocacia Administrativa. 
D) não pratica nenhum crime, posto que tinha pleno conhecimento da legalidade do ato. 
E) não responderá pela prática se ocupante de cargo de comissão ou função de direção. 
GABARITO: C 
 
 
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COMENTÁRIOS: Mais uma sobre a advocacia administrativa. Falou em partrocinar, falou em 
advocacia administrativa. 
23. (CESPE / JUIZ – TRT / 2005) Augusto, servidor autárquico, alardeando prestígio, 
visando a obter vantagem econômica (dinheiro), convence Bernardo a entregar-lhe 
determinada quantia, a pretexto de influenciar um determinado funcionário da justiça, 
no exercício da função, a deferir a pretensão exposta. Na hipótese, a conduta de 
Augusto configura: 
A) peculato mediante erro de outrem. 
B) crime de corrupção ativa. 
C) crime de corrupção passiva. 
D) advocacia administrativa. 
E) crime de tráfico de influência. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: No caso em questão, Augusto tenta obter vantagem sob o pretexto de 
influenciar atos de servidores públicos. Claramente, comete o delito de tráfico de influência, 
tipificado no artigo 332 do Código Penal. Observe: 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem 
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função. 
24. (OAB-MG / OAB-MG / 2005) Quanto ao tipo subjetivo do crime de resistência, é 
incorreto afirmar que: 
 
A) É o dolo, a vontade livre e consciente de se opor à execução do ato. 
B) É o dolo, a vontade de não obedecer a ordem legal do funcionário público. 
C) É necessário que o agente tenha consciência de que está resistindo a ato legal do 
funcionário. 
D) O erro quanto à legalidade do ato, ainda que culposo, exclui o dolo. 
E) N.R.A. 
 
 
 
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GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: A vontade de não obedecer à ordem legal do funcionário público 
caracteriza o crime de desobediência e não de resistência. Observe: 
Resistência: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou 
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio 
Desobediência: Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público 
O tipo subjetivo do delito de resistência é o dolo, não sendo admitido a modalidade culposa 
por ausência de previsão legal. Desta forma, é necessário que o agente tenha consciência 
de que está resistindo à ordem legal de funcionário público. 
Havendo erro quanto à legalidade do ato, o dolo será excluído. 
25. (FCC / OAB – SP / 2005) O funcionário que deixa de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício do cargo, comete crime de: 
A) prevaricação. 
B) omissão funcional criminosa. 
C) condescendência criminosa. 
D) advocacia administrativa. 
E) N.R.A 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Essa questão poderia deixar dúvidas, pois a banca não cita que o superior 
deixou de responsabilizar o funcionário por indulgência. Sendo assim, poderiamos pensar 
também no delito de prevaricação. 
Ela já apareceu mais de uma vez em prova e o entendimento sempre foi o mesmo. Sendo 
assim, para a SUA PROVA PENSE o seguinte: 
SE O EXAMINADOR TRATAR DE MANEIRA GENÉRICA NA EXPRESSÃO: “ DEIXA DE 
RESPONSABILIZAR SUBORDINADO” É CASO DE CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA. 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 
 
 
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“Mas professor!!! Não caberia recurso?” 
Sim, eu até concordo que sim, mas se a banca vai aceitar ou não o recurso é outra história. 
Melhor não arriscar e garantir os pontos... 
26. (FCC / OAB – ES / 2005) Paulo foi surpreendido por um Policial Rodoviário 
dirigindo seu veículo em excesso de velocidade, conforme constatado por radar. Ao 
ser abordado, Paulo ofereceu ao Policial a quantia de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para 
convencê-lo a deixar de lavrar a multa correspondente à infração praticada. Paulo 
cometeu crime de: 
A) corrupção passiva. 
B) corrupção ativa. 
C) concussão. 
D) exploração de prestígio. 
E) N.R.A. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Questão relativamente fácil. O importante é não confundir a corrupção 
passiva com a corrupção ativa, que abaixo reproduzo: 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício 
27. (FCC / TRE – MG / 2005) Adônis, valendo-se da qualidade de servidor público, vinha 
patrocinando, diretamente, interesses particulares do casal Perseu e Afrodite junto ao 
Ministério das Comunicações; Apolo, também servidor público, vinha retardando, 
indevidamente, a prática de suas atribuições, para satisfazer interesses pessoais de 
ordem patrimonial e moral. Nesse caso, Adônis e Apolo devem responder, 
respectivamente, pelos crimes de: 
A) concussão e peculato. 
B) corrupção passiva e condescendência criminosa. 
C) advocacia administrativa e prevaricação. 
D) exercício funcional ilegalmente prolongado e prevaricação. 
 
 
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E) condescendência criminosa e corrupção passiva. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar a situação descrita pela banca: 
Adônis vinha patrocinando interesse privado... Î Advocacia administrativa. 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário 
Apolo vinha retardando indevidamente para satisfazer interesse pessoal... Î Prevaricação. 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal 
28. (FCC / TRE – RN / 2005) Também ocorre o crime de corrupção passiva quando o 
funcionário público: 
 
A) recebe, para si, diretamente, ainda que fora da função, mas em razão dela, vantagem 
indevida. 
B) exige, para outrem, indiretamente, antes de assumir sua função, mas em razão dela, 
vantagem indevida. 
C) desvia, em proveito próprio, qualquer dinheiro ou valor público de que tem a posse em 
razão do cargo. 
D) se apodera, em proveito de terceiro, de dinheiro ou valor, embora não tenha a posse 
deles, valendo-se de sua função pública. 
E) oferece vantagem indevida a outro servidor público para determiná-lo a praticar ou omitir 
ato de ofício. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: O delito de corrupção passiva encontra-se definido no artigo 317 nos 
seguintes termos: 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem 
 
 
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Vamos, com base no disposto, analisar as alternativas: 
Alternativa“A” Î Está correta. Também configura a corrupção passiva quando o indivíduo 
recebe, para si, ainda que fora da função, mas em razão dela, vantagem indevida. 
Alternativa “B” Î NÃO É EXIGIR!!! É SOLICITAR OI RECEBER!!! 
Alternativa “C” Î Trata do Peculato-Desvio. 
Alternativa “D” Î Verbo apoderar não configura corrupção passiva. Como já vimos, é 
SOLICITAR ou RECEBER. 
Alternativa “E” Î Oferecer vantagem é corrupção ativa e não passiva. 
29. (FCC / TRE – RN / 2005) "A", diretor-financeiro de órgão do Tribunal Regional 
Eleitoral, esqueceu de trancar a porta do cofre dessa repartição. "B", analista 
judiciário, do mesmo Tribunal, valendo-se do livre acesso ao local, percebeu o 
ocorrido e aproveitou para subtrair certa quantia em dinheiro, destinada ao pagamento 
de serviços em geral. Nesse caso, "A" e "B", respondem, respectivamente, pelos 
crimes de: 
 
A) furto culposo e peculato-desvio. 
B) peculato mediante erro de outrem e furto. 
C) peculato culposo e peculato-furto. 
D) apropriação culposa e apropriação indébita. 
E) peculato administrativo e peculato-apropriação. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: 
“A” deixou a porta aberta. Foi negligente. Responderá, assim, por peculato-culposo. 
“B”, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, em proveito próprio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Responderá por 
peculato-furto. 
 
 
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30. (CESPE / Promotor MPE – MG / 2005) Sobre os crimes contra a administração 
pública: 
A) o gari que recebe dinheiro do particular, agradecido, no período de natal comete crime. 
B) o estagiário do juiz que exige vantagem indevida de acusado comete corrupção passiva. 
C) o particular que paga dinheiro ao funcionário que anteriormente o exige comete 
corrupção. 
D) o funcionário público que indiretamente exige vantagem comete crime de corrupção ativa. 
E) o particular que oferece vantagem a funcionário pelo trabalho já realizado não comete 
crime. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa “A” Î Trata da situação em que o funcionário recebe determinado valor, no natal, 
como forma de agradecimento. Nesta situação, não há qualquer delito, tendo em vista que 
não é uma vantagem ilícita. 
Alternativa “B” Î Se há EXIGÊNCIA, não é corrupção passiva e sim concussão!!! 
Alternativa “C” Î O particular só comete o delito de corrupção (ativa) quando: 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício 
Alternativa “D” Î NOVAMENTE O VERBO EXIGIR!!! Exigir é concussão e não corrupção!!! 
Alternativa “E” Î Perfeito. A tipificação só existe para o caso em que a vantagem é oferecida 
para ato ainda não praticado. 
 
 
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31. (CESPE / Promotor MPE – MG / 2005) Um oficial de justiça não promove o despejo 
de pessoa pobre, no prazo estabelecido pelo juiz no mandado, por ficar com pena de 
seus filhos menores que ficariam na rua. Depois de alguns dias, após constatar que a 
pessoa providenciou abrigo para seus filhos, o oficial cumpre o mandado. 
Considerando o não cumprimento do mandado no prazo estabelecido, o promotor 
acusa o oficial por crime de desobediência. No caso, a acusação: 
A) deve ser acolhida, pois houve a intenção de contrariar o mandado do juiz. 
B) está errada, porque a ordem do juiz é injusta e não deve ser cumprida. 
C) está correta, pois o oficial não pode alterar o prazo conferido pelo juiz. 
D) está errada, porque no caso o oficial não pode cometer desobediência. 
E) não deve ser acolhida, se provada a inexigibilidade de conduta diversa. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: A acusação está completamente errada. O crime de desobediência só 
pode ser cometido por PARTICULAR e não por funcionário público no exercício da função. 
No caso em tela, caso verificado o dolo, a denúncia poderia operar-se por prevaricação, no 
sentido de atender à sentimento pessoal. 
 
32. (FCC / TRT / 2005) Zeus, Apolo e Macabeus são Oficiais de Justiça. Zeus exigiu do 
réu de uma ação de despejo a quantia de R$ 2.000,00 para não proceder a sua citação. 
Apolo solicitou do réu de outra ação de despejo a quantia de R$ 1.000,00 para não 
proceder a sua citação. E Macabeus, tendo em vista que o réu de uma ação de despejo 
era seu amigo, retardou, por vários meses, a sua citação. Nesses casos, Zeus, Apolo e 
Macabeus cometeram, respectivamente, crimes de: 
 
A) concussão, corrupção passiva e prevaricação. 
EXIGIR É 
CONCUSSÃO E 
NÃO 
CORRUPÇÃO!!!
 
 
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B) corrupção passiva, concussão e prevaricação. 
C) prevaricação, concussão e corrupção passiva. 
D) prevaricação, corrupção passiva e concussão. 
E) concussão, prevaricação e corrupção passiva. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: 
Zeus exigiu...Concussão; 
Apolo solicitou vantagem...Corrupção Passiva; 
Macabeus retardou...Prevaricação. 
 
33. (FCC / TRT / 2005) Afrodite, ao ingressar na Biblioteca Pública Municipal de sua 
cidade deixou sua bolsa no guarda volumes anexo à portaria. Enquanto consultava 
livros, Ísis, funcionária pública municipal, bibliotecária, responsável pelo referido 
guarda volumes, abriu a bolsa de Afrodite e subtraiu para si a quantia de R$ 100,00. 
Com tal procedimento, Ísis cometeu crime de: 
 
A) prevaricação. 
B) peculato culposo. 
C) peculato mediante erro de outrem. 
D) excesso de exação. 
E) peculato doloso. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Esse tipo de questão muitas vezes confunde o candidato. Perceba que no 
caso em tela a bibliotecária, funcionária pública municipal, apropria-se de dinheiro particular 
de que tem posse em razão do cargo. Sendo assim, comete peculato doloso. 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio 
34. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Mário é funcionário público municipal, 
exercendo suas funções no setor de cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano. 
 
 
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Luís não pagou o tributo referente à sua residência, apesar de várias vezes notificado. 
Em vista disso, objetivando cobrar esse tributo devido ao erário público municipal, 
Mário mandou confeccionar e pendurou na via pública, defronte à residência de Luís, 
várias faixas dizendo que Luís era caloteiro e não pagava os impostos devidos à 
Prefeitura. Assim procedendo, Mário 
 
A) praticou delito de concussão. 
B) não praticou crime contra a administração pública. 
C) praticou delito de prevaricação. 
D) cometeu crime de exercício funcional ilegalmente prolongado. 
E) cometeu crime de excesso de exação. 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Mário empregou meios vexatórios para exigir o tributo, logo, cometeu 
excesso de exação. 
35. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Pedro, médico, foi perito judicial numa ação 
judicial e solicitou R$ 3.000,00 ao advogado do autor para apresentar laudo favorável 
ao seu cliente. O advogado pagou a quantia solicitada, mas Pedro apresentou laudo 
totalmente contrário à pretensão do autor. Nesse caso, Pedro 
A) não cometeu crime contra a administração pública, porquenão é funcionário público. 
B) cometeu crime de concussão, porque formulou solicitação de vantagem indevida. 
C) cometeu crime de corrupção passiva, porque solicitou vantagem ilícita em razão de sua 
função. 
D) não cometeu crime contra a administração pública, porque não apresentou o laudo falso 
que havia prometido. 
E) cometeu crime de prevaricação, porque praticou indevidamente ato de ofício. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Caro(a) aluno(a), para responder a esta questão é necessário fazer uma 
pergunta: Quando consuma-se o delito de corrupção passiva? 
Resposta: Trata-se de crime Formal e o delito se consuma no momento em que a solicitação 
chega ao conhecimento do terceiro. Sendo assim, é totalmente irrelevante se ele cumpriu o 
avençado ou não. Solicitou vantagem indevida, cometeu corrupção passiva. 
 
 
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36. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Maria é sub-chefe de um Departamento da 
Prefeitura Municipal de sua cidade e descobriu que uma funcionária, subordinada sua, 
havia desviado valores em dinheiro da municipalidade em proveito próprio. Como 
sabia que essa funcionária passava por dificuldades financeiras e como não tinha 
competência para puni-la, ficou penalizada e não adotou nenhuma providência, tendo 
o fato sido descoberto em auditoria realizada um ano depois. Nesse caso, Maria 
A) não cometeu crime contra a administração pública, porque não tinha competência para 
punir a funcionária que cometeu a infração. 
B) cometeu crime de condescendência criminosa, pois deixou de levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. 
C) cometeu crime de prevaricação, pois deixou de praticar ato de ofício por sentimento 
pessoal. 
D) cometeu crime de peculato doloso, porque, mesmo sabendo do desvio de valores, deixou 
de responsabilizar a funcionária que cometeu a infração. 
E) cometeu crime de peculato culposo, porque, por negligência e omissão, possibilitou a 
concretização do desvio. 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Na aula tratamos de uma importante palavra relacionada com um delito: o 
termo “indulgência”, lembra-se? 
Eu disse que: 
A EXPRESSÃO ‘‘POR INDULGÊNCIA” SIGNIFICA QUE O SUPERIOR HIERÁRQUICO 
DEIXA DE AGIR POR TOLERÂNCIA, CLEMÊNCIA, BRANDURA, ETC. 
Esta expressão relaciona-se com o delito de condescendência criminosa tipificado no CP nos 
seguintes termos: 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente. 
No caso em questão, Maria não toma nenhuma providência por clemência. Sendo assim, 
caracteriza o delito de condescendência criminosa. 
37. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Aldo é alto funcionário público da 
Secretaria da Fazenda do Estado e, valendo-se do prestígio de seu cargo, procurou 
 
 
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funcionário da Prefeitura Municipal de sua cidade e solicitou que desse andamento 
rápido ao processo de aprovação da planta de reforma de sua residência. Nessa 
situação, Aldo 
A) cometeu crime de prevaricação, porque praticou ato de ofício irregular para atender a 
interesse pessoal. 
B) cometeu crime de advocacia administrativa, porque patrocinou interesse privado perante a 
administração pública. 
C) praticou crime de concussão, porque, em razão de seu cargo na área estadual, seu 
pedido implicou verdadeira exigência. 
D) não cometeu crime contra a administração pública, porque não patrocinou interesse alheio 
privado perante a administração pública. 
E) praticou delito de excesso de exação, porque se excedeu nos limites das suas funções 
públicas. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Essa questão normalmente também confunde os candidatos. Perceba o 
que dispõe o Código Penal sobre o delito de advocacia administrativa: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário 
Observe que o tipo exige o patrocínio de INTERESSE PRIVADO. 
Desta forma, se o funcionário usa de seu prestígio para patrocinar interesse próprio, não há 
que se falar em crime contra a Administração Pública. 
38. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Paulo, funcionário público municipal, é 
responsável pelo vestiário do Clube Esportivo Municipal e, durante uma partida de 
futebol, subtraiu R$ 200,00 da carteira de um jogador que havia deixado seus haveres 
sob sua guarda. Nesse caso, Paulo 
A) praticou delito de corrupção ativa. 
B) não praticou crime contra a administração pública. 
C) cometeu crime de peculato doloso. 
D) cometeu crime de excesso de exação. 
E) praticou delito de prevaricação. 
 
 
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GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Paulo apropria-se de dinheiro particular de que tem posse em razão do 
cargo. Sendo assim, comete peculato doloso. 
39. (CESPE / DPC-FAEPOL/ 2003) Ao ser preso por portar certa quantidade de 
substância entorpecente para uso próprio, Lucas oferece a quantia de cinqüenta reais 
a Flávio, policial militar, que, não concordando com a quantia, pede o dobro para não 
conduzi-lo à delegacia de polícia. No exato momento em que Lucas está entregando o 
valor acordado, o oficial de supervisão, Fábio, surpreende os dois e os leva para a 
delegacia de polícia, onde apresenta o fato à autoridade policial, informando que o 
valor apreendido foi de cinqüenta reais. Indique o(s) delito(s) perpetrado(s) por Lucas, 
Flávio e Fábio, respectivamente, desconsiderando a posse da substância 
entorpecente: 
a) corrupção ativa; corrupção passiva; peculato; 
b) corrupção passiva; concussão; apropriação indébita; 
c) corrupção passiva; corrupção ativa; prevaricação; 
d) corrupção ativa; concussão; peculato; 
e) corrupção ativa; corrupção passiva; apropriação indébita. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar o caso. 
Lucas oferece determinada quantia Î Corrupção ativa. 
Flávio solicita e recebe vantagem indevida Î Corrupção Passiva. 
Lucas fica com cinquenta reais apropiando-se de dinheiro que passou a ter posse em razão 
do cargo Î Peculato. 
40. (ESAF / AFT / 2010) Os fins da Administração Pública resumem-se em um único 
objetivo: o bem comum da coletividade administrativa. Toda atividade deve ser 
orientada para este objetivo; sendo que todo ato administrativo que não for praticado 
no interesse da coletividade será ilícito e imoral. Assim, temos no Código Penal o 
título XI – Dos crimes contra a Administração Pública. Analise a conduta abaixo, 
caracterizando-a com um dos tipos de crime contra a Administração Pública. 
Sebastião, policial militar, exige dinheiro de Caio, usuário de maconha, para que este 
não seja preso. Caio, com medo da função de policial exercida pelo funcionário 
público militar, dá R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a Sebastião, conforme exigido por ele. 
Com base nessa informação e na legislação penal especial , é correto afirmar que: 
 
 
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TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
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a) Sebastião comete o crime de corrupção ativa. 
b) Sebastião comete o crime de prevaricação. 
c) Sebastião comete o crime de excesso de exação. 
d) Sebastião comete o crime de concussão. 
e) Sebastião comete o crime de patrocínio infiel. 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: No caso apresentado pela banca, Sebastião EXIGE dinheiro de Caio.

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