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Profa. Larissa Fávaro Marchi Biomedicina-3º ano - 2014 MEIO DE CONTRASTE RADIOLÓGICO MEIOS DE CONTRASTE Meio de contraste são compostos que, uma vez dentro de estruturas orgânicas, conseguem dar uma melhor definição de imagem obtidas em exames radiológicos. MEIO DE CONTRASTE • MC POSITIVOS: Substância com alta densidade radiológica = Radiodensas/Radiopacas Tais substâncias aumentam a absorção de raios x no corpo e são conhecidas como meios de contraste positivos. (Bário, Iodo e Gadolínio). 1927 foi realizado a primeira injeção endovenosa de um composto radiopaco que permitia a visualização da rede venosa pela aplicação do raio X VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ORAL: Utilizada em exames abdominais para que as alças intestinais sejam preenchidas e permitam melhor visualização de todas as estruturas dos sistema digestivo. ENDOVENOSA: Sua aplicabilidade é o preenchimento de veias, artérias e estruturas vasculares, delimitando sua morfologia. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO RETAL: Utilizada nos estudos pélvicos, quando o contraste oral não teve uma boa progressão ou não foi ingerido corretamente. “Finalidade: preencher o cólon sigmoide e o reto”. INTRATECAL: Utilizada nos estudos do canal medular (Mielotomografia ou tomomielografia). O contrate é injetado na espinha do paciente, na região lombar. TIPOS DE CONTRASTES Utilizados em radiografia convencional: Sulfato de Bário (oral) Iodo (Iônico e Não Iônico) (venoso) Utilizado em Ressonância Magnética: Gadolínio SULFATO DE BÁRIO (BaSO4) • O sulfato de bário é o único que pode ser administrado com contraste, qualquer outro tipo de bário é altamente toxico ao organismo humano; • Alta densidade: tal característica impossibilita que ele seja absorvido pelos tecidos, tornando-o um marcador seguro. • Insolúvel em água e gordura → diagnóstico do trato gastrointestinal e sistema digestor. • Utilizado oral ou retal e é excretado na sua forma intacta. O contraste, que deveria possuir apenas sulfato de bário, apresentou em sua formulação carbonato de bário (BaCO3). Este último é um sal altamente solúvel e, em contato com o ácido do estômago, se dissocia liberando íons Ba2+, que são muito tóxicos. Ao ser absorvido, o Ba2+ pode provocar cólicas, diarreia, vômito, convulsões e até a morte. SULFATO DE BÁRIO (BaSO4) MC Iodados • A estrutura básica dos meios de contraste iodados é formada por um anel benzênico, ao qual foram agregados átomos de iodo e grupamentos complementares • IÔNICOS: quando dissolvidos em água tem suas moléculas dissociadas em partes carregadas eletricamente, chamadas íons. Os íons podem ter carga positiva (cátions)ou negativa (anion) •NÃO IÔNICO: não sofrem dissociação quando dissolvidos em água, portanto não formam íons. MC Iodados MC Iodados-aspectos gerais •MC Iodados : baixo peso molecular e pouca afinidade de ligação com proteínas e receptores de membranas; •Distribui-se pelo espaço extracelular sem ação farmacológica, •Aumenta habilidade de ser filtrado pelo glomérulo→ Compostos iodados são excretados exclusivamente pelos rins, sem absorção tubular. Apenas 1% dos MC Iodados apresenta excreção extrarrenal (biliar, lacrimal, sudorípara) Meia vida até excreção é de 30 a 60 minutos. MC usado na Ressonância Magnética: GADOLÍNIO • Substancia que possui elétrons desemparelhados e que, quando expostos ao campo magnético externo, se alinham e promovem aumento na intensidade da imagem na RM. • Íons de Gadolínio (Gd3+ ) são tóxicos para organismo humamo: •Efetividade???? Weinmann, HJ et al., 1984. GADOLÍNIO EDTA: Pouca melhora na tolerância ao gadolínio DTPA: Maior tolerância. Melhora a toxicidade, parecendo não haver dissociação dentro do organismo e tampouco retenção do gadolínio em fígado ou baço como acontece com o íon isolado. Meia vida curta no sangue e na urina com eliminação predominantemente renal. GADOLÍNIO Gd-DTPA GADOLÍNIO- Farmacocinética • Distribuição: difunde-se rapidamente no meio extracelular não passando pela barreira hemato encefálica. • Meia vida de aproximadamente 90 minutos. • Metabolismo: não há dissociação iônica do composto e nem degradação metabólica por via hepática ou outras vias • Eliminação: totalmente por via renal em sua forma intacta. Contra indicações: portador de insuficiência renal crônica. Reações Adversas (Gd) Portador de Insuficiência Renal Crônica = FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA (FSN) também conhecida como dermopatia fibrosante nefrogênica (DFN), é uma condição que ocorre apenas em pacientes com disfunção renal. Alem das lesões cutâneas, esta síndrome inclui fibrose de músculo esquelético, articulações, fígado, pulmão e coração, pode ser fatal. Lesões cutâneas Fibrose de articulação REACÕES ADVERSAS Divididas em dois grupos: Reações Previsíveis: são usualmente dependentes da doses injetadas e estão relacionadas aos efeitos sobre a fisiologia orgânica, com exemplo: interações meio de contraste/medicamentos. Reações não previsíveis: são independentes da dose. Ocorrem em um tempo imediatamente posterior a administração do meio. Exemplos: infarto, insuficiência respiratória, prurido. ANAMNESE DO PACIENTE • Você é alérgico a algo? • É alérgico a quaisquer drogas ou medicamentos? • É alérgico a iodo? • É alérgico a frutos do mar? • É alérgico a outros alimentos? • Já foi submentido a exame radiológico que exige uma injeção em artéria ou veia? Classificação das reações adversas As reações adversas são classificadas dependendo de sua severidade e da sintomatologia do pacientes. As reações são classificadas em: •LEVE: não requer tratamento; •MODERADA: requer tratamento; •SEVERA: que podem colocar em risco a vida do paciente e requer hospitalização. 70% das reações acontecem nos primeiros cinco minutos. A probabilidade é menor após 20 minutos. Classificação das reações adversas LEVES: vomito, náusea, tosse, prurido, eritema, urticaria. • Responsabilidade do profissional: observar e confortar o paciente, oferecer anti alérgicos e documentar a reação. MODERADOS: hipotensão arterial, dispneia, urticaria excessiva, vomito excessivo. • Responsabilidade do profissional: solicitar assistência medica, observar e confortar o paciente, documentar a reação. GRAVES: PA baixa, sinais respiratórios graves, parada cardiorrespiratória, perda de consciência, convulsões, cianose, edema de laringe, choque. • Responsabilidade do profissional: solicitar assistência medica, observar via aérea, ventilação, manter acesso venoso e documentar a reação. REAÇÕES TÓXICAS → Diretamente relacionadas a osmalaridade: • Hiperosmolaridade desencadeia intenso deslocamento do liquido intracelular para o espaço extracelular. Causa desidratação da célula. Aumento da permeabilidade vascular Hemácias: murcham vasodilatação Sintomas: calor/rubor, paladar metálico, hipotensão, náusea. SISTEMA IMUNOLÓGICO REAÇÃO ANAFILACTÓIDE: As reações ao contraste são idênticas a reações anafiláticas a drogas ou a alérgenos, porém, como não se estabeleceu uma resposta anticorpo-antígeno, então chamamos de reação anafilactoide. O tratamento é o mesmo da reação anafilática. Acionar grupo de apoio, aspirar via aéres, uso de adrenalina.Grupo de risco: Indivíduos com historia prévia de alergia aos MC; Indivíduos com doença auto-imunes, alergias a medicamentos e alimentos. ; Risco 2-3x maior. SISTEMA IMUNOLÓGICO • Manifestações: Rubor, Prurido, Pápulas, edema, alterações respiratórias e cardiovasculares. •Conduta: alertar equipe médica, uso de corticoide, desobstrução das vias aéreas. •Precaução: Prednisona 60mg na véspera Anti-histamínico (inicia na véspera e mantém mais um dia) Corticoides SISTEMA CARDIOVASCULAR • MÚSCULO CARDÍACO Depleção de cálcio das fibras musculares. - diminui força de contração = hipotensão e arritmias. Capacidade de transporte de oxigênio das hemácias fica alterado. Sintomas: palidez, sudorese fria, taquicardia, insuficiência cardíaca, arritmias, hipotensão e até choque. Cuidados: monitoração cardíaca, oximetria, acesso venoso e drogas especificas. HEMATOLÓGICAS →Todos os MC tem ação ANTICOAGULANTE Alterações esperadas: • Ativação plaquetária; • Degranulação de plaquetas; • Produção de trombina. MC IONICOS maior efeito anticoagulante comparado aos MC NÂO IONICOS PREPARO PARA POSSÍVEL REAÇÃO →Carrinho de emergência: • Ressuscitador cardiopulmonar; • Oxigênio portátil; • Aparelho de aspiração; • Aparelho de Pressão arterial; • Desfibrilador; • Monitor ALGUMAS PRECAUCOES • Não injetar o meio de contraste sem pessoal de apoio; •Possuir equipamentos e medicamentos para o uso imediato; • Conhecer os dados clínicos básicos do paciente antes da injeção; • reconhecer o tipo de reação de modo a indicar o tratamento adequado; • Manter acesso venoso; DADOS IMPORTANTES → O paciente nunca deve ser deixado sozinho após uma injeção intravenosa de MC; → Enquanto o exame for realizado, observar o paciente e perguntar sobre quaisquer alterações; →Praticamente metade das reações adversas ocorrem durante a injeção venosa do meio de contraste, e um quarto dos casos, nos cinco minutos depois; → as reações fatais ocorrem dentro de 15 minutos após a administração do MC. PACIENTES COM DOENCAS SUBJACENTES → Maior probabilidade de ocorrer reações adversas: • Hipersensíveis ao meio de contraste; • Diabéticos; • Asmáticos e com outros distúrbios respiratórios; • Debilitados, • Doenças Auto Imunes; • Doenças Neurológicas; • Doenças gastrointestinais; • Doença Renal OBS: Deve-se manter um cuidado especial a pacientes renais, pois quanto maior a insuficiência renal maior a probabilidade de reação ao MC. MULHERES GRAVIDAS OU AMAMENTANDO → Não há indícios que comprovem a toxicidade dos meios de contraste para neonatos mas tampouco possam garantir sua segurança; → Por esse motivo evita-se o uso em mulheres grávidas → Já em mulheres que estejam amamentando recomenda-se descartar o leite 24 h posteriores á injeção de contraste.
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