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Sentença reformada por apelação

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA 
Comarca de Itabuna
1ª Vara Criminal
Praça José Bastos, S/N, Centro - CEP 45600-000, Fone: (73) 
3214-6251, Itabuna-BA - E-mail: itabuna1vcriminal@tjba.jus.br
Justiça Gratuita
SENTENÇA
Processo nº: 0019016-33.2007.8.05.0113
Classe Assunto: Ação Penal - Procedimento Ordinário - Assunto Principal 
do Processo << Nenhuma informação disponível >>
Autor: O Ministerio Publico do Estado da Bahia
Réu: Carlos Fernando de Jesus Luna
Sentença – refazimento da dosimetria da pena – mantida a condenação – 
acolhimento da decisão proferida em Habeas Corpus 
0001995-87.2010.805.0000 – demais diligências.
1. Em acatamento ao decidido nos autos de Habeas Corpus nº 0001995-87.2010.805.0000, 
da Primeira Câmara Criminal, em sua Primeira Turma, vide folhas 724 a 745, procede-se 
à reforma da sentença de primeiro grau (vide folhas 537 a 548) tão-somente quanto à 
dosimetria da pena, a fim de que outra seja proferida neste quesito, afastando a 
majoração da pena-base, pela valoração desfavorável dos motivos do crime, por restar 
valorada na segunda fase da aplicação da pena.
2. Diante do exposto, preservando os demais termos da referida sentença (folha 537 a 
548), procede-se à seguinte correção quanto à dosimetria da pena.
3. Passo, então, à dosimetria da pena estabelecida no artigo 129, § 3°, do CP, obedecendo 
às circunstâncias judiciais e ao sistema trifásico previstos nos artigos 59 e 68 do Código 
Penal - CP, considerando, também, que o réu deve ser punido pelo que fez (Direito Penal 
do ato), não pelo que é (Direito Penal do autor), obedecendo aos princípios de Direito 
Penal estabelecidos na Constituição Federal:
4. A culpabilidade: o acusado tinha condições de saber que obrava ilicitamente, sendo-lhe 
exigível conduta diversa, pois agiu de forma consciente, com domínio sobre o fato, 
evidenciando vontade e consciência na forma de agir, possuindo tempo suficiente para 
mudar a sua intenção. Afinal, ficou evidente que não é ingênuo e tampouco desprovido 
de entendimento do ato que praticou. Prejudicial.
5. Os motivos do crime: deixa-se de considerar o desejo de vingança, por ter sido traído, 
para se evitar a dupla incidência, ou o “bis in idem”, pois circunstância que será utilizada 
na segunda fase da dosimetria da pena, nos termos do acórdão do Habeas Corpus nº 
0001995-87.2010. Neutro.
6. As circunstâncias do crime: foi cometido por outra pessoa, mediante promessa de 
compensação em dinheiro, o que demonstra frieza e planejamento criminoso. Ademais, o 
crime foi executado durante o dia, quando a vítima ia deixar sua filha na escola, na frente 
de outras pessoas e demais crianças e adolescentes, o que demonstra ainda maior 
desconsideração. Prejudicial.
7. Conseqüências do crime: gravíssimas para a vítima, pois provocou intenso sofrimento e 
dor (vide fotos nas folhas 155 a 165), tendo, antes de morrer, de ver seu corpo quase 
completamente queimado e sua beleza roubada para sempre. Prejudicial.
8. O comportamento da vítima: pelo que se apurou, a vítima traiu a confiança do acusado, 
pois se envolveu com outra pessoa além do acusado e de seu marido. Contudo, a traição, 
ainda que existente, jamais pode ser motivo que justifique qualquer ato que possa alterar 
a integridade física ou a vida de outrem. Prejudicial.
9. Quanto aos Antecedentes, Conduta Social e Personalidade: deixo de fazer a ponderação 
por julgar inconstitucionais as disposições que as preveem, pois a mensuração da 
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA 
Comarca de Itabuna
1ª Vara Criminal
Praça José Bastos, S/N, Centro - CEP 45600-000, Fone: (73) 
3214-6251, Itabuna-BA - E-mail: itabuna1vcriminal@tjba.jus.br
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reprimenda deve ser feita pela análise dos pontos que se atenham aos fatos praticados 
pela acusada, e não à sua pessoa, haja vista o princípio constitucional da culpabilidade, 
bem como os do Direito Penal do Fato e o da devida individualização da pena (artigos 5º, 
XLVI, da Constituição Federal). Ademais, mesmo que fossem ponderáveis, não se vê nos 
autos laudos de psicólogos ou de assistentes sociais. Considera-se, também, a súmula 
444 do Superior Tribunal de Justiça - STJ, nos seguintes termos: “É vedada a utilização 
de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.”
10. Diante das circunstâncias judiciais apreciadas, julgando necessário e suficiente para a 
reprovação e prevenção do crime, fixo a pena-base em sete anos de reclusão. 
11. Participação de pessoa - agravante.
12. Considerando estar devidamente demonstrada as circunstâncias legais agravantes 
prevista no artigo 61, II, alíneas “a” e “d”, motivo fútil (vingança por traição) e meio 
cruel (uso de ácido muriático) ambas do CP, e também a agravante prevista no artigo 62, 
II, do CP, aumento a pena em 1/2, totalizando 10 anos e seis meses de reclusão.
13. Não há outras causas gerais ou especiais de aumento ou diminuição a serem ponderadas. 
14. Fica, assim, a pena definitivamente fixada em dez anos e seis meses de reclusão, na 
inexistência de outras causas modificadoras.
15. O Regime de cumprimento da pena será o inicialmente fechado, tendo em vista o 
disposto no artigo 33 do CP, ou seja, considerando a quantidade da pena e as condições 
previstas no artigo 59 do CP, conforme demonstradas acima.
16. Incabíveis as substituições de pena privativa de liberdade pelas restritivas de direito, nos 
termos do artigo 44 do Código Penal – CP, pois pena superior a quatro anos e o crime foi 
cometido com violência contra pessoa.
17. Diga-se que o tempo da prisão provisória do réu foi computado para fins de 
determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade, segundo artigo 387, § 2º, 
do CPP, não havendo alteração até o momento. Deve-se atentar, contudo, para a 
detração, pois preso em 04-01-2008 (vide folhas 180 a 184) e solto em 27-7-2010 (vide 
folhas 745 e 747).
18. Incabível também a suspensão condicional da pena (sursis).
19. Deixo de conceder ao réu o direito de recorrer em liberdade, seja por considerar a 
repetição de condutas semelhantes, conforme se vê na folha 196, quanto à vítima Eliana 
da Silva Oliveira, nos idos de janeiro de 2008, seja, atualmente, quanto a vítima Jamile 
Santos Santiago, conforme se constata nos autos de Medida Protetiva 0301842-83.2017, 
em curso nesta 1ª Vara Crime, já apreciado e deferida as medidas, haja vista práticas 
semelhantes de agressão contra mulheres, seja, por fim, quanto ao maus antecedentes 
do réu demonstrados pelo Ministério Público nas folhas 755 a 757, conforme certidões do 
Portal SSP, o que recomenda maiores cautelas. Diga-se, também, que o réu respondeu 
boa parte do processo preso, tendo de ser decretada sua prisão preventiva pois estava 
foragido, somente sendo solto em virtude de recurso e em razão da necessidade de 
adequação da pena, o que ora se faz. Mencione-se, por fim, que a necessidade da prisão 
se faz necessária tendo em vista a pena aplicada e o regime estabelecido, bem como a 
necessidade de garantir a aplicação da lei penal e evitar nova fuga, uma vez que se 
evadiu do distrito da culpa, sendo preso em virtude de prisão preventiva desde juízo, pois 
permanecem os requisitos autorizadores da preventiva, especialmente os referentes à 
garantia da ordem pública e a necessidade de aplicação da lei penal e seu devido 
cumprimento, que ficaria abalada com a manutenção da liberdadedo condenado, sendo 
fato, agora, a certeza da autoria, da materialidade, da condenação e da pena aplicada, 
razão pela qual fica restabelecida a prisão preventiva do condenado, devendo ser 
expedidos o devido mandado de prisão, podendo esta decisão servir para tanto, se for o 
caso, e a necessária guia de recolhimento provisória, esta após a efetivação da prisão do 
réu.
20. Dispositivo.
21. Diante do exposto, e com ideais de Justiça, mantida a condenação do réu, refaz-se a 
dosimetria da pena, conforme Habeas Corpus nº 0001995-87.2010.805.0000, da 
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Praça José Bastos, S/N, Centro - CEP 45600-000, Fone: (73) 
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Primeira Câmara Criminal, em sua Primeira Turma, vide folhas 724 a 745, para condenar 
o réu Carlos Fernando de Jesus Luna, já qualificado, como incurso na sanção do art. 129, 
§ 3º, do CP, (lesão corporal seguida de morte agravada pelo meio cruel, motivo fútil e 
concurso de pessoa) à pena de dez anos e seis meses de reclusão.
22. A pena privativa de liberdade que será cumprida em regime inicialmente fechado, sendo 
incabíveis as substituições por penas restritivas de direito e a suspensão condicional da 
pena.
23. Não concedo ao réu condenado o direito de recorrer em liberdade, conforme visto acima. 
Expeça-se o devido mandado de prisão e, após, a guia de recolhimento provisória. 
Comunique ao Juízo de Execução Penal.
24. Designo o Conjunto Penal de Itabuna para início do cumprimento da pena. Expeça guia 
de recolhimento provisória, atendo aos provimentos 07/2010.
25. Ficam mantidas, conforme acórdão acima referido, as demais condenações previstas da 
sentença nas folhas 537 e 548, com as considerações quanto à pena e necessidade de 
prisão desta sentença, e com o afastamento da condenação pecuniária em razão da 
Apelação Criminal e acórdão das folhas 650 a 661.
26. Publique e registre a sentença integrativa.
27. Intime as partes, intimando o réu pessoalmente, nos termos do artigo 392 do Código de 
Processo Penal, se estiver preso.
Itabuna(BA), 20 de junho de 2017.
MURILO LUIZ STAUT BARRETO,
Juiz de Direito.
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